Os Garotos Corvos - Maggie Stiefvater

Todo ano, na véspera do Dia de São Marcos,­ Blue Sargent vai com sua mãe clarividente até uma igreja abandonada para ver os espíritos daqueles que vão morrer em breve. Blue nunca consegue vê-los — até este ano, quando um garoto emerge da escuridão e fala diretamente com ela. Seu nome é Gansey, e ela logo descobre que ele é um estudante rico da Academia Aglionby, a escola particular da cidade. Mas Blue se impôs uma regra: ficar longe dos garotos da Aglionby. Conhecidos como garotos corvos, eles só podem significar encrenca. Gansey tem tudo — dinheiro, boa aparência, amigos leais —, mas deseja muito mais. Ele está em uma missão com outros três garotos corvos: Adam, o aluno pobre que se ressente de toda a riqueza ao seu redor; Ronan, a alma perturbada que varia da raiva ao desespero; e Noah, o observador taciturno, que percebe muitas coisas, mas fala pouco. Desde que se entende por gente, as médiuns da família dizem a Blue que, se ela beijar seu verdadeiro amor, ele morrerá. Mas ela não acredita no amor, por isso nunca pensou que isso seria um problema. Agora, conforme sua vida se torna cada vez mais ligada ao estranho mundo dos garotos corvos, ela não tem mais tanta certeza. (Skoob)
STIEFVATER, Maggie. Os Garotos Corvos. A Saga dos Corvos #1. Verus, 2013. 376 p.


O livro conta a história a partir de vários pontos de vista e a trama gira principalmente em volta da procura de um rei galês que está adormecido e enterrado na linha ley, que são linhas poderosas com muita energia; e o rei concederá um desejo a quem acordá-lo. Dentre os quais o busca, há Gansey, Adam, Ronan e Noah, os garotos corvos, e Blue.

Em Os Garotos Corvos, há três partes principais, em que todo o resto órbita. Primeiro, a procura pelo rei adormecido, em que Gansey é obcecado. Segundo, o fato de que a família de Blue é composta por médium, verdadeiros médiuns que enxergam coisas, e eles viram que ela matará sua alma gêmea quando a beijar. E, por último, Blue é a única na família que não vê nada, embora tenha a estranha capacidade de amplificar os poderes dos outros, contudo no dia de São Marcos, em que se pode ver os mortos do ano, ela enxergou Gansey, o que só pode significar que ela o matou ou ele é sua alma gêmea e o beijou. De qualquer forma, Gansey morrerá em um ano.

"-Coincidência? - perguntou Ronan. - Acho que não.
A intenção era que isso soasse sarcástico. Gansey havia dito tantas vezes 'Eu não acredito em coincidências' que ele não precisava mais repetir."

Eu odeio de paixão livros com triângulos amorosos. Eu comecei a ler Os Garotos Corvos há um tempo e desisti, porque, adivinhe: triângulo amoroso. A notícia de uma série e posts no tumblr me convenceram a dar uma chance novamente e obrigada por isso. Se vocês forem como eu e odiar esse elemento narrativo, é só ignorar, porque não é nada tão óbvio e irritante, embora esteja lá, sutilmente;. Para mim, foi mais um pensamento secundário de quem é o amor verdadeiro de Blue, quem ela beijará e, se não for Gansey, como ela o matará. Eu gosto dessa coisa melodramática de uma bela adormecida ao contrário, então posso facilmente reconsiderar o triângulo amoroso. Ainda mais levando em conta que eu tenho spoilers na manga.

Os personagens são maravilhosos e cada um é tão único que não tem como não se ligar a um só. Ou dois. Ou todos. Eles são apaixonantes. Blue é teimosa e corajosa e eu adorei ela, meu santo e o dela se bateram de primeira; Adam é orgulhoso e trabalhador, lutando para permanecer fiel ao seus princípios enquanto luta para ser mais; Ronan tem uma escuridão dentro dele que eu só quero cavar mais fundo, descobrir a luz nesse garoto no próximo livro, porque ele parece fantástico; Gansey... Gansey, Gansey é um garoto-homem realmente, não existe tempo melhor, é um velho preso no corpo de um jovem, com uma tristeza tão grande dentro de si, tanto peso em seus ombros; e Noah, abençoado e silencioso Noah, que é tão calmante e maravilhoso, que é claro que ele tem algo trágico como fundo.

"De três maneiras diferentes, ele (Gansey) havia conquistado os amigos, dias, semanas ou meses antes, para que, quando chegasse a hora, todos o seguissem aonde quer que ele fosse."

A escrita de Maggie Stiefvater é encantadora, eu não sei nem como começar a falar sobre. Ela dar uma informação que não vai acontecer agora e eu só queria saber quando iria chegar nela, como iria chegar, porque a longo prazo tal acontecimento faz sentido, todavia imediatamente não e eu sou uma pessoa sedenta por mais. A autora sabe como te prender, jogando esses pedaços e te amarrando na trama.

Além de que, tudo passa tão rápido, que eu terminei o livro querendo o próximo. Estou entre lê-lo agora, nesse instante, o quanto antes, ou não, dar uma pausa e passar para outro. Eu provavelmente vou ler o mais rápido possível, porque eu quero saber o que acontece.

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Promoção: Aniversário Lendo e Escrevendo


Oiii Pessoal! Em Janeiro o blog Lendo e Escrevendo comemora 07 anos e para comemorar convidou alguns blogs amigos para presentear vocês leitores!

Para participar do sorteio confira o regulamento e preencha o formulário:




a Rafflecopter giveaway
Regulamento:

❤ Ter endereço de entrega no Brasil.
❤ Preencher as regras obrigatórias de cada formulário.
❤Após preencher todas as regras obrigatórias, o formulário irá liberar as regras opcionais, cabe a cada um de vocês decidir se irão ou não preencher cada uma dessas regras.
❤ O sorteio é válido até o dia 28/03/2019. O resultado será divulgado em ATÉ 03 dias ÚTEIS nos formulários de inscrição, e um e-mail será enviado para o ganhador de cada kit (cada kit terá UM ganhador).
❤ O sorteado terá até 72 horas para responder ao e-mail informando seus dados para recebimento do prêmio, caso contrário será desclassificado e o sorteio será refeito.
❤Os livros serão enviados pelo blog/insta responsável em até 60 dias após o recebimento do endereço pelo ganhador e não nos responsabilizamos por danos e/ou extravios caudados pelos correios. Também não nos responsabilizamos por não entregas devido à endereço informado incorretamente ou não retirada do prêmio em agência caso fique retido para entrega.
❤O prêmio é individual e intransferível, por isso confirme se suas informações estão corretas no momento da inscrição.
❤A participação nesta promoção implica na aceitação total e irrestrita de todos os itens deste regulamento.
❤ Em caso de dúvidas entre em contato AQUI 

Blogs participantes: 


Este concurso é de caráter recreativo/cultural, conforme item II do artigo 3º da Lei 5.768 de 20/12/71 e dispensa autorização do Ministério da Fazenda e da Justiça, não está vinculada à compra e/ou aquisição de produtos e serviços e a participação é gratuita.

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Uma noiva para Winterborne - Lisa Keyplas

Sinopse: Rhys Winterborne conquistou uma fortuna incalculável graças a sua ambição ferrenha. Filho de comerciante, ele se acostumou a conseguir exatamente o que quer - nos negócios e em tudo mais.
No momento em que conhece a tímida aristocrata lady Helen Ravenel, decide que ela será sua. Se for preciso macular a honra dela para garantir que se case com ele, melhor ainda.
Apesar de sua inocência, a sedução perseverante de Rhys desperta em Helen uma intensa e mútua paixão.
Só que Rhys tem muitos inimigos que conspiram contra os dois. Além disso, Helen guarda um segredo sombrio que poderá separá-los para sempre. Os riscos ao amor deles são inimagináveis, mas a recompensa é uma vida inteira de felicidade.
Com uma trama recheada de diálogos bem-humorados e cenas sensuais e românticas, Uma Noiva Para Winterborne é o segundo volume da coleção Os Ravenels. (Skoob)

Livro recebido em parceria com a Editora.
KEYPLAS, Lisa. Uma noiva para Winterborne. Os Ravenels #2. Editora Arqueiro, 2018. 336 p.


No último ano, estava difícil um romance de época conseguir me conquistar, pois quando eu abria um livro do gênero, tinha a impressão de que já tinha lido outra história exatamente igual. Felizmente, os dois últimos que li nesse gênero conseguiram trazer de volta aquela sensação gostosa de ler um bom romance, sem me irritar com os detalhes que poderiam torna-lo mais do mesmo. Para ser justa, no caso de Uma noiva para Winterborne, eu fiquei impressionada com a capacidade de Lisa Keyplas de fugir do senso comum e construir uma história realmente boa, sem perder o perfil leve e bobinho dos romances de época. 

A história de Rhys e Helen já havia sido apresentada em Um sedutor sem coração, então o livro não é tão independente assim de seu antecessor. Foi naquele volume que eles se conheceram, interessaram-se um pelo outro e ficaram noivos. Mas foi também naquele volume que Rhys fez uma coisa bem revoltante e teve seu noivado desfeito. Eu quase achei que não ia gostar do segundo livro da série Os Ravenels por causa dessa postura do personagem, mas posso adiantar que ele conseguiu se redimir. De qualquer forma, é a partir desse ponto que Uma noiva para Winterborne começa, quando lady Helen toma coragem e vai ela mesma procurar Rhys Winterborne para reatarem o noivado. 

“– [...] Se eu tivesse esse direito, eu a proibiria de ir a qualquer lugar sem mim. Não por egoísmo, mas porque estar longe de você é como tentar viver sem respirar. Pense nisso. Você roubou o ar que eu respiro, cariad. E agora estou fadado a contar os dias até poder pegá-lo de volta com você, um pouco a cada beijo.” 

Acredito que o que eu mais gostei na história foi a forma como a autora trabalhou a profundidade dos personagens. Helen, por exemplo, parece uma menina tímida, silenciosa e amigável, daquelas que faz de tudo para agradar a todos, mas a verdade é que ela esconde uma grande força e determinação por trás de sua doçura. Ela não precisa bater de frente com ninguém para mostrar o que quer, pelo contrário, ela consegue convencê-los de que é a melhor solução e, se não for o caso, ela simplesmente resolverá o que precisa resolver sozinha. 

Do mesmo modo, Winterborne, apesar da falsa aparência de bruto, é um homem “evoluído” para o seu tempo. Além de se preocupar com direitos humanos e igualdade de gênero – em uma época que nem existiam essas designações – ele não tenta impedir Helen de fazer nada, apesar de uma ou outra atitude que eu não concordei muito. O personagem também foge do estereótipo de mulherengo que não quer se comprometer; ele existe para além de seus relacionamentos, é um homem de negócios que construiu todo um império do nada e que tem muito mais para contar do que as mulheres que teria levado para a cama. 

Como casal, também, acho que foram perfeitos. Diferente da maioria dos romances de época, os dois não ficavam competindo ou discutindo um com o outro. Eles se tornaram amigos, parceiros e amantes, pessoas que se respeitam e que se escutam, mesmo quando não concordam. E a forma como eles se entregam ao sentimento, sem ressalvas e sem escudos, torna tudo ainda mais bonito. 

A família Ravenel, embora não apareça tanto nesse volume quanto no primeiro, ainda se fez presente. Eu adorei ver um pouco mais de Pandora e Cassandra, que mostraram facetas que até então eu não tinha percebido, já que no livro anterior elas tinham sido tratadas quase como se fossem uma só. Além disso, lady Berwick, que criou Kathleen, deu o ar da graça durante a trama, e outros personagens bastante interessantes também surgiram, como a Doutora Garrett, protagonista de um dos próximos livros da série.

Por tudo isso, fiquei encantada com a trama de Uma noiva para Winterborne. Se tem um romance de época que eu indicaria, mesmo para aqueles que não são tão fãs do gênero, com certeza seria esse.

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Book Haul: Dezembro

Oi pessoal, como vocês estão?

Tenho impressão que faz séculos que não faço essa postagem, mas a verdade é que não tinha muita coisa para mostrar. Em dezembro chegaram alguns livrinhos, que são esses:


Da Harlequin, recebi Desejo & Escândalo, mas o livro foi enviado para resenha pela Marlene.


Em parceria com a Editora Arqueiro chegou Princesa das Cinzas, que eu estou bastante curiosa para ler.


A Ler Editorial enviou um de seus últimos lançamentos, Posso te amar. A história parece bem fofinha, deve ser minha próxima leitura.


Quando voltei das festas de dezembro, tinha uma caixinha surpresa da Editora Novo Conceito me esperando, com quatro livros. O que você gostaria de fazer antes de morrer? e O museu das coisas intangíveis estavam nela.


Na mesma caixa estavam também Nas montanhas do Marrocos e A filha do pântano.

Esses foram meus recebidos no mês de dezembro. E vocês, receberam muitas coisas?

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Dearly, Departed: O Amor Nunca Morre - Lia Habel

Ela é Nora Dearly, uma garota neovitoriana de 17 anos que sofre com a morte dos pais e vive infeliz aos cuidados da tia interesseira. Ele é Bram Griswold, um jovem soldado punk, corajoso, lindo nobre...e morto! No ano de 2187, em meio a uma violenta guerra entre vitorianos e punks, surge um perigoso vírus, capaz de matar e trazer novamente à vida. As pessoas tornam-se zumbis, mas nem todos são assassinos e devoradores de carne. Há os que lutam para que o vírus não se espalhe... Apenas Nora tem o poder da cura em suas mãos, ou melhor, em, seu sangue. Ela não sabe disso, e corre perigo. É papel de Bram protegê-la... (Skoob)
HABEL, Lia. Dearly, Departed: O Amor Nunca Morre. Gone With The Respiration #01. Editora ID, 2012. 480 p.


Dearly, Departed: O Amor Nunca Morre é ambientado no ano de 2195, num tempo onde depois de passarmos pelo aquecimento global veio o resfriamento global, dizimando o norte com o frio e obrigando os poucos sobreviventes a fugirem para o sul. (É uma teoria que gosto muito e concordo, assistiam O dia depois de amanha, recomendo.)

Nisso, a tecnologia que muitos acharam está perdida para sempre foi encontrada e aprimorada, mas, embora a tecnologia tenha evoluído, alguns decidiram viver como se estivessem na era vitoriana, precisando de algo bonito depois de tanta feiura; outros sobreviventes acharam que esses estavam repetindo os erros dos passados, recebendo os nome de punks.

Nesse cenário distópico, Nora é uma neovitoriana, nascida e criada para ser uma dama, enquanto Bram é um punk, um selvagem. Mas o que fica entre o amor deles não é a diferença de nacionalidade e sim um fato muito simples e mais importante: ela tem 17 anos, e ele? Bram tem 16... quando morreu há dois anos.

“-Do que está rindo?
-Disto! – Dei um giro. – De tudo! Sabe... Nunca teríamos nos encontrados se você não tivesse se tornado um zumbi. Você é punk, eu sou vitoriana... Mas aqui estamos, unidos na morte.”

Ao passar as férias na casa da sua tia gananciosa e ultima parente viva, Nora se vê cercada de zumbis e atacada por todos os lados por eles. Ela luta bravamente, atirando em quantos conseguem, mas... Por que eles não morrem? Cansada e aterrorizada, Nora é salva pela Companhia Z, liderada pelo Capitão Abraham Griswold. Um morto. E levada desacordada a base onde mortos reinam.

Dearly, Departed: O Amor Nunca Morre é uma distopia, contudo não a considero igual a outras distopias, porque Lia Habel consegue misturar ciência e ficção de uma forma incrível. As explicações fazem sentido não apenas para história, mas para a vida, de forma simples e impressionante, aprendemos mais biologia e historia do que na escola. Estou exagerando só um pouco.

A Síndrome de Lázaro, nome dado a quem vira morre e renasce, é transmitida pelos fluidos corporais, qualquer que seja o contato por um desses a pessoa pega. Menos Nora. Ela é a única pessoa imune, a única que quando morrer ficará morta. Cada um demora um tempo diferente para morrer e reviver, o tempo que passa entre um e outro dirá o quão são será o zumbi; quanto mais tempo demora, mais violento fica.

“-Somos todos humanos. Estamos mortos, mas somos humanos. Sentimos, vemos e temos uma pequena chance, como qualquer pessoa que respira, de levarmos uma boa vida, de sermos amados. Pois somos humanos.”

Nora é uma garota e, embora todas as garotas neovitorianas sejam criadas como frágeis (porque o mundo pode acabar, mas o machismo não), ela é forte, inteligente e capaz. Ao ser atacada pelos zumbis, Nora agiu rápido sem tempo para drama, é claro que teve aquele desespero inicial, mas ela queria viver e faria qualquer coisa para isso. Bram é... Esse é o momento para um suspiro. Ele é um morto e isso não o faz menos maravilhoso, pode até ter dado mais alguns pontos. E os outros zumbis não ficam para menos. A Companhia Z são os Os Zumbis, cada um tem uma personalidade diferente e encantadora.

E o que dizer do romance? Nora via Bram como um morto (o que é verdade) até que percebe que isso não o torna menos humano (outra verdade), ele tem sentimentos como qualquer outro, para dar e receber. Bram sabe que está morto, ele não está tentando viver como um vivo, mas o que ele deveria fazer quando se sente como um vivo ao estar perto de Nora? As preocupações da relação morto versus vivo não foram esquecidas, Bram falou dos problemas antes deles terem algo, explicitando o fato de que eles teriam que falar sobre isso todo dia, nem todos aceitariam o romance entre eles.

"Ele beijou meu pulso, no lugar em que o botão deixava uma abertura, e depois deixou minha mão cair. Naquele instante achei-o total e absolutamente atraente, a maneira sincera como me beijou, e seu jeito elegante de ocupar o espaço. Ele era tudo isso, quando, em sua condição, não deveria ser."

Confesso que na primeira vez que li esse livro, eu fiquei focada demais no romance e ignorei os outros personagens e as histórias deles; culpo minha idade, foi há uns três anos. Dessa vez, consegui dar o devido valor a Pamela, amiga de Nora, que é maravilhosa. Nora tem um pouco de inocência em si e é ótimo a parte dela, mas Pamela serve às vezes como uma contraparte, mostrando uma força e fragilidade impressionante, sendo inclusive uma personagem mais verídica.

Enfim, Dearly, Departed: O Amor Nunca Morre é uma mistura de ficção, distopia, tecnologia futurística e steampunk. E eu amo historias steampunk, apesar da falta de variedades delas; esse livro é o meu favorito dessa categoria e reina quase sozinho, infelizmente. Se você não gosta de zumbis, você vai aprender a gostar; se gosta, você verá outro lado deles.

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A Nuvem - Neal Shusterman

Sinopse: No segundo volume da série Scythe, a Ceifa está mais corrompida do que nunca, e cabe a Citra e Rowan descobrir como impedir que os ceifadores que não seguem os mandamentos da instituição acabem com o futuro da humanidade.
Em um mundo perfeito em que a humanidade venceu a morte, tudo é regulado pela incorruptível Nimbo Cúmulo, uma evolução da nuvem de dados. Mas a perfeição não se aplica aos ceifadores, os humanos responsáveis por controlar o crescimento populacional. Quem é morto por eles não pode ser revivido, e seus critérios para matar parecem cada vez mais imorais. Até a chegada do ceifador Lúcifer, que promete eliminar todos os que não seguem os mandamentos da Ceifa. E como a Nimbo Cúmulo não pode interferir nas questões dos ceifadores, resta a ela observar.
Enquanto isso, Citra e Rowan também estão preocupados com o destino da Ceifa. Um ano depois de terem sido escolhidos como aprendizes, os dois acreditam que podem melhorar a instituição de maneiras diferentes. Citra pretende inspirar jovens ceifadores ao matar com compaixão e piedade, enquanto Rowan assume uma nova identidade e passa a investigar ceifadores corruptos. Mas talvez as mudanças da Ceifa dependam mais da Nimbo Cúmulo do que deles. Será que a nuvem irá quebrar suas regras e intervir, ou apenas verá seu mundo perfeito desmoronar? (Skoob)

SHUSTERMAN, Neal. A Nuvem. Scythe #2. Seguinte: 2018. 496 p.


Antes de começar a ler A Nuvem eu jurava, jurava mesmo, que Scythe era uma duologia. Não sei por que essa ideia passou pela minha cabeça, mas quanto mais eu me aproximava do fim do livro, mais percebia que não seria possível concluir a história nesse volume. Neal Shusterman tinha muita coisa para contar, muita trama para desenrolar e, com tudo o que estava acontecendo, eu fiquei chocada com a forma como essa continuação de O Ceifador terminou.

O futuro criado por Shusterman é bastante interessante, já que a tecnologia atingiu seu ápice e agora é a Nimbo-Cúmulo - a nuvem - quem governa a humanidade. Não de uma forma ruim, como estamos acostumados a ver nos filmes em que as máquinas passam a dominar, pois a Nimbo-Cúmulo é perfeita e justa. Esse contexto já havia sido mostrado no livro anterior, mas esse segundo volume aprofunda a consciência da nuvem e, mais importante, mostra as consequências da luta de Citra e Rowan contra a corrupção na Ceifa - cada um por seus próprios meios.

Se no primeiro volume a narração intercalava os pontos de vista dos dois aprendizes - que agora são ceifadores -, neste segundo livro surgem capítulos com as perspectivas de outros personagens, para mostrar os reflexos dessa luta dissimulada entre benevolência e corrupção. Assim, além de Citra e Rowan, podemos acompanhar o que acontece com diversos ceifadores, bons ou maus, e com personagens que, no primeiro volume, pareciam não ter grande relevância, como Tyger Salazar e Greyson Tolliver.

Também, os capítulos são intercalados por trechos narrados pela própria Nimbo, o que ajuda a compreender suas regras e suas atitudes. É instigante observar como cada passo é calculado e como tudo tem uma razão, mesmo quando as decisões da nuvem não parecem, a primeira vista, ter qualquer sentido.

Essa dinâmica de narração dá ainda mais agilidade à trama, visto que os acontecimentos se espraiam em diversos ângulos ao mesmo tempo. São tantas tramas paralelas que o livro ganha uma complexidade inesperada, considerado seu enredo jovem, pois ainda que seja carregado de crítica social, sua trama seguia, até então, por um caminho linear. Ademais, embora dê a impressão de que está perdendo o foco de sua narrativa, é surpreendente a forma como o autor consegue unir todos esses contextos em um grande acontecimento no final.

Sobre esse acontecimento final, aliás, só posso dizer que estou até agora paralisada e angustiada para saber o que vai acontecer. Não consigo acreditar quando um livro termina assim, com tudo posto abaixo e sem respostas, na ansiedade para saber como as coisas serão resolvidas. É aquela sensação de amor e ódio ao mesmo tempo, pois o autor foi corajoso o suficiente para arriscar tudo, mas em que se sabe que o próximo passo pode fazer a história se perder. Eu espero sinceramente que não.

A Nuvem é uma trama ágil e viciante, que sabe explorar o mundo criado em suas páginas de uma forma original e única. Embora se pareça um pouco com uma fantasia, não há nada de poderes mágicos por aqui, já que trata, na verdade, de uma realidade quase possível. Além disso, nos presenteia com uma capa linda que, embora simples, é bastante representativa de sua história.

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Carry On - Rainbow Rowell

Simon Snow é um bruxo que estuda numa escola de magia na Inglaterra. Profecias dizem que ele é o Escolhido. Você pode até estar pensando que já conhece uma história parecida. O que você não sabe é que Simon Snow é o pior Escolhido que alguém já escolheu. Poderosíssimo, mas desastroso a ponto de não conseguir controlar sequer sua própria varinha, Simon está tendo um ano difícil na Escola de Magia de Watford. Seu mentor o evita, sua namorada termina com ele e uma entidade sinistra ronda por aí usando seu rosto. Para piorar, seu antagonista e colega de quarto, Baz, está desaparecido, provavelmente maquinando algum plano insano a fim de derrotá-lo. Carry On é uma história de fantasma, de amor e de mistério. Tem todos os beijos e diálogos que se pode esperar de uma história de Rainbow Rowell, mas com muito, muito mais monstros. (Skoob)
ROWELL, Rainbow. Carry on. Novo Século, 2016. 448 p.


Amar um livro antes mesmo dele existir é complicado e um sofrimento. Carry on era uma fanfic do livro Fangirl, que amei mais do que a história principal, mas não precisa lê-lo para entender esse, mal também não faz, é apenas mais SnowBaz. Eu amo esse livro e já o li muitas e muitas vezes, a cada vez percebo algum detalhe que não me dei conta anteriormente e me apaixono ainda mais.

"- O que você é, Simon Snow, é uma tragédia do caralho. Você literalmente não tinha como ser uma bagunça pior."

Simon Snow é o Escolhido. Com uma aparência normal e uma personalidade atacada, mas ainda sim o Escolhido. Talvez não o melhor para o cargo, contudo o único poderoso para ocupá-lo, embora não saiba como controlar seu poder. Ele foi retirado de um orfanato aos 11 anos pelo Mago e levado para Watford, a fim de aprender a controlar seu poder. Sete anos depois, no ultimo ano escolar, Simon não está mais perto disso do que no começo.

Profecias dizem que ele é o Maior Mago, aquele que chegará no momento de mais perigo para salvar o Mundo Bruxo. E todos os bruxos sentiram quando Simon Snow foi encontrado pelo Mago depois de um rompante, não restando duvidas a ninguém de que ele é a pessoa certa para essa posição. O Escolhido que enfrentará o Insípidum. O Insípidum que tem o mesmo rosto do Escolhido, não que mais alguém saiba desse fato além dele e de sua melhor amiga. E a profecia não ajuda Simon Snow em nada também.

“E surgirá alguém para acabar conosco. 
E alguém que o arruinará.
Que o maior poder entre os poderes reine,
Que ele salve a todos nós.”

Tudo que Simon mais quer é ficar em Watford até que precise enfrentar o inimigo do Mundo Bruxo, o Insípidum. Até porque seu inimigo realmente é seu colega de quarto, seu antagonista Tyrannus Basilton Grimm-Pitch. Ou Baz.

Baz é um bruxo poderoso de duas famílias poderosas, Grimm e Pitchi, e vampiro nas horas vagas, que está sempre tentando matar Simon. Quando Baz não retorna para Watford, Simon está crente que esse é mais um dos seus planos diabólicos que visam seu assassinato. Contudo o tempo passa e nada acontece. Simon parece ser o único preocupado com isso, ninguém lhe diz nada, ninguém se importa com o que aconteceu com Baz. Ninguém nem parecer lembrar que Baz existiu. Até que ele retorna. E eu tive um ataque de fangirl quando Baz apareceu.

Enfim, Baz retorna e Simon relembra-se de algo que aconteceu quando ele estava fora, contando-o sobre a Visita que ele perdeu. A cada 20 anos, o Véu entre os mundos fica frágil e os mortos que tem assuntos pendentes podem voltar. E uma pessoa voltou para Baz. Sua mãe. Numa trégua temporária, os dois fazem um juramento de não agressão enquanto tentam descobrir quem realmente é o culpado pela morte de Natasha Pitchi, assassinada num ataque de vampiros que também Transformou seu filho no sanguessuga que ele é atualmente.

"Snow diz que sou obcecado por fogo. Eu argumentaria que é um efeito colateral inevitável de ser inflamável. (...) A piada cruel disso tudo é que eu venho de uma longa linhagem de bruxos do fogo. (...) Não... A piada cruel disso tudo é que Simon Snow cheira a fumaça."

O livro é divido em quatro partes ou, como Carry on apresenta, quatro livros. O primeiro é basicamente a introdução do leitor ao mundo criado por Rowell, com Simon desesperado para encontrar Baz, muito mais desesperado do que deveria para saber onde está seu inimigo. Há muita semelhança com HP? Há, mas são nelas que também estão as diferenças. É aquela velha história de que "nada se cria do nada", além de que Carry on foi escrito para ser uma crítica à Harry Potter, pegando todos aquelas coisinhas que irritam na série e que te faz pensar "e se..." e fazendo sua própria trama.

O principal "e se" é o casal dourado. Eu não fiquei me perguntando o que era que o Baz tinha para o Simon persegui-lo tanto, mas posso imaginar outras pessoas fazendo essa pergunta. Talvez eu esteja procurando onde não tem nada ou simplesmente estou vendo mais claramente, já que sei o que acontece (li Fangirl, comprei o Carry on por isso), mas para mim foi óbvio que Simon é apaixonado pelo Baz. Isso deveria ser considerado spoiler? Ele fala/pensa mais nele do na própria namorada ou de si mesmo! Quando seu inimigo começa a falar de seus olhos... aí tem coisa.

"Sinto-me como quinze anos de novo, como se fosse ceder caso ele aproxime demais – e beijá-lo ou mordê-lo. A única razão para eu conseguir suportar aquele ano foi eu não ser capaz de decidir qual dessas opções iria finalmente por um fim ao meu sofrimento."

O que eu gostei é que a autora explica a relação do Simon com Baz. Todos os maus entendidos, não tão maus entendidos assim. Ela não joga os sentimentos do nada. Acompanhamos a confusão de Simon e nos apaixonamos por Baz. Não tem como não se apaixonar por Baz, que é um sanguessuga que só pensa no seu companheiro de quarto, e não apenas violentamente. Baz é apaixonado por Snow. E eu pelos dois juntos.

Baz é a piada cruel que você ama contar e rir para você mesmo. O humor negro em pessoa. É aquele vilão que você se apaixona, apega-se e torce para que tenha um final feliz. E tem uma voz única, cada personagem tem uma voz única. Não é preciso nem ler quem narra para saber quem narra. Simon passa tudo que um herói tem que ser: a coragem, o medo, o altruísmo e o desejo de ser normal, de poder viver além da profecia e de amar... sem ser um modelo perfeito.

A surpresa que eu tanto esperava, saber quem iria aceitar declarar o que fosse primeiro, me deixou louca. Outro ataque de fangirl, porque foram muito. Estava parecendo uma daquelas mocinhas recatadas de antigamente abanando-se. Estava tão, mas tão feliz! Deu para sentir, na cena, toda a dor e confusão nos personagens. E todo o amor.

"Ele não é um monstro. É apenas um vilão.
Ele não é um vilão. É apenas um garoto.
Estou beijando um garoto.
Estou beijando Baz.
Ele é tão frio, e o mundo é tão quente."

Há também, é claro, os personagens secundários que eu amo, como a Penélope. A amizade criada entre a ela e o Simon é invejável, e Penny é uma bruxa inteligente, esperta e poderosa. Simon teria morrido há tempo sem ela ao seu lado, como sua corajosa parceira. Mas também existe personagens que eu não soube como classificar, que é complexo demais para ficar entre gosto e não gosto, como a Agatha, ex do Simon. Eu vi tantas resenhas negativas sobre ela, que me surpreendi ao gostar de Agatha enquanto lia e depois fiquei irritada, porque ao mesmo tempo que eu concordo com o desejo dela de ser mais do que isso, de não se restringir apenas a magia, apenas a namorada do Escolhido, ela acabou se focando demais em si e esqueceu-se que Simon Snow não é simplesmente o Escolhido, mas seu amigo.

Sobre a ortografia, sinto que a editora teve bastante trabalho para traduzir os feitiços para o português e mantê-los coerentes com a historia. Em Carry On, além de ter algumas palavras não usuais no dia a dia que tive que pesquisar (ao menos agora sei o que significa asseado), os feitiços é a coisa mais surpreendente. Ninguém esperava por essa, tenho certeza. Palavras têm poder, sempre ouvimos e lemos isso em qualquer lugar, e em Carry On as coisas tomam um significado mais profundo. A magia acumula-se ao redor de expressões que tem peso, que são ditas e reditas pelas pessoas. É quase que nem “eu acredito em fadas” e Sininho fica boa.

"Quem não se escondeu, não se esconde mais! Está na hora do show! Scooby-Doo, cadê você?"

Eu li o livro pela primeira por causa do romance. Foi o primeiro livro com um casal homossexual que eu li, eu tentei outros, mas nenhum me prendeu como esse. Rowell tem uma escrita maravilhosa, embora eu só tenha lido Fangirl e Anexos (não gosto desse), com personagens reais e frases perfeitas, muito, muito perfeitas, bem como descrições apaixonantes. Teve cenas que releio umas quatro vezes toda vez que leio o livro.

Só não gostei do epilogo, porque preferiria imaginar por mim mesma o que aconteceria depois. A ultima frase de Penny foi perfeita: "Tudo começa a fazer sentido". Há pouco tempo eu diria "espero que não, espero que tenha uma continuação", mas eu tive a melhor notícia do ano passado quando li que vai haver, sim, continuação. E esse ano! Era para ser lançando em 2020, mas adiantaram e eu espero que seja o livro todo que nem o capítulo 61, idolatrado pelos fãs. Eu sou um desses fãs. O melhor de tudo é que o título vai ser totalmente baseado na música Carry on my wayward son de Kansas, chamando-se Wayward Son em complemento a esse. Mal posso esperar.

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Marley & Eu - John Grogan

Sinopse: John e Jenny eram jovens, apaixonados e estavam começando a sua vida juntos, sem grandes preocupações, até ao momento em que levaram para casa Marley, "um bola de pêlo amarelo em forma de cachorro", que, rapidamente, se transformou num labrador enorme e encorpado de 43 quilos. 
Era um cão como não havia outro nas redondezas: arrombava portas, esgadanhava paredes, babava nas visitas, comia roupa do varal alheio e abocanhava tudo a que pudesse. De nada lhe valeram os tranqüilizantes receitados pelo veterinário, nem a "escola de boas maneiras", de onde, aliás, foi expulso. Mas, acima de tudo, Marley tinha um coração puro e a sua lealdade era incondicional. Imperdível. (Skoob)
GROGAN, John. Marley & Eu: a vida e o amor ao lado do pior cão do mundo. Ediouro, 2006. 303p.


Eu adoro cães e tinha amado o filme Marley & Eu, pelo menos a parte que eu tinha visto, então quando vi o livro por apenas R$9,99 no Wallmart eu pedi para a minha tia e ganhei ele de aniversário. Eu já tinha ouvido falar muito bem desse livro e sabia que ele tinha ficado em 1º lugar e tudo o mais, então já esperava muito dele. E ele deve ter correspondido a todas as minhas expectativas ou até mais!

O livro conta a história de John Grogan e em especial de seu cão Marley, que esteve quase todo o tempo de casado com ele e sua esposa. Marley, de início, foi como um treino para ter um bebê, mas no final se tornou muito mais que isso, se tornou parte da família. O cão atrapalhado, enérgico e medroso conquistou o coração de muitas pessoas, inclusive o meu. A gente vai se envolvendo tanto na história que quer ler a toda hora e já emenda um capítulo no outro. Eu sempre levava ele para a escola e estava com ele quase sempre, lia no recreio, às vezes até na aula! Além da história que é MUITO boa, o livro ainda conta com fotos lindas do Marley! Eu acho o Marley muito fofo, labradores são lindos. O livro também traz crônicas de jornal do John que escrevia sobre o Marley, uma das provas de que as histórias são reais.

A gente ri em quase todo o livro, e aí vem o final, que a gente chora. Esse foi o primeiro livro (que eu me lembre, pelo menos) que me fez chorar. Acho que nem com O Diário de Anne Frank, que é muito triste, eu chorei. Eu também gostei bastante do filme, que após o livro finalmente assisti inteiro. Não chorei nele, mas em parte porque mais cedo já tinha chorado em um outro filme e na época eu era difícil de chorar com filmes, não como hoje em dia, então a minha cota meio que se foi.

O livro é bem descritivo e fala tudo sobre a vida do casal e da família, o que o deixa bem íntimo e aproxima o leitor da história. Tem situações engraçadas, e o mais legal é que é verídico,ou seja, não é forçado nem fantasioso. Me encantou e recomendo. É engraçado, fofo e lindo.

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Graça e Fúria - Tracy Banghart

Sinopse: Duas irmãs lutam para mudar o próprio destino no primeiro volume de uma série de fantasia repleta de romance, ação e intrigas políticas. Em Viridia, as mulheres não têm direitos. Em vez de rainhas, os governantes escolhem periodicamente três graças — jovens que viveriam ao seu dispor. Serina Tessaro treinou a vida inteira para se tornar uma graça, mas é Nomi, sua irmã mais nova, quem acaba sendo escolhida pelo herdeiro. Nomi nunca aceitou as regras que lhe eram impostas e aprendeu a ler, apesar de a leitura ser proibida para as mulheres. Seu fascínio por livros a levou a roubar um exemplar da biblioteca real — mas é Serina quem acaba sendo pega com ele nas mãos. Como punição, a garota é enviada a uma ilha que serve de prisão para mulheres rebeldes. Agora, Serina e Nomi estão presas a destinos que nunca desejaram — e farão de tudo para se reencontrar. (Skoob)
BANGHART, Tracy. Graça e Fúria #1. Editora: Seguinte, 2018. 304 p.


Em Graça e Fúria, conhecemos as irmãs Serina e Naomi, duas jovens moradoras do reino de Viridia, onde as mulheres são constantemente oprimidas e vivem as suas vidas sem direito praticamente nenhum. Serina, como irmã mais velha, foi criada para ser uma graça, uma das poucas mulheres que podem servir o rei e os seus herdeiros, em troca de riquezas e uma vida melhor para a sua família.

Em contrapartida temos Naomi, uma jovem de personalidade forte, que não se contenta com o papel que tem na sociedade e sonha com o dia em que poderá fazer as suas próprias escolhas e ser livre. Ela acompanhará a sua irmã na seleção, ou seja, será sua aia e a pessoa que auxiliará Serina se ela se tornar uma graça. 

Contudo, alguns acontecimentos fizeram com que o herdeiro do trono escolhesse Noami como sua graça, fazendo com que Serina, a jovem que sonhava com o dia em que se tornaria uma graça, virasse aia da sua irmã. Para piorar ainda mais a situação, Serina é pega com um livro na mão, que foi roubado da biblioteca pela sua irmã que, mesmo sabendo das regras, aprendeu a ler; como isso é considero um crime, Serina é mandada para uma prisão feminina onde terá que lutar pela sua vida.

Agora as irmãs terão que se adaptar às vidas que nunca quiseram para si, Serina na prisão, tendo que deixar a sua delicadeza e costumes de lado para sobreviver, e Noami, que está num ninho de cobras e terá que aprender rápido e se comportar como uma graça. 

Graça e Fúria é um livro que traz uma história de empoderamento feminino e que trabalha diversos assuntos, como o papel da mulher em meio a sociedade. A trama em si é muito clichê e bem previsível, mas, ainda assim, a autora conseguiu me cativar com alguns personagens e com a sua escrita, que extremamente rápida e fluída.

Serina foi uma personagem que me surpreendeu bastante pela força e coragem que demostrou ter nos momentos difíceis que passou. Naomi, por outro lado, foi uma personagem que não me cativou muito, ela tem uma coragem muito grande, mas o seu jeito impulsivo de ser a colocou em diversos problemas, pelas atitudes impulsivas que ela tomou no calor do momento, a começar pelo roubo do livro. Por outro lado, eu adorei a pessoa que ela se tornou quando o assunto era sua irmã, o amor que ambas demostraram ter uma com a outra, foi lindo de observar e isso foi, sem dúvidas, um dos pontos altos desse livro.

A trama de Graça e Fúria traz uma proposta muito interessante e eu acho que a autora introduziu bem o leitor a esse mundo. Nada foi trabalhado de forma muito profunda, contudo, tudo teve a sua devida introdução. O único ponto que deixou um pouco a desejar, foi plot twist que, a meu ver, estava muito óbvio e já trazia algo que vemos em muitos outros livros.

Em relação à parte física do livro, eu adorei a capa, ela traz uma foto das irmãs, o que deu um charme a edição, as folhas são amareladas e as letras confortáveis. A narrativa é feita em terceira pessoa, alternando entre Serina e Naomi, o que nos possibilita conhecer e acompanhar as irmãs nessa dura jornada. Graça e Fúria foi uma leitura rápida, que trabalha um tema muito interessante e que, apesar dos vários clichês, me deixou muito curiosa para o próximo livro, que tem como título: “Queen of Ruin” em tradução livre “Rainha da Ruína”.

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Uma dobra no tempo - Madeleine L'Engle

Um clássico da fantasia e da ficção científica emerge! Era uma noite escura e tempestuosa; a jovem Meg Murry e seu irmão mais novo, Charles Wallace, descem para fazer um lanche tardio quando recebem a visita de uma figura muito peculiar. “Noites loucas são a minha glória”, diz a estranha misteriosa. “Foi só uma lufada que me pegou de jeito e me tirou da rota. Descansarei um pouco e seguirei meu rumo. Por falar em rumos, meu doce, saiba que o tesserato existe, sim.” O que seria um tesserato? O pai de Meg bem andava experimentando com a quinta dimensão quando desapareceu misteriosamente... Agora, com a ajuda de três criaturas muito peculiares, chegou o momento de Meg, seu amigo Calvin e Charles Wallace partirem em uma jornada para resgatá-lo. Uma jornada perigosa pelo tempo e o espaço. Uma dobra no tempo é uma aventura clássica, que serviu de inspiração para os mestres da fantasia e da ficção científica do mundo, agora adaptada para os cinemas pela Disney. Junte-se à família Murray nesta jornada, entre criaturas fantásticas e novos mundos jamais imaginados. (Skoob)
L'ENGLE, Madeleine. Uma dobra no tempo. Uma dobra no tempo #1. HarperCollins Brasil. 2017. 240 p.


Em Uma dobra no tempo, Meg Murry não tem contato com seu pai há um tempo. Ele é um cientista que trabalha para o governo e não existe notícias dele, nenhuma mensagem, nenhuma informação, nada. Todos na cidade pensam que Dr. Murry abandonou a família, mas Meg, sua mãe, seus irmãos gêmeos e o excêntrico Charles Wallace, seu irmãozinho, sabem que não.

Um dia, uma estranha senhora aparece na sua casa, é a Sra. Quequeé. E, no outro dia, Meg parte com Charles Wallace e um colega da escola chamado Calvin, com a orientação das Senhoras Quequeé, Quem e Qual, numa missão para encontrar seu pai e enfrentar Aquele, uma força sombria e assustadora, que corrompe a tudo e a todos.

"-Mostre o caminho, bobão! - gritou Calvin, alegremente. - Nunca cheguei a ver onde vocês moram, mas eu tenho a estranha sensação de que é a primeira vez na vida que vou para casa!"

Eu gostei do livro e, talvez, se não houvesse assistido o filme antes, eu teria gostado mais. Será para sempre um mistério. O filme tem mais diversidade nos personagens e eu esperava encontrar isso na leitura e acabei me decepcionado, porque no livro são todos brancos e há muita gente ruiva; além disso, o filme traz uma melhor apresentação do ponto central da trama, ficando mais fácil visualizar os acontecimentos.

Uma coisa do livro, e somente dele, que eu não gostei, foi a apresentação excessiva do cristianismo e socialismo, exaltando o primeiro e discriminando o outro. Eu fiquei me perguntando enquanto lia se eu estava sendo muito crítica e vendo coisas que não existiam ou não, todavia existe uma "carta" no final que aborda justamente isso, que enrola e enrola e tenta justificar, mas que não me convenceu.

Eu sou cristã (tecnicamente, porque minhas crenças são uma confusão e esse é o jeito fácil de exemplificar) e sempre que me encontro frente a um livro que aborda religião, eu gosto de aprender sobre ela e não tê-la apenas jogado lá, como se dissesse "sim, é assim, eu estou certa e aceite", desmerecendo as demais. Com Uma dobra no tempo, eu não aprendi nada; no final, ter ou não ter os acréscimos religiosos não faria diferença.

"-(...) não é porque não entendemos alguma coisa que essa explicação não existe."

Não que o livro seja uma negação e perca em tudo quando comparado ao filme. Na caracterização dos personagens, houve um aprofundamento neles que os tornou real, mostrando suas imperfeições, enquanto que o filme foi tão colorido e brilhante que pareceu um pouco falso, toda aquela inocência. Embora eu esteja suspirando por essa inocência, porque ele foi visualmente agradável.

Meg é uma personagem inteligente e insegura, que no decorrer da trama cresce; Calvin é um companheiro anômalo que promete crescimento, porque não houve muito foco nele nesse primeiro livro, embora tenha um ótimo fundo a se trabalhar nos livros posteriores; e a estrela do livro (e do filme) é Charles Wallace, porque ele é adorável e excêntrico, é aquele irmãozinho fofo que você quer proteger do mundo, quer impedir de crescer para não ser corrompido por Aquele.

"-(...) não podemos receber todo o crédito por nossos talentos. O que conta é como nós o usamos."

Eu gosto dessa ordem de filme primeiro e livro depois, porque o livro é muito mais completo e eu sempre posso me surpreender lendo apesar de já conhecer a história. Uma dobra no tempo é um bom exemplo disso, porque é uma história igual e totalmente nova. Algumas coisas estão lá e você pode reconhecê-las, mas ainda é algo a parte, diferente. Os personagens são diferentes e alguns dos acontecimentos também.

Livro versus Filme? Em relação à Uma dobra no tempo, eu escolho o filme. Foi um pouco surpreendente para mim, porque eu tinha expectativas altas no livro e, embora seja um bom livro, acredito que a autora poderia ter retratado mais profundamente os temas referentes a esconder quem realmente é e ser quem os outros esperam que você seja.

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Top Comentarista - Janeiro


Oi pessoal, como começou 2019 para vocês? Como foram as festas? Espero que as expectativas estejam boas para esse novo ano!

E agora, ano novo... Top Comentarista novo!

Decidi fazer mais um daqueles para desapegar de alguns livros da estante, está bem? E para começar bem 2019, serão dois ganhadores esse mês. Serão dois kits: o primeiro sorteado escolhe qual dos dois quer ganhar e o segundo sorteado fica com o restante, ok?

Para se inscrever é preciso:

  • Seguir o Conjunto da Obra pelo Google Friend Connect (clicar em "Participar deste Site" na barra lateral direita).
  • Ter endereço de entrega em território Brasileiro.
  • Preencher o formulário abaixo.
  • Comentar em todos os posts publicados no mês de janeiro, inclusive a resenha de Quase Pronta.

Prêmios:

Kit 1 - Música do Coração e Cordas do Coração
Kit 2 - Perto de você, Quando um homem ama uma mulher e O jeito que me olha

Lembro que os livros são usados, então podem ter pequenos defeitinhos, mas em geral estão em bom estado.

  • Seguidas todas as regras iniciais, para participar, basta preencher a primeira entrada do formulário. A primeira entrada confirma sua participação no Top Comentarista, enquanto as demais constituem chances extras, sendo opcionais.
  • Serão considerados válidos os comentários nas postagens do mês de janeiro se feitos até o dia 1º de fevereiro. Ou seja, será concedido um dia a mais para que os participantes consigam comentar nas últimas postagens do mês.
  • O participante deve fazer comentários válidos, que demonstrem que a postagem foi lida. Não adianta dizer que está curioso para conhecer a história, isso não é suficiente, e o participante será desclassificado.
  • Os vencedores serão definidos por sorteio, dentre os participantes que comentarem em todas as postagens do mês. Apenas depois de feito o sorteio será conferido se o sorteado comentou em todas as postagens do mês. Caso essa regra não seja cumprida, o mesmo será desclassificado, e um novo sorteio será realizado.
  • O primeiro sorteado receberá o kit que escolher dentre os disponíveis acima. O segundo sorteado receberá o kit remanescente.
  • Os sorteados serão contatados por e-mail, tendo o prazo de 24h para fornecer seus dados. Caso não enviem resposta no prazo, será realizado novo sorteio.
  • O prazo para envio dos prêmios é de 60 dias após o recebimento dos dados dos vencedores.
  • O Conjunto da Obra não se responsabiliza por extravio ou atraso na entrega dos Correios. Assim como não se responsabiliza por entrega não efetuada por motivos de endereço incorreto, fornecido pelo próprio ganhador e o livros não será enviado novamente;
  • A Equipe do Conjunto da Obra se reserva ao direito de dirimir questões não previstas neste regulamento.
  • Esta postagem também conta para o Top Comentarista.

a Rafflecopter giveaway

Boa sorte!

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Quase Pronta - Meg Cabot

Sinopse: Samantha foi convidada a passar o final de semana na casa de campo do seu namorado que não é ninguém menos que o filho do presidente! David tem mil atividades programadas para eles, mas Samantha desconfia que ele a tenha convidado por outro motivo. E, se for verdade, ela não tem certeza se vai estar preparada... (Skoob)
 CABOT, Meg. Quase Pronta. Galera Record, 2008. 288p.


Em A Garota Americana, Sam salvou o presidente e sua vida mudou. Agora ela está namorando o filho dele e acredita que ele quer fazer sexo. Ela acaba dizendo isso em voz alta em rede nacional de televisão e sua vida muda mais ainda.

Claro que salvar o presidente e namorar o filho dele já a deixa famosa, mas imagina então dizer para todo mundo que eles estavam transando (apesar de nem estarem ainda) numa época em que até cantoras pop tinham que fingir ser virgens e quando o sogro dela incentiva a abstinência dos adolescentes como melhor método de se evitar gravidez indesejada e DSTs.

São diversos momentos de vergonha alheia de conversas em família sobre sexo que me fizeram rir muito, principalmente os pais e a empregada repreendendo a Samantha e falando da má influência para a irmã mais nova, e esta respondendo que já sabe tudo sobre o assunto. Afinal, lembrando, ela é superdotada. A mídia também é engraçada, ao mesmo tempo que imprópria e intrometida, fazendo perguntas absurdas como "Vocês fizeram no quarto de Lincoln?" se referindo a um antigo presidente.

Nesse livro, a Sam arrumou um emprego na locadora Potomac. Eu li esse livro em 2008 e ainda frequentava locadoras, mas se vocês forem ler agora, vão ter muita nostalgia. A personagem fazia listas desde o primeiro livro e as desse são muito boas, porque várias são de filmes, e eu sempre volto nelas para ver quais eu já vi e quais quero ver. Na locadora, trabalha uma menina superdescolada que tem cabelo colorido e não mora com os pais, tudo que a Sam sonha em ser. Elas se tornam amigas. É interessante, principalmente porque ela é muito mais experiente que a Sam sobre sexo.

Outra que tenta aconselhar e ensinar algumas coisas é sua irmã mais velha, Lucy, que tem também sua própria história nesse livro. Ela precisa fazer aulas particulares e se apaixona pelo professor. Essa parte é fofa. 

Sam continua fazendo aulas de arte e agora tem que fazer pintura de modelos nus, algo que ela tem pavor, ainda mais porque agora está pensando em ter sua primeira vez.

Esse livro é bem criticado. Principalmente porque, quando você chega no final, você vê que não tinha necessidade de tudo aquilo, que foi dramático. Eu concordo, mas até gosto, e não acho que isso seja o bastante para dizer que essa continuação não deveria existir, porque outras histórias, como a da Lucy, foram legais. Na época que eu li, minhas amigas não gostaram do final por um outro motivo: que faltou fechar alguns pontos. Eu concordei, porém gostei mesmo assim, e eu geralmente não gosto quando o final não é muito fechado.

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