Top School! Seleção Natural - Toni Brandão

Seleção Natural - Top School!, a escola de modelos mais badalada do universo, prepara as garotas e os garotos mais lindos, atrevidos e descolados para entrar pela porta da frente no mundo da moda... e brilhar nas passarelas, fotos, capas de revistas. Mas nem só de caras e bocas vive a Top School!, claro! Tantos gatos e gatas juntos só podia dar em duas coisas: romance e confusão. Quem vai ficar com o gato chamado Ben? Como escapar das garras da maldade competitiva de Malu? O que é preciso fazer pra cair nas graças eletrizadas de Ivan, o terrível? (Skoob)
BRANDÃO, Toni. Seleção Natural. Top School! vol. 1. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2013.

Antes de receber Top School 1 e 2 em parceria com a Companhia Editora Nacional, tinha visto os livros poucas vezes em blogs amigos. Eu não fazia ideia do que esperar, só sabia se tratar de um infanto-juvenil, mas as cores vivas da capa e as páginas de diagramação discreta, mas descolada, despertaram minha admiração pelo trabalho desenvolvido nessa obra.

Seleção Natural, primeiro livro da série Top School!, de Toni Brandão, conta o desenrolar do dia de testes e seleção para definir quem vai entrar na escola de modelos bem sucedida de Antônia. Milhares de adolescentes se candidataram às vagas, e o leitor acompanha os acontecimentos e emoções que surpreendem alguns deles durante a seleção.

"[...] não ser aprovado não significa nada além de 'não ser aprovado'. Claro que é chato, frustrante, mas isso não quer dizer que vocês não são bonitos ou não têm talento. Enfim, na vida, todos sabemos que existe uma teoria chamada seleção natural, que rege o movimento do mundo e impulsiona as nossas histórias para onde elas têm que ir."

Ben, Mia, Malu, Alice, Indira, Guel, Ivan e alguns outros são apresentados em 3ª pessoa na obra, e acompanhamos a todos enquanto passam pelas entrevistas, pelos testes de foto e vídeo, e pelas "aventuras" enquanto aguardam sua vez. São tantos personagens com características tão específicas que, no início, é difícil lembrar. Porém, cada um vai tomando sua forma, deixando sua marca, e com o passar das páginas todos se tornam conhecidos, com histórias individuais deliciosas de acompanhar.

Toni Brandão usa uma linguagem toda sua para contar a história, com frases curtas que mais sugerem algumas ideias do que efetivamente as dizem. No início achei que essa amarração atrapalharia a leitura, por torná-la superficial e sem polidez, mas depois que se acostuma, percebe-se o tom de ironia e humor que envolvem por completo, e talvez a própria linguagem se torne o ponto principal do livro.

Eu achei que seria uma leitura bobinha que me tiraria a paciência, pelo tema tratar de beleza e mundo da moda - que na maioria dos casos é retratado com personagens superficiais e mesquinhos. Porém, me surpreendi, porque ainda que se trate de um infanto-juvenil com esse pano de fundo, existem algumas coisas mais profundas em tela, como as relações entre adolescentes e com suas famílias.

Não dá para esperar do livro um papo cabeça e grandes mensagens para a vida, é claro, mas é uma leitura rápida e divertida, com mistérios que não fazem qualquer sentido, mas que prendem a atenção mesmo assim. Há vários pontos soltos para o próximo volume, que eu logo pretendo ler.

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Conjuntando #40: Encontro com Leitores em Florianópolis - Editora Arqueiro

No último final de semana vi, por acaso, em uma rede social, que a Editora Arqueiro promoveria um Encontro com Leitores em Florianópolis, no dia 27/04. A primeira coisa que pensei foi que eu era a pessoa mais azarada do mundo, porque sempre que tem alguma coisa legal para ir, eu não posso.

Depois de refletir melhor, percebi que dia 27/04 era segunda-feira, que não faria mal se eu me atrasasse uns minutinhos para a aula e, além do mais, a livraria é tão pertinho do meu trabalho, no meu caminho. Coincidiu de todos os astros se encaixarem e lá fui eu, sem nenhuma noção de como seria, já que foi algo meio de "supetão".

A principal conclusão depois de tudo foi: que bom que eu pude ir.


As meninas foram simplesmente fantásticas, simpatias de pessoa, e conversavam conosco como se fossem velhas amigas. Além disso, elas são muito brincalhonas e divertidas, e arrancaram muitas risadas por lá.

Os pontos de partida da conversa foram, claro, as publicações da Editora Sextante, da Arqueiro e da Saída de Emergência. Além de contar um pouquinho da história da Editora e seus selos, foram apresentados os últimos lançamentos já publicados e aqueles que estão por vir. A conversa também se embrenhou pelo mercado editorial, como funciona a compra dos direitos de publicação de livros internacionais, entre outras curiosidades que nós, leitores, muitas vezes temos e não sabemos para quem perguntar.

Foi comentado ainda a respeito de autores que já haviam sido publicados no Brasil por outras editoras, mas cujos direitos para publicação de um ou mais livros foram comprados recentemente pela Arqueiro, como é o caso de Lucinda Riley e Gayle Forman. Foram citados também alguns dos autores que já estão confirmados para a Bienal deste ano.

Foi realmente muito divertido, gostoso e teve sorteios no final, para um ótimo encerramento. Eu saí com um exemplar de Tensão, de Gail McHugh. Não consegui tirar fotos do meu exemplar, por isso os créditos da imagem abaixo são todos do blog Word In My Bag.


Por fim, distribuí alguns marcadores do Conjunto da Obra, mas não pude conversar muito além disso, pois ainda tinha compromissos na faculdade. Adorei, e espero que mais eventos desse aconteçam por aqui.

Alguém já participou de algum encontro desses com a Editora? O que achou?

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Astronauta: Singularidade - Danilo Beyruth

Sinopse: stronauta: Singularidade - Nesta nova aventura, Astronauta investiga um buraco negro. No entanto, o que parecia uma missão solitária comum na vida do herói se transforma em algo mais perigoso com o surgimento de dois outros personagens. (Skoob)

BEYRUTH, Danilo. Astronauta: Singularidade. Panini Comics: 2014. 82 p.

Pouco mais de dois anos atrás, em outubro de 2012, chegava às bancas e livrarias a primeira Graphic Novell dos Estúdios Maurício de Souza, Astronauta Magnetar. Idealizada por Sidney Gusman a partir de um outro projeto chamado de MSP (Maurício de Souza Por), onde 50 autores mostravam suas visões dos personagens de Maurício em histórias curtas, o álbum foi um sucesso merecido e abriu portas para um público que se mantinha afastado. 

Danilo Beyruth construiu uma obra intimista, respeitando todas as características do personagem criado por Maurício de Souza, e surpreendeu com algumas sequências dignas de aplauso, sendo a principal a que demonstra a rotina do personagem diante de sua impossibilidade de sair de uma situação. Além disso, o roteiro consegue ser original, criar uma tensão e um clímax que satisfaz e pede por uma sequência. 

E ela veio em Astronauta: Singularidade. Mas da forma errada. Ou contrária. 

Porque tudo que Magnetar tinha de bom, Singularidade tem de ruim. Toda a situação que possibilita a volta do Astronauta ao espaço é interessante, mas a partir daí, somos apresentados a uma história datada, com um interesse romântico pouco convincente e a um vilão estereotipado e exagerado, sem qualquer necessidade de existir. Isso porque o verdadeiro perigo está naquilo que o Astronauta foi investigar, e o vilão se aproveita disso para bolar um plano ridículo e repetido à exaustão em filmes. Se esse personagem não existisse e Beyruth tivesse se concentrado no perigo natural, como fez no primeiro volume, o resultado teria sido muito melhor. Talvez até o romance funcionasse, uma vez que os dois personagens teriam que interagir entre si sem ter sempre o vilão atrapalhando. 

Os traços e cores continuam perfeitos, dentro do estilo do artista, mas neste segundo álbum sem uma sequência inspirada. Até nos quadrinhos de cada página vemos atitudes dos personagens sem qualquer novidade. A sensação que fica, é a de uma obra feita para atender o pedido dos fãs, de apelo puramente comercial, como se fosse uma obrigação. 

E nenhum artista consegue produzir algo de qualidade se for pressionado ou por obrigação.

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Conjuntando #39: Março em Fotos

Abril já está acabando e ainda estou aqui, falando de Março.
Vocês perdoam, né? rsrs

Em relação a Março, não tenho nada muito específico a contar. Comecei a me acostumar com a rotina pesada de novo -  aquela que contei para vocês no último mês em fotos - e estou descobrindo tanta coisa nova e interessante que fico impressionada de não ter percebido antes, ou de não ter me dado a oportunidade para perceber.

É porque isso do que estou falando são os pequenos detalhes: atender alguém no estágio obrigatório e saber que meu "auxílio jurídico" pode ser algo simples para mim, mas pode mudar a vida daquela pessoa; ter que estudar horrores para fazer um parecer no trabalho, porque a faculdade é maravilhosa e tudo o mais, mas me prepara pouco para prática, e ainda posso perceber, no final, que aquele novo conhecimento é algo que talvez eu nunca teria se não fosse em busca dele; e, melhor ainda, é se preocupar com um problema por dias e, quando achava que não poderia mais resolvê-lo, a solução está ali, junto de uma notícia maravilhosa.

Sei que tudo o que falei é bastante vago, mas eu tenho divagado muito nos últimos dias, pensado muito a respeito da vida, e mesmo que eu tente fazer o certo, não são poucos os meus erros. Porém, os erros têm me ensinado muito, e sou grata por eles. Além do mais, tenho a consciência tranquila, e como isso faz bem ;)

Só que essas reflexões todas me fizeram render menos na escrita das resenhas, e agora tenho só nove opiniões para escrever. Socorro! Estou desesperada.

E gente, o blog vai completar 4 aninhos no próximo mês. Vai ter festa, aguardem!

Puxa... Estou divagando de novo.

Vamos ao que interessa então, as fotos publicadas no Instagram do Conjunto da Obra em Março:





E vocês? Quais foram as divagações e as leituras?


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Colin Fischer - Ashley Edward Miller e Zack Stentz

Resolvendo o crime. Uma expressão facial por vez. O ano letivo de Colin Fischer acabou de começar. Ele tem cartões de memorização com expressões faciais legendadas, um desconcertante conhecimento sobre genética e cinema clássico e um caderno surrado e cheio de orelhas, que usa para registrar suas experiências com a MUITO INTERESSANTE população local.
Quando um revólver dispara na cantina, interrompendo a festinha de aniversário de uma das garotas, Colin é o único que pode investigar o caso. Está em suas mãos provar que não foi Wayne Connelly, justamente aquele que mais o atormenta, que trouxe a arma para a escola.
Afinal de contas, a arma estava suja de glacê, e Wayne não estava com os dedos sujos de glacê…
MILLER, Ashley Edward. STENTZ, Zack. Colin Fischer. Ribeirão Preto, SP: Novo Conceito Editora, 2014. 174 p.


Colin Fischer sempre foi um livro que me despertou muita atenção. Não sei ao certo a razão, visto que não possui um enredo verdadeiramente inovador ou algo do tipo. Só sei que a obra sempre me atraiu e quando a peguei, fui bem animada para lê-la.

Colin Fischer é um garoto extremamente inteligente, mas com muitos problemas sociais. O garoto de 14 anos acaba de entrar no Ensino Médio e simplesmente não suporta ser tocado, nem mesmo por seus pais. Diagnosticado com Síndrome de Asperger, Colin tem dificuldade em reconhecer as expressões faciais das pessoas e de se  relacionar com os demais, assim como um QI bem acima da média.

O ano letivo mal começou e as coisas já estão bem agitados em seu colégio. Uma arma dispara misteriosamente no refeitório, suja de glacê. Ninguém sabe verdadeiramente de onde veio ou para onde se direcionou, mas Colin está determinado a provar que Wayne Connelly, justamente o garoto que mais o persegue, é inocente.

“Às vezes, obtemos respostas a perguntas que nunca pensamos fazer. E, às vezes, as respostas nos fazem desejar nunca ter feito as perguntas, em primeiro lugar.”

O enredo do livro, apesar de não tão inovador ao tratar de garotos com problemas sociais, tem uma "pegada" bem curiosa. Gostei do enredo em si, mas senti falta de um bom desenvolvimento para este enredo. A trama não é complexa nem cheia de reviravoltas, mas há o mistério por trás do disparo, que para mim infelizmente deixou a desejar. A sinopse sugere uma investigação "intensa" em relação ao tiro no refeitório, mas eu particularmente não senti e não vivi o mistério que parece direcionar o livro.

A história é narrada em terceira pessoa, mas com pontuais narrações do próprio Fischer a cada início de capítulo. Foi interessante acompanhar essa parte narrada em primeira pessoa, visto que ela traz explicações e informações riquíssimas sobre diversas coisas - que geralmente têm ligação com o momento vivido na história.

Entretanto, ainda que a leitura não tenha se desenrolado de uma maneira particularmente envolvente, gostei das sacadas irônicas e impassíveis de Colin. Ele é um protagonista diferente e cheio de manias e isso acaba afastando muito as pessoas, que assim se acham no direito de perturbá-lo simplesmente por ser quem é. A família de Colin é extremamente madura e atenciosa com o filho, eles lidam com as situações embaraçosas de uma maneira muito natural e amável. Eu realmente gostei muito do apoio da família e da forma como eles encaram o preconceito alheio.

"A Sra. Fischer não costumava discutir, e seus olhos de repente semicerrados e desconfiados indicavam que não estava com disposição para aceitar essa provocação no momento. Certa vez, Colin mencionara a Marie que essa expressão que a mãe costumava exibir, e ela concordara que não correspondia perfeitamente a nenhuma das que ele desenhara em sua folha de anotações. Eles decidiram apelidá-la de CARA DA MAMÃE. O apelido pegara"


O final definitivamente me conquistou (e surpreendeu). Deixou uma ponta solta, e indícios de um novo mistério, então há um gancho para uma possível continuação - que eu espero que ocorra.

Ainda que a narrativa e construção do desenvolvimento não tenham me agradado tanto, vale ressaltar que Colin Fischer é uma leitura muito interessante. A obra é curtinha e de rápida leitura, e provavelmente vai conquistar vários corações, tenho certeza ;)

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Promoção: Mariposa


Em parceria com a autora Patrícia Baikal, o Conjunto da Obra vai presentear um dos leitores do blog com um exemplar de Mariposa - Asas que mudaram a direção do vento.

Para concorrer, é muito simples! A promoção será realizada via Fanpage do blog, e para se inscrever é preciso:

1. Comentar na resenha do livro (pode ser um comentário simples);
2. Compartilhar o link da Promoção;
3. Clicar em "Quero Participar" na aba de Promoções da página do Conjunto da Obra no Facebook.


As inscrições são válidas até dia 14 de maio, e o resultado será divulgado em até 7 dias, no blog e nas redes sociais do blog.
Após o resultado, o Conjunto da Obra entrará em contato com o vencedor por e-mail, que deverá ser respondido em até 24 horas.
Os livros serão enviados pelo blog em até 40 dias;
É preciso ter um endereço válido em território nacional, para remessa do livro;
O Conjunto da Obra não se responsabiliza em caso de extravio pelos correios.

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Mariposa - Patrícia Baikal

Créditos da imagem: Gio Books
Sinopse: Um jogo de poder, política e corrupção se cruza com uma história de amor. Um jovem senador, Nicolas, se vê rodeado de grandes mistérios a partir do momento em que uma estranha mulher invade sua casa e lhe dá pistas para incriminar seu rival político.
Enquanto se envolve de uma forma apaixonante com esta mulher, de codinome Mariposa, Nicolas tenta desvendar os segredos de uma organização invisível aos olhos da sociedade, mas com grande poder de influência na política do país. (Skoob)
BAIKAL, Patrícia. Mariposa: Asas que mudaram a direção do vento. Brasília: Kiron, 2014. 293 p.


Diferente de muitas das pessoas que conheço, eu gosto de política. Não sou especialista e posso ter algumas ideias equivocadas, mas tenho alguma noção e sei o quanto nossa vida é influenciada por ela. Por isso discuto, debato, troco ideias, e adoraria saber que todos fazem isso - sem a intolerância que tanto permeia os debates hoje em dia.

Por isso, quando Patrícia Baikal perguntou se eu gostaria de ler Mariposa, topei na hora. Tinha pouco conhecimento acerca do enredo do livro, mas ao saber que tratava de política, minha curiosidade falou mais alto e quis conhecer como a autora a incluiria em seu romance.

Mariposa se passa em 2020, um futuro bem próximo, em que muito pouco mudou em relação ao contexto político atual no Brasil. Nicolas, Senador da República, sempre enfrentou inimigos políticos e sérias ameaças pelo fato de tentar fazer a coisa certa e tentar evitar que aqueles que se privilegiam do cargo que ocupam busquem se beneficiar às custas do povo. De uma hora para outra, ele passa a contar com o auxílio de Mariposa - a mulher de quem ele não conhece o rosto e o nome, e que por isso mesmo também provoca sua desconfiança. Ao mesmo tempo, porém, surge uma atração por ela, da qual ele não consegue fugir, que complica ainda mais a situação.

A narração do livro é feita em primeira pessoa por Nicolas, portanto todos os mistérios que o afligem em relação a Mariposa também atormentam o leitor. Sabe-se pouco a respeito da personagem, nada além do que o Nicolas presencia, então é difícil dizer, de início, quais os interesses dela.

"Ela poderia ser humana ou uma assombração com habilidades para controlar efeitos da natureza. Ou ambas. Se Mariposa fizera uma nuvem de insetos se deslocar, o que não seria capaz de fazer comigo? Não há mariposas que são chamadas de bruxas? Pois de bruxa ela parecia ter todas as qualidades, a começar pela capacidade de dominar meus pensamentos e entrar nos meus sonhos."

A escrita de Patrícia Baikal é fluida e, em razão disso, não é difícil mergulhar e se deixar levar pelos acontecimentos e pelos mistérios do livro. As palavras usadas são simples e cotidianas; não há prolixia ou laconismo, o texto é comedido, estudado, gostoso de ler. A questão política tratada na história, que não é mais do que uma crítica racional sobre a situação atual do país, é trazida sobriamente, de forma bastante clara para que todos possam compreender, mesmo aqueles que pouco saibam a respeito do assunto.

Um aspecto que me chamou bastante a atenção enquanto lia o livro foi o cuidado com a autora teve ao tratar das competências de cada órgão, isto é, quem é responsável por investigar o que, quais processos tramitam no Congresso, quais vão para o Supremo Tribunal Federal, entre outros. Sou perfeccionista na vida e, como estudante de Direito, entendo como funcionam esses processos. Por isso, em muitas obras, sinto-me um pouco frustrada quando um autor coloca o que lhe vem à mente, sem saber ao certo de quem é a responsabilidade na realidade (eu sei que existe liberdade criativa e tudo mais, mas isso não evita minha frustração, ok?). No livro de Patrícia Baikal esses pequenos detalhes foram observados. Claro que isso me chamou a atenção e então, na aba do livro, descobri que a autora é formada em Direito também.

Para aqueles que não são tão interessados por política, o livro não se resume a apenas isso. Existe também no enredo um romance entre Nicolas e Mariposa, mas, particularmente, essa não foi a característica que mais me agradou na narrativa. Não sei se foi o fato de não conseguir imaginar o rosto da personagem - em razão de Nicolas não o ver -, mas Mariposa me parecia mais um ser nebuloso, uma sombra, do que uma mulher de carne e osso. Talvez tanto mistério tenha me levado a formar essa imagem mental, o que interferiu no meu envolvimento em relação aos sentimentos dos personagens. Tanto que, nas cenas com Gloria, por exemplo, eu torcia para que algo acontecesse e os via como mais críveis juntos.

Gostei muito da leitura de Mariposa e me impressionei com o talento de Patrícia Baikal em escrever uma obra tão completa e simples ao mesmo tempo, tão crítica e romântica, e gostei bastante de notar um toque idealista da autora por trás de cada palavra.

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Reboot - Amy Tintera

Sinopse: Quando grande parte da população do Texas foi dizimada por um vírus, os seres humanos começaram a retornar da morte. Os Reboots eram mais fortes, mais rápidos e quase invencíveis. E esse foi o destino de Wren Connolly, conhecida como 178, a Reboot mais implacável da CRAH, a Corporação de Repovoamento e Avanço Humano. Como a mais forte, Wren pode escolher quem treinar, e sempre opta pelos Reboots de número mais alto, que têm maior potencial. No entanto, quando a nova leva de novatos chega à CRAH, um simples 22 chama sua atenção, e, a partir do momento que a convivência com o novato faz com que ela comece a questionar a própria vida, a realidade dos reinicializados começa a mudar. (Skoob)
TINTERA, Amy. Reboot. Galera, 2015. 350 p.

Primeiro de uma duologia, Reboot tem um papel importante, que é apresentar uma nova distopia, um mundo novo com novos personagens, em um universo literário abarrotado de temas similares. E ele vem com bastante empolgação. Inclusive, seus direitos de adaptação para o cinema já foram negociados.

Do meu ponto de vista, o resultado desse esforço é contraditório.

Wren e Callum são cativantes, contraditórios e se complementam.

"Eu me juntei aos treinadores, dando uma olhadela no 22 enquanto ele desabava no círculo. Ainda estava me observando, os olhos brilhando, e eu rapidamente desviei o olhar. Que novato estranho."

Wren é o reboot mais forte, por causa dos 178 minutos que ela ficou morta antes de voltar à vida modificada. Devido à forma como morreu, aos 12 anos e com três balas no peito, e devido ao que precisa fazer a mando da organização que controla os Reboots, ela ocultou todos os seus sentimentos. É uma máquina de luta e de morte. Todos no complexo a respeitam, até os humanos.

Callum é o reboot mais fraco: ficou apenas 20 minutos morto. Devido a isso, suas emoções ainda são fortes, não foram totalmente cobertas pela transformação. Ele é altruísta, corajoso e convicto de suas crenças, como nunca matar, a não ser em legítima defesa. Devido ao pouco tempo que ficou morto e, consequentemente, à sua fraqueza, todos acham que ele não irá sobreviver a mais de duas missões.

Quando Wren vê Callum, sente por ele algo diferente. Algo que abre uma rachadura na sua muralha de proteção para os sentimentos. Ela sempre escolhe o reboot novato mais forte pra treinar, mas, desta vez, não consegue distanciar o pensamento de que se não treinar Callum, ele morrerá rapidamente. Ela não quer isso, mesmo sem compreender o motivo. Assim, ela seleciona Callum.

"Callum finalmente me encarou. Seus braços também estavam em volta de mim, puxando-me para mais perto do que eu jamais estivera dele. Seus dedos roçaram levemente a pele que ele havia acabado de bater, e o peso foi tirado do meu peito. Ele deixou uma trilha de fogos de artifício pela minha bochecha e pelo meu pescoço e por dentro do meu cabelo, e meus olhos se fecharam antes que eu pudesse impedi-los."

Alguns pontos na trama me causaram desconforto. Embora os reboots se tornem pessoas mais fortes, mais bonitas e detentoras de um fator de cura, são considerados monstros. Isso me fez lembrar certos vampiros que brilham ao sol, que se sentem monstros sem o leitor entender realmente o motivo, a não ser as palavras do autor.

A corporação que controla os reboots tem à sua disposição jovens extremamente poderosos, extremamente eficientes nas missões e totalmente obedientes. Os soldados perfeitos. Mesmo assim, a corporação cria uma fórmula química que é injetada nos reboots e os deixa fora de controle e os leva à morte se não tomarem, poucas horas depois, uma vacina que anula os sintomas provocados pela injeção. Nesse estágio entre as doses, eles mais se assemelham a zumbis que atacam para comer carne.

A primeira parte do livro é uma apresentação das características dessa nova sociedade, das capacidades sobre-humanas dos reboots e do crescimento do interesse mútuo entre Wren e Callum. E ela é muito boa, empolgante, desperta curiosidade e ansiedade, ainda mais quando acompanhamos o treinamento de Callum e dos seus sucessivos fracassos para se tornar um soldado melhor. Sabemos que o resultado disso é a eliminação do reboot.

A segunda parte não é tão empolgante. Talvez devido à pressa com que ela é desenvolvida. Na primeira parte não há pressa, as coisas vão acontecendo naturalmente e conseguimos vislumbrar para onde o caminho leva. Na segunda parte, temos vários capítulos de uma mesma situação, até que nos dois últimos, tudo se resolve de forma apressada.

"Ele me girou uma, duas, três vezes, até eu desabar às gargalhadas em seu peito. Levantei-me nas pontas dos pés para um beijo, e ele me agarrou por baixo dos braços e me levantou até eu conseguir passar as pernas em volta de sua cintura. Fechei meus olhos e me deixei sumir dentro do beijo. Gostava de não ter que me preocupar com ataques de surpresa ou com humanos passando. Gostava de me render completamente ao beijo, aos braços dele e ao calor de seu corpo."

Como disse no início da resenha, existe uma continuação já publicada no exterior e com data prevista no Brasil para o ano que vem. A história deixa vários pontos por resolver, mas não termina de forma abrupta. O fim é muito satisfatório e agrada pelo que ele apresenta como futuro para os personagens. 

Pelo menos em duas coisas, Reboot quebra paradigmas: não é uma trilogia e nem apresenta um triângulo amoroso.

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Conjuntando #38: As Mudanças e o Medo


Já faz um bom tempo que não trago nenhuma reflexão para o blog, mas há algo que vem martelando em meus pensamentos há alguns dias e que, por algum motivo, achei que faria bem dividir com vocês.

Quantas vezes ouvimos de pessoas próximas que nós mudamos? Que não somos mais os mesmos? Muitas, não é? Talvez, o que as pessoas não percebam é que cada experiência nova, cada contato com outras pessoas, cada livro que lemos, tudo, por pequeno que seja, nos inspira algo e nos muda de alguma forma.

Crescemos. Encaramos o mundo de um modo diferente. Aquilo que era uma tragédia quando éramos adolescentes, hoje, é algo que não tem qualquer relevância. Percebemos que fazíamos coisas erradas, ainda que todos achem que estávamos certos, e mudamos. Precisamos mudar, faz parte da vida.

De uns anos para cá, tenho percebido como provocar as mudanças é importante. Porque significa tomar as rédeas do seu destino e buscar aquilo que se quer, guiar as mudanças para o caminho desejado. As mudanças virão, queiramos ou não, então cabe a nós decidir se vamos esperar por elas ou vamos, nós, fazê-las.

Mas mudanças também causam medo. Por quê? Não sei dizer. Talvez porque gere a incerteza de que o que não é bom hoje pode ser ainda pior de outro modo. Talvez por não saber se tudo seguirá como desejamos e se as consequências serão diferentes do que pensamos. Pode ser também porque queremos algo mais do que já temos hoje, mas preferimos o certo ao duvidoso. O motivo, não importa, mudanças dão medo.

Terminei agora há pouco o livro Caixa de Pássaros e, nele, o que mais assustava era perceber que o mundo mudava e que não se podia fazer nada para evitar, porque não era possível saber o que estava mudando. O medo do desconhecido. E acho que essa é a principal causa do medo em relação às mudanças.

As mudanças virão, sempre. Algumas mais leves, outras mais dolorosas. Precisamos aprender a lidar com elas e a ficar mais fortes com cada rasteira do destino. Mas precisamos também desejar mudar, quando as coisas não estão bem. Fazer o nosso caminho. Porque, por maiores que sejam as dificuldades de mudar, há sempre algo a aprender com a mudança.




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Novidades #94: Editora Intrínseca em Abril

Em abril a Editora Intrínseca anunciou seus lançamentos com gêneros diferenciados para os leitores de todos os estilos. Eu sempre me surpreendo e curto muito os livros que leio da Editora, e tenho certeza que com essas novidades não será diferente.

Nunca li, por exemplo, algo de Joël Dicker, sobre o qual sempre vejo comentários positivos, e Os Últimos Dias dos Nossos Pais, do autor, está entre os lançamentos. Também tenho vontade de conhecer o trabalho de Neil Gaiman, que tem Os Filhos de Anansi também como lançamento do mês. E as novidades não param por aí:

 
Frank Einstein e o motor antimatéria (Série Frank Einstein – Vol. 1), de Jon Scieszka – Frank Einstein é um gênio mirim. Klink é uma inteligência artificial automontada e Klank é uma inteligência artificial praticamente automontada. Juntos, eles constroem um motor antimatéria. Seus planos de ganhar o Prêmio de Ciências de Midville parecem estar garantidos… Até que entra em cena T. Edison, o colega de classe e arqui-inimigo de Frank.
Brasil: os frutos da guerra, de Neill Lochery – Neste livro, o historiador Neill Lochery revela a história do envolvimento do Brasil na Segunda Guerra Mundial, mostrando como a habilidade política e o oportunismo econômico de Getúlio Vargas e sua equipe transformaram o país numa potência regional graças ao conflito.

Os filhos de Anansi, de Neil Gaiman – Embrenhando-se no território da mitologia africana, a narrativa de Neil Gaiman leva o leitor a mergulhar nessa história fantástica e bem-humorada sobre relações familiares, profecias terríveis e divindades vingativas. Obra clássica do autor, Os filhos de Anansi ganha nova edição com conteúdo extra e orelha assinada por Fábio Moon.

Toda luz que não podemos ver , de Anthony Doerr — Marie-Laure, cega aos seis anos, vive em Paris com o pai, chaveiro responsável pelas fechaduras do Museu de História Natural. Na Alemanha, o órfão e curioso Werner se encanta pelo rádio. Combinando lirismo e uma observação atenta dos horrores da guerra, Anthony Doerr constrói um tocante romance sobre o que há além do mudo visível.

Os últimos dias de nossos pais, de Joël Dicker – O primeiro romance do autor de A verdade sobre o caso Harry Quebert aborda a criação e a verdadeira, porém desconhecida, história da SOE (Executiva de Operações Especiais). Dicker mostra como um serviço composto em sua maioria por amadores tornou-se uma das peças-chaves da Segunda Guerra Mundial. O autor relata um feito pouco conhecido da Resistência francesa e ao mesmo tempo constrói uma história com uma profunda reflexão sobre o ser humano e suas fraquezas.

E tem outras mais. Para quem quiser conferir os outros lançamentos da Editora neste mês, basta clicar na imagem abaixo. Lá também tem trechos dos livros e links para compra:

http://www.intrinseca.com.br/blog/2015/04/lancamentos-de-abril/



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Eve & Adam - Michael Grant e Katherine Applegate

Filha única da poderosa e fria geneticista Terra Spiker, Eve fica entre a vida e a morte depois de sofrer um acidente de carro. O processo de cura no misterioso laboratório Spiker transcorre com uma rapidez impressionante, o que desperta a curiosidade da menina.
Antes que Eve estreite os laços com Solo, um rapaz que compartilha segredos com a corporação, a Dra. Spiker lhe propõe um desafio: Eve terá a chance de testar, em primeira mão, um software desenvolvido para manipular gens humanos. Ela poderá criar um namorado sob medida!
Mas brincar de Deus tem consequências, e agora Eve vai descobrir até que ponto existe perfeição.
GRANT, Michael. APPLEGATE, Katherine. Eve & Adam. Ribeirão Preto, SP: Novo Conceito Editora, 2014. 272 p. 

Ok, preciso admitir: a primeira coisa que me chamou a atenção em Eve & Adam, livro escrito por Michael Grant e Katherine Applegate, foi a capa, com sua mistura de cores e união entre o início do mundo e algo futurista, pela ideia impressa na maçã; isso me deixou intrigada. E foi esse motivo “banal” que me fez começar a leitura.

Eve é filha de Terra Spiker, dona de um grande complexo de pesquisa genética. Em razão da grande dedicação da mãe ao trabalho, nunca faltou nada para Eve, exceto um relacionamento. Por isso mesmo, dificilmente Eve se intrometeria no local de trabalho da mãe, não fosse o grave acidente que quase decepou sua perna. É para a Spiker que Eve é encaminhada para tratamento, e sua recuperação inacreditavelmente rápida passa a levantar questionamentos a respeito do que é realmente feito por trás das portas dos laboratórios Spiker... e a resposta é surpreendente. 

“- Logo teremos a habilidade de planejar e criar o novo ser humano. Ainda será a evolução, mas evolução guiada.”

Eve & Adam é um livro dividido em capítulos curtos que intercalam os pontos de vista de Eve e Solo, ambos narrados em primeira pessoa. O fato de que é possível acompanhar os pensamentos dos dois personagens não significa dizer que todas as suas características e suas histórias são apresentadas já no início do livro. A dinâmica é outra, pois apenas a ponta do novelo a respeito de Eve e Solo são demonstradas logo no início e, aos poucos, um contexto maior que eles mesmos se revela, segredos que se desenrolam em paralelo à vida dos dois há muito tempo. Além disso, em certo momento do livro, outro personagem também aparece como narrador e, mesmo que houvesse a desconfiança de que algo assim poderia acontecer, foi uma surpresa.

Todos esses mistérios, e as consequências de cada um deles ser desvendado, dão velocidade ao texto, com cenas de ação, fugas e muitos perigos, que tormam o enredo ainda mais dinâmico e fluido.

No entanto, apesar de o livro ser envolvente e bem difícil de largar, Eve & Adam tem algumas falhas que o deixam longe de ser um livro perfeito. A primeira delas é que o livro trata de um assunto polêmico que traz discussões importantes, mas o faz de maneira por demasiado superficial. Os autores optaram por focar na aventura juvenil, com boa dose de humor – especialmente nas cenas de Aislin e Terra -, e deixaram de abordar sobriamente os temas que levantaram.

“Por outro lado, Aislin, pelo menos, tem um relacionamento.
Ah, que comentário infeliz do meu próprio cérebro. Estou discutindo comigo mesma conforme passamos pelas árvores, procurando a casa de Aislin.
Sim, ela tem um relacionamento. Um relacionamento ruim é melhor que nenhum relacionamento?”

Outro ponto a ser citado é que, nas últimas páginas, no auge de toda a confusão, quando parecia que o livro ficaria completamente em aberto para uma sequência, os autores resolveram tudo com uma rapidez surpreendente. A história foi finalizada, ficou “redondinha”, fofa até, mas, depois de tantos acontecimentos, merecia-se um final mais elaborado, menos fácil. O livro tem uma sequência, mas não sei se precisaria ter.

Ainda assim, Eve & Adam é um livro interessante, no qual não há enrolação, em virtude de suas poucas páginas, e que aborda um tema bastante original. Apesar das falhas citadas, é uma história com potencial e que pode ser melhorada na continuação.

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Top Comentarista - Abril + Resultado

 
Hora de novo Top Comentarista!

Este mês resolvi tentar algumas regras novas para ver o retorno de vocês, então fiquem atentos, ok?

Para se inscrever é preciso:
  • Ter endereço de entrega em território Brasileiro.
  • Comentar em todos os posts entre os dias 11 de abril a 10 de maio  (salvo posts exclusivos de promoção). Os posts que já foram ao ar também entram na promoção.
  • Serão cinco títulos disponíveis:
1. A arte da invisibilidade;
2. Caçadora de Estrelas;
3. Seis Coisas Impossíveis;
4. Tudo que um Geek Deve Saber;
5. Vermelho Como o Sangue.
  • Para participar basta preencher qualquer entrada no formulário Rafflecopter abaixo. A primeira entrada (qualquer uma) me mostrará o interesse do participante de concorrer aos prêmios.
  • Serão dois comentaristas premiados.
  • Para seleção do primeiro vencedor, ao final da promoção, será sorteado um dos posts que tiver sido publicado entre 11 de abril e 10 de maio, incluindo este. Só não serão incluídos posts referentes a novas promoções.
  • Naquela postagem selecionada, será dado um número, por ordem de comentário, àqueles que se inscreveram para participar do Top Comentarista (preenchendo a primeira entrada do formulário). Por esse número, via Random, será sorteado o comentarista que escolherá, dentre os cinco livros da promoção, aquele (um livro) que desejar receber em casa.
  • Haverá um segundo premiado, desta vez por sorteio simples via Rafflecopter. No entanto, para que o sorteado possa ser declarado vencedor, ele também precisa ter comentado em todas as postagens do blog entre 11 de abril a 10 de maio.
  • Por isso, para concorrer ao primeiro prêmio, basta preencher uma única opção do Rafflecopter e comentar. Para as chances serem maiores no segundo prêmio, o ideal é preencher outras opções do formulário também.
  • Só serão aceitos comentários com conteúdo, que demonstrem que a publicação foi lida.
  • Será válido apenas um comentário por participante em cada postagem;
  • O formulário estará aberto até o dia 12 de maio, para que todos consigam preencher e comentar nas últimas postagens da promoção.

a Rafflecopter giveaway

Este novo "sistema" de Top Comentarista é um teste e, conforme eu notar o retorno dos leitores, manterei assim ou mudarei as regras, ok?


Com o fim de março, também chegou a hora de divulgar os vencedores do Top Comentarista do último mês. Quem quer? rsrs

Como comentei nas regras, o primeiro prêmio seria para aquele que vencesse pelas regras do Top Comentarista.

Uma das postagens do blog de 10 de março a 10 de abril seria sorteada, e a partir desse sorteio sairia o comentário vencedor, de acordo com as regras. Foram 22 postagens válidas, excetuando-se as de promoções, então atribuí um número para cada conforme a ordem em que foram ao ar:


Pelo sorteio do Random.org, o post do qual sairia o resultado é o número 2, isto é, a resenha de As cores do entardecer. Nesta postagem, foram 3 comentários válidos para o Top Comentarista, na ordem:
  • 1. Ana Lucia (Aninha)
  • 2. Milena Soares
  • 3. Letícia Souza
E a sortuda foi: Milena Soares!


E na premiação pelo Sorteio, quem escolherá o segundo livro será:


Parabéns Letícia, e obrigada pela Participação!

Vou entrar em contato com vocês por email, então fiquem ligadas, o prazo para resposta é de 24 horas.

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Boneca de Ossos - Holly Black

Sinopse: POPPY, ZACH E ALICE sempre foram amigos. E desde que se conhecem por gente eles brincam de faz de conta – uma fantasia que se passa num mundo onde existem piratas e ladrões, sereias e guerreiros. Reinando soberana sobre todos esses personagens malucos está a Grande Rainha, uma boneca chinesa feita de ossos que mora em uma cristaleira. Ela costuma jogar uma terrível maldição sobre as pessoas que a contrariam. Só que os três amigos já estão grandinhos, e agora o pai de Zach quer que ele largue o faz de conta e se interesse mais pelo basquete. Como o seu pai o deixa sem escolha, Zach abandona de vez a brincadeira, mas não conta o verdadeiro motivo para as meninas. Parece que a amizade deles acabou mesmo... Mas, de repente, Poppy conta para os amigos que começou a ter sonhos com a Rainha – e também com o fantasma de uma menininha que não conseguirá descansar enquanto a boneca de ossos não for enterrada no seu túmulo vazio. Então, Poppy, Zach e Alice partem para uma última aventura a fim de ajudar o fantasma da Rainha a encontrar seu descanso eterno. Mas nada acontece do jeito que eles planejaram... A missão se transforma em uma jornada de arrepiar. Será que a boneca é apenas uma boneca ou existe algo mais sinistro por trás desses fatos? Poppy está mesmo dizendo a verdade ou tudo isso não passa de um truque para que voltem a brincar juntos? Se existe mesmo um fantasma, o que vai ser das crianças agora que elas estão nas suas mãos? (Skoob)
BLACK, Holly. Boneca de Ossos. #irado, 2014. 222 p.


Zach e Alice têm 12 anos. Poppy é um pouco mais nova. Juntos, brincam de piratas, reis, rainhas, aventuras incríveis vindas da imaginação de cada um deles. Usam bonecos como personagens. Mas estão crescendo. E na mesma medida que amadurecem e descobrem novos sonhos e prazeres, perdem os antigos.

Boneca de Ossos é um livro delicioso. Ele mistura uma aventura despretensiosa, a juventude de três personagens carismáticos, o enigma de uma boneca e o fantasma que deseja que ela seja enterrada, os medos por trás de uma fuga para outra cidade, a paranoia de ver perigos onde nada existe, e a descoberta do amor e da triste verdade do amadurecimento. Tudo isso na medida certa.

"Quando estava saindo, Zach parou na sala para olhar a Rainha de novo. O rosto pálido dela estava sombreado, mas ele achava que, embora parecesse que os olhos dela estavam fechados, não estavam tão fechados quanto antes. Enquanto Zach a encarava, tentando descobrir se estava imaginando coisas, os cílios dela tremularam uma vez, como se tivessem sido agitados por uma brisa impossível. Ou como se ela fosse alguém dormindo, prestes a acordar."

Zach, Alice e Poppy possuem personalidades diferentes, que são exploradas na medida em que a aventura acontece. Cada um deles é dono de problemas familiares relacionados a traumas passados. Conhecedores dessa informação, um tenta sempre ajudar o outro. Mesmo assim não conseguem evitar as brigas características de adolescentes que não sabem bem o que desejam, e o que sabem, não conseguem expressar da forma correta.

Toda a aventura dos três garotos é permeada pela dúvida de se a boneca de porcelana que carregam é ou não é assombrada pela menina a quem pertencia e que morreu misteriosamente décadas atrás. Devido aos sonhos de Poppy, onde o fantasma da antiga dona pedia para enterrarem a boneca no seu túmulo, os três garotos partem na aventura de encontrar o cemitério numa cidade perto.

"Zach sentiu o vento aumentar, como o vento que ele ouvira cantar pelas árvores na noite em que correra para casa do treino de basquete. Ele sentiu o mesmo arrepio no pescoço e tremeu, mas dessa vez não correu. Ele o deixou passar pelo seu corpo, atravessando-o e subindo por ele. E pensou ouvir, muito distante, o som de uma menina rindo."

A descrição da viagem é obscura, misteriosa, com encontros estranhos e dúbios, que deixam os garotos sempre na dúvida se o que estão vendo é real ou fruto de imaginação fértil que possuem. A descrição dos lugares é feita com detalhes que reforçam o tom velho e degastado pelo tempo, como se a única luz existente fosse dos três amigos.

Apesar de ser considerado infanto-juvenil, Boneca de Ossos tem qualidade suficiente para agradar os mais velhos, principalmente os que gostam de histórias de terror ou de mistérios. Inclusive, a escrita da autora confirma essa abrangência. Principalmente quando ela descreve a relação dos garotos com seus pais, tias e avós. É difícil para uma criança que está entrando na adolescência compreender o que significam os conflitos apresentados. O máximo que poderá conseguir, é se identificar com eles, mas sem vislumbrar a mensagem que eles transmitem. E ela é bastante real e não apenas um conto de fantasmas.

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Meme das 7 coisas

Faz muito, mas muito tempo mesmo, que a Cássia, do blog Procurei em Sonhos me indicou o Meme das 7 coisas. Ele está guardado aqui no rascunho desde então, mas acho que já passou da hora de eu me manifestar. Ainda dá tempo, né? rsrs

A proposta do meme é simples: São Sete "perguntas" e cada uma precisa ser "respondida" em sete itens. Vamos lá?!

I - Sete coisas antes de morrer:
  1. Viajar para a Europa
  2. Conhecer os Estados Unidos
  3. Me formar em Direito
  4. Escrever um livro
  5. Fazer o bem para alguém
  6. Ser uma profissional reconhecida
  7. Cantar, tipo, como profissional ;)
II - Sete coisas que mais falo:
  1. Vish
  2. Tás tolo (é, eu sou manézinha)
  3. Aff
  4. Sério?
  5. Ah, cara!
  6. Mentira!
  7. Pirua (é assim que chamo minhas amigas)
III - Sete coisas que faço bem:
  1. Cozinhar
  2. Dormir
  3. Ser sincera
  4. Dirigir
  5. Ser persistente
  6. Tirar tudo do guarda-roupas
  7. Estudar (sou fera!)
IV - Sete coisas que eu não faço:
  1. Comer fígado (éca!)
  2. Qualquer coisa que seja para manter aparências
  3. Ser mal educada
  4. Comprar coisas caras porque são "legais" (tipo um Iphone ou um sapato de marca)
  5. Fumar
  6. Usar roupas muito curtas ou muito justas
  7. Guardar minha aliança em um lugar que eu ache depois
V - Sete coisas que me encantam:
  1. Livros
  2. Paisagens
  3. Fotografias
  4. Simplicidade
  5. Mudanças
  6. Homens que primam pela igualdade
  7. O mar
VI - Sete coisas que eu não gosto:
  1. Gente sem noção
  2. Chorar
  3. Alguém querendo me dar ordem
  4. Gente que não me conhece e quer vir de beijinhos
  5. Pessoas volúveis (não que eu não goste delas, só acho que poderiam ser melhores para si mesmas)
  6. Gente enxerida
  7. Gente que é cheia de problemas e fica falando mal dos outros.

A questão VII era para indicar alguém para fazer o Meme. Vou deixar para quem quiser, ok?

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A namorada do meu amigo - Graciela Mayrink

Quando voltou das férias de verão, Cadu não imaginava a confusão em que a sua vida se transformaria. Era para ser um ano normal, mas ele entrou em uma enrascada e está correndo o risco de perder a amizade do cara mais legal do mundo. O que fazer quando a namorada do seu amigo vira uma obsessão para você?
Os churrascos da turma da faculdade talvez ajudem a esquecer Juliana, e, se depender do esforço do divertido Caveira, não faltarão garotas gente boa para preencher o coração de Cadu.
Mas não adianta forçar... Quem consegue mandar no coração? Alice, a irmã de Beto, é só mais uma das dores de cabeça que Cadu tem que enfrentar. A vida inventa cada cilada!
MAYRINK, Graciela. A namorada do meu amigo. Ribeirão Preto, SP: Novo Conceito Editora, 2014. 336 p. 

Conheci a escrita de Graciela Mayrink quando li Até eu te encontrar e fiquei apaixonada pela simplicidade da narrativa e a beleza do texto. Por isso, fiquei bastante curiosa por A namorada do meu amigo, publicado no ano passado pela Editora Novo Conceito. As cores vivas usadas na capa também ajudaram e, assim que tive oportunidade, peguei o livro para ler. A leitura desse segundo livro, porém, não foi tão incrível quanto a anterior, embora ele esteja (muito) longe de ser ruim.

Novamente a autora criou uma história de jovens em fase de cursar faculdade, as festas, conversas em bar, os primeiros amores e tudo o mais que envolve essa fase da vida. Essa ambientação cotidiana ajuda na identificação com o enredo, o que, junto à linguagem simples, faz o texto fluir com rapidez. O "simples", neste caso, não deixa a desejar e é na verdade um elemento que caracteriza a história de Mayrink e a torna tão gostosa de acompanhar.

“Eu me levantei e a abracei, cumprimentei Manuel e olhei para trás. Ela estava ali parada, linda em um vestido amarelo. Era Juliana, sorrindo para mim. Senti meu peito pegar fogo e ao mesmo tempo gelar, enquanto minhas pernas ficavam bambas. Eu era um perfeito imbecil, não parava de babar pela namorada do meu amigo.”

A base na qual o texto se desenvolve é a perspectiva de Cadu, em primeira pessoa, e os outros personagens são conhecidos por seus olhos. De alguma forma, a escrita da autora, nessa montagem, deu a impressão de que a história era contada por um amigo e que já imaginamos qual final terá, mas que o que importa é entender a sequência de fatos que levaram até ele.

Todo o enredo é bem estruturado, linear, e os personagens, em sua maioria, me conquistaram por inteiro. Adorei o Caveira, o Beto, a Juju e a Alice, e até mesmo criei um carinho pelos pais que também foram mostrados na história, especialmente porque consegui imaginá-los como pessoas que fazem parte da minha vida, o que fez sentir ainda mais proximidade com eles.

“- Ela tem namorado. Que por sinal é seu melhor amigo.
- Eu sei. - Baixei a cabeça. - Aconteceu pai, não posso fazer nada.
- Pode tentar esquecê-la.
- Não sei se quero. - Eu o olhei. - Eu penso nela todos os dias, tento não pensar. Não sei se consigo esquecer a Juliana, mas quero pelo menos ter a amizade dela, se é o máximo que posso ter.
- Você é quem sabe. - Ele tinha um olhar de piedade, que fez com que eu me sentisse ainda pior. Ia sair do quarto, mas antes ele me abraçou. - Espero que você não sofra, meu filho.
- Já estou sofrendo.”

Os únicos problemas foram Cadu e a resolução dos obstáculos da história, mas um está intimamente relacionado ao outro. Desde o início, o comportamento de Cadu não me agradou. Que amigo era aquele? Relevei porque, de certa forma, consegui entendê-lo. E o final foi bonitinho da forma que foi, tenho que admitir, mas o garoto contradisse tudo o que havia feito até aquele momento. Pequeno spoiler: tudo bem ele beijar a Juliana quando ela namorava com o amigo, mas depois que os dois terminaram ele se sentia mal em ficar com ela? Sério?

Por isso tudo, gostei da história e me envolvi com ela, mas criei desprezo pelo Cadu, um desprezo sério, porque ele fez tudo errado o livro todo e, no final, fez tudo errado de novo, mesmo que o final tenha sido da melhor forma que poderia ser depois daquele estrago todo, se é que dá para entender.

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Vaclav & Lena - Haley Tanner


Vaclav e Lena parecem destinados um ao outro. Eles se encontram pela primeira vez aos 6 anos, numa aula de inglês para imigrantes em Brighton Beach, no Brooklyn. Vaclav é precoce e falante. Lena, com dificuldade no idioma, refugia-se na segurança de sua adoração por ele. Ele imagina a história dos dois se desenrolando como em um conto de fadas. No entanto, uma das muitas verdades a serem descobertas nessa extraordinária obra de estreia de Haley Tanner é que "felizes para sempre" nunca é um desfecho garantido. Um dia, Lena não vai à escola. Desaparece da vida de Vaclav e da família dele como num cruel truque de mágica. Durante os sete anos seguintes, Vaclav deseja boa-noite a Lena todos os dias, perguntando-se se ela faz o mesmo onde quer que esteja. No dia do aniversário de 17 anos de Lena, ele finalmente descobre o que aconteceu. Haley Tanner tem a originalidade e a verve de uma contadora de histórias nata, e também a ousadia de imaginar um mundo em que o amor pode superar as circunstâncias mais difíceis. Em Vaclav & Lena, a autora dá vida a dois inesquecíveis jovens protagonistas que evocam a alegria, a perplexidade e a paixão de se ter uma profunda e duradoura ligação com outra pessoa.

TANNER, Haley. Vaclav & Lena. Rio de Janeiro: Editora Intrínseca, 2012. 272 p.

Não vou mentir para vocês. Sabe quando a gente é tão compulsiva que compra um livro só porque ele está muito barato ou porque a capa é maravilhosa demais? Foi justamente isso que aconteceu: entrei na Submarino num dia qualquer e "Vaclav & Lena" estava por R$: 4,49. Não bastasse isso, essa capa é a minha favorita dos últimos tempos. 

Vaclav e Lena têm nove anos de idade e são imigrantes russos que moram nos Estados Unidos. Apesar de terem essas coisas em comum, levam uma vida muito diferente. Vaclav mora com os pais em uma casinha que apesar de pequena, é bastante confortável. Apesar do pai ser um pouco ausente, tem uma mãe muito amorosa e cuidadosa. Lena mora com a tia - que a deixa praticamente largada no mundo - em uma casa totalmente imunda e sem condições. Mas isso não é o pior: Lena vivia totalmente sem amor, com exceção do seu melhor e único amigo e de sua adorável mãe. 

As crianças se conheceram aos seis anos de idade, se não me falha a memória, e não se separaram desde então. Todos os dias Lena ia para casa de Vaclav para ensaiarem o maior sonho do garoto: ser mágico e ter como assistente a sua linda amiga. A única coisa que a menina queria era encontrar o seu lugar no mundo, junto com Vaclav e as meninas da sua escola.

Claro que estavam um com o outro o tempo todo. 
Mesmo quando não estavam olhando, nunca 
precisaram verificar. Ela estava sempre lá; ele estava sempre lá. 
Fora do quarto dela, em algum lugar no escuro, como a lua.

Gente, que estória mais linda. Não existe coisa mais gostosa no mundo que comprar um livro sem pretensão nenhuma e ele se tornar uma surpresa. Foi uma delícia ver - ou ler, no caso - a paciência com que Vaclav lidava com Lena, que tinha muita dificuldade em se adaptar no novo país. Além de não ter conhecido os pais, se mudou para os Estados Unidos bem nova, mas não conseguia dominar o idioma de jeito nenhum. Esse é um dos motivos de ela não conseguir se sair bem na escola e não fazer novas amizades.

Inicialmente, pensei que se tratava de mais um infanto juvenil que não passaria do bom. Mas pessoalmente, não acho que esse gênero classifique a obra. É muito mais denso e profundo do que uma simples estória destinada ao público um pouco mais jovem. Há dor, separação, sofrimento, fuga. Mas, o mais incrível é que, ao mesmo tempo, há um amor tão grande que eu não consigo nem definir. 

A única coisa que me desagradou, mas que não tirou a grandiosidade da obra foi um detalhe da terceira parte do livro (não disse isso antes, mas o livro é dividido em três partes, enfim). Não posso dizer o que é porque eu consideraria como spoiller, mas posso dizer o porquê de eu não ter gostado: achei que a autora quis apressar muito o final do livro. 

Repleto de doçura e amargura ao mesmo tempo, "Vaclav & Lena" é repleto de surpresas e emoções que te aquecem do início ao fim.


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Conjunto de Ganhadores #15

Yes, galera, eu adoro essa coluna *-*

Gosto de ver as carinhas de quem ganha com os livros que eu sorteei aqui, e adoro dar oportunidade que vocês participem também.

Querem conhecer alguns dos ganhadores?


Essa moça aí é a Cibele, linda que me enviou a foto com o livro A Agenda. Ela foi sorteada na Promoção de Aniversário do Blog Roendo Livros, e levou para casa outros prêmios também.



Esse outro rapaz é o Douglas, que me enviou a foto pelo Twitter e acredito que ele nem sabia que iria aparecer aqui - até eu pedir autorização para usar a foto, claro. :) Ele foi o sortudo da Promoção do Livro Filme Noturno, e o prêmio chegou rapidinho.


E vocês, já ganharam prêmio aqui? O que acham de participar também da coluna? Mandem fotos! :)
Quem não ganhou, clica ali na aba "Promoções" que tem outras com inscrições abertas.

Outra novidade que eu publiquei hoje no Instagram do blog: agora o Conjunto da Obra tem marcadores!!! O modelo é esse:


Alguém quer? Vou tentar enviar para todos de quem já tenho endereços, mas se quiser receber, preencha esse formulário aqui. Pode divulgar também, quero espalhar muitos Conjunto's da Obra por aí ;)

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Caixa de Pássaros - Josh Malerman

Sinopse: Caixa de pássaros é um thriller psicológico tenso e aterrorizante, que explora a essência do medo. Uma história que vai deixar o leitor completamente sem fôlego mesmo depois de terminar de ler. Basta uma olhadela para desencadear um impulso violento e incontrolável que acabará em suicídio. Ninguém é imune e ninguém sabe o que provoca essa reação nas pessoas. Cinco anos depois do surto ter começado, restaram poucos sobreviventes, entre eles Malorie e dois filhos pequenos. Ela sonha em fugir para um local onde a família possa ficar em segurança, mas a viagem que tem pela frente é assustadora: uma decisão errada e eles morrerão. (Skoob)
MALERMAN, Josh. Caixa de Pássaros. Intrínseca, 2015. 272 p.


Um dos sentimentos mais frágeis do ser humano é a confiança. Ela demora para se conquistar e se perde pelo menor dos motivos. Normalmente, confiamos no que vemos, no que sabemos, no que sentimos, mas como confiar quando tudo isso é tirado de nós? Como confiar se precisamos manter nossos olhos fechados? 

Essa perda é a essência psicológica de Caixa de Pássaros. E ela é muito bem descrita e empregada na construção dos quarenta e três capítulos do livro. 

Apesar de ser sua primeira obra, Josh Malerman consegue transmitir a insegurança e o medo que Malorie, o Garoto e a Menina (cujos nomes só conhecemos no fim da história, e por uma boa razão), precisam enfrentar quando saem da segurança da casa, onde viveram nos últimos quatro anos, para seguirem a barco por um rio na direção do lugar que pode ser a salvação. E todo esse percurso terá que ser feito de olhos vendados. Isso, porque as criaturas que enlouquecem as pessoas só pela visão de sua presença, podem estar em qualquer lugar. 

A narrativa tem pulos entre o passado e o presente. Aos poucos, conhecemos como Malorie, seu filho e a filha de uma amiga, ambos com quatro anos de idade, chegaram até aquele ponto. 

"Sem que ela reme, o barco se move de novo. Ela segura um dos remos e se prepara para usá-lo como arma. Então ouve o barulho de algo entrando na água. A coisa de move. Parece estar mais longe. Malorie está tão ofegante que chega a engasgar. Ouve um ruído entre os galhos da margem à sua esquerda e imagina que a coisa tenha se arrastado até a costa. Ou talvez tenha andado. Será que uma criatura está parada ali? Analisando os galhos das árvores e a lama a seus pés?"

É particularmente triste, mas compreensível, como Malorie treina as duas crianças, desde que elas nascem, a fecharem os olhos e identificarem todos os ruídos e presenças ao redor. São quatro anos de treinamentos duros, mas necessários para que o plano de Malorie funcione. Ela espera por um dia frio, quando surgir uma neblina densa o suficiente para esconder os três no percurso da casa até o rio. 

Empregando frases curtas, muitos pontos finais e quebra de linhas, Malerman consegue trazer para o leitor a aflição que os personagens sentem quando saem da casa para pegar água em um poço, ou quando vão à procura de comida em supermercados abandonados, ou quando precisam abrir a porta da rua para alguém entrar. Isso porque em todos esses momentos, eles estão de olhos vendados. Quando abrem uma porta, não têm certeza se só entrou uma pessoa ou se alguma criatura veio junto com ela. E nesse momento, compreendemos perfeitamente o desespero que é ter que abrir os olhos depois que a porta se fecha. 

Embora a história seja simples, centrada apenas na rápida viagem de Malorie e as duas crianças, e intercalada com o que aconteceu na casa quatro anos antes, ela é eficiente naquilo a que se propõe. 

"Ele ouve o som de novo. Pela terceira vez.
Mas, agora, percebe de onde está vindo.
Está vindo de dentro do poço.
Felix solta a manivela e dá um passo para trás. O balde cai, batendo nas pedras, antes de mergulhar na água.
De repente ele sente frio, muito frio. Está tremendo."

O curioso é que, apesar dos responsáveis pelas loucuras das pessoas sejam criaturas, que em nenhum momento conhecemos sua aparência ou o motivo do que fazem e como fazem, o vilão mais cruel acaba sendo um dos personagens humanos que é imune. 

Por isso, o final de Caixa de Pássaros não me decepcionou. Eu já estava preparado para não obter respostas para a origem dessas criaturas, por que causam loucura nas pessoas, por que não atacam ninguém fisicamente, de onde vieram, o que pretendem, entre muitas outras. Ficou claro para mim que o importante da história não eram essas perguntas, mas sim o medo que sentimos quando perdemos aquilo que mais confiamos: nossa visão. E em como as pessoas podem ser terríveis quando se sentem com alguma vantagem.

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Leituras do Mês: Março

Março passou como um furacão.

Todas as mudanças na minha rotina que comentei no último post aconteceram, e minha semana é tão cheia de coisas que quando eu vejo já estamos no sábado de novo. O que é bom, mais ainda quando há feriados.

Abril chegou e eu não tenho muitas ambições para o mês. As leituras que vierem serão bem aproveitadas, mas preciso me organizar também com as leituras da faculdade, então não sei quanto renderão.

O aniversário do blog está chegando, e eu já estou começando a organizar algumas coisas bem legais para todos.


Em março consegui concluir seis livros, todos eles muito bons. Li Diário de um Adolescente Apaixonado no começo do mês, e já tem resenha no blog. Li também Todo Dia, que não foi o que eu esperava, mas me surpreendi com Amigas para Sempre e Objetos Cortantes. Quase uma Rockstar foi o ebook do mês, e março foi finalizado com a leitura de Mariposa, que recebi de parceria com a autora Patrícia Baikal.

Recebi bastante coisa pelo correio também: Objetos Cortantes, da Editora Intrínseca, Mariposa, da autora Patrícia Baikal, Top School 1 e 2, da Companhia Editora Nacional. Recebi também Lola e o Garoto da Casa ao Lado e A Mais Pura Verdade, da Editora Novo Conceito. Por fim, recebi o livro Um Mais Um, de presente, que me deixou toda boba.

Tem Pesquisa de Opinião, que eu gostaria muito que vocês respondessem, e Promoção nova!

Desejo também que todos vocês tenham uma Páscoa maravilhosa,  recheada de chocolates,  livros e coisas boas.

Quais foram as novidades de vocês em março?

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