BRITO, Alane. O Trio. Novo Século, 2012. 511 p.Sinopse: Davi achava que seus piores problemas seriam dividir o forte sentimento que ele e seus dois amigos, Nelson e Jordan, nutriam pela mesma menina e tentar tornar a conturbada vida de um deles menos sofrida. Até que ao completarem dezoito anos a pequena vila no meio do nada onde moravam é invadida por homens violentos. É quando começa o maior desafio de suas vidas... Davi e Nelson conseguem fugir com mais alguns e, após se deparar com o sofrimento do amigo, Davi sente-se obrigado a retornar ao palco do grande massacre para resgata r Jordan. Para levarem ajuda aos outros sobreviventes que estão aprisionados, os três terão que juntar forças com seus desafetos, a fazer difíceis escolhas, e acabam descobrindo que, no fundo de suas almas, guardam uma grande garra e coragem jamais experimentados por nenhum deles... Existem erros tão graves que jamais possam ser perdoados? Abriria mão de um verdadeiro amor por causa de uma grande amizade? Descubra nessa história que é uma grande lição de amor, amizade e perdão... (Skoob)
A verdadeira amizade é um sentimento tão forte quanto o amor. O desejo é a principal característica que diferencia os dois. Entretanto, o amor, em alguns casos, consegue se manter diante dos defeitos do outro, enquanto a amizade, não. Embora forte de se sentir, a amizade é fácil de se quebrar. E uma vez quebrada, não há como restaurá-la à forma original sem esconder as rachaduras.
Davi, Jordan e Nelson são os protagonistas de O Trio. A narrativa em primeira pessoa é feita por Davi, que regressa à vila onde cresceu, Valentino Duarte, em Goiás, dez anos após sua partida. Ele deixa logo claro que algo de terrível aconteceu e que agora está de volta para cumprir uma promessa feita aos dois amigos. Nas páginas seguintes, vamos conhecendo, aos poucos, todos os eventos que o obrigaram a partir.
A trama se inicia em 1930 e culmina em 1946, quando os três rapazes estão com dezoito anos. Longo no início, Davi explica o motivo de Jordan possuir o apelido de leproso e ser odiado por quase todos os habitantes de Valentino Duarte. Diversos acontecimentos, como roubos, incêndios e ataques às plantações, são creditados a Jordan, porque este sempre é encontrado nos locais em que essas coisas ocorrem. Entretanto, como nunca existe uma testemunha, ou qualquer outra prova de sua culpa, ele consegue escapar dos castigos, mas não do ódio das pessoas.
Isso não diminui a amizade que os três nutrem um pelo outro, mas afasta suas paixões. Davi e Nelson nutrem sentimentos por Yola, a garota mais bonita da vila, mas cujo primo, Nicolas, insiste em mantê-la longe dos garotos devido à má reputação e a um ódio inicialmente sem motivo. Também temos Leonor, parente de Yola, por quem Jordam se apaixona. Entretanto, esse amor parece impossível devido ao que a população lhe credita. Por fim, conhecemos Ana, uma garota apaixonada por Davi e que será a responsável por um dos momentos mais tristes da história.
Todas as provações pelas quais Davi, Jordan e Nelson passam em O Trio, servem para testar o quanto a amizade entre eles é forte. A descrição realista e pouco romanceada é condizente com o objetivo, ou seja, deixar claro que a narrativa pode ser perfeitamente real. E dessa forma, descobrimos que a raiva, o ressentimento, a desconfiança, tornam-se fortes demais para conseguir manter uma amizade. E isso é muito bem descrito em um determinado momento, quando os três rapazes são obrigados a decidir se o que vale mais é a amizade deles ou a desconfiança que sentem por acontecimentos que não conseguem compreender inteiramente.
A desconfiança e a mágoa abalam a estrutura mais sólida. Quando somos confrontados com uma acusação infundada dos atos de um amigo, por lealdade e confiança, ficamos ao lado desse amigo. Mas quando começam a se juntar outras acusações, cada vez mais sérias, a base da confiança começa a rachar. E é nesse momento que descobrimos se o que sentimentos é realmente verdadeiro. Mas se diversas acusações e mágoas podem terminar uma amizade, outras tantas podem torná-la mais forte. Nós temos uma linha tênue que determina até que ponto nossas decepções podem ficar acima do bem estar de quem foi nosso amigo. E é também nesses momentos, que podemos recuperar o que perdemos. Na metade de O Trio, quando a rachadura entre os três amigos parece irrecuperável, eles encontram um inimigo comum que os obriga a repensar no que realmente sentem.
Como disse no início deste texto, a amizade é um sentimento frágil e que não pode ser restaurado sem que existam rachaduras. No fim do livro, confirmamos essa premissa. Eles podem voltar a compartilhar esse sentimento, mas no fundo, as marcas estão lá para lembrá-los de que conseguiram ultrapassar todas as dificuldades, mas não saíram ilesos.
Davi, Jordan e Nelson são os protagonistas de O Trio. A narrativa em primeira pessoa é feita por Davi, que regressa à vila onde cresceu, Valentino Duarte, em Goiás, dez anos após sua partida. Ele deixa logo claro que algo de terrível aconteceu e que agora está de volta para cumprir uma promessa feita aos dois amigos. Nas páginas seguintes, vamos conhecendo, aos poucos, todos os eventos que o obrigaram a partir.
A trama se inicia em 1930 e culmina em 1946, quando os três rapazes estão com dezoito anos. Longo no início, Davi explica o motivo de Jordan possuir o apelido de leproso e ser odiado por quase todos os habitantes de Valentino Duarte. Diversos acontecimentos, como roubos, incêndios e ataques às plantações, são creditados a Jordan, porque este sempre é encontrado nos locais em que essas coisas ocorrem. Entretanto, como nunca existe uma testemunha, ou qualquer outra prova de sua culpa, ele consegue escapar dos castigos, mas não do ódio das pessoas.
"Não tinha como não perceber o quanto Jordan estava cansado, moral e fisicamente. Naquela hora, ele estava convicto de que o baniriam. Isso pensando positivamente, caso não, até tinha o rico de realmente repensarem sobre a pena de morte. Chegava a pensar de que modo lhe matariam. Na verdade, já não fazia tanta diferença para ele. Só queria que aquele tormento chegasse logo a um fim."
Todas as provações pelas quais Davi, Jordan e Nelson passam em O Trio, servem para testar o quanto a amizade entre eles é forte. A descrição realista e pouco romanceada é condizente com o objetivo, ou seja, deixar claro que a narrativa pode ser perfeitamente real. E dessa forma, descobrimos que a raiva, o ressentimento, a desconfiança, tornam-se fortes demais para conseguir manter uma amizade. E isso é muito bem descrito em um determinado momento, quando os três rapazes são obrigados a decidir se o que vale mais é a amizade deles ou a desconfiança que sentem por acontecimentos que não conseguem compreender inteiramente.
"Achei que merecia ao menos um beijo no rosto, mas ela passou adiante. Não liguei para isso também porque tinha certeza de que, dali em diante me deleitaria em seu lábios sempre que tivéssemos chances de nos ver e tudo seria real e não apenas devaneios em noites solitárias."
A desconfiança e a mágoa abalam a estrutura mais sólida. Quando somos confrontados com uma acusação infundada dos atos de um amigo, por lealdade e confiança, ficamos ao lado desse amigo. Mas quando começam a se juntar outras acusações, cada vez mais sérias, a base da confiança começa a rachar. E é nesse momento que descobrimos se o que sentimentos é realmente verdadeiro. Mas se diversas acusações e mágoas podem terminar uma amizade, outras tantas podem torná-la mais forte. Nós temos uma linha tênue que determina até que ponto nossas decepções podem ficar acima do bem estar de quem foi nosso amigo. E é também nesses momentos, que podemos recuperar o que perdemos. Na metade de O Trio, quando a rachadura entre os três amigos parece irrecuperável, eles encontram um inimigo comum que os obriga a repensar no que realmente sentem.
Como disse no início deste texto, a amizade é um sentimento frágil e que não pode ser restaurado sem que existam rachaduras. No fim do livro, confirmamos essa premissa. Eles podem voltar a compartilhar esse sentimento, mas no fundo, as marcas estão lá para lembrá-los de que conseguiram ultrapassar todas as dificuldades, mas não saíram ilesos.
Bem interessante a história desse livro, fiquei bem curiosa, achei interessante abordar a desconfiança e a mágoa. Sua resenha está muito boa, pretendo ler o livro em breve.
ResponderExcluirOi Carlos!
ResponderExcluirSabe que eu acho que a amizade é muito mais forte que o amor? Quer dizer, para mim, amizade é para sempre, enquanto o amor (no sentido romântico) não dura tanto assim, pelo menos na maioria das vezes. Sei lá, é muito mais fácil você desconfiar de um namorado que de um amigo. Mas em contrapartida concordo com você em uma coisa: amizade é muito mais difícil de recuperar...
Beijo!
http://www.roendolivros.com/
Oie
ResponderExcluirEsse livro é lindo, já faz um tempinho que o li e a história vale a pena.
Beijos
http://diariodeincentivoaleitura.blogspot.com/
Estou doida pra ler esse livro, parece ser super emocionante e cada resenha que leio dele me deixa ainda mais interessada em conferi essa história.
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