Puro Êxtase - Josy Stoque



"O vazio é uma nova oportunidade de se preencher" Como você se sentiria se seu relacionamento acabasse depois de dez anos? Sara Mello precisa recomeçar, recuperando o emprego como advogada e os sonhos perdidos. E como se não bastasse a mudança, a vida lhe faz mais uma surpresa através de um estranho em um bar, um convite irrecusável e uma noite inesquecível. Ela vai descobrir que é sexy, sentindo na pele o significado mais profundo do amor próprio. Abra sua mente, liberte suas fantasias mais ousadas e realize tudo o que tiver vontade.
STOQUE, Josy. Puro Êxtase: Erótico, Libertador, Controverso. Independente: 2014. 284 p.


Livros eróticos estão em alta já há algum tempo, e são vários os autores do gênero – geralmente autoras – que podem facilmente ser lembrados. Para quem ainda não sabe, também são muitos os autores nacionais que se embrenham nesse estilo, como é o caso de Josy Stoque, autora de Puro Êxtase.

No livro, Sara saiu há pouco tempo de um relacionamento conturbado e se sentia bastante ferida, tanto em seu orgulho – como profissional e como mulher -, quanto em relação ao fato de ter deixado a si mesma de lado por um casamento que fracassou. É no momento de sua redescoberta após a separação que a história se passa, e a personagem vai se reinventar pelo prazer, sem barreiras e sem preconceitos.

"Aprendi que, se eu não me valorizar, não me cuidar, não me amar, ninguém vai."

Quero deixar algo bem claro: eu gostei da história. Não criei um carinho especial, nem nada assim, mas há um potencial na obra. O único problema, no meu caso, foi que eu esperava uma profundidade que não veio, então meus comentários serão feitos nessa linha.

O primeiro ponto a ressaltar é que Josy se despe de qualquer preconceito e traz realidades que são mais comuns do que queremos admitir. É um texto para quem tem cabeça aberta e deixa as qualificações morais de lado na hora da leitura ou, definitivamente, não chegará ao final. Todas as fantasias possíveis estão ali, escancaradas, sem deixar muito à imaginação. A criatividade e a diversificação também não deixam nada a desejar. Essa era a proposta do livro e a autora conseguiu atingi-la.

A leitura do livro se faz rápida, pela linguagem simples e pela velocidade dos acontecimentos. No entanto, foram esses últimos que provocaram certo distanciamento com o enredo. Ainda que a autora tenha criado certa ambientação para o desenvolvimento da história, tive a impressão de que os fatos e pensamentos se repetiam quase todas as vezes que Sara não estava com alguém. E mesmo a criatividade para criar cenas bastante diferentes quando ela estava com alguém não impediu que o texto se tornasse muito do mesmo.

"Todo mundo precisa de novidade e de apimentar a vida. Nenhum amor sobrevive à rotina. Ninguém e nada é perfeito como nos contos de fadas, jamais. Temos que entrar em uma relação conscientes disto, porém os dois tem que fazer sua parte para que todo mundo saia satisfeito."

Ainda, é importante lembrar que Puro Êxtase é o primeiro livro de uma trilogia, e espero que a obra se aprofunde nas perspectivas dos personagens. Pelo que tenho visto nas redes sociais, o par romântico de Sara será Rodrigo, mas, nesse primeiro livro, muito pouco dele foi mostrado e, sinceramente, aquilo que foi não me fez sentir nada de mais por ele do que por qualquer outro personagem masculino do livro. Por isso, agora é esperar para ver se Puro Êxtase a 2 suprirá as lacunas deixadas neste primeiro volume e conseguirá me ganhar de vez – ou não.



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Novidades #84: Novo Conceito em Novembro


A Editora Novo Conceito já anunciou seus lançamentos para o próximo mês, e tem muita coisa boa. Os que mais me deixaram curiosa foram Vermelho como o sangue e Eve & Adam.

E quanto a vocês, quais querem ler?


Gerações da família Roux aprenderam essa lição da maneira mais difícil. Os amores tolos parecem, de fato, ser transmitidos por herança aos membros da família, o que determina um destino ameaçador para os descendentes mais jovens: os gêmeos Ava e Henry Lavender. Henry passou boa parte de sua mocidade sem falar, enquanto Ava que em todos os outros aspectos parece ser uma jovem normal nasceu com asas de pássaro.

Tentando compreender sua constituição tão peculiar e, ao mesmo tempo, desejando ardentemente se adaptar aos seus pares, a jovem Ava, aos 16 anos, decide revolver o passado de sua família e se aventura em um mundo muito maior, despreparada para o que ela iria descobrir e ingênua diante dos motivos distorcidos das demais pessoas. Pessoas como Nathaniel Sorrows, que confunde Ava com um anjo e cuja obsessão por ela cresce mais e mais até a noite da celebração do solstício de verão. Nessa noite, os céus se abrem, a chuva e as penas enchem o ar, enquanto a jornada de Ava e a saga de sua família caminham para um desenlace sombrio e emocionante.


Depois de construir uma sólida carreira como detetive particular - especializado em casos de infidelidade -, Rafe Sullivan perdeu a fé nas relações humanas. As únicas histórias de amor verdadeiro que conhece são a dos seus pais e as dos seus primos, que Vivem na Califórnia.

Quando Rafe precisa sair de Seattle para descansar e esfriar a cabeça, sua irmã, Mia, sugere uma temporada na cidadezinha onde a família costumava passar as férias de verão. No cenário de sua infância, Rafe reencontra Brooke Jansen, que, de garotinha doce e inocente, transformou-se em uma mulher de beleza incomum.

Nenhum dos dois consegue ignorar o clima de sedução, e é Brooke quem toma a iniciativa: ela propõe a Rafe um caso de verão, sem amarras nem cobranças. Rafe luta para convencê-la de que eles devem continuar sendo apenas amigos... embora ele mesmo não esteja 100% convencido disso.


No congelante inverno do Ártico, Lumikki Andersson encontra uma incrível quantidade de notas manchadas de vermelho, ainda úmidas, penduradas para secar no laboratório de fotografia da escola. Cédulas respingadas de sangue.

Aos 17 anos, Lumikki vive sozinha, longe de seus pais e do passado que deixou para trás. Em uma conceituada escola de arte, ela se concentra nos estudos, alheia aos flashes, à fofoca e às festinhas dominadas pelos garotos e garotas perfeitos.

Depois que se envolve sem querer no caso das cédulas sujas de sangue, Lumikki é arrastada por um turbilhão de eventos. Eventos que se mostram cada vez mais ameaçadores quando as provas apontam para policiais corruptos e para um traficante perigoso, conhecido pela brutalidade com que conduz os seus negócios.

Lumikki perde o controle sobre o mundo em que vive e descobre que esteve cega diante das forças que a puxavam para o fundo. Ela descobre também que o tempo está se esgotando. Quando o sangue mancha a neve, talvez seja tarde demais para salvar seus amigos. Ou a si mesma.


A vida de Allyson Healey é exatamente igual a sua mala de viagem: organizada, planejada, sistematizada. Então, no último dia do seu curso de extensão na Europa, depois de três semanas de dedicação integral, ela conhece Willem. De espírito livre, o ator sem destino certo é tudo o que Allyson não é. Willem a convida para adiar seus próximos compromissos e ir com ele para Paris. E Allyson aceita. Essa decisão inesperada a impulsiona para um dia de riscos, de romance, de liberdade, de intimidade: 24 horas que irão transformar a sua vida.
Apenas um Dia fala de amor, mágoa, viagem, identidade e sobre os acidentes provocados pelo destino, mostrando que, às vezes, para nos encontrarmos, precisamos nos perder primeiro... Muito do que procuramos está bem mais perto do que pensamos.


Todo mundo devia ter defeitos. Não é isso que nos torna interessantes? Não é isso que nos impede de sermos cópias uns dos outros?

Filha única da poderosa e fria geneticista Terra Spiker, Eve quase perde uma perna em um atropelamento. O processo de cura no luxuoso complexo Spiker transcorre com uma rapidez impressionante, o que desperta a curiosidade da menina.

Antes que Eve estreite os laços com Solo, um rapaz que compartilha segredos com a corporação, a Dra. Spiker propõe um desafi o a sua fi lha: Eve terá a chance de testar, em primeira mão, um software desenvolvido para manipular genes humanos. Ela poderá criar o garoto ideal, sob medida!

Mas brincar de Deus tem consequências, e agora Eve vai descobrir até que ponto existe perfeição.


Maximum Ride tem 14 anos. Ela e os seus amigos seriam crianças normais se não tivessem o dom de voar. Para algumas pessoas esse poder seria um sonho, mas, no caso da turma de Max, a vida se transformou em um pesadelo sem fim desde que a perseguição dos Apagadores começou.
Seja em cima das árvores do Central Park, em uma jornada escaldante no deserto da Califórnia ou nas entranhas do metrô de Nova York, Max e sua nova família lutam para compreender por que eles são diferentes de todos os outros seres humanos. A maior dúvida é: eles vão salvar a humanidade ou ajudar a destruí-la?
Impossível ficar indiferente a Max! Sarcástica, corajosa e meio impaciente, ela é a líder mais poderosa e forte que você já conheceu. Ao mesmo tempo em que luta para se proteger e salvar a vida dos seus amigos, Max tenta entender por que tudo tem que ser tão difícil e diferente para eles.
Se você gosta de ação rápida, dinâmica, daquelas de tirar o fôlego, com vilões que você ama odiar... Este é o seu livro! Uma aventura fantástica e imprevisível, que emociona e desperta a imaginação.



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A Aliança dos Castelos Ocultos - Série Controlados - Peterson Silva

Na série Controlados, a magia está em todo lugar. Os magos podem alterar os seus sentimentos, os seus pensamentos ou comandar as suas atitudes. Não se pode confiar em ninguém. No primeiro volume da série, A Aliança dos Castelos Ocultos, Heelum está cada vez mais próxima de uma verdadeira e perigosa transformação com a ascenção de grupos contrários à dominação dos magos. Mas estes não estão dispostos a ver a derrocada de seu império tácito, e um grande poder aproxima-se da liderança dos magos, clamando pela união de um mundo fragmentado. A Aliança dos Castelos Ocultos introduz o leitor a um mundo diferente, mas ao mundo em que vivemos: repleto de poderes invisíveis e da busca onipresente por justiça, liberdade e felicidade. (Skoob)

SILVA, Peterson. A Aliança dos Castelos Ocultos - Série Controlados. Independente: 2014. 472 p.


Fazia algum tempo que não lia nenhuma história ambientada em um universo fantástico, por isso gostei muito quando a Ju me passou Controlados através de uma parceria do Conjunto da Obra com o autor Peterson Silva.

A aventura se passa em um mundo chamado Heelum, cujo mapa o autor fez questão de desenhar para o leitor se familiarizar com a localização de cada região e cidade. Nesse mundo, alguns homens e mulheres aprenderam o uso da magia, que é diferente daquela que estamos acostumados a conhecer, e formaram grupos rivais ocultos da população, porque a maioria das pessoas teme e condena a sua prática.

Na obra de Peterson Silva, a magia representa o controle da mente e das emoções de outra pessoa. A ideia é original e bastante interessante. Inclusive a forma como é apresentada.

Funciona assim: quando um mago quer atacar ou controlar uma pessoa, ele entra em uma dimensão chamada Neborum, onde cada pessoa possui um castelo, que representa tudo o que ela é, o que ela pensa, o que já vivenciou, seus segredos, paixões, amores, etc. Cada um desses sentimentos e recordações ficam em salas e são representados de formas diferentes. Os magos tentam invadir esses castelos e controlar, ou mudar, o que a pessoa pensa ou sente. Inclusive, pode até matá-la. Cada mago tenta manter seu próprio castelo protegido desses ataques, mas nem sempre é forte o suficiente.

Existem mais algumas particularidades, como o tempo. Em Heelum, ele é um pouco diferente daquele que conhecemos.

“A palavra rosano vinha da língua antiga, a na-u-min. Roun, o nome em na-u-mim para o sol, juntava-se À palavra sana, de tempo. Um rosano se passava ao final do ciclo das quatro estações – cada uma com cinquenta e quatro dias: inasi-u-sana, a mais fria, na qual estavam já quase pela metade; kerlz-u-sana, a seguinte, mais bela e primorosa; torn-u-sana, a mais quente, e gargsek-u-sana, a cinzenta.”

Em Heelum o único lugar onde existe a cor branca é nos Arcos Brancos, localizado na capital, a Cidade Arcaica, que foi palco, no passado, de uma grande batalha entre os homens e magos. As nuvens são amarelas, os olhos das pessoas são pretos e azuis, os dentes amarelos, enfim, cada coisa que conhecemos no nosso mundo que é branca, em Heelum tem outra cor.

Tudo isso, o autor apresenta logo no início, o que ajuda a perder um pouco da confusão inicial. Então, somos inseridos em cinco histórias diferentes:

- Lamar, uma mago aprendiz, e seu algoz, Tornero, que por algum motivo quer destruí-lo e transformar a sua vida em um inferno;

- Leo, Leila, Fjor e Beneditt, quatro jovens que formam uma banda de rock, e que são convencidos a aceitar o contrato de um agente musical com planos misteriosos;

- Tadeu e Amanda, dois jovens apaixonados, mas cujo namoro é proibido pelos pais, porque eles fazem parte de grupos rivais de magia;

- Desmond, um mago sedento de poder, que faz qualquer coisa para atingir seus objetivos;

- Kan, um mago que é envolvido em crimes e politicagem, e Dalki, o policial que o persegue;

- Jen e Richard, uma estudante e um guia em busca da comprovação de uma tese sobre monstros.

Cada uma dessas histórias é contada em capítulos alternados, entretanto não ocorrem em paralelo, uma vez que a passagem de tempo é diferente de uma para a outra e os personagens nunca se encontram ou compartilham acontecimentos.

Posso dizer que as histórias de Tadeu e Amanda, e da banda de rock, foram as que mais gostei. Inclusive, a ideia de Tadeu, para fazer com que Amanda não sofresse mais pelo romance dos dois, é muito bem empregada dentro do contexto.

Infelizmente, nenhuma das cinco histórias é concluída, e a de Jen e Richard nem sequer começa direito. O leitor fica sem saber o que acontece, pelo menos até o segundo volume sair.

Apesar disso, e da narrativa e dos diálogos serem um pouco confusos, gostei da criatividade do autor e da potencialidade da obra após ser concluída. Espero que a continuação chegue logo. ;>)


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Tesão - Tico Santa Cruz


Sinopse: Esqueça a ordem poética da sedução neste livro de Tico Santa Cruz, vocalista do Detonautas Roque Clube. Porque os contos e poemas eróticos de Tesão conduzem o leitor a um mundo sem limites, sem preconceitos. A uma atmosfera enigmática que instiga a imaginação e desperta o desejo por uma aventura que entorpece o corpo. Carne, sexo, violência e força – o encontro de dois animais num confronto vital pela continuação da existência. O primitivo, o condenável, o que os outros não têm coragem de levar adiante por medo do pecado e do julgamento divino. Um prazer que assassinou a culpa, depois cuspiu o sangue no chão. (Skoob)

CRUZ, Tico Santa. Tesão. Belas-Letras: 2013. 128 p. 


Muito provavelmente vocês não sabem, mas eu sou apaixonada pelo Tico Santa Cruz. Adoro as músicas deles e, devido a isso, não podia deixar de ler os seus livros. "Tesão" é seu segundo lançamento e me surpreendeu tanto quanto "Clube da Insônia", que é o seu primeiro livro. 

O livro é composto por uma série de de poemas e contos e, como o próprio nome já indica, são de conteúdo altamente erótico. Justamente por esse "pequeno" detalhe, resolvi não colocar trechos nessa resenha (e porque eu morro de vergonha, sério), mas você pode ler alguns clicando aqui, se a curiosidade for muita. A linguagem usada pelo autor é bastante popular e até um pouco ousada, e tem o intuito de mostrar como o instinto do ser humano, principalmente o do sexo masculino, pode ser colocado a prova em momentos de forte desejo. 

Achei interessante a abordagem do Tico Santo Cruz sobre o sexo. No livro, ele é retratado como uma coisa pela qual não devamos ter vergonha. Com o mínimo de pudor possível, os textos mostram que, nessa hora, o que deve comandar é somente o desejo. Mesmo sem amor, conhecendo ou não pessoa, independentemente do lugar, a única coisa que importa é o prazer. 

Além disso, o livro tem mais um diferencial: é narrado pelo ponto de vista masculino, ou seja, é totalmente verdadeiro. Ficamos sabendo de tudo o que os homens pensam e tem uma atmosfera de de liberdade incrível, que é uma das características do homem. Outra coisa que me chamou atenção foram as referências do próprio Tico. Em diversos momentos da leitura nos deparamos com os seus próprios desejos, e achei isso super corajoso da parte dele, se expor assim. 

É claro que eu não podia deixar de comentar um pouco sobre a edição super caprichada da Editora Belas-Letras. A diagramação está incrível, com várias ilustrações do Carlinhos Muller que dão um toque a mais na leitura. Como sempre, a editora está de parabéns. Sou completamente apaixonada pelo cuidado e carinho que a Belas-Letras tem com os leitores. 

A leitura é bem rápida, li o livro em menos de quatro horas. Por favor gente, eu não sou uma tarada sexual ou algo do tipo, não me julguem mal (huaheaueahueaheuahe), mas a dica é que vocês não o leiam em público. Todo mundo ficou olhando para mim como se eu fosse uma ninfomaníaca (não sou, obrigada u.u). Porém, é uma leitura super agradável, divertida e instigante. 

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Novidades #83: Editora Intrínseca

http://www.intrinseca.com.br/blogdasseries/2014/10/bebelaporai/

Isabela Freitas e a Editora Intrínseca têm viajado todo o Brasil para realizar a turnê do livro Não se Apega, Não. Alguns eventos já foram realizados, mas em algumas cidades a visita ainda acontecerá. Quem puder, vai lá conferir.

Aqui em Florianópolis, a visita acontece nesta sexta-feira *-* Ainda não tenho certeza se poderei ir, mas vou tentar muito!

~~*~~*~~

A Editora Intrínseca também tem ótimos lançamentos preparados para este mês de outubro. São vários títulos:


Até então inédito no Brasil, chega às livrarias O Dragão Renascido, terceiro livro da épica série de fantasia A Roda do Tempo, de Robert Jordan. Dizem as profecias que o lendário guerreiro conhecido como Dragão renascerá para derrotar de uma vez por todas o Tenebroso, poderosíssimo ente maligno. Rand Al’Thor decide que chegou a hora de seguir seu caminho e descobrir se ele é realmente o Dragão Renascido. Para tanto, ele vai à cidade de Tear, para testar uma das Profecias do Dragão: caso ele consiga empunhar Callandor, a Espada Que Não Pode Ser Tocada, ele terá provas de que é a reencarnação de Lews Therin Telamon. Seguindo os eventos de A grande caçada, Egwene e Nynaeve levam Mat para Tar Valon, onde ele precisa ser Curado, mas a presença de feiticeiras infiltradas que servem às forças do Tenebroso põe todos em perigo. Enquanto isso, Perrin e Moiraine partem para Tear, em busca de Rand, na esperança de que ele aceite orientação da feiticeira.

Doze mil anos atrás, seres poderosos desceram do céu entre fumaça e fogo e criaram a humanidade, deixando-nos regras segundo as quais viver. Precisavam de ouro, e, para extraí-lo, instalaram aqui as doze linhagens que deram origem às nossas antigas civilizações. Quando conseguiram o que queriam, foram embora. Mas avisaram que um dia retornariam e que, quando isso acontecesse, seria para o Jogo. O Jogo que determinaria nosso futuro. Os Jogadores terão que achar três chaves espalhadas pelo planeta. Quem achá-las primeiro ganha. Endgame: O Chamado acompanha a busca dos doze Jogadores pela primeira chave.



O Amor, essa entidade mítica, obstinada e perfeccionista, desempenha o papel de narrador na história real do casal Caio e Maria Augusta, pais da autora Adriana Falcão. Com linguagem poética e ao mesmo tempo bem-humorada, Adriana revela para seus leitores aquilo que poderia ser descrito como uma história trágica protagonizada por dois personagens atormentados por seus demônios. Apaixonados, Caio e Maria Augusta se casam no Rio de Janeiro da década de 1950 e têm três filhas. Todo o sentimento que eles compartilham não impede que a personalidade exuberante de Maria Augusta se torne mais obsessiva e asfixiante com o passar do tempo, apesar dos medicamentos e dos tratamentos psiquiátricos a que é submetida. Caio, por sua vez, aprofunda uma melancolia que existia nele desde a adolescência, e que culmina nos anos 1970 em tentativas de suicídio. Mais do que uma história com final dramático, trata-se de memórias afetivas que alternam momentos de intensa felicidade e outros tantos de dor.



http://www.intrinseca.com.br/blog/2014/09/estante-intrinseca-lancamentos-de-outubro-3/

Quem quiser conferir as sinopses dos demais livros, basta clicar na imagem acima.


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Trash - Andy Mulligan

Sinopse: Não por acaso, Raphael, Gardo e Rato são adolescentes que vivem e trabalham no lixão de Behala, situado em um país de terceiro mundo não nomeado, mas que poderia ser qualquer um da América Latina. A ocupação deles é revirar o lixo em busca de plástico e papel, de onde tiram o sustento da família. Dia após dia, sabem exatamente o que encontrarão: barro e mais barro. Ainda assim, sempre esperam por algo surpreendente, que altere essa difícil realidade. Até que eles enfim têm um dia de sorte – mas o bilhete premiado se mostra muito mais perigoso do que parecia. O segredo está em uma bolsa encontrada em meio ao lixo, contendo um documento, algum dinheiro e uma chave dourada que pode abrir todas as portas da miséria que os enclausura – ou fechá-las para sempre. (Skoob)

MULLIGAN, Andy. Trash. Cosac Naify, 2013. 226 p.

Oi! Aqui é o Carlos!

Queria contar que conheci três garotos incríveis: o Raphael; o Gardo, e o Rato (o nome dele é Jun-Jun, mas todos o conhecem pelo apelido, mesmo). Eles moram em um depósito de lixo chamado Behala, nas Filipinas. Sobrevivem vendendo aquilo que encontram. Sim, sobrevivem, porque não posso dizer que seja vida o que eles levam. Andam descalços para sentir o tipo de lixo que pisam. Assim sabem se é valioso o suficiente para justificar seu recolhimento.

Eles são muito leais, verdadeiros amigos. O Raphael tem 14 anos, é inteligente, sensível, amoroso. Tem um sorriso encantador.

O Gardo também tem 14 anos, é um pouco mais alto e forte, tem o cabelo raspado e é o protetor da turma, sempre disposto a enfrentar os perigos.

E o Rato, de 11 anos, é muito magro, cheio de segredos e planos, mas sempre encontra uma saída para os piores problemas.

Eles são incríveis! É muito fácil gostar deles.

Também conheci o padre Juilliard, o responsável pela Escola Missionária Pascal Aguila, que é feita de containers abandonados por navios e fica ao lado do lixão; e a irmã Olivia, uma inglesa que até quis adotar o Rato, mas o padre Juilliard não deixou.

E como conheci eles? Bem, um dia ouvi falar da história de três garotos que não tinham nada, a não ser seus ideais. E através deles, depuseram um importante político.

Fiquei curioso para saber como e fui atrás deles.

A polícia também. Ela queria fazê-los desaparecer.

Descobri que os três encontraram uma carteira com uma chave. A chave levou a uma carta. A carta a um código secreto. O código a um prisioneiro. O prisioneiro a uma bíblia. A bíblia a uma fortuna em dinheiro. O dinheiro... nossa, vocês não têm ideia do que aconteceu.

Mas como isso é possível, você se pergunta. Um certo Andy Mulligan lançou um livro com o depoimento dos três, do padre e da Olivia. Procure esse livro e conheça uma história de determinação, coragem, lealdade e honestidade.

Quanto a mim, depois de os conhecer e acompanhar sua aventura, fiquei triste por deixá-los. Mas a vida deles era outra, bem diferente da minha. Felizmente, não mais no lixão. E eles encontraram uma menina. Quem?

No fim, queria saber mais sobre eles, mas a única notícia que chegou até mim, é que... bem... vou deixar você mesmo descobrir.

Ah, também fiquei sabendo que a história deles rendeu um filme dirigido por um cara conhecido, o Stephen Daldry. Só que passado aqui no Brasil, o que não torna o lixão assim tão diferente. E nem os três garotos.


Mudaram algumas coisas para adaptar, mas poucas. Deram um rosto à polícia, o Selton Mello. Também tem o Wagner Moura como o autor da carta que eles encontraram no lixão. O padre Juilliard é o Martin Sheen, e a irmã Olivia é a Rooney Mara.

Não resisti e vi esse filme.


O Gardo e o Rato até ficaram parecidos. O Raphael ficou com o cabelo menos liso, mas O.K., valeu assim mesmo. De resto, eram eles. Os mesmos sorrisos, os mesmos olhares. Os três garotos do lixão de Behala, ou do Rio de Janeiro, ou de Belo Horizonte, ou de São Paulo, ou de qualquer outro lixão que transforma a vida em uma luta e onde o amanhã só é visto por um dia, uma vez que não se sabe se estará vivo quando amanhecer.


Saí do cinema com um sorriso no rosto e uma lágrima de saudades.

“Aprendi mais do que seria possível aprender em qualquer faculdade. Aprendi que o mundo gira em torno de dinheiro. Há valores, virtudes e morais; há relacionamentos, confiança e amor - tudo isso importa. No entanto, o dinheiro é mais importante, e pinga o tempo todo, como se fosse água. Alguns bebem muito dessa água; outros passam sede. Sem dinheiro, você encolhe e morre. A falta de dinheiro cria um deserto onde nada cresce. Ninguém sabe o valor da água até morar em um lugar árido e seco - como Behala. Tantas pessoas moram lá, esperando a chuva chegar.”


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Enquanto a Chuva Caía - Christine M.


Sinopse: Erik não procura mais a garota dos seus sonhos. Vive em busca de adrenalina e de uma razão para continuar cumprindo tarefas obscuras. Ele sabe que é muito bom no que faz e não vê nada que possa ser melhor do que os seus dias repletos de perigo. O que Erik não esperava é que sua paixão por correr riscos seria a sua ruína. Ameaçado, ele precisa fugir para o exterior e viver disfarçado de cidadão comum, trabalhando como advogado em uma grande empresa. Marina comanda o império da família depois de seu pai ter sucumbido ao mal de Alzheimer. Precisa suportar ver os pais tombarem diante da ação implacável do tempo, enquanto ainda carrega a ferida provocada pela morte do jovem marido. Com o comando das empresas nas mãos, ela percebe que nem todas as atividades da corporação obedecem aos manuais de boa conduta. Quando ambos se encontram, presente e passado se misturam, dando início a um mistério arrebatador que os atrai a uma paixão incontrolável. No entanto, os segredos, cedo ou tarde, virão à tona e os colocarão em lados opostos da balança. Nenhum dos dois é inocente, mas será que eles aceitarão as verdades que tanto se empenham em esconder? É possível construir um futuro mesmo depois de descobrir que nesta história não há mocinha nem herói? (Skoob)

CHRISTINE M. Enquanto a Chuva Caía. Novo Conceito: 2014. 288 p.


Tenho visto os livros de Christine M. serem comentados há anos nos blogs literários. A oportunidade de finalmente conhecer a obra da autora só surgiu agora, com Enquanto a Chuva Caía, publicado pela Editora Novo Conceito e remetido para resenha no blog. Esse primeiro contato não poderia ter sido melhor.

Com capítulos subdivididos em várias partes, em pontos de vista dos protagonistas, Marina e Erik, intercalados, sempre em primeira pessoa, o livro tem a construção perfeita para o desenvolvimento da história. Além de possibilitar conhecer a personalidade dos dois personagens, junto aos seus medos e desejos, essa formatação deu mais dinâmica ao enredo, por permitir saber o que acontecia com cada um deles, as mudanças ocorridas, ao mesmo tempo em que se percebia que eles não estavam contando tudo, havia mais não dito por eles.

Marina não pode ser exatamente definida como uma mocinha. Suas atitudes demonstravam uma garota independente, inteligente e ousada. Também, ela tinha lados obscuros e muitos problemas e crises. No entanto, esse lado problemático não a tornaram uma pessoa lamuriosa ou irritante. Erik, por sua vez, era abusado, convencido e perigoso, mas tinha seu charme e, com Marina, seu melhor lado veio à tona. 

"Todo mundo é resultado de um acúmulo de vida, de promessas e expectativas não cumpridas. Cada um de nós é a soma dos dias vividos e também daqueles que nunca vieram, e normalmente é difícil saber o que pesa mais. No meu caso, reconheço que perdi a fé e que é impossível amar sem se permitir acreditar. Eu adoraria estar diferente, mas o fato é q cansei de colocar a vida no modo espera, sobretudo à espera de alguém." (p. 255)

Na construção dos personagens, Christine conseguiu mesclar características humanas, simples e complexas, e fugiu das descrições engessadas, o que deu materialidade aos protagonistas. O melhor aspecto disso é que, ao perceber os erros dos personagens, e por conhecê-los mais intensamente, não conseguimos julgá-los.

Os mistérios do enredo ajudam a prender e dar o impulso necessário para atiçar a curiosidade, mas são tratados com bastante superficialidade. Não criarei juízos de valor quanto a isso, porque foi indiferente para mim, mas o fato é que não se pode esperar, neste caso, muita complexidade ou um enredo policial intrincado, pois não é o objetivo. 

Talvez a felicidade não seja só aquela parte deliciosa da paixão, a descoberta do outro e as alegrias do namoro. Talvez ser feliz seja somente confiar que a tristeza não será eterna, que dias bons e ruins se alternarão e que em todos eles vai existir quem te faça companhia 

Outro tema comentado superficialmente na obra é a polêmica violência doméstica. Comentar assuntos tão delicados assim é importante, até porque alguns leitores podem tomar consciência de situações semelhantes que antes não dariam a relevância devida. Talvez pudesse ter sido um tema mais desenvolvido e debatido no texto, mas o foco não era esse, e o que foi citado já traz aqueles conceitos à reflexão dos leitores.

A narrativa da autora é bem construída, há um toque melancólico em sua escrita que encerra um peso a mais na leitura. Há uma musicalidade que torna a leitura mais fluida, e passa sem que se perceba. Foram vários os quotes marcados em todo o livro. A leitura de Quando a Chuva Caía é rápida, fácil e gostosa, o casal principal conquista e mesmo os pontos que poderiam ter sido melhor desenvolvidos se tornam secundários e não atrapalham a história. Leria outro livro da autora sem pestanejar. 





 

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Novidades #82: Autores Parceiros


Galerinha, hoje estou com novidades ótimas para divulgar dos autores parceiros do blog, então fiquem atentos a aproveitem:

1) Josy Stoque

A autora Josy Stoque, que em 2013 assumiu sua carreira independente, está cheia de novidades para este mês. 

O livro Filho da Terra (capa abaixo), antes publicado por uma editora, ganhou nova capa e narrativa editada e será republicado em nova versão impressa pela Amazon. E, ainda este mês, no dia 29, será publicado em e-book o volume 2.5 da saga Os Qu4tro Elementos, Prometida, também pela Amazon. Para mais informações sobre as obras, basta clicar sobre as capas:

 http://www.amazon.com//dp/1499622872http://www.josystoque.com.br/p/prometida.html

E mais: o livro Puro Êxtase a 2, segundo volume da série Puro Êxtase, está com um MEGA desconto, mas apenas hoje, na Amazon. Confira:

www.amazon.com.br/dp/B00LTDZXR2


2) Janice Diniz

Sempre que posso, falo aqui no blog sobre o trabalho da autora diva Janice Diniz, mas devo admitir que estou em dívida. Desde a série Matarana, a autora já publicou dois e-books sem que eu tenha feito divulgação aqui.

Para me redimir, vou aproveitar que hoje é a data oficial de lançamento de mais um de seus e-books, Sexo com Amor, e aproveitar para divulgar também Apaixonadamente Teu e Profundo Amor. Aproveitem, que o lançamento está com um precinho especial hoje. Para informações, basta clicar nas capas:

http://www.amazon.com.br/Sexo-com-Amor-Janice-Diniz-ebook/dp/B00OI0AR1U/ref=sr_1_6?ie=UTF8&qid=1413375252&sr=8-6&keywords=janice+diniz

http://www.amazon.com.br/Profundo-Amor-Janice-Diniz-ebook/dp/B00LB9CVQA/ref=sr_1_5?ie=UTF8&qid=1413375252&sr=8-5&keywords=janice+dinizhttp://www.amazon.com.br/Apaixonadamente-Teu-Janice-Diniz-ebook/dp/B00NG7ITFW/ref=sr_1_1?ie=UTF8&qid=1413375252&sr=8-1&keywords=janice+diniz


3) Peterson Silva

Há alguns dias o autor Peterson Silva entrou em contato com o Conjunto da Obra para divulgação de seu livro. A proposta da obra é ótima, cheia de aventura e fantasia, e em breve haverá resenha por aqui:


Na série Controlados, a magia está em todo lugar. Os magos podem alterar os seus sentimentos, os seus pensamentos ou comandar as suas atitudes.
Não se pode confiar em ninguém.
No primeiro volume da série, A Aliança dos Castelos Ocultos, Heelum está cada vez mais próxima de uma verdadeira e perigosa transformação com a ascenção de grupos contrários à dominação dos magos. Mas estes não estão dispostos a ver a derrocada de seu império tácito, e um grande poder aproxima-se da liderança dos magos, clamando pela união de um mundo fragmentado.
A Aliança dos Castelos Ocultos introduz o leitor a um mundo diferente, mas ao mundo em que vivemos: repleto de poderes invisíveis e da busca onipresente por justiça, liberdade e felicidade.
O livro está disponível para leitura no site www.seriecontrolados.com.br – onde você pode também fazer download em PDF ou ePub, tudo gratuitamente!

Site do autor: http://www.petercast.net


E então, de quais novidades vocês gostaram mais?

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Lola e o Garoto da Casa ao Lado - Stephanie Perkins

Sinopse: A designer-revelação Lola Nolan não acredita em moda… ela acredita em trajes. Quanto mais expressiva for a roupa - mais brilhante, mais divertida, mais selvagem - melhor. Mas apesar de o estilo de Lola ser ultrajante, ela é uma filha e amiga dedicada com grandes planos para o futuro. E tudo está muito perfeito (até mesmo com seu namorado roqueiro gostoso) até os gêmeos Bell, Calliope e Cricket, voltarem ao seu bairro. Quando Cricket - um inventor habilidoso - sai da sombra de sua irmã gêmea e volta para a vida de Lola, ela finalmente precisa conciliar uma vida de sentimentos pelo garoto da porta ao lado. (Skoob)
PERKINS, Stephanie. Lola e o Garoto da Casa ao Lado. Novo Conceito: 2012. 288 p.


Semana passada fiz a resenha de um livro direcionado para garotos. Aí fiquei meio que me sentindo culpado, uma vez que a audiência de blogs literários é majoritariamente feminina. Por isso, decidi falar sobre um livro direcionado para o público feminino. Mas qual? Naveguei por alguns blogs e acabei esbarrando em dois: Lola e o Garoto da Casa ao Lado, de Stephanie Perkins, e Amor em Jogo, de Simone Elkeles. Li os dois e acabei escolhendo o primeiro, porque ele se conecta de uma forma curiosa com o A Garota Que Eu Quero da semana passada, e que você pode ler clicando aqui.

Então... antes de começar, queria fazer uma brincadeira e pedir a ajuda de vocês para desvendar quatro enigmas que revi em Lola e o Garoto da Casa ao Lado:

1) O livro começa com Lola andando com sapatilhas de balé. Ela tudo bem, porque sua roupa é diferente de propósito. Mas já vi algumas garotas nos Shoppings de minha cidade usando sapatilhas de balé, com a ponta dura e quadrada, e vestindo roupas normais, como jeans e camiseta. Estranho demais...

2) Por que teimam em colocar adolescentes de 17 anos com cara de 25 nas capas dos Livros?

3) Qual a fixação em todo o triangulo amoroso ter um bad boy e um good guy? Mesmo a garota sabendo que o bad boy vai traí-la ou machucá-la, e o good guy vai ser seu amor verdadeiro?

4) Por que nós, homens, temos que dar o primeiro passo para paquerar uma garota?

Se puderem me explicar nos comentários... sem me xingar muito... :>/

Eu nunca havia lido nenhum livro de Stephanie Perkins, por isso não sabia bem o que esperar da narrativa. Mas fiquei surpreso logo no início, quando a autora descreve a cena em que Lola está dançando no quarto, de olhos fechados, ao som de uma música da banda de Max, seu namorado, e Cricket, sua antiga paixão que a abandonou dois anos atrás sem qualquer explicação, invade o quarto e fica de frente para ela. Foi uma forma criativa e emocionante de formar o triangulo amoroso.

Outro ponto que me surpreendeu foi como as roupas de Lola fazem parte da história. É um complemento do personagem, uma forma de demonstrar a personalidade e a mudança de humor de Lola. Ela usa as cores, os adereços, os sapatos, enfim, tudo o que veste como forma de confrontar a vida, os desafetos, os afetos, a mãe, os pais... é seu grito que avisa a quem ela é e o que está sentindo. Maneiro!

Por fim, a última surpresa foi o fato de como este livro completa A Garota Que Eu Quero, ou vice-versa. Em vários momentos reconheci Cameron em Cricket, e Octavia em Lola. Mas vou falar disso mais pra frente.

Vamos à resenha... que contém leve spoilers, mas, para que eu coloque minha opinião sobre a história, não tem como fugir deles. De qualquer forma, são poucos, pequenos, nenhum estraga a leitura e recomendo, MUITO, que leia o livro mesmo assim.

Formado o triangulo amoroso, é interessante acompanhar o confronto interno de Lola para rejeitar e se convencer de que não sente o que sente por Cricket. A mágoa por ter sido abandonada, sem explicação, por seu primeiro amor só não é maior do que o sentimento que pensou ter afogado no tempo. E quando, acidentalmente, ela coloca Max e Cricket frente a frente, sem este último saber que ela estava namorando, é compreensível o gosto de vingança que Lola sente momentaneamente, e logo depois a descoberta que essa mesma vingança não representa nada e nem a consola.

“Max coloca um braço em volta de meus ombros. É provável que o gesto pareça casual a Cricket, mas os músculos de Max estão tensos. Ele está com ciúmes. O pensamento deveria me deixar feliz, mas só tenho olhos para o constrangimento de Cricket. Gostaria de não estar nem aí para o que ele pensa. Isso quer dizer que estamos quites? Essa é a sensação de estar quite? (...) Eu não quero olhar para trás, mas não consigo evitar. Ele está me olhando. Olhando através de mim. Pela primeira vez na vida, Cricket Bell parece pequeno. Ele está desaparecendo bem diante de meus olhos.”

Lola é filha adotiva de Nathan e Andy, porque a mãe biológica dela, Norah, era uma moradora de rua até alguns anos atrás e vivia bêbada ou drogada. Exatamente por serem dois homens (mesmo que homossexuais), eles não aprovam o namoro de Lola com Max, porque este tem 22 anos, 5 anos mais velho do que Lola. E Nathan e Andy sabem perfeitamente como homens se comportam quando estão com meninas lindas como a filha deles. Ainda mais ele tendo uma banda e tocando em bares noturnos.

Uma pausa. Abre parêntese:

Qual o problema da idade de Max? Lola tem 17 anos. Max, 22 anos. É tão difícil assim esperar um ano? A forma como o relacionamento dos dois é tratado por todos, parece que a diferença é gigante e vai ser gigante para sempre. Não é verdade. Cinco anos pode ter algum significado se ela tivesse 14 e ele 19. Mas depois dos 20, 20 ou 25 dá no mesmo.

Fecha parêntese. Continuando...

Lola também precisa lidar com Calliope, a irmã possessiva de Cricket. Ela não gosta de repartir o irmão com ninguém, ainda mais com alguém que ela sabe que poderá ferir o coração dele, como realmente acontece e como Lola reconhece lá para o fim do livro. No início achei Calliope extremamente chata, mas aos poucos fui compreendendo seus motivos e até concordando com algumas de suas atitudes.

Temos outros personagens, como Lindsey, a melhor amiga de Lola, e Anna e seu namorado Étienne St. Clair. Estes dois últimos são personagens de outro livro da autora, que eu não li, mas que fiquei sabendo tratar-se de um romance bem parecido.

Todos eles são interessantes, carismáticos e tem sua importância no desenrolar dos acontecimentos, mas eu quero mesmo me debruçar sobre o trio central.

Então, deixa eu começar por Max. Lola não merece o Max. Ela usa o cara como um troféu que pode exibir, uma massagem no ego, e idealiza uma relação com ele que ela mesma não acredita e não quer.

“É constrangedor admitir, mas, sempre que Max e eu saímos juntos, eu quero prolongar mais o passeio, estender mais a caminhada, falar mais alto, só para que mais pessoas nos vejam juntos. Quero topar com todos os colegas de classe que sempre implicaram comigo por usar sapatos de elfo e bico fino ou mocassins de contas, porque sei que eles darão uma olhada em Max e suas sobrancelhas escuras, braços tatuados e jeitão de mau e saberão de cara que eu estou fazendo alguma coisa certa. Em geral, quase não me aguento de tanto orgulho.”

Ele é a fantasia de que ela será famosa, que terá uma vida glamorosa do seu jeito, como se junto com Max pudesse ser uma boneca admirada e invejada.

“Penso nas doces canções que ele compôs, as que ele toca em seu apartamento, as que são só para meus ouvidos. Penso em nosso futuro, quando eu não for mais atada a meus pais. Figurinos de dia, clubes de rock à noite. Nós dois seremos um sucesso e deveremos isso um ao outro. Nosso amor deveria fazer de nós um sucesso. Max beija meu pescoço. Meu queixo. Meus lábios. Seus beijos são ávidos e possessivos. Max é o cara. A gente se ama, então, ele tem que ser o cara. (..) No entanto o gosto em meus lábios é de medo. O gosto de mais uma mentira.”

Quando ela pensa no que Max sente, é apenas quando tenta esconder o que ela própria sente por Cricket. Responde aos questionamentos dele com mentiras, atuando como se fosse absurdo o ciúme dele, quando ele tem toda a razão para tê-lo, e ainda se finge de indignada pelos questionamentos. Lola não mente apenas para Max. Ela insiste em mentir para ela mesma ao dizer que só deseja ser amiga de Cricket. Ela arruma desculpas para essas mentiras acusando Max de ser ciumento, mesmo sendo ela a culpada desse ciúme. Ela sabe que está errada, sabe que está arrastando a paixão de Max, mas mesmo assim deixa. E sim, é uma paixão, porque ela nunca o amou. Amar está bem longe do que ela faz com ele. E é justo quando ele retorna de uma viagem, depois de uma briga com Lola, e deixa claro que ela nunca foi uma mulher de verdade e sim uma garotinha que não se conhece e que o traiu.

“— Onde esteve no último mês? Eu liguei. Queria falar com você. 
— Estava com uma pessoa. 
— Onde? 
— Santa Mônica. — Há algo no modo como ele diz isso. Como se quisesse que eu perguntasse. 
— Uma... garota? 
— Uma mulher. E eu dormi com ela. 
Max bate a porta.”

Compreendo quando uma garota se sente dividida entre dois caras, mas é errado quando ela sabe a resposta e teima em brincar com os dois por capricho. Ela quer Max por ele ser popular, bonito, descolado, o cara que todos invejam, mesmo ele não gostando de seus pais, de seus amigos e até da forma como ela se veste, mas isso é o que ele é, e ela sabe disso desde o dia em que o conheceu. E Lola também quer Cricket, por ser seu amor, o cara que a faz ser quem realmente é, em quem pode confiar, de quem todos gostam, por acreditar e saber que será seu para sempre. Mas ela precisa abrir mão de um deles e não quer.

Por quê? Porque é mimada e egoísta.

Cricket? Lola não merece Cricket! Tudo bem, ele nunca teve atitude de assumir o que sentia por ela. E quando conseguiu reunir coragem suficiente, foi embora sem dar explicações e deixou Lola sofrendo por não terem tido uma chance de demonstrarem o quanto um realmente gostava do outro. Dois anos se passaram, Lola tocou a vida, encontrou Max e aí Cricket volta e com ele todos os sentimentos que ela nunca conseguiu perder por ele. Desde a primeira vez que o revê, ela mente para si mesma dizendo que só quer ser sua amiga, mas não consegue evitar de dar um passo atrás do outro para ficarem juntos. Só que ela não larga Max. Mesmo sabendo o quanto Cricket sofre quando vê os dois juntos, ela não faz nenhum esforço para minimizar a situação. Ela até se deixa ser beijada na frente dele.

“Estava tão desconcertada que esqueci que Max estaria ali a qualquer momento. Quero empurrar Cricket para trás daquele Hell’s Angel de novo, e parece que ele também não se importaria em desaparecer. Max anda furtivamente pela multidão como um lobo à espreita. Ergo a mão em um aceno sem força. Ele retribui com um aceno de cabeça, mas é para Cricket que olha fixamente. Max me puxa para seus braços tatuados. 
(...) 
— Vou levar umas coisas para a van. — Ele me beija, depressa no começo, mas daí algo o faz mudar de ideia. Vai mais devagar. E realmente me dá aquele beijo. — Mando uma mensagem de texto quando terminar. — E ele se retira sem se despedir de mais ninguém. 
Fico mortificada.”

Deixa falar uma coisa: deve ser muito doloroso ver quem você ama ser beijada(o) por outra pessoa :'(

Não sei tudo sobre amor, mas sei que nunca poderia deixar a pessoa que amo sofrer de ciúme pelo que eu faço, ainda mais sabendo que ela também me ama. E ainda a ficar provocando sem terminar com o namorado, como ela faz com Cricket.

“Ao terminar, ergo os olhos para dar com os seus. Ele retribui o olhar. A Lua se move no céu. Os raios deitam seu brilho nos cílios de Cricket e me ocorre mais uma vez que estou sozinha, no escuro, com um garoto que uma vez partiu meu coração. Que me beijaria, se eu não tivesse namorado. Que eu beijaria, se eu não tivesse namorado. Que eu quero beijar mesmo assim. Mordo o lábio inferior. Ele está hipnotizado. Inclino-me para a frente, fazendo as curvas de meu corpo penetrarem a sombra esguia das suas. O ar entre nós é quente, dolorosamente quente. Ele resvala os olhos em minha blusa. Está muito, muito próxima de sua linha de visão. Entreabro os lábios. E então ele se levanta cambaleante.”

Cricket é um Cameron (personagem de A Garota Que Eu Queria), mais velho e bem vestido. Os dois são parecidos demais. Inseguros, apaixonados, prontos para suportar qualquer coisa pela garota que amam, mesmo que seja vê-la aos beijos com outro cara. Eles são sobreviventes, acostumados com a dor e com a solidão do que acham que não podem ter por não serem bons o suficiente, quando, na verdade, eles são os melhores, são tudo que qualquer garota poderia querer.

“— Porque eu não sou descolado. 
Não acredito! Cricket não é descolado do mesmo jeito que Max, mas ele é a pessoa mais interessante que conheço. Ele é amável, inteligente e atraente. E ele se veste bem. Cricket realmente se veste bem. 
— Como pode achar isso? 
— Qual é? Ele (Max) é aquele deus do rock, sexy e tal, e eu sou o garoto da casa ao lado. Um geek de ciência besta que passou a vida à margem dos rinques de patinação. Com a irmã. 
— Você não é... você não é um geek, Cricket. E, mesmo se fosse, o que tem de errado nisso? E desde quando ciência é besta? ”

Ao fim do livro não sei o que pensar de Lola, nem da escolha que ela faz com relação a Max e Cricket. Ela é aquela garota mimada que não é má de coração, apenas não sabe que decisões tomar e nem como consertar as coisas de errado que fez com os dois caras de sua vida. Mas ela amadurece, reconhece seus erros e tenta consertar a maioria. Não é um consolo, porque dor de coração não se cura de maneira fácil.

Uma última comparação com A Garota Que Eu Queria, está no fato de Lola idealizar Max da mesma forma que Octavia idealizava Rube. Uma tração física que não poderia resultar em nada duradouro, mesmo Lola/Octavia não conseguindo enxergar, ou conseguindo, mas recusando acreditar.

“E daí, na semana passada, em meu aniversário de 17 anos, perdi a virgindade no apartamento dele (Max). Meus pais acham que fomos ao zoológico. A partir de então, dormimos juntos mais uma vez. E eu não sou idiota sobre essas coisas; não tenho ilusões românticas. Li o suficiente para saber que demora um pouco até que as garotas comecem a curtir. Mas espero que isso não demore tanto. O beijo é fantástico, então tenho certeza de que vai acontecer.”

Interessante que a autora deixa subtendido que o prazer verdadeiro do sexo está atrelado ao amor verdadeiro e não à paixão ou desejo. Lola sente isso na relação com Max, mas não reconhece com medo de perdê-lo. Nesse trecho, é muito fácil trocar Max por Rube, o irmão de Cameron do livro da resenha da semana passada, e Lola por Octavia.

“Ele (Max) era meu futuro. E agora ele não é nada. Ele foi o primeiro, o que significa que nunca serei capaz de esquecê-lo; já eu desaparecerei de sua memória. E breve, serei apenas mais uma na sua lista.”

Lola e o Garoto da Casa ao Lado não é apenas sobre um triangulo amoroso, mas também sobre segundas chances: é a segunda chance de Norah, a mãe de Lola, se aproximar da filha; a segunda chance de Nathan e Andy incluírem Norah na família; a segunda chance de Calliope reconhecer o quanto rouba da vida do irmão e retomar a amizade de Lola; a segunda chance de Cricket para desfazer o mal-entendido de dois anos atrás e reconquistar a garota que ama; a segunda chance de Lola ser feliz ao lado do garoto que ocupa seu coração desde pequena.

E não é sempre que a vida nos dá uma segunda chance. Na verdade, talvez aconteça apenas nos livros... por isso é tão bom ler.

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A Mulher do Viajante no Tempo - Audrey Niffenegger


Sinopse: Henry sofre de um distúrbio genético raro. De tempos em tempos, seu relógio biológico dá uma guinada para frente ou para trás, e ele se vê viajando no tempo, levado a momentos emocionalmente importantes de sua vida tanto no passado quanto no futuro. Causados por acontecimentos estressantes, os deslocamentos são imprevisíveis e Henry é incapaz de controlá-los. A cada viagem, ele tem uma idade diferente e precisa se readaptar mais uma vez à própria vida. E Clare, para quem o tempo passa normalmente, tem de aprender a conviver com a ausência de Henry e com o caráter inusitado de sua relação. (Skoob)
NIFFENEGGER, Audrey. A Mulher do Viajante no Tempo. Suma de Letras: 2009. 456 p.


A primeira coisa que me deixou interessada nesse livro foi a capa. Estava visitando a livraria da minha cidade quando achei A Mulher do Viajante no Tempo bem escondidinho em uma das prateleiras. Foi amor à primeira vista. Depois de ler a sinopse então... O problema é que o preço do livro já é um pouquinho salgado e a livraria daqui conseguiu subi-lo ainda mais. Acho que meu desejo foi tão grande que pouco tempo depois ele entrou em promoção na Submarino. 

O livro nos conta a história do casal Henry e Clare, que é um pouco mais complicada que a dos casais que conhecemos. Acontece que Henry sofre de um distúrbio genético bastante complexo: sem aviso prévio, ele viaja entre seu passado e futuro e, não bastasse isso, ele não tem a mínima ideia de como e para onde irá viajar. A única coisa que Henry sabe sobre é que esses "deslocamentos temporais" acontecem em momentos emocionalmente importantes da sua vida. 

É em uma dessas viagens que Clare vê Henry pela primeira vez, quando ela ainda era apenas uma criança. Uma das coisas difíceis nesse livro, ao menos no começo, é justamente essa mudança temporal. Quando Clare conhece Henry, ele já é um pouco mais velho e leva uma vida com Clare no futuro. Pode parecer um pouco complexo, mas conseguimos entrar no ritmo a medida que a narrativa vai caminhando. 

Além disso, a carga emocional presente no livro é muito grande. Com narração alternada entre Henry e Clare, conseguimos uma visão detalhada dos dois personagens sobre como lidam com o distúrbio, como é o dia-a-dia do casal, como Clare (e o próprio Henry) sofre com as ausências repentinas no marido. É claro que também vemos como ambos superam tudo isso em nome do amor que sentem um pelo outro. 

"Nosso amor foi o fio no labirinto, a rede embaixo de quem
 caminha na corda bamba, a única coisa verdadeira e confiável 
nessa minha vida estranha. Esta noite, sinto que meu amor 
por você tem mais densidade neste mundo do que eu mesmo tenho."

A Mulher do Viajante no Tempo é aquele tipo de livro que você fica louca para saber o final, mas ao mesmo tempo não quer que ele acabe nunca. A obra me cativou e emocionou tanto que, só de estar escrevendo essa resenha, fico com vontade de chorar. Os personagens são exemplos de superação e força não só pela condição de Henry, mas por todas as outras dificuldades que passam. Não é difícil perceber que ele está na minha lista de favoritos, né?

É uma história de espera, amor e devoção. Audrey Niffenegger conseguiu montar o enredo perfeito sem nenhum daqueles clichês que rondam outras tramas que retratam viagem no tempo. Cada capítulo, cada encontro entre Clare e Henry é fundamental e de importância ímpar para o entendimento do livro. 

O livro também ganhou uma adaptação nos cinemas, mas o título no Brasil é Te Amarei Para Sempre (juro que não entendi essa mudança, já que no inglês o livro e o filme são homônimos). Aconselho a não assistirem nem ao trailer antes de lerem o livro, pois ele revela demais sobre a trama, e quando eu digo demais é demais mesmo. Porém, se a curiosidade estiver muito grande, podem ter acesso ao trailer legendado clicando aqui

O romance de Niffenegger é sim de apertar o coração, mas que traz uma lição muito importante que todos nós devíamos carregar: devemos praticar e cultivar o amor, independentemente da condição. Além disso, a autora nos mostra que, apesar de todas as dificuldades e acima de tudo, o amor é atemporal. 

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Leituras do Mês - Agosto e Setembro

Hey, olha eu aqui de novo ;) Como vocês estão?

Pela necessidade de reorganizar o blog, selecionar e apresentar os novos colunistas, e junto à vida já corrida habitualmente, precisei me reinventar e trocar algumas programações no último mês. Por isso, o Leituras do Mês não foi postado em Agosto.

Agora, cá estou para tentar deixar vocês a par de tudo o que aconteceu por aqui nestes dois últimos meses.


http://conjuntodaobra.blogspot.com.br/2014/09/fogo-no-cerrado-janice-diniz.htmlhttp://conjuntodaobra.blogspot.com.br/2014/09/anelisa-sangrava-flores-anderson.htmlhttp://conjuntodaobra.blogspot.com.br/2014/10/claros-sinais-de-loucura-karen.html

Nesse meio tempo li Fogo no Cerrado, da autora Janice Diniz, Anelisa Sangrava Flores, de Anderson Henrique e Claros Sinais de Loucura, de Karen Harrington. Esses três primeiros já têm resenhas e, para conferir, basta clicar na capa. Li também Enquanto a Chuva Caía, de Christine M. e Puro Êxtase, de Josy Stoque.


Hey, Mr. Postman:

Além de vááááárias novas aquisições digitais (Kindle bombando!), que eu não vou mostrar aqui, mas que em breve vocês verão nas leituras, recebi, nestes dois últimos meses, os kits de agosto e setembro da Editora Novo Conceito:


O kit de agosto trouxe Se eu ficar, A menina mais fria de Coldtown, Perdendo-me, Infinity Drake, De repente, Ana, A namorada do meu melhor amigo e Sete irmãs.


Para setembro, a Editora enviou Aconteceu em Veneza, Louco por você e Atrás do Espelho.

E com vocês, como foi o mês

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A Garota Que Eu Quero - Markus Zusak

Sinopse: O Rube nunca amou nenhuma delas. Nunca se importou com ela. Nem é preciso dizer que Rube e eu não somos muito parecidos em matéria de mulher. Cameron Wolfe é o caçula de três irmãos, e o mais quieto da família. Não é nada parecido com Steve, o irmão mais velhos e astro do futebol, nem com Rube, o do meio, cheio de charme e coragem e que a cada semana está com uma garota nova. Cameron daria tudo para se aproximar de uma garota daquelas, para amá-la e tratá-la bem, e gosta especialmente da mais recente namorada de Rube, Octavia, com suas ideias brilhantes e olhos verde-mar. Cameron e Rube sempre foram leais um com o outro, mas isso é colocado à prova quando Cam se apaixona por Octavia. Mas por que alguém como ela se interessaria por um perdedor como ele? Octavia, porém, sabe que Cameron é mais interessante do que pensa. Talvez ele tenha algo a dizer, e talvez suas palavras mudem tudo: as vitórias, os amores, as derrotas, a família Wolfe e até eke mesmo. (Skoob)

ZUSAK, Markus. A Garota Que Eu Quero. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2013. 176 p.


Já no começo vou ser bastante parcial: A Garota Que Eu Quero é um livro voltado, essencialmente, para meninos. Isso não quer dizer que vocês, meninas, não devam ler ou não vão gostar. Na verdade, o livro até poderá ajudar vocês a entenderem um pouco como funciona a nossa cabeça. Isso, quando ela funciona... ;>)!

Por quê? Vou tentar explicar...

Narrado em primeira pessoa, acompanhamos as memórias de Cameron, ou Cam, um menino introvertido que vive à sombra dos dois irmãos mais velhos, Rube e Steve. Ele se sente, embora nunca o autor confirme se realmente é, menos do que os irmãos. Menos bonito, menos interessante, menos falador, menos inteligente, enfim, menos.

Steve já não mora na casa dos pais, assim Cam anda quase sempre na companhia de Rube, o cara que toda garota olha e gostaria de namorar.

“Ele olhou para ela. Ela olhou para ele. Em geral, era só o que precisava, porque aquele era o Rube. Meu irmão nunca tinha que realmente dizer nem fazer nada. Bastava ficar parado em algum lugar, ou se coçar, ou até mesmo tropeçar no meio-fio, e alguma garota começava a gostar dele.”

E desse comportamento de Rube, vem toda a dor de Cam: impotência de gritar que ele era melhor que o irmão, que ele estava ali, bem ao lado, e não era visto. Ele queria ser notado, queria que as namoradas do irmão, ou qualquer garota, olhassem para ele da mesma forma, ou que simplesmente olhassem para ele.

“A verdade é que... O Rube nunca amou nenhuma delas. Nunca se importou com elas. Só as queria por serem as próximas, e por que não ficar com a próxima se era melhor que a anterior?”

O recato de Markus Zusak em descrever a diferença dos sentimentos entre um menino e uma menina fica evidente em um pequeno parágrafo logo no começo.

“Com uma última olhada para Rube e Octavia, percebi o desejo nos olhos deles. Octavia desejava Rube. O desejo de Rube era por uma garota, só isso. Bem simples, na verdade.”

Essa é uma verdade para a maioria dos meninos. O olhar que uma garota manda para um garoto é bem diferente do que recebe de volta, mas ela não percebe, porque as meninas, na sua maioria, têm uma visão romântica e fiel do seu parceiro, enquanto nós, meninos, temos apenas um pensamento em 99% de nosso tempo: sexo.

Sim, não me olhem assim! O.O É verdade!

A frustração de Cam vem desse comportamento. Porque toda a regra tem sua exceção. Sempre existe aquele menino que sente por uma garota o mesmo respeito que recebe em troca. Mas, normalmente, ele não é o mais popular da turma. Como no livro, o que chama a atenção, e isso vale para meninos e meninas, é a aparência e o desejo. O sentimento vem depois. Junto com a decepção, na maioria das vezes.

Com o decorrer da história, percebemos que Cam, assim mesmo, ama e respeita Rube. Ele inveja o irmão e o recrimina, interiormente, por seu comportamento, mas não de forma depreciativa. Ele aceita o comportamento de Rube. É o que ele é.

Seria fácil para um escritor menos talentoso transformar Rube em um monstro. Alguém que seria fácil detestar ou, no mínimo, antipatizar. Mas não é isso o que ele faz. Apesar de toda a indiferença de Rube pelas garotas que conquista, sua relação com Cam é sensível e protetora. Tanto que ele não hesita em proteger Cam de um comentário maldoso que uma de suas antigas namoradas diz. Cam é seu irmão e fica claro que Rube faria qualquer coisa para protegê-lo. Com isso, ele ganha a simpatia do leitor.

Outro ponto que Zusak foca no livro é a fixação de Cam por uma garota que Rube largou no ano anterior. Cam gostava dela. E, mesmo depois do irmão terminar com ela, Cam continua indo até perto da casa da garota para ter a possibilidade de vê-la na janela. Como se essa breve visão criasse alguma chance dela passar a gostar de Cam. É a esperança infundada e cruelmente mentirosa que todo menino sente quando é repetidamente ignorado.

O sentimento que Cam sente por Octavia no início da história, a nova namorada de Rube, é sufocado pela sua falta de confiança. Ele sabe que sente algo diferente por ela, mas não deixa esse sentimento aflorar porque acha que não tem como competir com o irmão. Mesmo assim, é ele quem a defende em um situação difícil, e não Rube. Porque Cam é sincero no que sente e pode se sacrificar por isso. Para Rube, Octavia não vale o risco.

Octavia já reparava em Cam antes de terminar com Rube. E depois de terminar, decide arriscar conhecer Cam melhor. O primeiro momento dos dois juntos, sozinhos na frente da casa da garota que Cam vigia, é comovente pela sensibilidade que existe em cada palavra. É triste perceber como Cam tem a completa noção de que a garota da casa nunca vai aparecer para ele, nunca vai ser dele, por mais dias que ele fique lá, esperando, esperando... e é Octavia quem faz com que ele perceba que não precisa ficar lá, que a garota não vale o esforço, que ele é muito mais valioso do que pensa.

“– Ela não vem hoje nem nunca, e não há nada que eu possa fazer. – Cheguei até a citar o Rube: – Cada um sente o que sente, e essa garota nunca sente nada por mim. É só isso...”

O mais comovente é que, no fundo, Cam não quer aquela garota. Na verdade, ela é a representação de todas as garotas que ele acha que não pode ter. E Octavia, com uma simples pergunta, apaga essa garota, e todas as outras, da mente de Cam. O que dá para sentir, é como se ela abrisse uma janela e deixasse entrar no coração de Cam um pouco de luz e de confiança.

“E o rosto de Octavia clamou por mim no silêncio da noite urbana quando ela perguntou:
 – Você quer ficar em frente à minha casa, em vez disso?”

A partir desse ponto, o romance de Octavia e Cam vai ganhando consistência, mas o relacionamento de Cam com os dois irmãos também. É como se ao ganhar confiança sobre si mesmo, Cam também conseguisse quebrar a barreira do silêncio que o afastava dos irmãos. De forma diferente com cada um deles, Cam se mostra como realmente é e conquista o respeito e a admiração dos dois.

No fim do livro, depois de algumas situações difíceis e perigosas, fica a mensagem de que ele na realidade não é menos do que os irmãos, pelo contrário. Na verdade ele é mais autêntico, mais leal, mais sincero, mais amigo, mais irmão, enfim, mais.

A Garota Que Eu Quero não é apenas um livro para ser lido, mas para ser sentido. Principalmente por todos os Camerons que ficam no recreio das escolas observando, no silêncio, aquela garota que acredita que nunca vai ter a chance de conquistar, porque ao redor dela estão os garotos mais bonitos e populares. Mas existe um fato real que esses Camerons não conhecem, ou esquecem, ou têm medo de acreditar: em um relacionamento sincero, a beleza e a efêmera popularidade não importam. Você precisa de atitude, precisa mostrar como realmente é para a garota que ama. Sem subterfúgios. Direto. E para ter isso, você precisa de confiança, precisa gostar de você mesmo.

É essa a lição que Cam aprende com Octavia.

Obs.: A sinopse menciona fatos que não acontecem. :>(

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