Sinopse: Lara Jean guarda suas cartas de amor em uma caixa azul-petróleo que ganhou da mãe. Não são cartas que ela recebeu de alguém, mas que ela mesma escreveu. Uma para cada garoto que amou — cinco ao todo. São cartas sinceras, sem joguinhos nem fingimentos, repletas de coisas que Lara Jean não diria a ninguém, confissões de seus sentimentos mais profundos. Até que um dia essas cartas secretas são misteriosamente enviadas aos destinatários, e de uma hora para outra a vida amorosa de Lara Jean sai do papel e se transforma em algo que ela não pode mais controlar. (
Skoob)
HAN, Jenny. Para todos os garotos que já amei. Intrínseca, 2015. 320 p.
A Ju e eu começamos a ler este livro juntos, sem combinar, e, por isso, decidimos que seria diferente se fizéssemos uma resenha em conjunto, com o que cada um achou de um determinado assunto dentro da história do livro e sobre os personagens. Espero que gostem! ;)
CARLOS: A primeira coisa que quero dizer, é que todos os personagens me cativaram: Lara Jean, a narradora da história, com a ingenuidade própria da idade e a insegurança pela falta de uma referência materna; Margot, a mais velha, que assume, naturalmente, o lugar da mãe perante as duas irmãs mais novas; Kitty, sempre provocativa, enfezada, carente; Josh, o menino da porta ao lado por quem todas são apaixonadas; e Peter, a surpresa do livro, o garoto que conquista aos poucos, sem deixar notar.
JULIA: É mesmo um pouco difícil não se deixar conquistar pelos personagens. Até aqueles com quem eu tinha certa implicância no começo demonstraram ser merecedores de atenção e alguns acabaram por se tornar meus personagens favoritos. Acho interessante a forma como a autora conseguiu construir cada personalidade, bem nítida e definida, ao mesmo tempo em que algumas nuances podiam passar desapercebidas, sem contradizer todo o resto, e surpreender mais tarde.
CARLOS: Antes de ler o livro, achei que a história iria girar em torno das confusões que as referidas cartas causariam na vida da personagem principal, mas, na verdade, apenas duas tem alguma importância. Entretanto, não fiquei desapontado, pelo contrário, uma vez que o relacionamento da personagem com os dois destinatários é mais explorado, sem pressa.
JULIA: Da mesma forma, pensei que as cartas tomariam um espaço muito maior na trama. Elas, na verdade, foram apenas um clique inicial para algo que iria além delas. As consequências das cartas, principalmente das duas que o Carlos citou, acabaram por ser mais importantes que as cartas em si e o desenrolar da história era tão gostoso que eu nem senti falta delas, para ser sincera.
CARLOS: Uma coisa me irritou bastante: a constante referência à Margot. Ela viajou para a faculdade na Escócia, mas tudo o que Lara Jean fazia, ela descrevia o que Margot pensaria, faria ou diria. Isso é tão constante no livro, até pelo menos metade da história, que chegou a incomodar bastante. Mas exatamente por essa insistência da autora, fiquei na esperança de ser proposital. E, felizmente, realmente era. No fim do livro, é dada a explicação, que é perfeitamente convincente e até emocionante.
JULIA: Reparei também a constante referência à Margot, mas não desconfiei de nada. rsrs Tive a impressão de que Lara Jean se sentiu abandonada quando a irmã foi embora e que de alguma forma a culpava pela escolha, ainda que inconscientemente, muito embora também a admirasse muito. Porém, quando surgiu aquela explicação ao fim do livro, tudo ficou mais conexo e bonito.
CARLOS: A história em si não tem nada de especial, e nem acontece algo que não seja a rotina de jovens nos dias escolares. Isso porque o livro é sobre os personagens, e a autora soube explorar as relações de forma sensível e interessante, prendendo a leitura o tempo todo. O centro da trama é entre Lara Jean, Josh e Peter. Principalmente com Peter. Pela primeira vez, li sobre um personagem estereotipado, o eterno atleta bonitão da escola, que é algo mais do que um convencido e boçal. A autora soube dar personalidade e sentimento a um gênero que é sempre igual. E é interessante acompanhar o sentimento surgir entre Lara Jean e Peter pelas pequenas atitudes de companheirismo e carinho.
JULIA: Concordo inteiramente que não há nada muito especial na história, nenhum elemento que se possa citar como aquele que deu brilho à trama. Só acho que Jenny Han coloca algum tempero especial em suas palavras que nos deixam encantadas pelos acontecimentos mais "bobos". Podem ser os bilhetinhos no armário, ou pequenos gestos de um cavalheiro... não sei. Sei que o importante da obra se faz nos detalhes que nem mesmo nós, leitores, conseguimos enumerar. A diferença do que o Carlos disse para o que eu percebi é que eu acho que a autora tem alguma queda por garotos populares e boçais: em
Dente por Dente, livro que Jenny Han escreveu em coautoria com Siobhan Vivian, Reeve tinha alguma semelhança com Peter. Particularmente? Adoro os dois!
CARLOS: Kitty e Margot têm a sua importância: a primeira, pela necessidade de atenção e de ser cuidada; a segunda, por ter sido a cabeça da família ao lado do pai e agora ter se afastado. Lara Jean e Kitty, cada uma à sua maneira, sofrem uma nova perda maternal, já que a mãe havia morrido anos atrás, e foi Margot quem ficou no seu lugar.
JULIA: Kitty e Margot, além do simples fato de serem irmãs de Lara Jean, tiveram um papel fundamental no crescimento da personagem. Desde a morte da mãe, cada uma havia definido quais responsabilidades lhe cabiam, e quando Lara Jean se vê "sozinha", após a partida de Margot, ela precisa sair de sua zona de conforto e redefinir um novo papel para si sem a irmã mais velha. Foi interessante como a autora mostrou as dificuldades de se adequar a essas mudanças, e a maneira como Lara Jean se adaptou de forma gradual.
CARLOS: Eu não sabia que o livro teria continuação, por isso fiquei surpreso no final. As coisas não ficam resolvidas, mas, mesmo assim, ele termina de uma forma que satisfaz, sem deixar o leitor frustrado. Espero que a autora continue o amadurecimento de Lara Jean no próximo livro, sem perder ou desconsiderar o aprendizado que ela teve.
JULIA: Eu sabia da continuação, então isso não foi bem uma surpresa para mim. Concordo que o final foi bonito e, ainda que subentendido, não seria necessária uma continuação. Mas, já que tem uma continuação, fico feliz de poder acompanhar Lara Jean por mais um tempo.
CARLOS: Acho que por último, só falta falar sobre a escrita da autora, que é simples, mas contagiante pela sensibilidade que ela transmite nos diálogos e nas descrições as ações. Espero que a continuação chegue logo ao Brasil, uma vez que ela já até tem título nacional.
JULIA: A continuação chegará logo sim: A Editora Intrínseca anunciou o lançamento para o dia
11 de janeiro!