Ladrões de Elite - Ally Carter

Fonte da imagem: blog Karen Costa
Sinopse: Quando tinha 5 anos, Katarina Bishop distraiu os guardas da Torre de Londres para que o pai pudesse roubá-la. Aos 7, ela ouviu o tio Eddie planejar a interceptação de 80% do caviar do planeta. Quando fez 15 anos, Katarina armou um golpe por conta própria - um esquema para entrar no melhor colégio interno dos Estados Unidos e deixar para trás os negócios da família. Só que trocar de ramo e ter uma vida normal acabou sendo mais difícil do que Kat esperava. Hale, seu amigo charmoso, bilionário e antigo comparsa, logo aparece para levá-la de volta à realidade da qual ela havia se esforçado tanto para fugir.
Mas é por um bom motivo: uma inestimável coleção de arte de um temido mafioso foi roubada e ele quer recuperá-la, custe o que custar. Somente um mestre do crime poderia ter realizado essa proeza e o pai de Kat é o único suspeito, embora insista em negar qualquer envolvimento. Encurralado entre a Interpol e um inimigo assustador, ele precisa da ajuda da filha. Para Kat, só existe uma saída: encontrar os quadros e roubá-los de volta. Não importa se parece impossível, se ela não tem pistas do ladrão e se o prazo é de apenas duas semanas. Com uma equipe de adolescentes talentosos e uma mãozinha da sorte, Kat está determinada a realizar o maior golpe da história da família e provar que jamais a abandonou. (Skoob)
CARTER, Ally. Ladrões de Elite. Arqueiro: 2011. 240 p.

Kat cresceu em uma família de ladrões de arte. Desde pequena, ajudava seu pai a distrair seguranças, a fazer os trabalhos, e se sentava à mesa de tio Eddie para planejar os grandes golpes. Mas Kat se cansara dessa vida, e decidiu deixar para trás os negócios da família, para viver como uma adolescente normal na escola Colgan.

Por pouco tempo. Seu amigo Hale, lindo e rico, aparece para levá-la de volta à realidade: uma coleção de arte fora roubada de um homem muito perigoso, que acredita que o pai de Kat realizou o serviço, e a quer de volta, custe o que custar.

Para que seu pai não corra perigo, só resta a Kat recuperar os quadros e devolvê-los a Arturo Taccone no prazo de duas semanas. Mas ela não faz idéia de onde as obras estão, e as pistas acabam levando a um dos museus mais seguros do mundo.

"- Supondo que a gente consiga fazer isso, seria preciso uma equipe grande.
- E ninguém vai com a sua cara - acrescentou Hale, sem sorrir.
O vento estava gelado sobre o céu cinzento e soprava as folhas pelo chão.
- Precisamos de equipamentos... e dos bons. Coisas muito caras.
- Pena que só tenho minha beleza - disse Hale. - Quer dizer, eu canto melhor do que a média, também.
Kat revirou os olhos.
- Sete dias, Hale.
Dessa vez, ele não deu nenhuma resposta. Nenhuma solução. Se Kat havia aprendido alguma coisa com a morte da mãe era que nem mesmo o melhor ladrão do mundo é capaz de roubar tempo." (Pág. 109)

Diferente da maioria das pessoas, não me encantei com Ladrões de Elite logo nos primeiros capítulos. Talvez não fosse o livro, fosse eu mesma, cansada demais para me apegar a qualquer coisa. Talvez fossem as expectativas que criei antes de começar o livro, mas que não me prenderam a ele inicialmente. Inicialmente. Pois logo que a aventura realmente começou, quando Kat foi à Itália observar a casa de Taccone, aí sim, não consegui mais parar.

E quanta aventura! O livro é repleto de reviravoltas e surpresas, momentos eletrizantes, cenários (eu consegui imaginar cada um deles) encantadores e de tirar o fôlego, mesmo que sejam apenas em nossa imaginação. Foi quase possível sentir o frio da neve da Polônia ou ver os campos de vinhedos e oliveiras na Itália.

E o que importa se alguns adolescentes não conseguiriam cruzar o mundo sozinhos, como li em algumas resenhas antes? Acho que esse detalhe é tão insignificante para todo o enredo do livro que não tira nadinha da graça dele, até por que, se trata de uma ficção.

Os personagens são muito divertidos. Eu adorei o Hale e aquele jeitinho badboy, e as tiradas fantásticas dele. A Kat, apesar de corajosa e com um senso de humor meio negro, que eu também gosto, na verdade, poderia ter sido bem mais esperta em alguns detalhes. Gabrielle, o nerd do Simon e os irmãos Bagshaw me renderam boas risadas. Essa equipe realmente rendeu, e acho que não poderia estar mais completa.

Acredito que, para quem gosta de uma história cheia de emoção e aventura, é impossível não gostar de Ladrões de Elite. A Editora Arqueiro está de parabéns pela obra, que está lindíssima, e não lembro de ter notado nenhum erro. Espero que a continuação da série seja lançada em breve.

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Tocada pelas Sombras - Richelle Mead

Fonte da Imagem: Casos Acasos e Livros
Rose Hathaway sabe que é um erro se apaixonar por um de seus instrutores. Lissa, sua melhor amiga e última princesa do clã dos Dragomir, deve vir sempre em primeiro lugar. Rose precisa protegê-la. Mas, infelizmente, quando se trata de Dimitri Belikov, algumas regras parecem existir apenas para serem quebradas. Justamente quando Lissa e Rose veem seu pior inimigo, Victor Dashkov, a um passo de sair da prisão, imagens sombrias começam a invadir a mente de Rose, prenunciando algo terrível à espreita da Escola São Vladimir. A tensão ronda o mundo dos Moroi mais do que nunca. Os Strigoi desejam vingança pelas mortes causadas por Rose em Spokane. Numa batalha de tirar o fôlego, ela viverá seus piores pesadelos ao ter de escolher entre o amor de sua vida e sua melhor amiga. Será que essa escolha significa que apenas um deles sobreviverá?
MEAD, Richelle. Tocada pelas sombras. Academia de Vampiros #3. Nova Fronteira: 2010. 384 p.

Ao pegar esse livro - que eu li há algum tempo - para fazer a resenha, tive uma vontade imensa de largar tudo e começar a reler. Acho que todos que acompanham o blog sabem do meu vício na série, e eu até tento superar isso, mas chega a ser mais forte que eu. Cada livro da série lançado até agora conseguiu ser melhor do que o anterior, e Tocada pelas Sombras é, para mim, muito, muito bom mesmo.

Para quem ainda não leu os dois primeiros, haverá spoilers!

O livro tem seu começo três semanas após os acontecimentos em Spokane. A experiência trouxe para os alunos da São Vladimir uma perspectiva mais sombria do que era a realidade fora dos muros da escola e Rose foi uma das pessoas mais afetadas pela tragédia.

E nada na vida de Rose se tornou mais fácil. Ela acaba de descobrir que o julgamente de Victor Dashkov se aproxima, e que ela e Lissa não participarão como testemunhas. Ela foi escolhida para ser a guardiã de Christian, e não de Lissa, na experiência de campo. O fantasma de Mason começa a aparecer, e Rose começa a questionar sua sanidade. E, acima de tudo, continua apaixonada por seu professor, Dimitri, sem poder viver esse sentimento.

"- Não acredito que você não queira nada. Vai ser um aniversário muito sem graça assim.
'Liberdade', pensei. Esse era o único presente que eu queria. Liberdade para fazer as minhas próprias escolhas. Liberdade para amar quem eu quisesse.
- Não importa - resumi, em vez de externar tudo que pensara.
- O que você... - Ele se interrompeu. Ele compreendeu. Ele sempre compreendia. Era também por isso que havia uma ligação tão forte entre nós, apesar dos sete anos de diferença que nos separavam. Nós nos apaixonáramos no outono anterior, quando ele foi meu instrutor de combate. [...]" (Pág. 14)

Ao conseguir convencer os responsáveis de que ela e Lissa precisavam estar no julgamento de Victor, a viagem à Corte não é nada agradável para Rose. E é a partir disso que ela descobre que os fantasmas que vê se tratam de mais uma das consequências de ser beijada pelas sombras, e compreende que Mason está tentando mandar uma mensagem, que ela não compreende até o momento derradeiro.

Tocada pelas Sombras tem um enredo cheio de aventuras, mistério e romance, que enriquecem a vida dos personagens. Christian aparece muito nesse livro, e eu adoro o jeito sarcástico dele, com uma piadinha original sempre na ponta da língua. O Adrian começa a me conquistar nesse livro, apesar de, na minha opinião, ainda não chegar aos pés do Dimitri. E o Dimitri, ah, o Dimitri. Arranca todos os suspiros possíveis nessa obra.

"- Rose - disse Dimitri. Era apenas o meu nome, mas era tão forte, tão cheio de sentido. Dimitri tinha uma fé absoluta em mim, fé na minha força e bondade. E ele tinha força também, uma força que eu sentia que ele não hesitaria em me emprestar se eu precisasse. [...] O que nós tínhamos era amor." (Pág. 299)

E de tudo, tudo que eu poderia esperar para um final, nunca imaginaria o que aconteceu. Richelle conseguiu surpreender mais uma vez e foi esse livro que me cativou definitivamente para a série.

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Diários do Vampiro - O Despertar - L.J. Smith

Sinopse: Em Fell Church, uma cidade pacata em West Virginia, a garota mais popular da escola Robert E. Lee apaixona-se por um vampiro com quatrocentos anos. Com a ajuda das amigas, Meredith e Bonnie, Elena fará tudo para seduzir Stefan. E Stefan fará tudo para proteger Elena… dele mesmo. O adolescente de olhos verdes, rosto clássico escondem um passado sombrio e uma sede que não consegue controlar. Com ele, arrasta a memória de um amor perdido e um irmão que apenas deseja vingança. Em Florença, no Renascimento, Stefan e Damon Salvatore lutaram pelo amor da mesma mulher. Séculos mais tarde, voltarão a fazê-lo. Diários do Vampiro – O Despertar é a introdução a um triângulo amoroso arrepiante: a história de dois irmãos vampiros que se odeiam e de uma garota que se vê dividida entre os dois. (Skoob)
SMITH, L. J. O Despertar. Diários do Vampiro #1. Galera Record: 2009. 240 p.

Primeiro volume da série Diários do Vampiro, O Despertar narra a chegada dos irmãos Stefan e Damon Salvatore à cidade de Fell's Church.

Stefan não sabe o motivo que o leva a escolher a cidade como local para viver, mas está resolvido a estar junto aos humanos e, como tinha respeito pelo passado, sabia que os fantasmas da Guerra Civil ainda viviam ali.

"De jeans e camiseta, Stefan Salvatore parecia exatamente um aluno normal do ensino médio.
Mas não era.
Imerso no bosque, ele foi se alimentar. Agora lambia meticulosamente os lábios, para se assegurar de não ter deixado nenhuma mancha. Este embutre já seria difícil o suficiente sem isso.
Por um momento, ele se perguntou, mais uma vez, se devia desistir de tudo. Talvez devesse voltar à Itália, a seu esconderijo. O que o fazia pensar que podia voltar ao mundo da luz do dia?
Mas ele estava cansado de viver nas sombras. Estava cansado da escuridão e das coisas que viviam nela. Acima e tudo, estava cansado de ficar só."

Stefan, no entanto, se depara com o que ele menos esperava encontrar: Elena, tão semelhante à sua amada Katherine, que desperta nele as emoções há tanto guardadas, as mágoas consigo mesmo e com seu irmão e o sofrimento que seu amor por ela causou a ambos.

O livro, publicado no Brasil pela editora Galera Record, foi lançado originalmente em 1991. Achei essa data interessante, pois só soube da série mais ou menos na época em que lançaram a série de televisão. Não há, entretanto, muito o que falar do livro. A história tem um contexto interessante, mas foi colocada de maneira um pouco forçada.

Elena, a "rainha da escola" é irritante, e acredito que ninguém ficaria tão segura de si mesma depois de levar tantos foras. Já li em outra resenha que ela só se sentiu interessada pelo Stefan, em um primeiro momento, pois ele era o garoto novo e, depois, por que ele se tornou um desafio, e tenho que concordar inteiramente com isso. Acredito que, principalmente por causa da perda de seus pais, fato que ela não parecia se importar tanto assim, alguma mudança teria se dado nela, mas tudo o que vi foi uma garota fútil, que queria que o mundo todo estivesse aos seus pés.

Stefan é aceitável, mesmo que pareça fraco demais, sensível demais. Quando ficou com Elena, me peguei pensando "Como assim? Assim tão rápido?", pois não consegui torcer pelo casal, e o romance não encaixou, de jeito nenhum. Especialmente por que todo interesse dele em Elena veio por causa da semelhança dela com Katherine.

Outro ponto, que achei extremamente forçado no livro, foi a aceitação rápida da Elena quando descobriu a verdadeira natureza de Stefan. Seria impossível alguém agir com tanta calma  ao descobrir que seu namorado é um ser que até então pensava existir apenas em lendas, principalmente quando não houve nenhuma desconfiança sobre o assunto que facilitasse digerir o fato. O pequeno momento de raiva da personagem para mim foi insignificante, pois passou depressa demais.

Damon, nesse livro, é apresentado como vilão da história, que se fortalece de sangue humano e é muito mais poderoso que seu irmão. Matt, ex-namorado de Elena, é o mais sensato e fofo, mas só existiria mesmo em livros ou novelas.

Apesar de ver esses vários pontos fracos e por não ser de desistir fácil, continuarei lendo a série. Espero, sinceramente, que melhore.

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O Pão da Amizade - Darien Gee

Crédito da Imagem: Alma Crítica

Sinopse: Um presente anônimo conduz uma mulher a uma jornada que ela jamais poderia imaginar. Certa tarde, Julia Evarts e Gracie, sua filha de cinco anos, chegam em casa e encontram um presente na varanda da frente: um pão da amizade com o simples bilhete "espero que você goste". Junto, há um pacote de farinha, instruções de como fazer o pão e um pedido para que ele seja compartilhado com outras pessoas.
Ainda abalada pela tragédia que a distanciou da irmã, antes sua melhor amiga, Julia continua perdida quanto aos rumos de sua vida. Ela jogaria fora o presente anônimo, mas, para alegrar Gracie, concorda em assar o pão.
Quando Julia conhece duas recém-chegadas a pequena cidade de Avalon, Illinois, ela desencadeia uma ligaçao ao oferecer a elas uma parte da massa. A viúva Madeline Davis esta trabalhando para manter aberto o seu salão de chá, enquanto a famosa violoncelista Hannah Wang de Brisay esta numa encruzilhada, com o fim da carreira e o do casamento. Na cozinha do salão de chá de Madeline, as três mulheres firmam uma amizade que mudará suas vidas para sempre.
Não demora para que todos em Avalon estejam assando o pao em suas cozinhas. Mas este momento feliz e as novas amizades também apresentam um novo desafio: a necessidade de reencontrar a irmã e lidar com uma situação que ela preferia esquecer.
O pão da amizade conta uma historia espiritual e comovente sobre vida, amizade, dores e dificuldades, comida e família, mas também sobre a necessidade de mantermos acesa a esperança. (Skoob)
GEE, Darien. O pão da amizade. Lua de Papel: 2011. 392 p.

Um simples presente deixado na porta de Julia faz com que sua vida tome rumos que não poderia esperar. É um pão da amizade, junto a um saco de massa e instruções, e um pedido de que o pão seja compartilhado.
Cinco anos antes, um acidente causou a morte do filho de Julia, Josh, e nada em sua vida, desde então, teve sentido. Nem mesmo sua pequena filha Gracie, que já estava à caminho na época, ou o amor de Mark, quem esteve sempre ao seu lado, tentando tornar tudo mais fácil. A linda relação que teve por toda a vida com sua irmã Livvy foi a mais abalada, e Julia se fechou então em um mundo alheio a tudo o mais.
Mas é compartilhando a massa que ela conhece Hannah e Madeline, e vê na amizade das duas um ponto de onde recomeçar. O pão da amizade, assim, começa a se espalhar pela cidade de Avalon, como uma corrente em que cada pessoa divide a massa com outras pessoas, o que modifica, de uma maneira ou de outra, a vida de cada uma delas.

O Pão da Amizade, em uma palavra, é uma história doce. O enredo é simples, narrando a vida das pessoas da cidade após a chegada do pão, mas complexo de uma forma inestimável. A complexidade se deve, principalmente, pelas características tão realísticas dos personagens, que têm as imperfeições necessárias para nos convercer da possibilidade de verdade da história. Como se aquelas pessoas pudessem realmente existir.

Cada personagem tem que enfrentar sua dor, seu pesar, e somos possibilitados de conhecer a fundo cada um deles. Mesmo com a profundidade com que são mostradas as tristezas que carregam, Darien Gee consegue colocar isso de uma maneira tão leve que permite perceber como todos são movidos pelo amor.

Para mim, o mais encantador da história, foi a maneira como a autora colocava - entre os capítulos principais da história - diversos capítulos secundários, mostrando as transformações que o pão da amizade provoca em todas as famílias da cidade. Eram apresentados nesses capítulos diversos personagens, até então estranhos, que me comoviam pela simplicidade e solidariedade, ou provavam que muitas vezes falta apenas um empurrãozinho para tomarmos atitudes que desejamos ter há algum tempo, mas que não temos coragem para isso. Além disso, algumas passagens engraçadas, como quando Edie e Livvy descobrem que estão grávidas, dão um toque divertido à história.

Apesar de uns poucos erros de digitação, talvez por ser ainda uma cópia não revisada do livro, não percebi detalhes relevantes que atrapalhassem o contexto. É um livro lindo, que vale muito a pena conhecer, por trazer mensagens que devemos carregar conosco sempre.

De acordo o com site da editora Lua de Papel, o lançamento do livro está previsto para o final desse mês de julho.


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A Menina que Roubava Livros - Markus Zusak

Fonte da Imagem: Tresloucado
Sinopse: A trajetória de Liesel Meminger é contada por uma narradora mórbida, surpreendentemente simpática. Ao perceber que a pequena ladra de livros lhe escapa, a Morte afeiçoa-se à menina e rastreia suas pegadas de 1939 a 1943. Traços de uma sobrevivente: a mãe comunista, perseguida pelo nazismo, envia Liesel e o irmão para o subúrbio pobre de uma cidade alemã, onde um casal se dispõe a adotá-los por dinheiro. O garoto morre no trajeto e é enterrado por um coveiro que deixa cair um livro na neve. É o primeiro de uma série que a menina vai surrupiar ao longo dos anos. O único vínculo com a família é esta obra, que ela ainda não sabe ler.
Assombrada por pesadelos, ela compensa o medo e a solidão das noites com a conivência do pai adotivo, um pintor de parede bonachão que lhe dá lições de leitura. Alfabetizada sob vistas grossas da madrasta, Liesel canaliza urgências para a literatura. Em tempos de livros incendiados, ela os furta, ou os lê na biblioteca do prefeito da cidade.
A vida ao redor é a pseudo-realidade criada em torno do culto a Hitler na Segunda Guerra. Ela assiste à eufórica celebração do aniversário do Führer pela vizinhança. Teme a dona da loja da esquina, colaboradora do Terceiro Reich. Faz amizade com um garoto obrigado a integrar a Juventude Hitlerista. E ajuda o pai a esconder no porão um judeu que escreve livros artesanais para contar a sua parte naquela História. A Morte, perplexa diante da violência humana, dá um tom leve e divertido à narrativa deste duro confronto entre a infância perdida e a crueldade do mundo adulto, um sucesso absoluto - e raro - de crítica e público. (Skoob).
ZUSAK, Marcus. A menina que roubava livros. Intrínseca: 2007. 480 p.

Primeiramente, conforme manda a etiqueta, começo com a minha apresentação. Não sou a Julia. Na verdade, sou sua irmã convidada para escrever essa resenha, e que aos poucos poderão observar individualidades e particularidades. Há muitas diferenças entre mim e ela. Confesso que o seu jeito de amar e se amarrar nas histórias me conquista e a destaco como a pessoa que aumenta a média nacional de leituras! Sou antes de qualquer coisa, uma admiradora de seu talento, e uma puxa-saco declarada.

Acredito que o livro resenhado hoje é conhecido por muitos, mas nunca todos. Fico feliz em compartilhar a minha visão e principalmente em rememorar a própria leitura.

Escrito por Markus Zusak e publicado pela Editora Intrínseca em 2007, A menina que roubava livros é docemente narrado pela morte. Me despertou os sentimentos mais inusitados e nada como as cores para descrever tamanha desgraça de maneira sutil e infantil.

Liesel Meminger - quem roubava os livros - vive na Alemanha da segunda guerra mundial e sofre as consequências do momento civil de seu país com muita desenvoltura e inocência. A morte, a encontra diversas vezes, e narra sua história pelo apaixonante modo de levar e ver a vida mesmo diante de tamanho caos. O vício pela leitura, faz com que muitos de nós nos identifiquemos com a personagem. Ela vê também em seus livros uma fuga de temores além do delicioso prazer de abrir uma página e entender aquelas pequenas letrinhas. Nota-se, ao decorrer da história, o poder das palavras. Aquelas que podem calar, destruir ou salvar. As ama e as odeia.

Quanto aos personagens, até mesmo Hitler aparece, mas não é ele quem tem destaque na vida da menina: existem pessoas que a colorem de maneira muito mais bonita e feliz. A fofura de papai me encantou desde o primeiro dia, quando a menina chegou à Rua Himmel. Como ela mesma descreve, afinal, "Quem mais pintaria pelo preço de meio cigarro?". Cheguei a sentir durante a leitura o cheiro de tinta ou o gosto do champagne, mas principalmente, mergulhei profundamente nos olhos prateados do papai, em meio a suas rugas em forma de acordeão.

Mamãe, com seus lábios de papelão, fez eu me sentir protegida a amada. Porque Saumensch pode ser um elogio quando dito pela pessoa certa. O seu bondoso coração estava muito bem guardado em seu corpo de guarda-roupa, mas em meio a tantas prateleiras é impossível não a amar.

O menino do cabelo cor de limão, querido Rudy Steiner, me faz perguntar quem mais poderia despertar a primeira paixão que não seu companheiro de glória e desgraça? Inesquecível que em meio aos preconceitos ainda desejasse ser como Jesse Owens. Só mesmo um herói. O cenário da história se completa com o judeu. Primeiro adormecido, depois lutador, talvez um escritor. O amigo oculto.
Há também doces personagens, que abrem portas e janelas para que a leitura da pequena menina. O autor foi muito feliz em escrever uma história ''normal'', sem nada fantástico, com uma narrativa que só uma menina de 12 anos poderia viver e a morte a transcrever. Afinal, quem mais daria a metereologia daquele jeito ou juntaria presentes para um judeu? Não segue meu padrão de leituras, mas ainda assim, o recomendo, por a mesma história ter o poder de desencadear paixões, sofrimento, compaixão, carinho e o sentimento de perda. Declaro, finalmente, que o poder das palavras me amedronta e me encanta, assim como a Liesel Meminger.
Abraços da irmã convidada, Fe ;)

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A Hospedeira - Stephenie Meyer

Fonte da Imagem: Pássaros Feridos
Sinopse: Nosso planeta foi dominado por um inimigo que não pode ser detectado. Os humanos se tornaram hospedeiros dos invasores: suas mentes são extraídas, enquanto seus corpos permanecem intactos e prosseguem suas vidas aparentemente sem alteração. A maior parte da humanidade sucumbiu a tal processo. Quando Melanie, um dos humanos "selvagens" que ainda restam, é capturada, ela tem certeza de que será seu fim. Peregrina, a "alma" invasora designada para o corpo de Melanie, foi alertada sobre os desafios de viver dentro de um ser humano: as emoções irresistíveis, o excesso de sensações, a persistência das lembranças e das memórias vívidas. Mas há uma dificuldade que Peregrina não esperava: a antiga ocupante de seu corpo se recusa a desistir da posse de sua mente. Peregrina investiga os pensamentos de Melanie com o objetivo de descobrir o paradeiro dos remanescentes da resistência humana. Entretanto, Melanie ocupa a mente de sua invasora com visões do homem que ama: Jared, que continua a viver escondido. Incapaz de se separar dos desejos de seu corpo, Peregrina começa a se sentir intensamente atraída por alguém a quem foi submetida por uma espécie de exposição forçada. Quando os acontecimentos fazem de Melanie e Peregrina improváveis aliadas, elas partem em uma busca incerta e perigosa do homem que ambas amam. (Skoob).
MEYER, Stephanie. A Hospedeira. Intríseca: 2009. 557 p.

Acredito que a maior parte das pessoas já leu esse livro. Eu, inclusive, já o li há alguns meses. Isso, no entanto, não tira o mérito da narrativa. A hospedeira é uma ficção científica que nos imerge em uma história totalmente diferente e envolvente.

Publicado pela Editora Intrínseca em 2009, o livro é ambientado em um futuro próximo, quando a Terra é invadida por uma espécie alienígena, conhecidos como Almas. Para que as Almas vivam no planeta, elas precisam habitar um corpo humano, que se torna, assim, um hospedeiro.

No início, essa invasão é silenciosa. Mesmo com a mente humana desativada, as Almas retomam a vida cotidiana de seus hospedeiros, o que impede que os humanos percebam imediatamente. Após se darem conta do que acontecia, entretanto, os humanos restantes começaram a resistir.

Os humanos são os hospedeiros mais complexos que as Almas já ocuparam. As emoções intensas, o bombardei de sensações por todos os sentidos, as lembranças e memórias. E é com tudo isso que Peregrina tem que lidar quando é designada para habitar o corpo de Melanie. O que ninguém sabia, porém, era que Melanie não desistiria fácil da posse de sua mente.

"Eu nada sabia sobre o que era considerado beleza entre essas criaturas estranhas, mas, ainda assim, sabia que aquele rosto era bonito. [...]
Meu, disse o pensamento alienígena que não devia existir.
Outra vez, fiquei paralisada, atordoada. Não deveria haver ninguém aqui, exceto eu. E, contudo, o pensameto foi muito forte e muito consciente!
Impossível. Como ela podia ainda estar aqui? Era eu agora.
Meu, repreendi-a, o poder e a autoridade que só a mim pertenciam fluindo pela palavra. Tudo é meu.
Então por que estou respondendo? Perguntava-me, quando as vozes interromperam meus pensamentos."

Melanie bloqueia em sua mente tudo que seja possível sobre sua vida, para impedir que as Almas busquem por sua família. Só aos poucos vai mostrando à Peregrina acontecimentos importantes, até que o sentimento de ambas se confundem:

"Chega - digo em voz alta, esquivando-me da chicotada da dor - Chega! Você já deixou claro! Eu não posso viver sem eles agora. Está satisfeita?"

Melanie percebe então que pode confiar em Peregrina, e mostra a ela onde Jamie e Jared podem estar abrigados. Peregrina deixa de lado tudo a que foi designada, e parte em sua busca por aqueles que amam.

A trama escrita por Stephenie Meyer, em minha opinião, confirma a que a autora veio. O enredo criado nesta obra em nada se assemelha com a série que a consagrou, mas não deixa de ser tão surpreendente e arrebatador quanto. Os personagens são bem estruturados e bem colocados na história, cada um com suas características marcantes, mas com facetas diversas, como todo ser humano realmente é.

Jamie é um fofo, o irmão que qualquer um adoraria ter. Jared, que demora até ceder à verdade em Peregrina, é uma mistura de homem maravilhoso e escroto, mas que, no contexto da história, tem seus motivos para ser dessa forma. Não posso falar mais dos outros personagens, por ser bem provável que solte um spoiler.

O que mais me marcou na história, no entanto, foi o motivo pelo qual ocorreu a invasão. As Almas são inteiramente boas, e só desejam impedir os humanos de destruir o planeta, tentando torná-lo melhor. Mas é exatamente nessas circunstâncias que surge a solidariedade, a união, e o amor.

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