Reboot - Amy Tintera

Sinopse: Quando grande parte da população do Texas foi dizimada por um vírus, os seres humanos começaram a retornar da morte. Os Reboots eram mais fortes, mais rápidos e quase invencíveis. E esse foi o destino de Wren Connolly, conhecida como 178, a Reboot mais implacável da CRAH, a Corporação de Repovoamento e Avanço Humano. Como a mais forte, Wren pode escolher quem treinar, e sempre opta pelos Reboots de número mais alto, que têm maior potencial. No entanto, quando a nova leva de novatos chega à CRAH, um simples 22 chama sua atenção, e, a partir do momento que a convivência com o novato faz com que ela comece a questionar a própria vida, a realidade dos reinicializados começa a mudar. (Skoob)
TINTERA, Amy. Reboot. Galera, 2015. 350 p.

Primeiro de uma duologia, Reboot tem um papel importante, que é apresentar uma nova distopia, um mundo novo com novos personagens, em um universo literário abarrotado de temas similares. E ele vem com bastante empolgação. Inclusive, seus direitos de adaptação para o cinema já foram negociados.

Do meu ponto de vista, o resultado desse esforço é contraditório.

Wren e Callum são cativantes, contraditórios e se complementam.

"Eu me juntei aos treinadores, dando uma olhadela no 22 enquanto ele desabava no círculo. Ainda estava me observando, os olhos brilhando, e eu rapidamente desviei o olhar. Que novato estranho."

Wren é o reboot mais forte, por causa dos 178 minutos que ela ficou morta antes de voltar à vida modificada. Devido à forma como morreu, aos 12 anos e com três balas no peito, e devido ao que precisa fazer a mando da organização que controla os Reboots, ela ocultou todos os seus sentimentos. É uma máquina de luta e de morte. Todos no complexo a respeitam, até os humanos.

Callum é o reboot mais fraco: ficou apenas 20 minutos morto. Devido a isso, suas emoções ainda são fortes, não foram totalmente cobertas pela transformação. Ele é altruísta, corajoso e convicto de suas crenças, como nunca matar, a não ser em legítima defesa. Devido ao pouco tempo que ficou morto e, consequentemente, à sua fraqueza, todos acham que ele não irá sobreviver a mais de duas missões.

Quando Wren vê Callum, sente por ele algo diferente. Algo que abre uma rachadura na sua muralha de proteção para os sentimentos. Ela sempre escolhe o reboot novato mais forte pra treinar, mas, desta vez, não consegue distanciar o pensamento de que se não treinar Callum, ele morrerá rapidamente. Ela não quer isso, mesmo sem compreender o motivo. Assim, ela seleciona Callum.

"Callum finalmente me encarou. Seus braços também estavam em volta de mim, puxando-me para mais perto do que eu jamais estivera dele. Seus dedos roçaram levemente a pele que ele havia acabado de bater, e o peso foi tirado do meu peito. Ele deixou uma trilha de fogos de artifício pela minha bochecha e pelo meu pescoço e por dentro do meu cabelo, e meus olhos se fecharam antes que eu pudesse impedi-los."

Alguns pontos na trama me causaram desconforto. Embora os reboots se tornem pessoas mais fortes, mais bonitas e detentoras de um fator de cura, são considerados monstros. Isso me fez lembrar certos vampiros que brilham ao sol, que se sentem monstros sem o leitor entender realmente o motivo, a não ser as palavras do autor.

A corporação que controla os reboots tem à sua disposição jovens extremamente poderosos, extremamente eficientes nas missões e totalmente obedientes. Os soldados perfeitos. Mesmo assim, a corporação cria uma fórmula química que é injetada nos reboots e os deixa fora de controle e os leva à morte se não tomarem, poucas horas depois, uma vacina que anula os sintomas provocados pela injeção. Nesse estágio entre as doses, eles mais se assemelham a zumbis que atacam para comer carne.

A primeira parte do livro é uma apresentação das características dessa nova sociedade, das capacidades sobre-humanas dos reboots e do crescimento do interesse mútuo entre Wren e Callum. E ela é muito boa, empolgante, desperta curiosidade e ansiedade, ainda mais quando acompanhamos o treinamento de Callum e dos seus sucessivos fracassos para se tornar um soldado melhor. Sabemos que o resultado disso é a eliminação do reboot.

A segunda parte não é tão empolgante. Talvez devido à pressa com que ela é desenvolvida. Na primeira parte não há pressa, as coisas vão acontecendo naturalmente e conseguimos vislumbrar para onde o caminho leva. Na segunda parte, temos vários capítulos de uma mesma situação, até que nos dois últimos, tudo se resolve de forma apressada.

"Ele me girou uma, duas, três vezes, até eu desabar às gargalhadas em seu peito. Levantei-me nas pontas dos pés para um beijo, e ele me agarrou por baixo dos braços e me levantou até eu conseguir passar as pernas em volta de sua cintura. Fechei meus olhos e me deixei sumir dentro do beijo. Gostava de não ter que me preocupar com ataques de surpresa ou com humanos passando. Gostava de me render completamente ao beijo, aos braços dele e ao calor de seu corpo."

Como disse no início da resenha, existe uma continuação já publicada no exterior e com data prevista no Brasil para o ano que vem. A história deixa vários pontos por resolver, mas não termina de forma abrupta. O fim é muito satisfatório e agrada pelo que ele apresenta como futuro para os personagens. 

Pelo menos em duas coisas, Reboot quebra paradigmas: não é uma trilogia e nem apresenta um triângulo amoroso.
Carl
Carl

5 comentários:

  1. Graças a Deus!!!!!!!! Tava cansada de triangulo amoroso afff
    Até parece que na minha vida tem dois caras me disputando homiiiiiiiiiii

    Fiquei curiosa por essa história e lendo algumas resenhas sobre ele a opinião é a mesma: ele não é perfeito, peca nesses aspectos que você falou.

    De repente o filme dê um jeito né
    Espero que sim!!
    Não sei se irei ler, estou torcendo pelo filme. Mas quem sabe, sou curiosa pacasss

    http://rascunhosehistorias.blogspot.com.br/

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  2. não sou uma grande fã de distopia. partindo daí, não sei se leria Reboot agora. achei interessante como eles são feitos (?) depois da morte (?) é um tanto misterioso. fora isso, não me chamou tanta atenção assim. a capa é super simples, não tem atrativo nenhum. o lerei um dia é certo, mas não pra agora.

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  3. Bem, taí uma duologia que eu leria. É tãããão cansativo esses livros que têm triângulo amoroso como pano de fundo. Dá sono! =P
    O lance é que eu não gosto muito de distopia desse tipo, aí não sei se leria essa. Mas parece ser boa.

    Um abraço!

    Blog || FanPage

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  4. Curto muito Distopia, o livro parece ser ótimo, fiquei bastante interessada em conferi essa duologia.

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  5. Olá Carlos,

    Não conhecia esse livro e a capa não me atrai, mas a sinopse e sua resenha me deixaram curioso, vou anotar a dica....abraço.

    devoradordeletras.blogspot.com.br

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