Sonhei que amava você - Tammy Luciano

Ele estava vivo nos meus sonhos. E que sonhos! Mas era pouco. Eu queria ele na minha vida. Uma história cativante e inesquecível, cheia de mistérios e perguntas a serem respondidas. Pode um grande amor existir somente enquanto sonhamos? Kira, aos 22 anos, está apaixonada, vivendo um momento único de amadurecimento pessoal e profissional. Quem é o sedutor garoto que transforma suas noites em poesia e êxtase? Mas, apesar do maravilhoso momento que está vivendo, a garota terá que enfrentar obstáculos e barreiras. Mas sabe que a vida reserva o melhor para o final. Um convite para dar asas à imaginação e aquecer o coração.

Livro recebido em parceria com a Editora
LUCIANO, Tammy. Sonhei que amava você. Valentina, 2014. 296 p.

Kira é uma jovem de 22 anos, muito carismática e determinada. Ela abriu uma loja com sua melhor amiga, Lelê, e estão indo muito bem neste novo negócio. Sua vida está se encaminhando de forma tranquila, porém tem uma coisa que às vezes a incomoda: ela nunca teve um namorado sério, nunca se apaixonou de verdade e sente que isso está longe de acontecer. Só que isso muda quando, em seus sonhos, um apaixonante rapaz aparece e trás um novo sentido para suas noites de sono. Depois de alguns desses sonhos, por uma grande coincidência, ela encontra o rapaz em um acidente. E passado alguns dias, ela se depara com o rapaz novamente e decide tentar entender o que está acontecendo, quer saber se o rapaz também tem os sonhos e se sente o mesmo que ela.

Para quem gosta de romance com uma pitada de sobrenatural, esse livro é uma boa pedida. Os sonhos lúcidos estão presentes durante toda a leitura, então a protagonista tem vários sonhos que consegue controlar tudo o que faz nele. Lá ela pode voar, ir para os mais diversos locais com o garoto misterioso e, quando acorda, consegue se lembrar de tudo.

O rapaz dos sonhos se chama Felipe e, tanto nos sonhos como na vida real, é encantador. O romance entre ele e Kira ocorre de forma gradual, e é tudo bem delicado. É impossível não torcer por eles, pois realmente parecem ter nascido um para o outro. Só achei que o romance deveria ser um pouco mais arrebatador, com mais paixão, mas foi bonito como a autora conduziu tudo.

O livro é todo narrado em primeira pessoa por Kira, com uma linguagem bem informal, o livro parece ser para um público jovem, ou para quem está iniciando agora no mundo da leitura. O começo é um pouco lento, pois os personagens ainda não se conhecem, mas depois o ritmo fica muito bom. Lá para a metade final do livro, a autora inseriu um mistério e saiu daquele romance, o que achei ótimo, pois deu um pouco de ação à trama e mostrou a versatilidade da autora.

As relações são bem abordadas, seja entre o casal principal, os familiares e os amigos. Kira tem uma ligação muito forte com a família e a autora fez questão de mostrar isso, pois em cada oportunidade ela abordava essa relação, então foi fácil sentir empatia por todos. A mãe de Kira tem um restaurante super badalado e é uma mãezona para todos. O pai é juiz e foi o que menos apareceu, mas ainda assim é possível ver como ele ama a família. Mas o destaque vai para os irmãos gêmeos Cafa e Cadu, que são umas figuras. Cafa é um conquistador, e Cadu é mais na dele, mas os dois tem um carinho enorme pela irmã e torcem muito por sua felicidade. A relação com Lelê também é maravilhosa. A garota é muito divertida e se mostrou ser uma amiga para todas as horas, além de alguns outros amigos que são grandes companheiros e deram um toque especial na leitura.

O livro não é inovador, mas é um bom passatempo. Trouxe um assunto diferente, que são esses sonhos lúcidos, e abordou as relações humanas em sua forma mais carinhosa. Além de ser de uma autora nacional, que merece todo o nosso carinho.     


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Minha versão de você - Chistina Lauren

Há três anos a família de Tanner Scott se mudou da Califórnia para Utah, fazendo com que sua bissexualidade voltasse para o armário. Agora, com apenas mais um semestre até o fim das aulas no colegial e seu tão sonhado futuro em uma universidade longe da família, ele só deseja que o tempo passe mais depressa. Quando Autumn, sua melhor amiga, se inscreve na aula de escrita e o desafia a participar, Tanner não consegue recusar o convite, afinal de contas, quatro meses é tempo mais do que suficiente para escrever um livro, certo? O garoto está mais certo do que imagina, pois leva apenas um segundo para que ele note Sebastian Brother, o prodígio mórmon que, nas aulas de escrita do ano anterior, escreveu e publicou o próprio livro, e agora orienta a turma. Se quatro meses é muito tempo, um mês pode não ser. E é exatamente esse tempo que leva para Tanner se apaixonar por Sebastian. (Skoob)
LAUREN, Chistina. Minha versão de você. Hoo Editora, 2017. 252 p.


Tanner é um personagem bissexual que está convicto de sua orientação sexual e não tem nenhum problema quanto a ela, seus pais e sua irmã sabem e o amam de todo e qualquer jeito, mas ninguém em sua cidade sabe, nem mesmo sua melhor amiga Autumn, porque... ser qualquer coisa que não seja hétero, infelizmente, ainda é visto como um problema, como uma desculpa para atacar e ser violento, e ele não sabe o que esperar vivendo em Utah, que é infestado de mórmons, que pregam que você pode sentir atração pelo mesmo sexo, mas não "praticar", porque se não você é excluído totalmente da comunidade, tratado como alguém morto, pior do que morto.

Sebastian é filho do bispo, sucesso na cidade porque escreveu um livro no Seminário, uma disciplina que você precisa escrever um livro em quatro meses, e está sendo ajudante nessa mesma disciplina a pedido do professor enquanto seu livro está sendo preparado para ser publicado. E Tanner cursa essa matéria. E quando o vê, sente-se... fixado. Antes que perceba, Tanner está escrevendo um livro autobiográfico, que conta como é se apaixonar por Sebastian Brother, um mórmon numa cidade de mórmons.

"Sou apenas um garoto bissexual, meio-judeu, que está apaixonado por um garoto mórmon. Para mim, o futuro não é tão claro."

Vocês sabem o que acontece, é fácil deduzir o que virá daí: eles se apaixonam. E isso não pode/irá terminar bem, foi a primeira coisa que percebi quando lia, (eu sempre esqueço a sinopse) e tive que me controlar para não ler o final como sempre, embora eu tenha tentado com mais afinco dessa vez, porque o ponto da história é sobre o que vai acontecer, como vai terminar, e eu estava gostando tanto, fiquei tão vidrada, que não queria pular para o final e me arrepender de qualquer que fosse ele. E desistir de ler, é claro. Mas eu sou uma masoquista para leituras desse tipo, não sei por que estava preocupada, todavia estou orgulhosa de mim por ter resistido.

O meu único problema realmente com a narrativa, porque me fazer sofrer era o objetivo da(s) autora(s) (como sabem ou não, Chistina Lauren é um pseudônimo de duas mulheres), foi quando acrescentaram a perspectiva do Sebastian na terceira pessoa no final do livro e mudaram a do Tanner até então em primeira para em terceira pessoa também e... foi uma virada brusca. Eu tenho um pouco de TOC e gosto de algo consistente, embora entenda que precisava ver o outro lado da moeda.

"Tenho o pensamento melodramático de que isso é o que é sentir o coração partido. Não existe um estilhaçar; só existe uma fissura lenta e dolorosa que se espalha bem no meio."

Tanner é uma coisinha adorável que me lembrou Simon de Simon vs a Agenda Homo Sapiens, embora também tenha encontrado diferenças. Ambos são queer, são adolescentes, estão certos de sua sexualidade e são adoráveis, tão fofinhos, que dá vontade de colocar num pote e protegê-los do mundo; as diferenças estão no fato da família do Tanner saber e apoiá-lo e o problema está na cidade, no que ela irá fazer com ele, se irá aceitá-lo ou não (diferente de Simon), porque Tanner vive num local que é totalmente de mórmon e, infelizmente, nunca se pode confiar no que alguém pode fazer em nome de Deus.

Eu também adorei os pais de Tanner, que o apoiam e mostram que são contra aquele relacionamento secreto porque não querem que o filho seja um "caso", mas ainda estão lá por ele, sem ficar repetindo e repetindo sem pausa o desagrado deles. E eu gostei de Sebastian, claro, embora no começo tenha me sentindo um pouco desconfiada, porque ele era bom demais para ser verdade... mas todos os mórmons são, para falar a verdade. Se o que aprendi lendo esse livro for verdade.

"Raios estouram atrás das minhas pálpebras fechadas, tão intensos que quase consigo ouvi-los. É o meu cérebro se desfazendo, meu mundo acabando ou, talvez, eu só tenha sido atingido por um meteoro e isso seja o arrebatamento, e eu tenha recebido um último momento perfeito antes de ser mandado para o purgatório e ele ser mandado para outro lugar muito, muito melhor."

O primeiro destaque do livro vai para o fato que o protagonista se identifica como um garoto queer, que nos EUA foi basicamente uma ofensa, até que os grupos adotaram essa palavra como sua, não deixaram ela ser usada contra eles. Eu também gostei de terem inseridos mórmons, porque um ou outro personagem secundário perdido nos livros é, mas nunca explicaram o que significa ser mórmon até hoje e eu sempre me esquecia de pesquisar porque eles eram secundários e... minha atenção se desviava. Eu pensava que mórmons eram um daqueles povos que vivem afastados sem tecnologia e eles não são, embora tenham suas próprias peculiaridades, como todas as religiões têm, é claro.

Uma coisa que vai parecer contraditória é que eu gostei de terem colocado os mórmons, de terem fugido do clássico cristão em crise de sexualidade, mas eu também me senti um pouco desconfortável, porque estavam falando de uma religião que não conheço. Ouve críticas quanto A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias (mórmons fazem parte dela) que me fez sentir uma intrusa, porque estavam falando de uma desconhecida, não de uma parente da minha família, alguma religião conhecida que não seja a minha, que eu me sinto com liberdade para comentar e dar a minha opinião e ser realmente crítica.

"Não gosta de ser melodramático, mas a dor é melhor do que a culpa; é melhor do que o medo; é melhor do que o arrependimento; é melhor do que a solidão. "

Eu adorei esse livro, porque religião é algo que precisa ser discutido, constantemente abordado, porque há ensinamentos que são prejudiciais (não querendo ofender ninguém), dizendo o que é certo e é errado e as pessoas são diferentes e ouvir isso é tão ruim, saber que não está num padrão é péssimo. Se a mídia faz isso e é ruim, imagine quando colocam Algo acima de todos nós julgando-nos ao mesmo tempo que diz que Ele ama a todos nós?

Enfim, tive os sentimentos típicos ao ler uma história dessas: confortar uns, maltratar outros, colocar juízo na cabeça de certos indivíduos abençoados... e aquela sensação desconfortável, de inquietação, de como alguém pode achar que amor não é certo quando é a coisa mais certa da vida. Eu adorei essa história.

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Leituras do Mês - Agosto e Setembro


Oi peops, como vocês estão?

Já comentei por aqui que meu ritmo de leitura caiu bastante - estava passando por uma fase difícil de estresse e também precisei me dedicar a outras coisas. Os meses finais de 2018 e iniciais de 2019 vão decidir o rumo da minha carreira, então preciso muito me dedicar e dar meu melhor. Por isso, quase não tenho lido e feito poucos posts.

Também mencionei no twitter que pensei em dar uma pausa no blog. Essa ideia não está totalmente descartada, mas antes de fazer algo assim, vou honrar todos os meus compromissos - com as editoras e com os leitores - e avisar com antecedência. Enquanto isso, tenho colunistas maravilhosas que seguram a barra por aqui e escrevem resenhas lindas. Só deixo isso registrado porque não quero produzir qualquer conteúdo simplesmente para publicar, então se eu não tiver nada pronto, não vou forçar uma coisa que não vai funcionar, tá ok? Sei que vocês são maravilhosos, compreendem e me apoiam - essa é a razão principal por eu ainda não ter desistido, sabiam?

Enfim, depois desse lero lero, quero contar para vocês o que li. Em agosto não teve publicação das leituras do mês, porque eu não estava inspirada, então acumulou para eu mostrar os livros que li em agosto e setembro. Como comentei, não foram muitos, mas...

O primeiro livro lido foi Bruto e Apaixonado, da Janice Diniz, publicado pela Editora Herlequin. É aquele tipo de romance leve e amorzinho, sem surpresas, mas gostoso de ler. A resenha dele está aqui.

Também li No tempo dos feiticeiros, que recebi da Editora Intrínseca e é um infanto juvenil bem divertido e lindo, cheio de ilustrações. Minha opinião pode ser vista neste link, com algumas fotos que mostram um pouco mais do livro.

Por fim, li O fundo é apenas um começo, da Editora Valentina, que é um livro bem carregado sobre doenças mentais, pela perspectiva da pessoa doente. Essa leitura foi difícil para o meu momento, então demorei bastante para concluir, mas sinto que valeu a pena. A resenha está aqui.

Essas foram minhas leituras. E vocês?

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Big Rock - Lauren Blakely


Sinopse: A maioria dos homens não entendem as mulheres. Spencer Holiday sabe disso. E ele também sabe do que as mulheres gostam. E não pense você que se trata só de mais um playboy conquistador. Tá, ok, ele é um playboy conquistador, mas ele não sacaneia as mulheres, apenas dá aquilo que elas querem, sem mentiras, sem criar falsas expectativas. “A vida é assim, sempre como uma troca, certo?” Quer dizer, a vida ERA assim. Agora que seu pai está envolvido na venda multimilionária dos negócios da família, ele tem de mudar. Spencer precisa largar sua vida de playboy e mulherengo e parecer um empresário de sucesso, recatado, de boa família, sem um passado – ou um presente - comprometedor... pelo menos durante esse processo. Tentando agradar o futuro comprador da rede de joalherias da família, o antiquado sr. Offerman, ele fala demais e acaba se envolvendo numa confusão. E agora a sua sócia terá que fingir ser sua noiva, até que esse contrato seja assinado. O problema é que ele nunca olhou para Charlotte dessa maneira – e talvez por isso eles sejam os melhores amigos e sócios. Nunca tinha olhado... até agora. (Skoob)
BLAKELY, Lauren. Big Rock #1. Editora: Faro Editorial, 2017. 224 p.


Big Rock é o primeiro volume da série e conta a história de Spencer, um playboy bonito e conquistador que fará qualquer coisa para ajudar o seu pai em um grande negócio, até mesmo criar um falso romance com a sua melhor amiga e sócia.

Spencer precisa manter a discrição por um tempo, para que o seu pai consiga vender a joalheria da família, porém, manter-se longe do radar pode ser um pouco difícil, considerando sua fama como um pegador. Durante uma reunião, ele tem a brilhante ideia de fingir um noivado com a sua melhor amiga, mesmo não tendo a certeza que ela irá aceitar fazer parte dessa farsa. Com a ajuda de Charlotte, Spencer pretende se manter na linha, contudo, como já era de se esperar, a relação deles evolui para algo muito além da amizade e Spencer pela primeira vez sente que encontrou a mulher perfeita para ele.

Spencer é um dos caras solteiros mais cobiçados de Nova York, é bonito, sedutor, inteligente e dono de um senso de humor sem igual, todavia, junto com tudo isso vem o playboy convencido e cheio de si, que se acha o último biscoito do pacote e foi isso que me deu nos nervos durante toda a leitura.

É inegável o fato de que ele mudou durante o livro, mas confesso que mesmo assim não consegui gostar do personagem ao ponto de torcer por ele. Em relação a Charlotte, eu gostei bastante da sua personalidade, ela é uma mulher forte e independente, que sabe o quer e não desiste fácil dos seus objetivos. Eu sentir falta do seu ponto de vista, pois gostaria de saber o que se passava em sua cabeça em alguns momentos. Essa é uma leitura extremamente rápida e divertida, contudo, não foi bem o que eu esperava.

Um dos pontos que mais se destacou para mim foi a amizade e companheirismo entre os personagens, eles são amigos desde a faculdade e foi interessante ver a evolução deles como pessoas nesse meio tempo. O romance foi um tanto que decepcionante. Como já era de se esperar de um new adult, tem diversas cenas de sexo, só que ao contrário de muitos outros livros que eu li, não senti que existia tanta química assim entre o casal, por isso não conseguir me envolver 100% com eles.

Em relação à parte física do livro, eu gostei bastante da capa e do título que diga-se de passagem é bem sugestivo, as letras são confortáveis e as folhas amareladas. O segundo livro da série já foi lançado aqui no Brasil e tem como título Mister O, que contará a história de Harper e Nick, irmã e amigo de Spencer respectivamente. Apesar disso, os livros podem ser lidos de forma independente. 

No contexto geral, essa foi uma leitura divertida, que deixou um pouco a desejar, mas que me proporcionou o divertimento esperado de uma comédia romântica.

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A Garota Americana - Meg Cabot

Sinopse: A GAROTA AMERICANA acompanha o cotidiano de Samantha, uma típica garota americana, que leva uma vida muito parecida com a de tantas outras meninas de sua idade. Até que um dia resolve matar aula de arte e, por acaso, salva o presidente americano de uma tentativa de assassinato. Samantha logo vê sua vida virar de cabeça para baixo ao ser nomeada embaixadora da ONU, sem saber exatamente o que o cargo significa. (Skoob
CABOT, Megan. A Garota Americana. Galera Record, 2008. 352p.


A Garota Americana conta a história de Samantha Madison, uma garota rebelde que está entre sua irmã mais velha popular e linda e sua irmã mais nova superdotada. Ela leva uma vida como a de muitas garotas, até o dia em que resolve matar a aula de arte e acaba salvando o presidente. Após isso, as pessoas passam a achar que ela é uma heroína, apesar de ela não aceitar isso. As pessoas começam a mandar agradecimentos e presentes, a turma dos populares passa a puxar saco dela e ninguém mais a trata mal como antes. Ainda por cima tem David, o filho do presidente por quem ela sente um frisson, apesar de achar que está apaixonada pelo namorado da sua irmã, Jack. Muitas coisas engraçadas e loucas acontecem na vida dela, como ser nomeada embaixadora teen da ONU. E muitas reviravoltas acontecem na história. 

Eu não concordo com o título em inglês, All American Girl (que é alguma coisa como garota toda americana, ou seja garota que define bem o que é ser uma garota americana) pois ela não é como todas as garotas americanas ou mesmo muitas delas. Ela é gótica, só come hambúrguer, só ouve ska (gênero musical das bandas No Doubt e Os Paralamas do Sucesso) e é artista. Bem diferente de todos os estereótipos que a gente vê nas histórias americanas. Mesmo do estereótipo da artista ou da gótica, que sim, ela é bem parecida, mas ainda tem aspectos que tornam ela única. Eu adoro a Sam e acho que por mais que ela seja meio esnobe no início, parte do estereótipo, e até um pouco chata, ela tem características das quais as garotas podem se identificar com pelo menos uma, o que talvez torne o título mais coerente. Ela adora fazer listas, e o livro é recheado com elas, que são bem legais e dá para a gente reler bastante. Eu faço isso principalmente com as do segundo livro, Quase Pronta, porque tem umas dicas de filme. Essas listas são um jeito de a gente conhecer mais sobre ela de um jeito que num livro, mesmo de tamanho bom, 352 páginas, não seria possível porque tem muitas outras coisas para descrever. Ela tem listas sobre cultura pop, a vida dela, pensamentos que ela tem e em 10 itens a gente vê tudo que ela sabe sobre história, ciência, como ela pensa. Essas listas não só são divertidas como trazem muitas informações interessantes para a vida. Inclusive, em vez de uma sinopse, o livro tem uma lista na capa de trás e esse foi um grande motivo que me fez comprar.

A família da Sam é como uma perfeita família de série de comédia. É muito divertido assistir todo mundo. A irmã mais velha dela, Lucy, é outro exemplo de como a Meg usa clichês aqui de um jeito diferente. Ela é líder de torcida, superpatricinha, mas tem um namorado muito mais parecido com a Sam, e é uma garota legal que não trata mal a Sam por ser desse jeito, apesar de tentar fazer o clássico makeover. E a Rebecca com o conhecimento teórico e sem o prático, por estudar numa escola de gênios e o tipo de "pirralha" que percebe tudo acontecendo com os mais velhos, até melhor que eles mesmos às vezes. Faz tempo que eu li o livro, então é difícil eu descrever muito, mas a maioria dos personagens é boa e eles são todos tipos bem diferentes de pessoas, mas que ao mesmo tempo não andam só com quem é igual a eles, o que é legal de ver. A família tem até uma empregada ou babá que é tão divertida quanto eles.

Esse foi o primeiro livro da Meg Cabot que eu li há um bom tempo atrás e eu amei na época e ainda amo. Eu sei que os livros que eu li da Meg são os que os fãs mesmo não gostam muito (exceto O Garoto da Casa ao Lado que eu não tenho certeza do consenso geral), mas eu gostei de todos. Até da continuação, que é considerada desnecessária. Eu tenho alguns dos mais amados dela aqui que ainda não li, mas esse sempre vai ter um espaço especial no meu coração, junto com os outros que tenho dela e já li. Eu não me importaria de ter mais continuações, afinal a Meg tem várias séries.

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Um acordo e nada mais - Mary Balogh

Embora Vincent, o visconde Darleigh, tenha ficado cego no campo de batalha, está farto da interferência da mãe e das irmãs em sua vida. Por isso, quando elas o pressionam a se casar e, sem consultá-lo, lhe arranjam uma candidata a noiva, ele se sente vítima de uma emboscada e foge para o campo com a ajuda de seu criado. No entanto, logo se vê vítima de outra armadilha conjugal. Por sorte, é salvo por uma jovem desconhecida. Quando a Srta. Sophia Fry intervém em nome dele e é expulsa de casa pelos tios sem um tostão para viver, Vincent é obrigado a agir. Ele pode estar cego, mas consegue ver uma solução para os dois problemas: casamento. Aos poucos, a amizade e o companheirismo dos dois dão lugar a uma doce sedução, e o que era apenas um acordo frio se transforma em um fogo capaz de consumi-los. No segundo volume da série Clube dos Sobreviventes, você vai descobrir se um casamento nascido do desespero pode levar duas pessoas a encontrarem o amor de sua vida. (Skoob)

Livro recebido em parceria com a Editora
BALOGH, Mary. Um acordo e nada mais. Clube dos Sobreviventes #2. Arqueiro: 2018. 304 p.


Vincent é um visconde que ficou cego no campo de batalha e tem sua vida guiada completamente pela mãe, pela avó e pelas irmãs, que decidem que agora é o momento perfeito para ele se casar e encontram uma dama que "não se importa" e "entende"... Vincent foge na primeira oportunidade com seu amigo e empregado. Depois de algumas viagens, ele decide ir para o único lugar que uma vez considerou seu lar, antes de receber o título de nobreza do seu falecido tio sem herdeiro. E cai novamente numa cilada. E é salvo por Sophia Fry.

Sophia sabe que as intenções do seus tios ao deixar Henrieta, sua prima, sair sozinha com Vincent no meio de uma festa para o escuro não são nada boas, bem como as consequências para si caso interfira, só que não esperava ser expulsa de casa com o dinheiro contado para uma passagem só de ida a Londres, sem nenhum tostão a mais. Ou que o visconde de Darleigh propusesse um casamento como solução. 

"Sentiu todo o terror da escuridão sem fim, de saber que se fechasse os olhos, como fazia naquele momento, e os reabrisse, como não fez, ainda estaria cego.
Para todo o sempre.
Sem alento.
Sem luz.
Nunca mais."

O tema de acordos e relacionamentos falsos já virou um desses clichês que amamos, que vivemos para ler mais um, porque cada história traz seu toque e sua forma de ver o mundo de um jeito diferente, e com Um acordo e nada mais não é diferente. Na minha opinião, teve duas diferenças marcantes de todos os outros: o protagonista masculino é cego e a trama é de época. Quantos romances de época já abordou um casamento falso? Você não se descasa, nesse tempo, apenas porque deu vontade; casamento é para sempre ou até que a morte os separe!

Desde o começo, Vincent e Sophia estão ciente desse fato, de que o casamento não terminará e de que, em algum momento, vão precisar ter um herdeiro (masculino, é claro; seria um ultraje o contrário). O acordo em si está no fato de que, dentro de um ano, se ela não ficar grávida, quando o casamento estiver estabilizado, Sophia poderá realizar seu sonho de viver numa casa pequena, com flores rodeando-a.

Claro, o (im)pensável por nós acontece. Eles se apaixonam um pelo outro.


"- Com frequência, não dizemos o que está nos nossos corações para aqueles que são mais próximos e mais queridos."

Estou surpresa pelo fato da história não ter grandes reviravoltas e um clímax angustiante e ainda sim ter ficado fisgada por ela, ter desejado mais uma folha, mais um capítulo, mais um livro dessa série de sobreviventes, por que um livro com personagens diversos e representativos e de época? Tem mais. Tem um clube deles, com tudo que são variedades e sobreviventes de guerra e uma mulher. Uma mulher!

A razão para isso, para eu ter gostado de Um acordo e nada mais, está nos acontecimentos pequenos e corriqueiros, nos detalhes que formam os personagens e compõe a história; são coisas variadas. Vincent não se vitimiza, tenta ser independente e não ser sufocado pela família. Sophia tem uma visão satírica do mundo; ela desenha imagens satíricas de todas as pessoas que não gosta, em que ela, uma ratinha, está sempre no canto, presente e visível, tão diferente do seu cotidiano. Eles dois criam histórias juntos, começando do nada e parando para que o outro possa dar continuidade e são ótimas. Ah, e eles conversam, realmente conversam. Tirando o elefante branco da sala, obviamente.

Infelizmente, há vários momentos em que as conversas se repetem, que os personagens param e reveem o que aconteceu e minha memória é ruim, mas não tão ruim assim para eu precisar me relembrar de tudo. Quanto a erros ortográficos, eu encontrei um de concordância que eu relevo, embora teve outro realmente significativo, que só sendo um erro para fazer sentido: trocaram o nome do personagem num meio de uma conversa para outro e o personagem em questão nem estava na conversa. 

"Por que a tristeza mexia mais com o coração do que a felicidade?"

Enfim, quero o resto da série para ler e esse é o segundo livro, mas, apesar de não ter lido o primeiro, não encontrei nenhuma dificuldades para entender. Claro, tem referências ao primeiro livro e spoilers, que já me fez saber qual é o clímax do primeiro livro e como tudo termina. Mas, se for que nem esse, saber o fim não será um problema, porque vamos concordar que o caminho é mais emocionante que o fim.


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Novidades #196: Lançamentos Editoras Parceiras

Oi pessoal, como está o domingo de vocês?

Com um pouco de atraso, quero mostrar alguns dos lançamentos das Editoras parceiras no mês de outubro. Como sempre, tem muita coisa boa e livros de todos os gêneros. Para conhecer mais sobre cada um, basta clicar na capa.

Editora Arqueiro

 

Editora Intrínseca


Ler Editorial


Editora Harlequin




Agora me contem: quais desses vocês gostariam de ler?

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Conjuntando #77: Filme - Sexy por Acidente

Título Original: I Feel Pretty
Ano: 2018
Diretores: Abby Kohn, Marc Silverstein
Gênero: Comédia
Duração: 1h 50min


Sinopse: A woman struggling with insecurity wakes from a fall believing she is the most beautiful and capable woman on the planet. Her new confidence empowers her to live fearlessly, but what happens when she realizes her appearance never changed?





Não assisto muitos filmes, prefiro séries, pois podemos acompanhar melhor a trajetória dos personagens e nos envolvemos mais com a história. Mas, de vez em quando, me deparo com o trailer de um filme que parece interessante ou com a participação de um ator/atriz de quem gosto muito. Foi esse o caso de Sexy por Acidente. Há algum tempo eu li a autobiografia de Amy Schumer, A Garota com a Tribal nas Costas, e desde então venho assistindo muitos stand-ups e filmes da autora.

Normalmente, quando assisto filmes, não procuro muito o porquê da história, nem um significado profundo. Assisto filmes para descansar e sair um pouco da rotina dos estudos. Escolhi esse filme para assistir em um final de semana meio parado, por causa da atriz, e acabei refletindo muito sobre minha forma de agir e como ela afeta a minha vida.



Sexy por Acidente começou como um filme qualquer, nada muito extraordinário. Cheguei em um ponto (mais ou menos 5 minutos depois do início) que eu acreditei sinceramente que já sabia o roteiro de trás para frente, parecia um filme clichê daqueles que uma mulher um pouco fora de forma sonha com o "corpo perfeito" e espera que uma fada madrinha apareça e a transforme na princesa mais desejada do reino em um piscar de olhos. Sei que, se eu tivesse lido a sinopse antes, não teria essa impressão, mas de certa forma isso fez com que o choque e a confusão quando nada disso aconteceu fosse maior.

Rennee (Amy Schumer) tem sérios problemas de insegurança consigo mesma. Ela acredita que, para ter um namorado ou o mundo inteiro aos seus pés, você tem que ser "inegavelmente bonita". Para ela, as coisas boas só acontecem para mulheres com o corpo de modelos de revista, e isso a afeta de tal forma que suas ações são um tanto pessimistas e ela acredita que, se não mudar a aparência, sua vida não vai mudar. Até que, após um acidente na academia, ela bate a cabeça e começa a acreditar que um milagre aconteceu e ela é a mulher mais linda do mundo. Com o corpo que sempre desejou, ela muda sua atitude e as coisas "começam a dar certo". Ela começa a namorar, muda de emprego e faz novas amizades, deixando suas antigas amigas um tanto de lado.



O que mais gostei no filme foi que, mesmo assistindo sem nenhuma expectativa ou procurando refletir sobre a vida, é impossível não notar a mensagem que ele passa. E o fato de Amy Schumer ser a personagem principal fecha tudo com chave de ouro. A atriz luta muito para quebrar o tabu de que mulher bonita é mulher magra, não ligando para o que os outros dizem dela e valorizando seu corpo como é. Coisa que Rennee ainda tem que aprender a fazer.

No mundo de hoje, infelizmente, ainda valoriza-se muito a "beleza" superficial, o que faz com que muitas pessoas, homens e mulheres, se sintam impotentes e incapazes por não terem o "corpo padrão" imposto pela sociedade. Isso os afeta de tal forma, que eles se esquecem que quem deixa esse "padrão" se perpetuar somos nós mesmos. São nossas atitudes que nos tornam "belos" ou "feios". Isso fica mais do que provado na produção. Ao nos aceitarmos da forma como somos, não notamos quando alguém nos olha diferente ou faz uma cara feia, ou até mesmo quando dizem algo para nos provocar.

É um fato que esse problema é maior para as mulheres, pois em geral as pessoas são mais "rigorosas" com a aparência delas, mas eu acredito que esse filme deve ser assistido por todos, principalmente por quem tem problemas de insegurança. Amy deixa tudo mais leve, ela sabe como brincar com o assunto sem deixar de passar sua mensagem. Assistindo ao filme refleti muito sobre como minhas atitudes podem afetar não só quem está ao meu redor, mas eu mesma. A frase "antes de gostar de alguém, você tem que gostar de si mesmo" nunca fez tanto sentido para mim.



Claro que não deixa de ser totalmente uma história clichê, mas as conclusões da personagem ao final do filme e sua própria atitude ao longo dele, nos permite ver tudo de uma forma diferente e perceber até onde devemos nos culpar ou vitimizar para alcançar nossos sonhos.

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Love is in the air 3 - Halice FRS, Helena Andrade, Catia Mourão e Daniella Rosa

Sinopse: Ah, o amor! As dificuldades, os calafrios, os encontros inesperados, os pensamentos loucos... O terceiro volume da série “Love is in the air” traz para o leitor quatro contos ambientados no século XIX, sobre amores que superaram as barreiras do tempo e se tornaram eternos. Com prefácio de Simone O. Marques, as autoras Halice FRS, Helena Andrade, Catia Mourão e Daniella Rosa apresentam histórias ambientadas em Madrid, la ciudad que nunca duerm ― das castanholas, dos palácios e da cultura efervesceste —, para você se apaixonar ainda mais pelos romances de época. (Skoob)

Livro recebido em parceria com a Editora
FRS, Halice; ANDRADE, Helena; MOURÃO, Catia; ROSA, Daniella. Love is in the air 3. Editora: Ler Editorial, 2018. 200 p.


O terceiro livro da série Love is in the air, nos apresenta Madrid em pleno século XIX. Assim como os volumes anteriores, Love is in The Air 1 e Love is in The Air 2, esse livro traz uma trama recheada de romances e paixões de tirar o fôlego. 

Deusa Andaluza é o conto escrito pela autora Halice FRS e nos apresenta a história de Diego Zarzosa, um artista que trabalha no museu real como um restaurador de pinturas, ele ama o seu trabalho, pois, a arte é tudo o que faz e tudo o que respira. Diego é devoto a estátua de Cibele, uma deusa de grande beleza que lhe roubou o coração. Em uma das noites que resolveu ficar até mais tarde no museu, Diego conhece Cibele Rodríguez, uma jovem viúva que além de compartilhar o nome da sua deusa, também tem a mesma aparência e o mesmo poder sobre ele. Seria Cibele a deusa retratada na estátua? 

Esse foi um conto que me surpreendeu bastante. O romance é bem intrigante, pelo fato de não sabermos quem realmente é Cibele, o casal tem uma química interessante, contudo, o final me decepcionou bastante, esperava mais do desfecho. No contexto geral, essa foi uma leitura bem rápida e agradável. 

La Gloriosa da autora Helena Andrade conta a história de Rosalina Domingues, filha do conde de Aragão, que perdeu os seus pais de maneira precoce e desde então foi criada pelo seu tio Sebastian, O Marquês da Cidade Real. Ela está comprometida com Pablo Cortez, um homem de origem nobre e confiante, que busca apoio em amenizar a revolução espanhola. As coisas estão prestes a se complicar quando Juan Salvatore, o seu amor de infância, retorna a Madri, porém, esse retorno pode não ter a ver com ela e sim com o movimento para destronar a rainha. Agora, cabe a Rosalina decidir até onde ela irá por amor. 

Esse foi sem dúvidas o meu conto preferido dentre os quatro. Aqui temos uma trama recheada de ação, intrigas políticas, traições e acima de tudo, um belo romance. A narrativa da autora é extremamente envolvente, os personagens são cativantes e é inegável a riqueza de detalhes que essa obra traz. Espero ter o prazer de um dia ler um livro completo da autora. 

A Diva da Ópera de Catia Mourão nos traz a história Paloma Gonzales, uma cantora lírica que foi proclamada Diva da ópera de Madrid pelo seu talento. Ela está noiva de Miguel Gutierrez, um homem lindo e carinhoso que lhe mostrou o que significa amar verdadeiramente outra pessoa. Contudo, a relação deles pode está em risco quando o ambicioso Santiago Hernández demostra ter interesses que vão muito além da relação de trabalho por Paloma. Agora, cabe a esse casal lutar pelo amor que sentem, para que só assim, eles possam triunfar sobre todas as adversidades. 

Essa foi uma leitura bem intrigante e me deixou com um gostinho de quero mais. Os personagens são muito cativantes, eu adorei a forma como a autora desenvolveu o vilão e todas as suas faces. O romance é bonito e é inegável a química e companheirismo que existe entre o casal, o final foi incrível e me deixou suspirando. Um dos pontos que eu gostaria de citar, é que esse conto é divido por atos, ao invés de capítulos, o que eu achei de muito bom gosto, levando em conta o assunto retratado. 

E por fim temos Amor Maldito, que é o quarto e último conto do livro e traz a história de Isabel, uma jovem dama que está cansada de viver dentro dos padrões impostos pela sociedade. Ela sonha com o dia em que poderá escolher o seu próprio destino, seja se casando com Henrique Duport, um servo por quem nutre uma paixão ou apenas vivendo livre, podendo fazer as suas próprias escolhas. A sua vida está prestes a mudar quando ela conhece Felipe de Bourbon, o Marquês de Levraut, um homem nobre e bonito, que a encanta. Contudo, Henrique está de volta e agora cabe a Isabel decidir se o amor que sente por ele pode desafiar tudo, até mesmo ao desejo de um anjo maldito. 

Esse é o meu segundo conto preferido. No começo fiquei um pouco receosa com o fato do conto dar a impressão de ser um triângulo amoroso, todavia, conforme as páginas foram passando, percebi que essa história ia muito além disso. A narrativa é extremamente rápida e envolvente, os personagens são incríveis e foi impossível não torcer por eles. 

A edição está absolutamente perfeita, essa capa é linda e segue o mesmo padrão dos livros anteriores, as folhas são amareladas e as letras confortáveis. A editora caprichou bastante na diagramação, os contos são separados com uma folha preta contendo uma ilustração, a sinopse e uma curiosidade, enfim, tudo está muito harmonioso e bonito. 

Analisando o conjunto da obra, esse livro traz histórias lindas, com cenários maravilhosos e quatro romances de tirar o fôlego.

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Contos Peculiares - Ransom Riggs

Sinopse: O livro dentro dos livros, Contos peculiares é a coletânea de contos e fábulas citada ao longo da série O lar da srta. Peregrine para crianças peculiares — o livro com as histórias que os jovens peculiares escutam sua protetora contar e recontar. Um menino que vira gafanhoto e foge com um grupo de gansos; uma princesa com língua de cobra à procura de um príncipe com quem se casar; canibais ricos que comem braços e pernas de peculiares que têm o dom de se regenerar são alguns dos personagens dessas narrativas que há séculos povoam o imaginário dos peculiares, oferecendo não apenas valiosas lições, mas também pistas para informações secretas, como a localização exata de certas fendas temporais, por exemplo. Compilado por Millard Nullings, o menino invisível acolhido no lar da srta. Peregrine, o livro inclui surpreendentes comentários e notas, além de um desfecho alternativo para a tocante história do gigante Cuthbert, já conhecida dos leitores da série. Inusitado, surpreendente e divertido, Contos peculiares é ao mesmo tempo um delicioso complemento e uma porta de entrada para o rico universo criado por Ransom Riggs; um verdadeiro presente para quem não resiste à magia das boas histórias. (Skoob)
RIGGS, Ransom. Contos Peculiares. Intrínseca, 2016. 208 p.


Eu só li o primeiro livro de O lar da srta. Peregrine para crianças peculiares e confesso que não gostei muito (sim, eu sou uma dessas peculiares), estou até hoje empacada nele e não me vejo lendo o segundo tão cedo. Quando eu peguei esse livro emprestado para ler, tenho que dizer que nem percebi que fazia parte dessa série, conforme fui lendo é que percebi que já ouvi peculiares em algum lugar e fui ver quem era o autor mesmo e... não é que eu estava certa?

O primeiro ponto que diverge de O lar da srta. Peregrine para crianças peculiares, na minha opinião (embora faça tempo que o li e possa estar errada), é a narração. A narração de Contos Peculiares lembrou-me da de Lemony Snicket, que eu sou apaixonada; talvez seja diferente porque quem conta os contos não é Ransom Riggs, mas Millard Nullings, um menino invisível que aparece na série de livros. A narração é feita de forma macabra com um tom dramático e engraçado, alternando entre fatos reais e falsos tão embolados um no outro que é difícil separá-los, além de colocar notas de rodapés, comentários, como se fosse realmente um livro de não-ficção, não um de fantasia.

"Seja qual for o desfecho que os leitores prefiram, a moral, também incomum, permanece mais ou menos inalterada. É um alerta às crianças peculiares de que determinados dons são simplesmente tão complexos e perigosos que não devem ser usados,e é melhor deixá-los em paz. Em outras palavras: não é porque nascemos com determinadas habilidades que somos obrigados a usá-la."

Os contos apresentados são... impressionantes. Haja criatividade para eles. Tem tudo que são peculiaridades (que são tipos dons), seja de humanos ou de animais; de todos os gêneros, com morais diversas, porque é para isso que serve os "contos de fadas" afinal, colocar um pouco de juízo na cabeça das crianças. E é isso que os contos dos peculiares fazem, eles ensinam as crianças.

Tem dois contos que se destacaram para mim: o primeiro, Os esplêndidos canibais, que me fez parar a leitura um pouco e encarar chocada o livro, porque foi um pouco assustador e o fato do livro se chamar Contos Peculiares parecia ser por isso (eu ainda não havia ligado com a série). Peculiar é outra palavra para estranho e o primeiro conto é um pouco, eu esperei por outros iguais e... surpreendam-se. O segundo conto é A primeira ymbryne, que, como o título diz, conta a história da primeira ymbryne, que se chamava Ymeene. Para quem não leu a série, as ymbryne é uma parte importantíssima da história. E é o único conto que se sabe realmente que não é apenas uma história.

Ah, e teve mais um que é estranho, totalmente estranho. Ou seja, mais um conto peculiar. As pombas (da Catedral) de St. Paul, que tem como protagonistas... pombas. E não qualquer pombas, mas pombas peculiares; pombas peculiares declarando guerra contra humanos ainda por cima.

"A primeira ymbrye não era uma mulher que podia se transformar em ave, mas uma ave que podia se transformar em mulher."

Em suma, fiquei encantada com o livro. Ele é maravilhoso e lindo, bem organizado por Millard Nullings e ilustrado por Andrew Davidson. E você não precisa ler os outros livros de Ransom Riggs para ler esse, você não precisa nem conhecer O lar da srta. Peregrine para crianças peculiares, embora provavelmente vá perder alguma referência escondida... quem sou eu para dizer?

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Book Haul - Setembro

Oi peops, como estão vocês?

Estou me reorganizando com as postagens aqui no blog, mas tenho que admitir que tem me faltado tempo e, por consequência, disposição. Decidi dar prioridade para algumas coisas na minha vida que acabam me consumindo demais, e as leituras e o blog acabaram ficando em segundo plano. Mas não pretendo deixar parado aqui não e nos últimos dias tenho recuperado meu ritmo de leitura, espero que só melhore a partir de agora.

Hoje quero mostrar para vocês o que recebi no mês. Não foi muita coisa, mas é até melhor nessa fase de reorganização:


O primeiro livro recebido veio da Editora Harlequin, que enviou A Fênix de Fabergé. Não sei se o livro faz muito o meu estilo, mas li comentários positivos sobre ele. Espero gostar.


Da Editora Intrínseca recebi Leah fora de sintonia, que parece ser uma delícia. Gostei muito de Os 27 crushes de Molly, outro livro da autora que li.


Outro pacotinho que veio da Intrínseca foi a caixa de outubro dos Intrínsecos! Eu adorei o kit todo, muito lindo e tem um livro que eu estava curiosíssima para ler.

Como foram os recebidos de vocês em setembro?

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Uma História de Verão - Pam Gonçalves

Sinopse: É o último verão de Analu perto de casa antes da faculdade. Entre a dificuldade de se entender com seus pais, que queriam que ela cursasse Direito e não Cinema, e as persistentes comparações com seu irmão gêmeo, André Luiz, o grande exemplo de filho que faz tudo para agradar, a garota está cansada de tanta hipocrisia e da cobrança de todos e só quer aproveitar suas férias com os amigos. O lugar é lindo, o clima está ideal e não faltam lembranças em cada cantinho da praia. Pena que nem todas são boas: a primeira decepção amorosa e grande paixão de Ana Luísa, Murilo, está de volta com o sorriso cafajeste de sempre e novas promessas. De um lado, o futuro em uma nova e incrível cidade, São Paulo; do outro, os amigos, a família e um amor traiçoeiro que ao mesmo tempo machuca e envolve. (Skoob)
GONÇALVES, Pam. Uma História de Verão. Galera Record, 2017. 304p.


Analu vai passar o último verão de férias antes da faculdade na Praia do Rosa com seus amigos, Gisele e Yuri, e depois disso eles se separam, pois ela vai para São Paulo e Gisele para Florianópolis, só Yuri continuará em Tubarão. Só que infelizmente, ela se verá obrigada a reecontrar um ex-namorado que quebrou seu coração nesse mesmo lugar.

Como alguns de vocês devem saber, a Pam tem um canal famoso no Youtube. Eu fiquei sabendo quando ela lançou o primeiro livro e esse segundo - não por ser fã, eu só assisto os vídeos dela de vez em quando - porque é raro ver YAs nacionais fora dos livros de booktubers, motivo pelo qual eu fico sabendo dos lançamentos até de quem eu nunca assisti a um vídeo. O primeiro livro dela faz mais meu estilo, mas quando me deu a coceira de compra com esse e eu fui ver se ainda tinha o outro na loja, não achei.

O livro traz alguns aspectos que a gente já viu em histórias de "último verão antes de tal ano da escola ou faculdade", mas me surpreendeu bastante quanto ao que eu esperava dele, pelo que nos foi apresentado de início. Em vários momentos aconteceu o contrário do que eu pensava, incluindo o clímax, que não tinha a ver com a história principal do livro, mas a sub-história, que na minha opinião foi o mais interessante dele.

Analu é uma personagem que vive tomando decisões que o leitor pode não concordar e se incomodar, mas é até o ponto da história, já que muitas pessoas têm dificuldade de se desapegar de alguém que os magoou. Eu gosto da Analu, mas a Gisele, Yuri, Barbara (tia da Gisele com quase a mesma idade) e alguns outros são personagens legais que as pessoas podem gostar mais. Além de engraçados e bons, Gisele é negra, provavelmente a Barbara também, e vai ter uma outra representatividade que eu não quero falar porque me surpreendeu. Eu estou dizendo isso para ajudar quem estiver procurando representatividade, não por qualquer outro motivo como fazer alguém ler por isso, que eu não sei se valeria a pena.

O livro não tem aquelas personagens femininas bem inexperientes, como é comum, sendo a Gisele e Barbara bem abertas sobre suas vidas sexuais e a Analu um pouco menos, mas ainda tendo um passado que vai além desse ex que ela reencontrou na viagem. A Pam faz questão de colocar uma cena falando no assunto para normalizar a sexualidade feminina. Em umas cenas de sexo que tem aqui, ela também coloca a vontade da garota como talvez só seja vista em livros mais adultos, mas não é uma descrição como as desses livros, então pode ler tranquilo.

É legal a discussão de como a vida muda na faculdade e como é diferente dos filmes, o medo dos trotes. A Analu tem que se virar já que não tem o apoio do pai para fazer o curso que ela escolheu. Tem também toda a questão de falsas famílias perfeitas.

Honestamente, o único questionamento que eu tive com o livro é algo que nem é um problema, o fato de eles estarem no início do ano seguinte ao 3º ano do Ensino Médio e todos já terem 18 e a Gisele até já ter carteira de motorista. Tirando pessoas de situações complicadas ou que reprovem, a maioria se forma com 17 e até entra na faculdade com essa idade. Mesmo que eles tenham feito aniversário de dezembro até agora, ou seja depois da formatura, menos estranho, eu não sei se daria tempo de tirar a CNH. A Malhação também já fez isso de ter pessoas de 18 só para ter quem dirija, e no caso desse livro, também pode ser para ninguém reclamar que incentiva beber antes da maioridade e pelo sexo. Mas como eu disse, isso não chega a me incomodar, pode ser até que a realidade de se formar com 18 seja bem maior do que eu imagine mesmo para pessoas de boas condições financeiras como a Analu. 

Essa foi uma leitura ótima, leve e que pode trazer uns questionamentos esteja você na mesma idade ou bem mais velho. 

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Restaura-me - Tahereh Mafi

Sinopse: A história de Juliette e Warner continua no eletrizante novo volume da série Estilhaça-me, de Tahereh Mafi, autora best-seller do The New York Times. Juliette Ferrars acreditava ter vencido. Assumiu o controle do Setor 45, foi nomeada nova Comandante Suprema da América do Norte e agora conta com Warner ao seu lado. No entanto, quando a tragédia se instala, Juliette precisa confrontar a escuridão que existe tanto à sua volta quanto em seu interior. (Skoob)

Livro recebido em parceria com a Editora
MAFI, Tahereh. Restaura-me. Estilhaça-me #4. Universo dos Livros, 2018. 400 p.


Quando o lançamento de um quarto livro para a série Estilhaça-me foi divulgado, fiquei bastante receosa de a autora querer resgatar uma trama que já tinha terminado tão bem e estendê-la por mais três livros que me pareciam desnecessários. Por outro lado, como a série original realmente me encantou, optei por ler a continuação, ainda que mais tarde fosse ignorar os livros restantes, caso não gostasse do rumo dado à história. Agora que terminei a leitura, estou muito feliz por ter lido Restaura-me, quarto volume da série, porque a autora trouxe novas perspectivas e rumos para uma história que não estava tão finalizada como pensei inicialmente.

O livro para no exato ponto onde o livro anterior terminou - Juliette tomou o poder do comandante supremo da América do Norte há poucos dias, e agora ela precisa aprender a governar. Embora continue a trama desse ponto, o livro na verdade traz perspectivas importantes sobre o passado de Warner e Juliette, esclarecimentos que eram mesmo necessários, ainda que nós, leitores, nem tivéssemos nos dado conta disso. Mais importante ainda: o passado e o presente se entrelaçam para trazer reviravoltas impressionantes.

"[...] tenho certeza de que lhe contar mais sobre a minha vida execrável só vai piorar as coisas logo no início de um relacionamento que quero tão desesperadamente proteger."

O livro até começa um pouco morno, com muita política e conversas que não parecem importantes. Do meio para o final, porém, o livro ganha fôlego com as revelações que traz, que acende mágoas e fortalece relações inimagináveis. Em Restaura-me, há uma nova perspectiva sobre todos os personagens, que são aprofundados e reinventados.

Nesse volume, a trama é intercalada entre as perspectivas de Juliette e Warner, em primeira pessoa, o que aprofunda ainda mais o protagonista masculino. Li que algumas pessoas não gostaram das novas facetas de Warner trazidas nesse livro, mas, particularmente, acho que não desfigurou em nada o personagem, apenas demonstrou, de uma forma que não nos era possível ver até então, que mesmo que ele consiga esconder bem seus sentimentos, há um turbilhão passando em sua mente. Achei interessante que a autora tenha decidido expô-lo dessa forma mais humana e mostrar o quanto sua educação influenciou na construção de sua personalidade.

"Tenho um lado que quer revelar toda essa história. Quero saber o lado bom e o lado ruim e expor todos os segredos e tirar tudo a limpo. Porque, agora mesmo, tenho certeza de que minha imaginação é muito mais perigosa do que qualquer uma de suas verdades."

Juliette também é outra. Ela já tinha se fortalecido muito no último livro, mas as mudanças são ainda mais visíveis agora. É claro que ela não se sente totalmente segura, afinal, é uma garota de 17 anos que agora tem todo um continente em mãos. Mas isso não impede que ela se torne ainda mais forte - tanto no que se trata de suas decisão quanto no que se refere ao seu poder.

O fim de Restaura-me foi de todo inesperado e surpreendente. Ainda estou digerindo o que aconteceu, e o pior é saber que, por mais tempo que eu tenha para assimilar tudo, é provável que, ainda assim, eu só consiga lidar de verdade com isso depois que tiver o próximo livro em mãos e souber, de verdade, qual o resultado de tudo. Foi assustador, estarrecedor e bastante obscuro.

Para quem quer ser surpreendido por um livro mais sombrio, cheio de sangue, explosões, brigas, mágoas, muitos mistérios, cabelos raspados e a angústia de ter que esperar, com certeza Restaura-me está no topo das indicações. É chocante e apaixonante e angustiante e eu só espero que a autora lance logo o próximo.

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A Poção Secreta - Amy Alward

A Princesa do Reino de Nova toma acidentalmente uma poção do amor, e se apaixona por si mesma! Para encontrar o antídoto que possa curá-la, o rei mobiliza todos numa expedição chamada Caçada Selvagem. Competidores do mundo todo saem em busca dos mais raros ingredientes em florestas mágicas e montanhas geladas, enfrentando perigos e encarando a morte para encontrar a fórmula da poção secreta. Dentre eles, está Samantha, uma garota comum que herdou dos seus ancestrais alquimistas o talento para preparar poções. Esta pode ser a oportunidade para reerguer a decadente loja de poções da família, afinal o mundo todo estará acompanhando a Caçada nas mídias sociais. Será que ela conseguirá descobrir a cura e salvar a Princesa? (Skoob)
ALWARD, Amy. A Poção Secreta. Diário de uma Garota Alquimista #1. Jangada, 2017. 368 p.


Eu comecei a leitura de A Poção Secreta e estava preparada para algo bem rústico, eu desenvolvi uma imagem mental antes de ler de algo meio medieval, com casas de pedras, boticários em cavernas... e me surpreendi ao perceber que não é nada disso. A história se passa na modernidade, por assim dizer. Tem tecnologia e tem magia; e, na história, você pode nascer podendo controlar magia e ser um Talentoso(a) ou então ser um comum.

Um dos pontos da história está nessa "briga" entre tecnologia e magia, o novo e o velho, porque há duas formas de se fazer poções, que são basicamente remédios: você pode fazê-las do modo natural, com os produtos mágicos diretamente, como fazem os alquimistas tradicionais, ou de forma totalmente sintética, em laboratórios.

A história começa com a Princesa Evelyn e sua própria poção secreta, que ninguém sabe do que foi feita, apenas que precisa de um antidoto, porque a loucura decorrente da poção autoadministrada desestabiliza o fluxo mágico do Reino de Nova, fazendo com que a família real declare uma Caçada Selvagem para salvá-la, onde um chifre mágico convoca todos alquimistas para procurar um antidoto... para uma poção do amor, que fez a Princesa se apaixonar por si mesma.

"Uma pequena gota de sangue brota onde a ponta da faca pressiona a ponta do seu dedo. Ela o encosta na boca de um frasquinho de vidro e vê quando a gota cai, fazendo o líquido, no fundo, passar de rosa para um azul-escuro profundo.
Estranho.
Sempre achou que uma poção do amor ficaria vermelha, não azul."

A história é narrada sobre dois pontos de vista: da Princesa Evelyn em terceira pessoa, que aparece ocasionalmente para contar o outro lado da história, e de Samantha Kemi em primeira pessoa, uma jovem aprendiz alquimista convocada, que vê na Caçada sua oportunidade para colocar sua família de volta no páreo, porque, uma vez, os Kemi foram os alquimistas da realeza; uma vez, os Kemi foram famosos e requisitados, e, embora saiba que não será fácil, ela está disposta a tentar.

Eu adorei Eve e Sam e, apesar de esperar isso de Sam, porque ela é inteligente, esperta e corajosa, num conflito entre lutar por si e pelas coisas que quer e fazer o que é melhor para sua família, numa negação constante e inabalável sobre não estar apaixonada por um certo alguém, distorcendo qualquer coisa romântica para um NÃO gritante, eu não esperava gostar da Eve também, porque... Uma poção de amor? Sério? Ela fez uma poção do amor?! Confesso que eu estava numa antipatia inicial por ela, mas, conforme fui lendo, não tem como não ver o lado de Evelyn e das dificuldades da sua vida, da sua bela e rosa vida de Princesa, que a todo momento é lembrada que precisa se casar, que precisa dividir suas responsabilidades pelo bem do Reino.

"Eve se perguntou se teria sido assim nos tempos antigos, quando um simples olhar poderia ser considerado impróprio. Lembrou-se de que tinha rido uma vez, quando lhe disseram que os homens costumavam desmaiar com a visão de um tornozelo nu. Que as mulheres desmaiavam sob um olhar mais persistente. Agora ela achava que isso poderia ter um fundo de verdade. Uma agonia requintada despertada por algo insignificante."

A Poção Secreta é basicamente uma caça ao tesouro, com alianças feitas e desfeitas rapidamente, sangue, aventuras e mistério, e o bom e tradicional romance de passagem nos momentos mais solitários. Apesar de toda a trama de "poção do amor", a história não se focou no amor, não foi uma grande e elaborada história de como o amor salva e o beijo do amor verdadeiro é a resposta. Os ingredientes para o antidoto são a pura contradição disso. Não me leve a mal, esse livro é um daqueles livros juvenis que são uma coisinha fofa, tão leve que passa voando. Eu até me surpreendi ao perceber que já estava na metade do livro, porque foi num instante. Só que é um livro realista. Ou tão realista quanto possível com magia e poções. E é perfeito para quem quer algo rápido, que é cativante e te prende sem amarras pós final.

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À primeira vista - David Levithan e Nina LaCour

Foto: SOODA Blog
Sinopse: Esqueça amor “à primeira vista”. Esta é uma história de amizade “à primeira vista”... Ou quase. Mark e Kate são da mesma turma de cálculo, mas nunca trocaram uma única palavra. Fora da escola, seus caminhos nunca se cruzaram... Até uma noite, em meio à semana do orgulho gay de São Francisco. Mark, apaixonado pelo melhor amigo — que pode ou não se sentir do mesmo jeito —, aceita o desafio que mudará sua vida. E sobe no balcão do bar em um concurso de dança um pouco diferente... Na plateia, Kate, fugindo da garota que ela ama a distância por meses e confusa por não se sentir mais em sintonia com as próprias amigas, se encanta pela coragem e entrega do rapaz. E decide: eles vão ser amigos. Em meio a festas exclusivas, fotógrafos famosos, exposições em galerias hypadas, essa ligação se torna cada vez mais forte. E Mark e Kate logo descobrem que, em muito pouco tempo, conhecem um ao outro melhor que qualquer pessoa. Uma história comovente sobre navegar as alegrias e tristezas do primeiro amor... Uma verdade de cada vez.

LACOUR, Nina; LEVITHAN, David. À primeira vista. Rio de Janeiro: Editora Galera, 2017. 294 p.


Eu sempre vou me interessar por qualquer coisa escrita pelo David Levithan, com ou sem parceria. É impossível não se admirar com a forma real e sucinta com que ele descreve a vida dos adolescentes, o que faz dele um dos melhores — se não o melhor — escritores do gênero YA, na minha opinião. À primeira vista não é uma história extraordinária e cheia de reviravoltas, mas é impossível não se afeiçoar aos personagens criados por Levithan e LaCour. 

Mark e Kate são dois jovens que não tem, aparentemente, absolutamente nada em comum a não ser a matéria de Cálculo que fazem juntos. Porém, em uma noite qualquer, enquanto Kate está fugindo de um encontro que vinha esperando há meses — já ouviram falar do famoso medo das coisas não darem certo? —, ela dá de cara com Mark em uma boate gay e decidem que eles devem ser amigos, mesmo sem nunca terem se falado antes. O mais bacana de tudo é que essa amizade surge em um momento delicado para a vida dos dois, já que Mark é apaixonado pelo melhor amigo e, aparentemente, Ryan não dá a mínima para ele.

O livro é narrado em primeira pessoa pelos protagonistas, sempre intercalando os capítulos entre os dois. A especialidade de Levithan é criar personagens incríveis e bem construídos, mas o diferencial de À primeira vista é que LaCour não fica para trás nesse quesito. O que eu senti durante a leitura é que Mark e Kate eram o complemento um do outro, o que fazia deles uma ótima dupla. 

A história não segue uma estrutura pré determinada, isso porque não existe um ápice ou uma reviravolta que prende, mas puramente o dia a dia dos personagens, o que não foi ruim. A verdade é que poucos autores conseguem a proeza de uma história que segue apenas um ritmo sem torná-la maçante. Acompanhamos Kate e Mark durante semana do Orgulho Gay, que tem um espaço enorme nessa história justamente pela mensagem que passa: amor, independente de tudo. Eu sempre me assusto com o fato de estarmos tão cercados de preconceito. 

Nina e David combinaram tanto na escrita que não parece um livro escrito por duas pessoas e isso é sensacional. A delicadeza dessa história é de se admirar. Estamos sempre acostumados com as mesmas pessoas de sempre, a mesma rotina de sempre. Mark e Kate são a prova viva que é possível sair da zona de conforto, perder os medos, conhecer pessoas novas — que, incrivelmente, nos conhecem melhor do que as pessoas que conhecemos há anos.

À primeira vista é um livro simples, mas é tudo. Os autores conseguem encantar pela narrativa, que é especial, e por terem construído uma amizade verdadeira em tão pouco tempo. É uma leitura leve e fluida, ideal para aqueles dias de ressaca literária. A mensagem final é muito simples, mas importante: o poder da amizade e como isso é refletido em nós mesmos.

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Promoção: Aniversário Entre Páginas


O Blog Entre Páginas completa 3 anos e, para comemorar, não poderia faltar um sorteio não é mesmo? O Conjunto da Obra participa da festa, é claro!

Serão 2 ganhadores, e cada um deles levará 4 livros para casa. Confiram as regras e boa sorte!

BLOGS AMIGOS


REGRAS

1. Os vencedores precisam residir, ou ter endereço de entrega, em território nacional;
2. O período de inscrição será do dia 02/10/2018 ao dia 31/10/2018;
3. O Sorteio será realizado pelo site Sorteador, e o resultado postado no blog Entre Páginas. 
4. CADA BLOG SERÁ RESPONSÁVEL PELO ENVIO DO SEU PRÊMIO. O prazo de envio é de até 30 DIAS ÚTEIS, e o Entre Páginas não se responsabiliza por danos, extravios ou retornos das encomendas;
5. Os vencedores terão um prazo de 48 HORAS, após o resultado, para entrar em contato com o Entre Páginas. Caso contrário, o sorteio será refeito;
6. O contato com os vencedores será feito POR E-MAIL, apenas. Então, é muito importante que ele esteja correto ao preencher o formulário;
7. O resultado da promoção será divulgado no dia 01/11/2018;
8. O blog Entre Páginas se reserva o direito de dirimir questões não previstas nestas regras.

PRÊMIOS

Para participar, é preciso preencher os formulários de cada prêmio, onde existem entradas obrigatórias, que valem UM PONTO, e opcionais, que valem CINCO PONTOS. Quantos mais pontos você somar, mais chances tem de ganhar.


KIT  01
SOMBRA E OSSOS | SOL E TORMENTA | BANHADO EM TERRA
O HERÓI IMPROVÁVEL DA SALA 13B







KIT 02
LADY WHISTLEDOWN CONTRA-ATACA | CARTAS PARA UMA FALSA DAMA  | CARTA A D  
LIVRO DE ESPAÇOS ABANDONADOS





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A Criança no Tempo - Ian McEwan

Sinopse: Do autor de Reparação e Enclausurado e vencedor do Man Booker Prize, um romance contundente sobre a dor do desaparecimento de um filho. Numa ida rotineira ao supermercado, Stephen Lewis, escritor bem-sucedido de livros infantis, se depara com a maior agonia de um pai: Kate, sua filha de três anos, desaparece sem deixar rastros. Numa imagem terrível que se repete ao longo dos anos seguintes, ele percebe que a garota não vai voltar. Com ternura e sensibilidade, Ian McEwan nos leva ao território sombrio de um casamento devastado pela perda de um filho. A ausência de Kate coloca a relação de Stephen e de sua esposa Julie em xeque, enquanto cada um deles enfrenta à sua maneira uma dor que só parece se intensificar com o passar do tempo. Vencedor do Whitbread Award, A criança no tempo discute temas como ausência, luto, culpa e as marcas indeléveis que um acontecimento pode deixar em uma família. Um romance surpreendente de um dos melhores escritores de sua geração. “Sua obra-prima.” — Christopher Hitchens “Somente Ian McEwan poderia escrever sobre a perda com tamanha honestidade.” — Benedict Cumberbatch “Fiel à realidade psicológica: as belas camadas dos relacionamentos, o amor multifacetado entre pai e filho, marido e mulher… Tão artisticamente concebido quanto pungentemente executado.” — The New York Times Book Review (Skoob)

Livro recebido como cortesia da Editora
MCEWAN, Ian. A Criança no Tempo. Companhia das Letras, 2018. 288 p.


A Criança no Tempo conta a história de Stephen e Julie, um casal que perdeu a pequena filha, Kate, na fila do caixa de um supermercado. O protagonista da história é o pai, que por um acaso é escritor de livros infantis. Apesar de terem se passado dois anos, o homem ainda procura, agora involuntariamente, por crianças pequenas na rua, na esperança de que uma delas seja a filha perdida. A mulher, Julie, é música e entra em uma depressão profunda após o desaparecimento da menina, se isolando do mundo.

“Qualquer menina de cinco anos – embora os garotos também servissem – emprestava substância à sua continuada existência. Nas lojas, ao passar pelos parquinhos, na casa de amigos, ele não podia deixar de procurar por Kate em outras crianças, ou nelas ignorar as lentas mudanças, as competências crescentes, ou deixar de sentir a potência irresistível de semanas e meses, do tempo que devia ser dela. O crescimento de Kate tinha se transformado na própria existência do tempo. Seu crescimento espectral, o produto de uma tristeza obsessiva, era não apenas inevitável – nada era capaz de fazer parar o relógio fibroso – mas necessário. Sem a fantasia de sua continuada existência, ele estava perdido, o tempo pararia. Era o pai de uma criança invisível.”

Após passar por um trauma de tamanha proporção, não é preciso dizer que o mundo do casal é completamente abalado e cada um tenta sobreviver de maneiras diferentes, separados um do outro. O tempo, ou a noção dele, é um pouco perdida, o que simboliza bem a forma como a tragédia afeta os personagens. Vemos, ao mesmo tempo, um pouco do passado, do presente, e até mesmo do futuro, o que pode nos ambientar de maneira fantástica na história ou nos deixar completamente perdidos.

Não vou mentir, para mim a leitura foi muito difícil, um pouco pela temática e um pouco pela forma como o autor nos conta a história. Tem sido um mês difícil para mim nas leituras e a monotonia do livro não ajudou muito. Não é uma história ruim, mas pela sinopse eu esperava mais, achei que ficaria mais envolvida com os personagens e com a trama.

O livro foi escrito na década de 80, então tem muitos elementos aos quais eu não estou acostumada e, por um lado, eu tento ler coisas novas, novos gêneros para não ficar sempre no mesmo clichê mas, por outro, não consegui me concentrar na leitura então tive que reler muitas vezes a mesma página para entender o que estava acontecendo. Isso afetou muito a compreensão da obra como um todo, fazendo com que eu não conseguisse aproveitar a leitura da forma como deveria.

De uma forma geral, o autor descreve muito bem os sentimentos dos personagens e retrata da forma mais autêntica possível como um casal é abalado após a perda de um filho. Eu particularmente nunca passei por nada parecido, mas infelizmente conheço quem já passou por isso, de uma forma diferente, mas a perda de alguém tão querido que ainda tinha uma vida inteira pela frente não é nada fácil. Então, acredito que o autor relatou tudo de forma que pudéssemos realmente compreender os sentimentos dos personagens e o que os levou a se sentir de tal forma.

“Ao ver os rostos dos pais, Stephen não reparava tanto nos efeitos da idade mas na devastação causada pelo desaparecimento de Kate. Ela agora era raramente mencionada, razão pela qual tanto se surpreendera vinte minutos antes. A perda da única neta tinha embranquecido os cabelos do pai em dois meses, enquanto os olhos da mãe se afundaram em meio às rugas. Os anos da aposentadoria haviam sido construídos em torno da neta, para quem aquela sala fora um paraíso de objetos proibidos. Ela podia passar meia hora sozinha, o queixo apoiado no aparador, costurando obscuros diálogos em que fazia as vozes da bicharada em chiados agudos. Exceto pelos sinais físicos, Stephen não flagrara o sofrimento de seus pais. Eles não desejavam deixar o fardo dele ainda mais pesado. Era típico daquilo que os unia o fato de nunca terem sido capazes de chorar juntos por Kate. Pronunciar seu nome, como o pai fizera, significava romper uma regra não escrita.”

Foi a primeira obra de Ian McEwan que li e espero ter a oportunidade de ler outra história do autor para entender melhor seu estilo. A Criança no Tempo, para mim, foi uma leitura difícil e pesada, mas para quem gosta do estilo vale muito a pena.

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