OLIVER, Lauren. Delírio. Intrínseca: 2012. 352 p.Sinopse: Muito tempo atrás, não se sabia que o amor é a pior de todas as doenças. Uma vez instalado na corrente sanguínea, não há como contê-lo. Agora a realidade é outra. A ciência já é capaz de erradicá-lo, e o governo obriga que todos os cidadãos sejam curados ao completar dezoito anos.
Lena Haloway está entre os jovens que esperam ansiosamente esse dia. Viver sem a doença é viver sem dor: sem arrebatamento, sem euforia, com tranquilidade e segurança. Depois de curada, ela será encaminhada pelo governo para uma faculdade e um marido lhe será designado. Ela nunca mais precisará se preocupar com o passado que assombra sua família. Lena tem plena confiança de que as imposições das autoridades, como a intervenção cirúrgica, o toque de recolher e as patrulhas-surpresa pela cidade, existem para proteger as pessoas.
Faltando apenas algumas semanas para o tratamento, porém, o impensado acontece: Lena se apaixona. Os sintomas são bastante conhecidos, não há como se enganar — mas, depois de experimentá-los, ela ainda escolheria a cura? (Skoob)
Falta pouco para que Lena complete 18 anos. Só lhe resta um verão antes da cura, e ela não consegue esconder a ansiedade para realizar A Intervenção, especialmente por causa do histórico da doença em sua família e do estigma que esteve com ela durante toda a sua vida. Ela só não podia imaginar que nesse interstício conheceria Alex, o garoto que colocaria todas as suas crenças em cheque.
Delírio, de Lauren Oliver, foi lançado em 2012, e desde então eu quis ler o livro. Por algum motivo que não me recordo, não foi possível, e só este ano consegui tirar o exemplar da estante. Não sei se me arrependo de não ter lido antes, ou se só gostei tanto do livro por tê-lo lido no momento certo. Independente do que poderia ter sido, o fato é que eu amei o livro e quero espalhar esse amor – seja ele doença ou não – para todo mundo.
Lauren Oliver escreve de uma maneira intensa. A narrativa é em primeira pessoa, pelo ponto de vista de Lena, e o fato de a garota ter de se despedir em breve da vida como ela conhece a faz refletir o tempo todo. Todas essas reflexões – que no início são suaves, dentro dos limites daquilo que ela sempre aprendeu, mas que ganham força com o decorrer de suas experiências – conseguem nos inserir no mundo da personagem e entender como as coisas fogem do controle e se tornam um turbilhão.
Nesses anos desde o lançamento do livro, li bastantes resenhas sobre Delírio, e sei que muitos leitores acharam Lena irritante. Isso, porém, não aconteceu comigo. Lena cresceu acreditando em algo que era correto para ela, e sei que não é fácil ver tudo deixar de fazer sentido em tão pouco tempo, já que a base de sua vida foi construída sobre aquelas "verdades". Não é fácil se sentir sem chão, até que consiga pensar por si mesma. Foi isso que aconteceu com a personagem, tudo que ela acreditava precisava ser revisto, e quem é que não resiste à mudança quando ela se apresenta, mesmo que a mudança aconteça apenas em nós mesmos?
Além disso, o livro permite uma reflexão profunda sobre o amor. Alguém já parou para pensar em quantos absurdos acontecem todos os dias em nome desse sentimento? É esse mal que a sociedade, no contexto do livro, tenta evitar. Só que evitar o amor é evitar a vontade, é evitar os anseios, os desejos, a força de conseguir e lutar por algo. É impedir a criatividade, a música, a dança, as risadas, o choro e o sofrimento. É vetar experiências.
E, mesmo que a princípio não queira, Lena se afoga nessas experiências. E nós, leitores, somos puxados para o fundo junto dela. Há muito, muito tempo, eu não me envolvia tanto emocionalmente com um enredo romântico, e Delírio conseguiu fazer isso comigo. Eu quis gritar, esmurrar algo, ou só chorar quietinha no meu canto; quis sentir e viver tudo, de bom e de ruim, que o amor poderia me dar.
No fim, eu não pude acreditar no caminho que a autora preferiu tomar para a história. Foi surpreendente, enganador, e tudo em que consigo pensar agora é no quanto eu preciso saber o que acontecerá em Pandemônio, segundo volume da trilogia.
Oi Ju!
ResponderExcluirMas quem disse que o amor não é uma doença? Se você for levar em consideração os sintomas, pode-se dizer que sim, rs. Mas acho bem ruim só a probabilidade de não conseguir amar mais, só de pensar nisso já fico um pouco deprimida. Ixi, personagens irritantes são um problema bem sério para mim, costumam fazer eu detestar os livros. Mas vamos lá. né?
Beijo!
http://www.roendolivros.com
Oi Julia!
ResponderExcluirEu já li esse livro e também gostei! Mas ainda não li as continuações... Acho que faz tanto tempo que li Delírio, que precisaria reler para poder ler as continuações, pois já esqueci de muita coisa.
Beijos,
Sora - Meu Jardim de Livros
Não conhecia esse livro, mas inicialmente essa capa linda me chamou super a atenção, mas depois de ler a sinopse e a sua resenha super positiva sobre a história do livro, adicionei ele imediatamente em minha lista de leituras, preciso urgentemente lê-lo haha.
ResponderExcluirOi Ju! Já tem um bom tempo que estou querendo ler esse livro e essa sua resenha me deixou ainda interessada em conferi essa história, curto muito uma reflexão profunda sobre o amor.
ResponderExcluirBeijos!
Delírio foi a primeira série distópica que eu li e também me apaixonei. Não me irritei muito com a Lena, mas também não cai de amores. No final de Delírio, eu chorava tanto que ficou constrangedor, haha! Não gostei taaaaaanto de Pandemônio (mas o final é matador) e de Réquiem, mas gostei dos caminhos que Lauren Oliver escolheu. Você tá lendo as short stories também?
ResponderExcluirBeijos