A viúva - Fiona Barton

Sinopse: Ao longo dos anos, Jean Taylor deixou de contar muitas coisas sobre o terrível crime que o marido era suspeito de ter cometido. Ela estava muito ocupada sendo a esposa perfeita, permanecendo ao lado do homem com quem casara enquanto convivia com os olhares acusadores e as ameaças anônimas.
No entanto, após um acidente cheio de enigmas, o marido está morto, e Jean não precisa mais representar esse papel. Não há mais motivo para ficar calada. As pessoas querem ouvir o que ela tem a dizer, querem saber como era viver com aquele homem. E ela pode contar para eles que havia alguns segredos. Afinal, segredos são a matéria que contamina (ou preserva) todo casamento.
Narrado das perspectivas de Jean Taylor, a viúva, do detetive Bob Sparkes, chefe da investigação, cuja carreira é posta em xeque pelo caso, e da repórter Kate Waters, a mais habilidosa dos jornalistas que estão atrás da verdade, o romance de Fiona Barton é um tributo aos profissionais que nunca deixam uma história, ou um caso, escapar, mesmo que ela já esteja encerrada. (Skoob)

Livro recebido em parceria com a Editora.
BARTON, Fiona. A viúva. Editora Intrínseca, 2017. 304 p.


Jean Taylor foi casada com Glen por vinte anos e, agora que ele morreu, tem a oportunidade de falar aquilo que sabe sobre o marido: seria ele um marido amoroso acusado injustamente de raptar uma criança, ou ele é realmente o monstro que a imprensa insiste em condenar? Esse é o tema de A viúva, livro de Fiona Barton que se preocupa em mostrar um lado dos tribunais que poucos se preocuparam em abordar: o do companheiro dos acusados e o quanto eles poderiam saber, aqueles que se passam por meros coadjuvantes, mas que acabam sendo arrastados para o centro da história tanto quanto os próprio acusados.

O livro tem uma construção diferente e interessante. Dividido em capítulos curtos que narram os pontos de vista da viúva, da repórter e do detetive, intercala ainda presente e passado, mostrando o conflito atual de Jean agora que Glen morreu, enquanto repassa a sequência de acontecimentos que levaram a polícia a considerá-lo como principal suspeito.

"Eu me sento, para que o quarto pare de girar, e me vejo refletida na janela.
Parece outra pessoa. Alguma mulher que se deixou ser levada por estranhos. Estranhos que até hoje provavelmente estavam esmurrando minha porta e escrevendo mentiras sobre mim. Esfrego o rosto, e o mesmo faz a mulher na janela. Porque ela sou eu.
Olho para mim mesma.
Não consigo acreditar que estou aqui."

O mais interessante da história é a dúvida que paira durante boa parte do texto de Fiona Barton. No começo, é impossível saber se Glen é ou não culpado. Algumas passagens nos incitam a dizer que sim, mas outras reiteram a incerteza sobre algo ter sido deixado de lado, algum indício que poderia levar a outro suspeito. Isso é frustrante e instigante ao mesmo tempo, já que essa dubiedade nos leva a querer saber não só quem, mas como e porquê.

Fiona Barton não nos decepciona quanto a isso. Apesar de sua veia jornalística estar estampada no texto - recheado de trechos descritivos sobre investigação, posicionamento midiático e procedimentos do julgamento -, o que tornou algumas passagens do livro um pouco cansativas, da metade em diante a autora passa a inserir capítulos com pontos de vista de outros personagens além daqueles três iniciais. Isso nos dá uma visão mais ampla de vários acontecimentos e finalmente nos trás algumas respostas.

"Eu não queria mais pensar naquilo. Era difícil demais manter tudo separado na minha cabeça. O meu Glen e aquele outro homem de quem a polícia falava. Eu precisava deixar as coisas claras.
Eu queria acreditar nele. Eu amava Glen. Ele era o meu mundo. Ele dizia que eu era o dele. Éramos o mundo um do outro."

A obra trata ainda de temas sérios, como pornografia e pedofilia, de um modo muito delicado. A autora é muito sutil ao colocar algumas situações, que parecem mais uma sugestão do que uma realidade. Não há nada explícito, nada grosseiro ou aterrorizante, mas ainda assim está claro a que ponto Fiona desejava chegar. E ela não quis somente criar um caso que pudesse justificar seu livro, mas discutir todos os aspectos psicológicos envolvidos nessas situações.

A questão psicológica dos personagens, aliás, foi o ponto forte no texto. Não existem personagens monovalentes na história, todos estão em constante conflito com seus impulsos e tem decisões certas e erradas. Fiquei irritada com Jean, por exemplo, que enfrentou todas aquelas acusações junto com o marido sem nunca fazer perguntas de verdade, evitando brigas que eram absolutamente necessárias no convívio entre um casal, ainda mais considerando a situação pela qual estavam passando. Só que é fácil perceber, depois de um tempo, o quanto Jean é influenciável, insegura de tomar as próprias decisões, porque sempre foi Glen que a instruiu a fazer ou deixar de fazer alguma coisa, em todos os aspectos de sua vida. Por isso, apesar de não concordar, compreendi a personagem. O mesmo aconteceu com o detetive Sparkes, que priorizou sua carreira a ponto de quase destruí-la e ao seu casamento, e com Kate, a repórter, que fazia o que fazia para conseguir suas matérias, mesmo com alguma dor na consciência. E esses são só alguns exemplos, porque a autora vai a fundo em quase todos os personagens, mostrando lados infinitos de uma mesma pessoa.

A leitura de A viúva só não foi melhor porque eu esperava um grande final, cheio de reviravoltas e revelações surpreendentes, o que não aconteceu. Acredito que a autora tenha preferido dar ênfase às consequências psicológicas de uma situação como a que criou, mas não transformar a história em uma trama de tirar o fôlego. Não fosse a minha falsa expectativa, tenho certeza de que teria gostado muito mais da obra.


Leia Mais
9 comentários
Compartilhe:

Novidades #163: Grupo Editorial Pensamento

Ei peops, como vocês estão?

Hoje vim mostrar alguns dos lançamentos do mês do novo parceiro do blog: O Grupo Editorial Pensamento, composto pelos selos Pensamento, Cultrix, Seoman e Jangada. A Editora tem como "carro chefe" livros de não ficção, nas áreas de negócios, exoterismo, biografias, entre outros. Mas para aqueles que como eu, gostam mesmo é de viajar nas histórias de ficção, o selo Jangada vem sempre com opções interessantes.

Vamos conferir os lançamentos de março?

O terceiro testamento, de Christopher Galt

O mundo parece estar enlouquecendo!
Em toda parte, as pessoas começam a ter visões. Um adolescente francês assiste Joana D'Arc ser queimada na fogueira, e até tenta tirar uma foto com o celular, e a presidente dos Estados Unidos tem visões de seus antecessores dentro da Casa Branca. Ninguém sabe se essas misteriosas aparições são uma espécie de alucinação coletiva, uma doença virótica causada por bioterrorismo ou se são sinais do Apocalipse. Ocorrem suicídios em massa em várias partes do mundo, e o psiquiatra e neurocientista John Macbeth, à frente de um projeto para criar uma inteligência artificial autônoma, busca freneticamente uma resposta antes que seja tarde demais. Ele descobre que a verdade por trás de tudo pode mudar os rumos da humanidade para sempre. E até custar a sua vida. Uma história eletrizante que o fará questionar sua perspectiva da realidade. E até mesmo a sua sanidade.



Os segredos do signo solar, de Amy Zerner e Monte Farber



Um livro cheio de informações práticas e curiosas sobre os traços positivos e negativos dos signos, seu par ideal no amor, seu comportamento em casa e no trabalho, suas atitudes em relação ao dinheiro, suas tendências secretas, seu jeito de criar os filhos e muito mais. Use este livro para se conhecer melhor, encontrar soluções para os seus problemas, progredir na carreira e turbinar a sua vida amorosa! Um belíssimo manual ilustrado que oferece uma nova maneira de interpretar os dozes signos do zodíaco, com descrições de fácil compreensão que ajudarão você a entender, com total clareza, sua personalidade e a das pessoas à sua volta.






A primeira pedra, de Krzystof Charamsa



O padre polonês Krzysztof Charamsa, 44 anos, atualmente ativista dos direitos LGBT em Barcelona, ocupou os níveis mais altos da Igreja Católica. Revelar sua homossexualidade em outubro de 2015 foi apenas uma nova e difícil etapa em sua vida. A partir daí, Charamsa passou por muitas provações por assumir-se gay no seio de uma das instituições mais conservadoras do mundo. Neste livro, ele revela como os homossexuais são discriminados, reduzidos à condição de pervertidos, enquanto o clero católico, fortemente homofóbico, é ele próprio composto em grande parte por homossexuais. Esses homens acabam arando um terreno fértil onde germina a erva daninha vergonhosa da pedofilia e outros tipos de abusos. Escrita de forma clara, direta e emocionada, a obra promete estremecer os alicerces éticos de uma das instituições mais poderosas do mundo.



Filosofia sem as partes chatas, de Alain Stephen


Temos mesmo livre-arbítrio? Como sabemos a diferença entre certo e errado? Se Deus existe, por que permite o sofrimento? O que é o tempo? Existe vida depois da morte? Perguntas como essas têm ocupado e perturbado as mentes mais brilhantes do mundo ao longo da história da civilização humana, provocando sempre muita discussão e debate. Neste livro curioso e visceral, Alain Stephen explora algumas dessas questões básicas. Ele explica todos os principais conceitos da filosofia, desde a Grécia Antiga até os grandes intelectuais da França do século XX. Com uma linguagem clara e livre de jargões, este livro propicia momentos de deleite e reflexão tanto para o pensador erudito quanto para qualquer pessoa que se interesse em filosofar sobre os grandes enigmas da vida.





O guia completo das plantas medicinais, de David Hoffmann

Neste guia abrangente e bem fundamentado, o médico herbalista David Hoffmann oferece um tratamento natural e sem contraindicações para ajudar você a recuperar e manter a saúde e o bem-estar. Orientações claras e minuciosas mostram como diagnosticar e tratar com segurança uma ampla variedade de distúrbios - desde prisão de ventre, TPM e depressão até rinite, diabetes e tensão nervosa - sem nenhum efeito colateral nocivo. Uma obra para você promover a sua saúde e bem-estar, com um dos tratamentos mais acessíveis e completos que a natureza nos deu.



A Editora também tem outros títulos publicados este mês, quem quiser conferir, eles podem ser vistos aqui.

Eu devo receber O terceiro testamento em breve, aí conto para vocês o que achei ;)

Agora me contem: quais livros vocês leriam?

Leia Mais
9 comentários
Compartilhe:

Leo & Bia - Fernanda Terra

Na infância, Maria Beatriz foi levada contra sua vontade para longe de seu pai e de sua amada Santa Maria, cidade linda, no coração do Rio Grande do Sul.Mas, nem mesmo a distância ou o tempo foram capazes de apagar as lembranças que ela trazia no coração.
Hoje, mais madura, ela está ansiosa com sua volta para casa e com o início de uma nova vida na Universidade de Santa Maria, cursando Psicologia. Sua felicidade é tanta que ela se distrai por um momento.
De repente, no corre-corre do aeroporto, enquanto procurava por seu pai, acontece um esbarrão.
Era um certo peão...
E depois disso, a vida de Maria Beatriz nunca mais seria a mesma...
Léo é estudante de veterinária e se estabeleceu na cidade depois que o pai herdou a Fazenda Palmital do avô. O jovem peão mexe com as estruturas de Santa Maria, não só pelo som de sua caminhonete potente, mas também por todo seu charme e disposição para conquistar uma certa moça que roubou seu coração.
Léo e Bia nos trazem muito mais que uma história de amor contada por dois jovens do interior. Eles nos levarão por uma trajetória de luta e superação!
Léo e Bia chegam para encantar vocês com seu jeitinho marrento, mas completamente apaixonante.(Skoob)

Livro recebido em parceria com a Editora.
Fernanda Terra. Leo & Bia. Editora Ler Editorial, 2016. 256 p.


"Ela é mistério, cheia de segredos. Ele é bagunçado, cheio de defeitos."
A Bela e a Fera - Munhoz e Mariano

Quando comecei o livro, percebi de cara que ele tinha uma premissa bem clichê e não estava errada. Ele realmente é tão clichê quanto parece e, apesar de não curtir livros que começam com um amor à primeira vista, me encantei por este, só que não pelo romance em si, e sim pela homenagem que a autora fez. 

No começo, o livro simplesmente não fluía para mim, era tudo tão esperado e previsível que não conseguia me conectar com os personagens, eu esperava mais caras quentes e sem camisa com um chapéu na cabeça (como imagino um Cowboy), entretanto a autora trouxe uma história bem mais complexa. 

Maria Beatriz ou Bia, como prefere ser chamada, acaba de voltar para o Rio Grande do Sul, ela morava com sua mãe em São Paulo, mas não era e nunca foi feliz ali, então depois de cinco anos resolve voltar a morar com seu pai em sua cidade natal, Santa Maria. 

No aeroporto ela está distraída e acaba esbarrando em alguém, essa pessoa é ninguém menos de Leonardo, um estudante de veterinária e sua futura paixonite. Por um acaso, quando seu pai chega para buscá-la, ela descobre que a família do Léo e seu pai são amigos. Ela fica surpresa, mas encantada, no entanto. 

Ok, a partir daqui as coisas parecem ficar um tanto que forçada, Leo e Bia mal se conhecem e já estão naquele climinha de primeiro amor. Bia tem a impressão de que todos querem que ela case com Léo, sério? Eu me senti como no jardim de infância novamente. 

"- Fiquem a vontade filhos. E pelo sorriso do meu Pai e do Padre Olavo, já estaria com o casamento consumado."

Tudo bem que eles têm química e sim, o apoio da família, mas não vamos exagerar né. Uma coisa que dificultou bastante a minha leitura foi o sotaque dos personagens, temos como "tu" "guria" "tu sabes" foram até legais no começo, entretanto chegou um momento que já ficava repetitivo demais. 

As atitudes dos personagens não condiziam com suas idades, Bia mesmo tinha umas atitudes bem infantis, o que me tirava do sério, a maioria das brigas começavam justamente por suas atitudes e isso me incomodava um pouco. 

Mas como comentei, não foi o romance, nem os personagens que me cativaram, foi uma homenagem. Quem aí não se lembra do incêndio da boate Kiss? Muitos jovens perderam suas vidas naquela fática noite, a autora abordou o tema de forma incrível, achei que a cena em si foi muito rápida e gostaria que tivesse tido um aprofundamento maior, mais detalhes, mas, enfim, achei incrível sua atitude. 

Outra coisa que me cativou foi a participação dos personagens secundários, dois tiveram destaque para mim. Jessy, que é melhor amiga de Bia e irmã do Léo, as duas estudam psicologia juntas, adorei a forma como a autora abordou a amizade delas; e Boi, ele se mostrou um cara incrível e eu torço para que a autora escreva sua história, adoraria me aprofundar da vida desse personagem. 

A edição é bem normal, folhas amareladas e letras confortáveis, achei a capa um charme e acho que tem tudo a ver com a história. A cada novo capitulo temos um trecho de música, muitas das quais são sertanejas, que não sou lá grande fã, mas me vi ouvindo as músicas enquanto li, encontrei alguns poucos erros de revisão, nada que atrapalhe o entendimento ou a leitura. 

Esse livro no conceito de romance é bem fofo, apesar dos personagens não terem sido o que imaginei, gostei de acompanhar a trajetória deles, o perdão a superação, enfim tudo. 

Recomendo muito para quem gosta de livros no gênero.

Leia Mais
9 comentários
Compartilhe:

Conjunto de Ganhadores #23

Ei pessoal, como vocês estão? Faz um bom tempo que não publico fotos dos ganhadores de promoções nessa coluna, mas tenho recebido poucas fotos. Mandem fotos pessoal! rsrs

Hoje tenho algumas de diferentes promoções, vamos conferir?


A Anna publicou a foto do livro A Química no Instagram e marcou o Conjunto da Obra. Ela ganhou o livro no sorteio feito em parceria com a Editora Intrínseca em novembro do ano passado.


A Rudy recebeu vários livros aqui do blog, eita mulher sortuda! rsrs O homem perfeito ela ganhou na promoção Eu leio nacional, feito em parceria com o blog Malucas por romance. Silo, Caçadores de Trolls e O encantador de livros foram prêmios dos Top Comentaristas de setembrooutubro e fevereiro, este último em parceria com a Ler Editorial. As fotos foram postadas lá no blog Alegria de viver e amar o que é bom.


A última foto que recebi foi da Marília, que recebeu o livro Ninférias Negras no Top Comentarista de janeiro, feito em parceria com a Editora Arqueiro. A foto foi postada lá na página do blog no Facebook.

Agradeço mais uma vez a todas pela participação e pelas fotos. É sempre ótimo ter vocês por aqui.

E quem ainda não teve sorte para aparecer por aqui, lembrem que tem outras promoções ativas na aba Promoções, ok?

Leia Mais
10 comentários
Compartilhe:

Estrela da Manhã - André Vianco

Sinopse: Rafael, um menino frágil e sensível, sofre a perseguição de um grupo de valentões na escola. Em casa, não encontra apoio da mãe relapsa nem do irmão mais velho. Perdido, tenta encontrar na internet, através da tela de seu smartphone, tutoriais de rituais para reencontrar seu pai morto. Ele acredita que somente algo vindo do além poderá ajudá-lo. O menino é tão persistente que finalmente sua voz é ouvida do outro lado. No entanto, quem responde ao seu chamado não é o pai, mas uma entidade que promete protegê-lo de seus detratores durante sete dias. Rafael só quer ser protegido, por isso entrega à entidade a lista com os nomes dos que o aborreceram. Só quando a primeira pessoa de sua lista morre ele descobre que seu pesadelo está apenas começando. (Skoob)
VIANCO, André. Estrela da Manhã. Editora Calíope, 2015. 280 p.


Embora a sinopse de Estrela da Manhã descreva uma história de terror, o que você encontra na leitura é algo um pouco diferente. Realmente existem rituais, demônios e mortes, mas com uma roupagem totalmente infantil (não pejorativamente), que assemelha a história com um episódio de Supernatural, ou algum daqueles filmes antigos de adolescentes que passam na televisão de tarde.


Na verdade, é complicado definir a faixa etária do público alvo de Estrela da Manhã. Ele acaba não conseguindo agradar as crianças, por causa das mortes pesadas de alguns personagens, e não consegue agradar os adolescentes, pela necessidade de uma enorme crença na forma como o autor aborda o contato de Rafael, nosso protagonista de onze anos de idade, com o mundo do além.

Rafael, para conseguir se livrar de um garoto de quem sofre bullyng diário, descobre um aplicativo para celular chamado Pé na Tumba, que oferece vários demônios de aluguel para resolverem os problemas do cliente. Para contratar o serviço, basta a pessoa realizar o pagamento com um cartão de crédito, aceitar o contrato, e a criatura é enviada pelo celular. Um desses demônios, o Estrela da Manhã, tem a função de proteger uma pessoa de sete pessoas durante sete dias.


Assim, Rafael usa o cartão do irmão mais velho, aluga Estrela da Morte, e entrega para o demônio o nome de seis pessoas que o tratavam mal, como o garoto do bullyng e a sua professora, ou que não lhe davam atenção, como a sua mãe e o seu irmão. Só que no primeiro dia, a primeira pessoa morre. E depois, a segunda. Logo, Rafael percebe o tipo de proteção que Estrela da Manhã oferece, é uma proteção bem definitiva. O garoto começa, então, a correr contra o tempo para tentar anular o contrato e salvar as pessoas que ainda restam da lista que passou para o demônio.

Rafael e Renata, a menina que gosta dele, e de quem ele gosta, são opostos em termos de coragem e esperteza. Ela apresenta para ele as respostas corretas para a situação do bullyng, mas o garoto, por covardia, não aceita e passa a buscar a solução menos óbvia. Algumas atitudes dos dois vão além do que uma criança de onze anos faria, ou pensaria, mas isso não chega a atrapalhar a leitura, ou a veracidade dos personagens.


A mesma coisa em relação ao irmão mais velho, Beto, e a namorada, Darla. Eles são o casal mais velho que, aos poucos, descobrem o que está acontecendo, reconhecem as próprias falhas pela falta que fazem ao Rafael, e acabam entrando na aventura para ajudarem o casal mais jovem a destruir Estrela da Manhã. Por essa união, entre crianças e adolescentes, contra forças sobrenaturais, que acontece a similaridade com os filmes de aventura dos anos oitenta. E isso é ótimo!

Toda o contato e controle do demônio é feito pelo celular, de forma bem semelhante aos aplicativos que nós usamos diariamente. Isso não é um defeito. Eu mesmo achei divertido o autor usar algo tão presente nas nossas vidas como uma forma de controle das criaturas vindas do inferno. O leitor pode até considerar isso uma crítica à quantidade de serviços oferecidos pelos aplicativos, pela Internet e redes sociais.

Existem outras críticas leves no enredo, com o próprio bullyng, a falta de atenção familiar e a solidão, além das mensagens morais, como a força interior que surge nos piores momentos, o aprendizado através dos erros, o arrependimento quando as faltas são compreendidas. Mas tudo isso é feito de forma muito sútil, sem muito aprofundamento. E isso, novamente, não é um defeito, uma vez que essa não é a proposta do livro.


A proposta de Estrela da Manhã é, principalmente, divertir, sem compromisso, com algumas mensagens como brinde. E isso, a obra consegue, mas para um público que consiga aceitar a ideia do celular como forma de contato com o além, e não se incomodar com as mortes sangrentas da maioria dos personagens. Para quem aprecia uma boa aventura, com pequenas doses de terror, e tenha liberdade criativa, é uma ótima pedida. Para quem não tem assim tanta criatividade, bem, sugiro que exercite esse lado do cérebro, porque sonhar, mesmo com o absurdo, é sempre gostoso.

Leia Mais
10 comentários
Compartilhe:

O caminho para casa - Kristin Hannah

Sinopse: Durante 18 anos, Jude pôs as necessidades dos filhos em primeiro lugar, e o resultado disso é que seus gêmeos, Mia e Zach, são adolescentes felizes. Quando Lexi começa a estudar no mesmo colégio que eles, ninguém em Pine Island é mais receptivo que Jude.
Lexi, uma menina com um passado de sofrimento, criada em lares adotivos temporários, rapidamente se torna a melhor amiga de Mia. E, quando Zach se apaixona por ela, os três se tornam companheiros inseparáveis.
Jude sempre fez o possível para que os filhos não se metessem em encrenca, mas o último ano do ensino médio, com suas festas e descobertas, é uma verdadeira provação. Toda vez que Mia e Zach saem de casa, ela não consegue deixar de se preocupar.
Em uma noite de verão, seus piores pesadelos se concretizam. Uma decisão muda seus destinos, e cada um deles terá que enfrentar as consequências – e encontrar um jeito de esquecer ou coragem para perdoar.
O Caminho Para Casa aborda questões profundas sobre maternidade, identidade, amor e perdão. Comovente, transmite com perfeição e delicadeza tanto a dor da perda quanto o poder da esperança. Uma história inesquecível sobre a capacidade de cura do coração, a importância da família e a coragem necessária para perdoar as pessoas que amamos. (Skoob)

Livro recebido em parceria com a Editora.
HANNAH, Kristin. O caminho para casa. Editora Arqueiro, 2016. 354 p.


Escolher um livro de Kristin Hannah para ler é ter a certeza de que algumas lágrimas serão derramadas, e o mais interessante nisso é que, apesar dessa certeza, também se sabe que não se estará diante de uma história vazia ou de um livro que se resume a um relacionamento entre homem e mulher que não deu certo. Com a autora nunca se trata somente disso, há sempre uma profundidade em todos os aspectos de seus dramas que marcam para além da pura paixão.

O caminho para casa não poderia ser diferente e, por esse motivo, sabe-se desde o início que cada lágrima vale o amor que lhe vem acompanhado. O livro conta a história de Jude, uma mãe que daria a vida por seus filhos, os gêmeos Mia e Zach, e também a de Lexi, uma garota que cresceu sem qualquer referência de família e que finalmente se sentiu parte de uma quando conheceu a de Jude. Após anos de amizade e amor entre eles, um acontecimento abala todas as relações existentes entre esses personagens, e como aprender a lidar com a dor para se reconstruir em meio à tragédia?

Kristin Hannah não tem medo de falar da dor e talvez seja esse um ponto forte de seus livros. Não falo aqui sobre criar cenas emocionantes para arrancar soluços e lágrimas, mas realmente analisar a dor num estado mais profundo, com toda a feiura que ela contém: a raiva, a apatia, o medo e a angústia do arrependimento. A autora não demonstra receio em tratar desses sentimentos e nem os maquia, o que torna suas tramas, apesar de dolorosas, reais e sinceras.

"- Lexi? Você não quer entrar, é isso? Mudou de ideia, não foi?
Lexi sentiu a insegurança se dissolver. Ou, mais precisamente, se fundir à de Mia e se transformar em qualquer outra coisa. Elas eram parecidas. Era um absurdo, mas ela, que não tinha nada, era como aquela menina que tinha tudo."

Essa sinceridade, algumas vezes quase cruel, é um elemento que tende a vincular o leitor à história. Particularmente, eu me vi diversas vezes na amizade de Mia e Lexi, no relacionamento de Jude com os filhos, nos percalços do primeiro amor narrados na história, e é provável que meu envolvimento com a trama só tenha acontecido porque durante essas passagens do livro estava inserido não apenas o que há de bom nessas coisas, mas também aquilo que há de ruim.

Não só a narrativa de Hannah é instigante e carregada de alguma poesia, mas seus personagens também são criados repletos de facetas e complexidades. Isso não é exclusividade dessa obra da autora, mas dessa vez eu percebi com maior nitidez as diversas camadas de todos os personagens, aquilo que queriam mostrar e aquilo que eram de verdade. Gostei em especial de Lexi, gentil mesmo quando tudo a consumia, de Miles, que se tornou a base de toda uma família devastada, e de Grace, a menininha veio a completar e a partir meu coração.

Tenho notado que Kristin Hannah sempre trata de tópicos sérios como ponto central de seus livros, pautas mais comuns do que pensamos, sobre as quais muito se tem a discutir. Esse livro também defende uma causa, relacionada aos atos inconsequentes da juventude e às sequelas que pequenas decisões podem trazer para a vida de tantas pessoas.

O caminho para casa tem uma trama tocante sobre tristeza e felicidade, sobre segundas chances, recomeços e novos aprendizados. Mais do que tudo, a trama trata sobre perdão, aos outros, a nós mesmos, e sobre tirar um peso do ombro para só assim seguir em frente. Podem estar certos de que, após as lágrimas, a história guarda um belo desfecho, que vem com aquele calorzinho típico no coração.


Leia Mais
12 comentários
Compartilhe:

Um amor para Lady Johanna - Julie Garwood


Fonte da imagem: Gettub
Sinopse: Uma jovem viúva. Um guerreiro escocês fascinante. Duas vidas transformadas pelo amor e por uma paixão avassaladora. Quando Lady Johanna soube que estava viúva, ela prometeu que jamais se casaria novamente. Com apenas dezesseis anos, ela já possuía uma força de vontade que impressionava a todos que enxergavam além de sua beleza avassaladora. Contudo, quando o Rei John ordenou que ela se casasse outra vez – e selecionou um noivo para ela – pareceu que a moça deveria se conformar com esse destino. Seu irmão, no entanto, sugere ao Rei um novo pretendente:o belo guerreiro escocês Gabriel MacBain. No início, Johanna estava tímida, mas, conforme Gabriel revelou com ternura os prazeres magníficos a serem compartilhados, ela começou a suspeitar que estava se apaixonando por seu novo e rude marido. Logo ficou claro para todo o clã das Terras Altas, portanto, que o ríspido e galante lorde rendera completamente seu coração. Porém, a iminência de uma intriga da realeza ameaça separar o casal e destruir o homem que ensinou a Johanna o significado do verdadeiro amor, que a transportou além de seus sonhos mais selvagens.
 Julie Garwood. Um amor para Lady Johanna. Editora Universo dos Livros, 2016. 400 p.


Um amor para Lady Johanna foi um livro que me surpreendeu muito, principalmente pelos temas abordados, como o abuso doméstico. Inicialmente, pensei que este seria apenas mais um romance de época, mas fui surpreendida com os sentimentos que despertou em mim.

Lady Johanna casou muito, mas muito jovem, e sofreu bastante durante três anos. Até que um dia, ela recebe a noticia de que seu marido está morto. Para ela, essa não poderia ser uma noticia mais feliz, já que estava livre de todo sofrimento. Entretanto, o Rei da Inglaterra é uma ameaça à sua vida, já que ela sabe um segredo que pode destruir todo o seu reinado. Então, ele quer obrigá-la a se casar novamente, desta vez com o barão Williams, um homem fiel ao rei e de extrema confiança.

Então, Nicholas, o irmão de Johanna, tem a ideia de casa-lá com o Lorde Gabriel MacBain, um guerreiro escocês de brutas maneiras e um grande coração, já que este se beneficiaria com as terras que Lady Johanna herdou do marido e, em troca, cuidaria e amaria sua irmã da maneira como ela merecia.

"Eu não acredito que uma mulher deva ser sacrificada pela outra. Eu acredito que toda mulher tem a responsabilidade de cuidar das outras."

Para Johanna, a união não é fácil, já que ela aprendeu a temer os homens e jurou que jamais se casaria novamente. A aparência e modos de guerreiros como Gabriel MacBain não ajudam muito, e ela ainda tem que lidar com as mudanças que ocorrerem nesse meio tempo, como os costumes, maneiras e crenças deste povo.

Johanna é vista pelo seu novo clã como uma pessoa frágil e tímida, mas, aos poucos, ela vai descobrindo sua força interior e mostrando a todos que ela é bem mais forte do que aparentava ser, e ela é bem mais que um rostinho bonito, e que por trás de toda aquela delicadeza feminina, há um espirito de guerreira.

O amor entre Johanna e Gabriel vai surgindo aos poucos, com confiança e carinho, apesar de Gabriel pisar na bola muitas vezes, já que não consegue deixar de lado suas maneiras brutas e super proteção, o que acaba sufocando Johanna um pouco. Mas, como ela mesma diz: "há mais de uma maneira de entrar em um castelo". Ela sempre dá um jeitinho de fazer as coisas à sua maneira.

"O amor é uma questão delicada."

No decorrer na narrativa, temos as questões religiosas e as crenças que eram pregadas sobre as mulheres serem as últimas no amor de Deus, abaixo até dos bois, mas Johanna nunca acreditou nisso e, apesar de sua fé, ela se recusou a imaginar que era menos amada apenas por ser mulher.

"Um grande número de homens que viveram nos primeiros séculos acreditavam que as visões de Deus eram sempre interpretadas com precisão pela igreja.Algumas mulheres sabiam que não. Esta é a história de uma delas."

Eu adorei todos os personagens secundários, como Alex, que é filho de Gabriel. Ele é um menino adorável e entrou para roubar as cenas. O amor de Johanna por ele é muito grande, já que o mesmo encontrou nela o amor da mãe que nunca teve.

Tem também Auggie, que é considerado louco pela maioria do seu clã, mas que se mostrou ser uma figura incrível, e, diferente do que todos imaginavam, uma pessoa muito inteligente.

Mas os que mais gostei, foram Calum MacBain e Kaith MacLaurin. Os dois são para lá de divertidos, principalmente quando estão discutindo entre si, além da lealdade que têm com Johanna.

"– Tem o mesmo nome que o mais elevado dos anjos. Minha mãe me ensinou a rezar ao arcanjo Gabriel. Sabe por que? 
– Não, meu amor, não sei por quê. 
– Porque é o protetor dos inocentes, o vingador das maldades. Cuida das mulheres e das crianças e é nosso guardião."

Eu amei esse livro, recomendo muito para quem gosta de romances de época, e apesar de não ter sido o primeiro livro que li da autora, esse, sem sobra de dúvidas, foi o melhor.

Leia Mais
12 comentários
Compartilhe:

Novidades #162: Lançamentos Novo Conceito

Olá pessoal, como estão vocês?

Hoje é feriado aqui em Florianópolis, está caindo uma chuvinha gostosa, então estou louca para voltar para o sofá e ler mais um pouquinho. Antes disso, porém, vim mostrar para vocês os lançamentos da Editora Novo Conceito em março, são poucos livros, mas parecem ótimos. Já recebi todos eles junto aos lançamentos da editora de janeiro e fevereiro, como mostrei no Instagram do blog, então algumas resenhas devem ser publicadas logo. Vamos conferir?


A Última Camélia, de Sarah Jio


Às vésperas da Segunda Guerra Mundial, o último espécime de uma camélia rara, a Middlebury Pink, esconde mentiras e segredos em uma afastada propriedade rural inglesa.Flora, uma jovem americana, é contratada por um misterioso homem para se infiltrar na Mansão Livingston e conseguir a flor cobiçada. Sua busca é iluminada por um amor e ameaçada pela descoberta de uma série de crimes.
Mais de meio século depois, a paisagista Addison passa a morar na mansão, agora de propriedade da família do marido dela. A paixão por mistérios é alimentada por um jardim de encantadoras camélias e um velho livro
No entanto, as páginas desse livro insinuam atos obscuros, engenhosamente escondidos. Se o perigo com o qual uma vez Flora fora confrontada continua vivo, será que Addison vai compartilhar do mesmo destino?


Sempre haverá você, de Heather Butler


A mãe do George e do Theo é genial. Ela conta histórias incríveis, acena mais rápido do que qualquer pessoa do planeta e, o mais importante, foi ela que sugeriu que eles adotassem um cachorro porcalhão chamado Goffo.
Os meninos acham que ela é invencível. Mas eles estão errados.

Porque a mamãe está doente. E cabe ao George e ao Theo fazer a mamãe continuar sorrindo. O que, muito provavelmente, vai envolver galochas, tortas de carne e a participação do Goffo no Concurso de Talento Animal...





Angus – O primeiro guerreiro, de Orlando Paes Filho



Bretanha, ano de Nosso Senhor de 863. Os invasores fazem frente aos maiores reis da Bretanha, tudo se torna árido pela devastação. A morte se espalha por toda parte. Mas há um guerreiro de nome Angus MacLachlan, que não parece tombar diante dos ataques daneses. Ele parece libertar os cativos e propor uma nova resistência. Ele parece unificar reis. Um oponente terrível contra a invasão, que tenta destruir a Bretanha e seus reinos para sempre
Angus - O Primeiro Guerreiro é o início de uma trilogia medieval ricamente ilustrada, que mistura literatura fantástica com importantes fatos históricos da humanidade.



Em outras postagem, falei sobre a série Angus e trouxe alguns conteúdos especiais, que podem ser conferidos neste link. Pessoalmente, estou bem curiosa para conferir A última camélia, já que outro livro que li da autora realmente me conquistou.

E vocês, gostaram dos lançamentos?

Leia Mais
12 comentários
Compartilhe:

Fortaleza Negra - Kel Costa

Sinopse: Não tema! Não se entregue! Resista!O que aconteceria se a humanidade ficasse no meio de uma guerra sem precedentes entre criaturas poderosas, de duas espécies predadoras e extremamente perigosas?
Em um mundo completamente diferente de tudo que conhecemos até então, começa a aventura de uma adolescente rebelde e atrevida, que enfrentará os mais temidos vampiros e seres mitológicos, para conquistar uma posição de respeito, graças à sua força e coragem. (Skoob)
COSTA, Kel. Fortaleza Negra. Ler Editorial, 2016. 464 p.


Conheci a Kel Costa na época em que ela escrevia o antigo blog It Cultura, há alguns anos atrás, mas só algum tempo depois soube que ela tinha um livro publicado. A segunda edição de Fortaleza Negra foi publicada pela Ler Editorial e nem mesmo o receio de me aventurar em mais uma história sobre vampiros me fez desistir de ler o livro. Sinceramente, fiquei muito feliz de ter feito isso, o livro me prendeu e me conquistou e já se tornou um dos meus queridinhos.

Percebi, na trama de Kel Costa, a influência de outras histórias vampíricas das quais gostei bastante, como Irmandade da Adaga Negra e Academia de Vampiros, mas foram apenas alguns poucos detalhes que me fizeram recordar daqueles outros livros e nem mesmo sei quais deles a autora realmente conhece. Mesmo com essas semelhanças, há um toque de originalidade em Fortaleza Negra, algo só seu, e foi isso que fez a diferença durante a leitura.

Não pretendo citar aqui as regras da nova realidade vampírica criada na história, até porque o ideal é que essas sejam conhecidas durante a leitura, como eu fiz. Todos os detalhes são bem pensados e importantes para o todo e há uma boa amarração dos acontecimentos da obra. Achei curioso que, na trama, a nossa realidade atual coexista com as mudanças que os vampiros trouxeram. Vale menção também à disputa entre vampiros e mitológicos, que garantem a ação do livro, bem como a existência dos Mestres, que tornam tudo ainda mais interessante.

"Chegamos perto o suficiente para ver alguns detalhes. A estrada deserta era a única coisa que cortava aquela vasta planície coberta de neve e nos levava diretamente ao nosso destino. Lá estava ela, a Fortaleza Negra. Uma muralha negra muito alta, que se estendia para os lados por mais um quilômetro de ambos os lados e parecia cercar todo o lugar. Além dela, uma torre gigantesca se assomava, com pequenos pontos de luz brilhando onde havia janelas. Eu não via a hora de chegar mais perto para poder ver melhor".

Preciso destacar que achei Sasha, a protagonista, bastante irritante. Ela só fazia o que dava na cabeça de vento dela, sem refletir sobre os seus atos e, minha nossa, que menina burra! Todos os seus problemas foram causados por seu comportamento impulsivo e irresponsável e devo confessar que não tenho nenhuma simpatia por rebeldes sem causa. Além disso, às vezes ela parecia ter a idade mental de seu irmão, fazendo birra apenas para não perder uma discussão - o detalhe é que ela não estava enfrentando alguém com quem pudesse lidar, mas vampiros, muito mais velhos e mais poderosos que ela.

Apesar dessa antipatia pela protagonista, tem algo na trama que me fisgou completamente e, por isso, consegui me envolver com Sasha. Kel Costa consegue imprimir emoções intensas a cada cena e, mesmo que eu não concorde com o comportamento da personagem, não tem como não sentir o mesmo que ela, sofrer junto e ter as mesmas inseguranças. Esse envolvimento ocorre em todos os seus relacionamentos, com seus amigos (que eu adorei, aliás), sua família e, claro, com Mikhail.

"- Quero seu sangue - sussurrou, com uma voz rouca, erguendo somente os olhos para me observar. - Mas não posso tomá-lo à força.
- Ah - gaguejei, sem fala.
- Mas você vai me oferecer. - Como se me aprisionasse com o olhar, ele me puxou lentamente para mais perto e levou meu pulso à boca, primeiro beijando-o com delicadeza para depois passar a língua na minha pele. - Não vai?"

Pareceu um pouco estranho que um ser com milênios de vida fosse se interessar por uma garota chata e petulante, mas, enfim, não há racionalidade para essas coisas, não é verdade? Ele não é perfeito também e é um grosso, mas, de todo o modo, há cenas tão intensas entre Sasha e Mikhail que é impossível sair ileso disso. A autora sabe mesmo criar uma cena de intimidade e, durante a leitura, eu me via ansiosa para saber qual seria o próximo passo do vampirão misterioso.

Interessante que, mais adiante no livro, foram inseridos alguns capítulos narrados pelo ponto de vista de Mikhail. Foi mais fácil compreender o contexto "político" e a grandiosidade dos problemas que eram enfrentados pelos Mestres, além de esclarecer como o personagem pensa e como se sente em relação a Sasha. Claro que dá para perceber que Mikhail tem uma mentalidade um pouco retrógrada, mas ele tem mais de dois mil anos, afinal. O que mais me deixou curiosa, porém, foi o enredo político inserido nesses trechos e o conflito com Rurik, assuntos que ficaram em segundo plano nesse volume. Espero que sejam melhor aprofundados nos próximos livros.

Fortaleza Negra é uma trama cheia de romance, passagens fofas e engraçadas, e alguma ação, uma mistura que deu bastante certo e que tende a envolver e conquistar qualquer leitor que goste dessas características em um livro.

Leia Mais
14 comentários
Compartilhe:

Groo versus Conan - Sérgio Aragonés

Sinopse: O mais heroico e o mais imbecil dos guerreiros! A mais devastadora batalha! Dois homens. três espadas. um cérebro! Ou talvez possamos dizer, esbanjando toda a bondade que reside em nossos corações, um cérebro e meio! Conan da Ciméria é o mais destemido e admirável dos guerreiros; Groo, o Errante, o mais desmiolado e o menos admirável dos aventureiros. Portanto, só mesmo na mente alucinada de um monumental cartunista como SERGIO ARAGONÉS os rumos e as lâminas de dois espadachins tão díspares poderiam se cruzar! Enquanto o caridoso artista THOMAS YEATES, que ilustra as cenas do Conan, aceitou desonrar seu talento para ajudar Sergio a narrar visualmente a mais inusitada e acintosa das farsas. ou melhor, das batalhas. o corroteirista MARK EVANIER fez o que ele faz melhor (seja lá o que for) para tornar realidade um confronto que era o grande sonho dos admiradores do Groo. e o pior pesadelo dos fãs (notoriamente irascíveis) do memorável herói criado por ROBERT E. HOWARD. Será que o invencível Conan vai trucidar o Groo? Ou o igualmente invicto Groo é o primeiro e único bárbaro capaz de aniquilar o Cimério? Descubra nesta edição de luxo que a MYTHOS EDITORA - ignorando a pressão de howardianos radicais que ameaçavam cortar nossas cabeças - teve o atrevimento de trazer para as bancas e livrarias brasileiras. E ainda publicamos em capa dura para dificultar a ação daqueles que prometeram comprar exemplares só para rasgá-los e enviá-los triturados à Redação! (Skoob)
EVANIER, Mark; YEATES, Thomas; e ARAGONÉS, Sérgio. Groo versus Conan. Editora Mythos, 2015. 140 p.


Sérgio Aragonés, espanhol, residente no México, começou a carreira desenhando para a revista mais insana que já existiu: Mad. Nos anos 80, juntou-se com Mark Evanier, que vinha de vários trabalhos na série animada de Garfield, e criou Groo, um bárbaro imbatível nas lutas com espadas, mas totalmente estúpido.


O personagem é claramente inspirado em Conan, com exceção de sua burrice ilimitada, e possui algumas situações e bordões que se repetem em todas as histórias, como a mais imitada, “Terei errado?”, que ele solta sempre no fim de alguma catástrofe causada por ele mesmo.

Ele anda sempre acompanhado por seu fiel cachorro, Rufferto, cujos pensamentos, em paralelo às atitudes de seu dono, são impagáveis. Groo adora queijo derretido, afunda os navios onde pisa, tem uma irmã que o odeia e o quer morto, entre outros personagens secundários.


Muitas das aventuras de Groo tem origem com alguém querendo tirar proveito de sua ingenuidade e burrice para atingir algum objetivo escuso, mas no fim, os planos sempre dão errado, também por causa de alguma atitude acidental e estúpida de Groo.

As melhores e mais famosas aventuras, são as que ele batalha contra os heróis da DC e da Marvel, com tiradas irônicas e situações que vão além da lógica, que fazem o leitor ter espasmos de riso.


Groo é o tipo de personagem que consegue fazer rir através de situações simples, devido ao imprevisto de suas escolhas. O leitor nunca consegue prever o quanto ele será estúpido ao tentar resolver ou compreender alguma coisa. Muitas vezes, eu fiquei pensado: “não é possível que ele vai fazer isso, não, não...” e caía na gargalhada.


Neste álbum, Groo vs Conan, testemunhamos o esperado encontro entre os dois personagens análogos. O embate se dá sob diferentes pontos de vista, narrados por habitantes da vila, onde os dois bárbaros se enfrentam. Ao mesmo tempo, o leitor acompanha as confusões em que os dois autores se metem, fazendo um paralelo entre a história contada, e a história vivida.

Inclusive, são várias as histórias onde os autores se autorretratam como personagens, vivendo aventuras em uma vida “real”, enquanto contam alguma aventura de Groo.


Se você nunca leu nade do bárbaro acéfalo, não perca esta oportunidade. A HQ ainda está à venda nas bancas, ou Comic Shops, por um preço bem convidativo. Tenho certeza de que, depois, você irá atrás de todas as outras.

Leia Mais
10 comentários
Compartilhe:

Novidades #161: Lançamentos Intrínseca Março

Eu sei, eu sei que março já está mais para o final do que para o início. Mas eu tinha tanta postagen para fazer aqui no blog este mês que quase não consegui divulgar os lançamentos das Editoras parceiras. Para compensar isso, apesar de um pouco de atraso, hoje vou mostrar para vocês os livros publicados pela Intrínseca em março. Tem muita coisa boa, como Neil Gaiman, Elena Ferrante, R. J. Palacio, entre outros. Tem vários que eu espero poder ler. Vejam se concordam comigo:


Tudo o que nunca contei, de Celest Ng

Na manhã de um dia de primavera de 1977, Lydia Lee não aparece para tomar café. Mais tarde, seu corpo é encontrado em um lago de uma cidade em que ela e sua família sino-americana nunca se adaptaram muito bem.
Quem ou o que fez com que Lydia - uma estudante promissora de 16 anos, adorada pelos pais e que com frequência podia ser ouvida conversando alegremente ao telefone - fugisse de casa e se aventurasse em um bote tarde da noite, mesmo tendo pavor de água e sem saber nadar? À medida que a polícia tenta desvendar o caso do desaparecimento, os familiares de Lydia descobrem que mal a conheciam. E a resposta surpreendente também está muito abaixo da superfície.
Conforme analisa e expõe os segredos da família Lee - os sonhos que deram lugar às decepções, as inseguranças omitidas, as traições e os arrependimentos -, Celeste Ng desenvolve um romance sobre as diversas formas com que pais, filhos e irmãos podem falhar em compreender uns aos outros e talvez até a si mesmos. Uma uma observação precisa e dolorosa do fardo que as expectativas da família representam e da necessidade de pertencimento. Um romance que explora isolamento, sucesso, questões de raça, gênero, família e identidade e permanece com o leitor bem depois de virada a última página.


Quatro estações em roma, de Anthony Doerr

No dia em que Anthony Doerr e a esposa voltam da maternidade com seus gêmeos recém-nascidos, ele descobre que recebeu um prêmio da Academia Americana de Artes e Letras, o Rome Prize, que inclui ajuda de custo, um apartamento e um estúdio para escrever na Itália. Quatro estações em Roma nasceu das memórias do ano que o autor passou na cidade com a esposa e os filhos.
Vindo do interior dos Estados Unidos, o estranhamento de Doerr com o novo país começa logo na chegada: a cozinha do apartamento não tem forno. As janelas não têm telas. Ao contrário do que ocorre nos Estados Unidos, as verduras e frutas são vendidas em feiras ao ar livre, e não em um supermercado. Para Doerr, Roma é um mistério: um outdoor de uma marca de roupas tremulando na fachada de uma igreja de quatrocentos anos, uma construção comum ao lado de uma obra-prima da arquitetura. Em meio a tudo isso, ele cuida dos filhos, lida com uma insônia que parece não ceder e tenta, sem muito sucesso, escrever um novo romance - Toda luz que não podemos ver, lançado sete anos mais tarde e que acabaria rendendo ao autor o Pulitzer de ficção.
Quatro estações em Roma traz o texto primoroso e sensível que tornou Doerr celebrado no mundo inteiro, ao mesmo tempo um relato íntimo e uma celebração da Cidade Eterna.


Um amor incômodo, de Elena Ferrante

Aos quarenta e cinco anos, Delia retorna a sua cidade natal, Nápoles, na Itália, para enterrar a mãe, Amalia, encontrada morta numa praia em circunstâncias suspeitas: a humilde costureira, que se acostumou a esconder a beleza com peças simples e sem graça, usava nada além de um sutiã caro no momento da morte.
Revelações perturbadoras a respeito dos últimos dias de Amalia impelem Delia a descobrir a verdade por trás do trágico acontecimento. Avançando pelas ruas caóticas e sufocantes de sua infância, a filha vai confrontar os três homens que figuraram de forma proeminente no passado de sua mãe: o irmão irascível de Amalia, conhecido por lançar insultos indistintamente a conhecidos e estranhos; o ex-marido, pai de Delia, um pintor medíocre que não se importava em desrespeitar a esposa em público; e Caserta, uma figura sombria e lasciva, cujo casamento nunca o impediu de cortejar outras mulheres.
Na mistura desorientadora de fantasia e realidade suscitada pelas emoções que vêm à tona dessa investigação, Delia se vê obrigada a reviver um passado cuja crueza ganha contornos vívidos na prosa elegante de Elena Ferrante.

Olhos Prateados (Five Nights at Freddy's #1), de Scott Cawthon e Kira Breed-Wrisley

No popular videogame criado por Scott Cawthon, o jogador assume o papel de um segurança contratado para tomar conta de uma pizzaria durante a noite, enquanto os animatrônicos perambulam e ganham ímpeto violento. Mas o mistério por trás dessas criaturas e dos assassinatos que ocorreram ali nunca foi desvendado... até agora. Olhos prateados extrapola o universo que conquistou fãs no mundo todo e traz à tona os medos mais obscuros que só brinquedos sinistros são capazes de provocar.
O primeiro livro da trilogia Five Nights at Freddy's leva o leitor ao mundo de Charlie, uma adolescente que volta para sua cidade natal quando é convidada para participar de uma homenagem a um de seus amigos de infância, morto dez anos atrás, em circunstâncias misteriosas, dentro da pizzaria do pai dela.
Tomados pela nostalgia e determinados a desvendar o crime jamais solucionado, Charlie e seus amigos acabam voltando à pizzaria, agora totalmente abandonada. Eles logo vão descobrir que as coisas lá dentro não são mais as mesmas. Os quatro animatrônicos mudaram. Os bonecos que antes encantavam as crianças agora guardam um segredo sombrio... e um plano mortal.

Quem era ela, de JP Delaney

É preciso responder a uma série de perguntas, passar por um criterioso processo de seleção e se comprometer a seguir inúmeras regras para morar no nº 1 da Folgate Street, uma casa linda e minimalista, obra-prima da arquitetura em Londres. Mas há um preço a se pagar para viver no lugar perfeito. Mesmo em condições tão peculiares, a casa atrai inúmeros interessados, entre eles Jane, uma mulher que, depois de uma terrível perda, busca um ponto de recomeço.
Jane é incapaz de resistir aos encantos da casa, mas pouco depois de se mudar descobre a morte trágica da inquilina anterior. Há muitos segredos por trás daquelas paredes claras e imaculadas. Com tantas regras a cumprir, tantos fatos estranhos acontecendo ao seu redor e uma sensação constante de estar sendo observada, o que parecia um ambiente tranquilo na verdade se mostra ameaçador.
Enquanto tenta descobrir quem era aquela mulher que habitou o mesmo espaço que o seu, Jane vê sua vida se entrelaçar à da outra garota e sente que precisa se apressar para descobrir a verdade ou corre o risco de ter o mesmo destino. Com um suspense de tirar o fôlego e um clima de tensão do início ao fim, JP Delaney constrói um thriller brilhante repleto de reviravoltas até a última página. Uma história de duplicidade, morte e mentiras.

Somos todos extraordinários, de R.J. Palacio

Extraordinário é um romance apaixonante e inspirador, que já tocou a vida de quase meio milhão de leitores só no Brasil. Publicada pela primeira vez em 2013, a história que acompanha o carismático Auggie Pullman, um menino de dez anos com uma grave deformidade facial que começa a frequentar a escola pela primeira vez, ganha agora uma edição dedicada às crianças, cuidadosamente pensada e elaborada com a intenção de levar a elas a forte mensagem de inclusão e gentileza que a autora R J Palácio imprimiu à sua obra.
Resgatando elementos da história original e inserindo os personagens em um mundo ilustrado que representa a imaginação do menino, Somos todos extraordinários vai deliciar todos os que já se emocionaram e os que ainda vão se emocionar com essa incrível história de superação, amizade e, acima de tudo, amor.




Para este mês, ainda há previsão de mais alguns lançamentos. Se quiserem conferir todos os títulos, clique aqui.

E aí, de quais vocês gostaram mais?

Leia Mais
9 comentários
Compartilhe:

A tempestade - Manuela Titoto

Sinopse: Numa das costumeiras pescarias com o seu pai, no reservatório Bellamy, a jovem Margot é raptada. Ela acorda, mas ainda se vê dentro de um pesadelo que invoca os medos mais primitivos e viscerais do ser humano: está aprisionada dentro de um caixão fechado. O serial killer que agia dessa maneira já era bem conhecido nos jornais norte-americanos como Irony Joe, e Margot parece ser a sua mais nova vítima.
Após sua fuga, Margot e seu pai começam a receber e-mails ameaçadores. Por segurança, ela tem que deixar o país. Na cidade de Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, Margot passa a morar com a mãe. A partir de então, a jovem precisa lidar com uma nova vida, que significa ter outro nome e um colégio bem diferente do que estava acostumada.
O único problema é que o passado de Margot parece não querer se distanciar tanto assim do seu futuro. (Skoob)

Livro digital recebido em parceria com a Editora
TITOTO, Manuela. A tempestade. Editora Novo Conceito, 2016. 258 p.


Logo que a Novo Conceito anunciou o lançamento de A tempestade, fiquei curiosa pelo livro, afinal eu adoro conhecer obras nacionais e não é sempre que vemos um thriller por aí, com direito a assassinos em série e tudo o mais. Por isso, não perdi a oportunidade quando a Editora ofereceu o e-book aos parceiros. Eu esperava da leitura algo denso e pesado e, embora tenha sido bem diferente do que eu imaginava, ainda assim foi uma leitura rápida e interessante.

Minha maior surpresa, ao começar a leitura, foi descobrir que se tratava de uma trama adolescente, com direito a intrigas escolares, drama com os pais, amizades e namoros. Claro que, pensando friamente, sendo a protagonista uma garota de 17 anos, tudo isso naturalmente faria parte de sua vida. Só que eu estava esperando um suspense de gelar os ossos que não aconteceu.

“Estar presa num caixão invoca os medos mais primitivos do ser humano. É uma desgraça que recorre às angústias viscerais, pelo simples fato de você estar ali, confinado em um espaço limitado, apenas esperando a morte aparecer para tomar o seu corpo. É o extremo terror, do qual as pessoas não gostam nem de falar a respeito, que toma conta não apenas do físico, mas do psicológico. Eu não esperava que fosse acontecer comigo. Acho que ninguém espera, mas minha história começa assim.”

Apesar desse contratempo inicial, a leitura foi bastante fluida e gostosa. A escrita de Manuela Titoto é descritiva apenas na medida, bastante objetiva, e nem se percebe o passar das páginas durante a leitura. Gostei da forma como a autora construiu a história, com Margot tentando reconstruir sua vida após um acontecimento tão traumático, tentando se refazer para superar o medo que era capaz de imobilizá-la.

Gostei também da forma como a autora construiu os capítulos, todos iniciados com um trecho do livro A tempestade de William Sheakspeare. Não li a peça do dramaturgo inglês, então não sei dizer se as histórias se relacionam de fato, mas os quotes dos capítulos sempre traziam certa ligação com o que acontecia a Margot e, por isso, tenho a impressão de que a intensidade de um estava impregnada também no outro.

O romance narrado na história não me convenceu logo de início. Achei que o interesse de Margot foi rápido demais e o envolvimento entre ela e Gustavo pareceu meio forçado. Além disso, depois do que enfrentou, a garota deveria ser mais desconfiada, mas não, ela nem hesitou, pelo menos não para proteger a si mesma. Apesar dessa resistência inicial, porém, o casal me conquistou, e algumas cenas entre eles foram bem fofinhas.

As respostas que Manuela Titoto deu para a situação foram bem interessantes. Para mim, pelo menos, não foi aquele tipo de final que pegou de surpresa, porque fui bem mais rápida que a protagonista ao montar o quebra-cabeças, mas foi realmente um fecho inteligente. Acabei sentindo falta daquela ansiedade por descobrir logo quem estava por trás de tudo, mas, fora isso, a história foi boa.

Para aqueles que não são tão fãs de thrillers mas querem se aventurar no gênero, aposto que A tempestade cumprirá magnificamente o papel. Para aqueles que já preferem aquelas tramas cheias de adrenalina e altos e baixos, talvez não seja a escolha mais certa, porque o livro tem mais ênfase nos relacionamentos da protagonista do que no suspense em si.

Leia Mais
10 comentários
Compartilhe:

Amores Impossíveis e Outras Perturbações Quânticas - Lucas Silveira

Sinopse: O que teria a dizer um músico sobre o amor, o sentido da vida e a física quântica? A proposta deste livro pode parecer ousada, mas Lucas Silveira consegue lançar mão de sua sensibilidade artística para guiar o leitor por uma intrincada rede de reflexões e sentimentos com os quais é fácil se identificar.
Entusiasta das teorias quânticas, Lucas busca medir a natureza humana dentro das infinitas possibilidades do universo, e a resposta só poderia ser desconcertante: nossa pequenez é evidente, e nossas vidas duram muito pouco. Ainda assim, é possível preencher nosso tempo sobre o mundo com amores capazes de descarrilar trens, músicas capazes de ressoar à eternidade e sonhos capazes de unir pessoas.
Misturando reminiscências e questionamentos existenciais, o autor constrói uma narrativa fragmentada mas fluida. Aqueles que já são seus fãs vão encontrar ecos de suas músicas, e aqueles que o conhecem agora poderão mergulhar em suas inquietações e confirmar que somos, todos nós, mais parecidos do que à primeira vista. (Skoob)

Livro recebido em parceria com a Editora.
 SILVEIRA, Lucas. Amores Impossíveis e Outras Perturbações Quânticas. Editora Dublinense, 2016. 144 p.


Sabe aqueles livros que ao ler percebemos que ficarão guardados para sempre em nossa memória? Então, esse é um desses livros. As palavras contidas nele tem uma profundidade incrível, que nos faz trasbordar em sentimentos e reflexões.

Creio que a maioria dos brasileiros deve conhecer Lucas Silveira, cantor e um dos compositores da banda Fresno, que fez muito sucesso há alguns anos atrás. Hoje em dia não o vemos tanto nas mídias, mas mesmo com algumas modificações de integrantes, a banda continua na estrada. Confesso que como muitas pessoas, era fã da banda, conhecia todas as músicas... Mas o tempo vai passando e o gosto vai mudando, acabei deixando de ouvir a banda por bastante tempo. Até o ano passado, onde acabei voltando a ouvir por acaso e tive a oportunidade de ir em um dos shows que eles fizeram na cidade vizinha. Percebi que a banda amadureceu muito, tanto no tipo de som quanto nas letras, e neste livro podemos ver um pouquinho dessa evolução.


O livro é composto por textos que falam sobre diferentes assuntos, todos muito bem escritos e na maioria das vezes com uma carga de sentimentos muito grande, outras nem tanto. A maior parte dos textos são escritos em tons de memórias, como se o autor estivesse relembrando fatos que marcaram de alguma forma a sua vida.

Há uma mistura de sentimentos e leis da física que pode parecer estranho, mas funcionaram muito bem! A forma como o autor mergulha na imensidão das palavras é muito inspiradora e ele usou bastante de metáforas, proporcionando uma viagem ainda maior aos leitores.

A diagramação ficou bem bacana com uma fonte diferente e linhas bem espaçadas, como se tivesse sido escrito em máquina de escrever. Há algumas frases grifadas, que marcam o leitor e causa reflexão. Para aumentar a ainda mais a qualidade da obra, inseriram algumas ilustrações muito bonitas, todas em tons de azul, tornando o livro ainda mais belo.

Esse é um daqueles livros que não deveriam ser lidos de uma vez, devem ser lido aos poucos, com calma, para que o leitor possa absorver cada sentimento transmitido no decorrer dos textos. E se possível, dever ser lido mais de uma vez, por que não? Recomendo para todos que assim como eu, gostam de mergulhar nesses pequenos textos, mas com grandes significados.









Leia Mais
9 comentários
Compartilhe: