Novidades #105: Companhia Editora Nacional e Conrad

Como parceira da Companhia Editora Nacional e do selo Conrad, sempre recebo as novidades publicadas pela Editora, e os livros têm sido surpreendentes. Na última remessa, recebi também um folheto com algumas novidades que a Editora está preparando para os próximos meses, e tem muita coisa legal por aí.

Hoje decidi mostrar algumas dessas novidades, para vocês conhecerem e já ficarem com gostinho do que virá em breve. Logo também teremos resenhas de alguns deles no blog:

Surtada na dieta - Sujee come compulsivamente, depois fica com a consciência pesada e tenta — apenas tenta — fazer dieta. Ela tem 25 anos e sempre sonhou que um dia emagreceria e poderia se vestir de um jeito mais compatível com a sua idade. Agora, Sujee está em uma duvidosa empreitada rumo ao corpo saudável.
Para conquistar sua meta, ela vai receber o apoio do personal trainer Chan-Hee, que passa a morar na sua casa e a tomar conta da cozinha, virando seu mundo de cabeça pra baixo. E também vai sofrer com as tentações oferecidas por seu chefe comilão, que é apaixonado por ela.
Surtada na dieta é o primeiro volume da trilogia QUERO EMAGRECER, que vai contar o dia a dia de Sujee com muito humor e doses de nonsense.

Sedução no Convento - Marcel e Collete não deveriam ficar juntos; não poderiam se envolver. Ele, um rapaz órfão empregado no convento que a abriga. Ela, uma noviça deste convento. Mas todas as dificuldades deste improvável romance são vencidas pela coragem que apenas a juventude pode dar aos amantes. Apaixonados e tomados pelo desejo, o casal não mede esforços para cultivar o amor que os une. A vida, no entanto, parece ter outros planos para os dois...

O autor Jaques Lagôa é ator e diretor de teatro e televisão. Trabalhou como ator nas emissoras Tupi, Manchete e Globo. Como diretor, desenvolveu projetos nas Redes Manchete e Record e no SBT, onde permaneceu pelos últimos nove anos. Antes de Sedução no Convento, publicou Paris Toujours Paris: um roteiro de vida e Wandinha: a estória de uma guerreira. Jacques é paulistano e, atualmente, mora em São Paulo com a família.

Amor 2.0 - Coloque de lado todas as suas ideias pré-concebidas sobre o amor. Neste livro, Barbara L. Fredrickson, PH.D em psicologia, apresenta novas perspectivas sobre esse sentimento poderoso, a partir de pesquisas científicas reveladoras. Por meio de um texto leve e exemplos do cotidiano, você descobrirá que pode alterar significamente os seus padrões de comportamento e seus relacionamentos íntimos para melhor. Descobrirá como o seu corpo reage ao amor e como deve agir para tornar-se mais receptivo e satisfeito em seu cotidiano. Amor 2.0 é um guia essencial para quem quer vivenciar o sentimento de forma plena.


O Cão dos Baskerville - Sherlock, sucesso da BBC, apresentou o lendário detetive de Arthur Conan Doyle a uma nova geração de fãs. Esta edição de uma das histórias mais conhecidas do personagem permite que os fãs conheçam toda a força e o fascínio das aventuras originais.

Sherlock Holmes e o Dr. Watson são chamados para socorrer os Baskerville, que estão aflitos com uma antiga maldição. Um membro da família já encontrou seu fim e um cão infernal parece rondar os muros vizinhos, ameaçando a vida do novo herdeiro. Será que Holmes e Watson conseguirão desvendar a trama nessas condições traiçoeiras ou a besta lançará outro ataque antes?

Com introdução escrita pelo ator da série: Benedict Cumberbatch.

Os Bons Segredos - Hildy Good é uma caipira chique que sempre viveu numa histórica comunidade da região da costa norte de Boston. Ela sabe quase tudo sobre todo mundo. Hildy é descendente de uma das bruxas de Salém, e acredita-se que ela possa ter herdado alguns dons paranormais.

Não é verdade, claro; ela apenas é boa em decifrar as pessoas. Hildy é boa em várias coisas, aliás. É uma bem-sucedida corretora de imóveis, mãe e avó. Seus dias são atarefados, mas suas noites têm sido solitárias desde que suas filhas, convencidas de que a mãe estava bebendo além da conta, a mandaram para uma clínica. Agora ela está em recuperação — ou não.

Os Bons Segredos é ao mesmo tempo cômico, triste e mordaz. Um clássico tipo de história que revela os segredos de uma cidade pequena, esse espirituoso romance vai ficar na memória do leitor até muito tempo depois de terminada sua leitura.

E vocês, de quais gostaram?


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Eu estive aqui - Gayle Forman

Sinopse: Quando sua melhor amiga, Meg, toma um frasco de veneno sozinha num quarto de motel, Cody fica chocada e arrasada. Ela e Meg compartilhavam tudo... Como podia não ter previsto aquilo, como não percebera nenhum sinal? A pedido dos pais de Meg, Cody viaja a Tacoma, onde a amiga fazia faculdade, para reunir seus pertences. Lá, acaba descobrindo muitas coisas que Meg não havia lhe contado. Conhece seus colegas de quarto, o tipo de pessoa com quem Cody nunca teria esbarrado em sua cidadezinha no fim do mundo. E conhece Ben McCallister, o guitarrista zombeteiro que se envolveu com Meg e tem os próprios segredos. Porém, sua maior descoberta ocorre quando recebe dos pais de Meg o notebook da melhor amiga. Vasculhando o computador, Cody dá de cara com um arquivo criptografado, impossível de abrir. Até que um colega nerd consegue desbloqueá-lo... e de repente tudo o que ela pensou que sabia sobre a morte de Meg é posto em dúvida. Eu estive aqui é Gayle Forman em sua melhor forma, uma história tensa, comovente e redentora que mostra que é possível seguir em frente mesmo diante de uma perda indescritível. (Skoob)

FORMAN, Gayle. Eu estive aqui. Arqueiro, 2015. 228 p.

Comprei Eu estive aqui por impulso. Estava na livraria Leitura de minha cidade para tomar o desjejum, uma vez que lá servem um chocolate quente delicioso, e vi na banca de lançamentos o livro de Gayle Forman. Como não havia lido nenhuma obra dela, mas havia gostado do filme Se eu ficar, revolvi conhecer o estilo da autora. Foi uma coincidência que o tema tratado por ela seja um complemento do tema da resenha de duas semanas atrás, Reencontro, de leila Kruger.

Em Reencontro, você acompanha o sofrimento da personagem principal ao combater a depressão. Em Eu estive aqui, você acompanha o outro lado, o lado de quem assiste uma pessoa próxima arruinar a vida sem entender o motivo por ela fazer isso. Ou seja, realmente é o complemento para o entendimento de uma doença moderna. Assim, o leitor fica com a percepção real de duas visões distintas e de como nos comportamos de forma confusa quando lidamos com a depressão.

Quando Meg comete suicídio, Cody, a personagem principal, não consegue compreender o motivo. A amiga era alegre, popular, inteligente, estava em uma boa faculdade, era paquerada e paquerava, ou seja, tinha uma vida plena, se não perfeita. A forma como ela faz, meticulosa, planejada, deixa Cody ainda mais perplexa. Cody era sua melhor amiga e não aceita o fato de ter ficado de fora do problema que poderia ter originado ato tão extremo. Ao acatar um pedido dos pais de Meg e buscar os pertences de Meg na faculdade, Cody descobre e-mails, um relacionamento com um cantor e outros detalhes que indicam que Meg pode ter sido obrigada, ou influenciada, a cometer suicídio. Por causa disso, Cody começa a buscar a verdade.


"Sinto a tentação de cheirar os lençóis. Se fizer isso, talvez seja suficiente para apagar tudo. Mas você só consegue prender a respiracão até certo ponto. Em algum momento, terei que soltar o cheiro dela; então, vai ser como aquelas manhãs, em que acordo e me esqueço antes mesmo de lembrar."

Eu estive aqui precisa ser analisado de dois pontos de vista distintos: como obra literária, ele é fraco, sem um enredo que cause interesse crescente ou personagens que cativem. O relacionamento de Cody com Ben, o cantor que se relacionou com Meg, é previsível e sem muito interesse. Os problemas familiares dela, também não tem qualquer novidade e, de certa forma, não interessam e nem influenciam em nada a história. Na verdade, tudo o que é narrado em paralelo à busca de Cody pela verdade, passa a sensação de que está lá para preencher páginas, mesmo o livro tendo poucas. Mas existe um outro ponto de vista, que, como se descobre nos agradecimentos finais da autora, é o de denúncia. E, por isso, é uma leitura indispensável.

O livro não tem a mesma profundidade nem o envolvimento emocional de Reencontro, mas isso é positivo, porque é dessa forma que se comportam as pessoas que se relacionam com quem sofre de depressão. A revelação final, que explica o motivo do suicídio, pode parecer forçada ou, até mesmo, sem propósito, mas, sem entrar em detalhes para não estragar a leitura, existe um sentimento de vergonha naqueles que sentem essa doença e naqueles que tentam ajudar quem tem essa doença. Isso é um equívoco terrível e que pode desencadear consequências devastadoras. A depressão deve ser tratada como o que ela é, sem preconceito, sem medo do que ou outros vão pensar. Só dessa forma é possível ajudar quem está pedindo por socorro, desesperadamente.

Cody sofre com o sentimento de culpa por não estar ao lado de Meg quando ela precisou de ajuda. Cody não sabia que ela precisava de ajuda, mas acha que seria uma variável que poderia ter mudado o destino da amiga. E, de certa forma, ela tem razão. Ninguém é culpado pela ignorância, mas não se pode desviar do fato de que se não fosse por ela, as coisas poderiam ser diferentes. E a ignorância pode ser resolvida com um pouco mais de atenção e interesse pelos outros no dia a dia.

"Certa tarde, estou me preparando para tomar banho depois do trabalho e, enquanto reviro o armário de remédios em busca de uma gilete nova, vejo um dos frascos enormes de Tylenol que Tricia costuma comprar na farmácia. Graças à minha pesquisa, sei que Tylenol é uma forma terrivelmente dolorosa, mas barata, de se matar. Desligo o chuveiro. Vou para o meu quarto. Espalho os tabletes brancos na minha colcha. Eu deveria tomar quantos? Quantos eu consigo engolir de uma só vez? Como impedir que acabe vomitando tudo?"

Somado a isso, existe a estupidez humana. A inclusão social na Internet é como uma arma: se usada da forma errada, pode ser uma coisa terrível. Não se pode censurar o conteúdo, mas se pode perseguir e condenar aqueles que passam dos limites e usam a rede para causar estragos, de forma direta ou indireta. Como acompanhamos no livro, existem, sim, grupos de apoio ao suicídio. Não aqueles grupos que te ajudam a enfrentar seus problemas, mas, sim, aqueles que te dão ideias e formas de cometer o suicídio. Eles te enchem de mensagens, onde afirmam que você será mais feliz morto do que enfrentando seus medos. É absurdo, irracional, doente, nojento a existência de sites e fóruns com esse propósito, mas eles estão por aí, fáceis de serem achados e prontos para te ajudar a fazer uma enorme, gigante besteira. E essas pessoas, mesmo que não te obriguem a cometer suicídio, deveriam sofrer as penalidades pelo que publicam. Infelizmente, isso não acontece.

Gayle Forman denuncia na forma de uma história o comportamento preconceituoso dos familiares com quem sofre de depressão. Denuncia como alguém com depressão passa despercebido perto dos amigos, principalmente pela vergonha que sente pela possibilidade de descobrirem. Denuncia a existência de fóruns que ajudam pessoas com depressão a cometerem suicídio, distribuindo documentos com venenos eficazes e até o que se sente quando são ingeridos. Por essas coisas, realmente não importa a qualidade da história como ficção, mas sim o que ela apresenta.

Então, leia Eu estive aqui. Como disse lá em cima, é uma obra indispensável. E mais: preste bastante atenção no que é dito nas páginas de agradecimento ao final.

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Novidades #104: Autores Nacionais

Todos os leitores antenados têm percebido a força que o mercado literário nacional tem ganhado nos últimos anos. Publicações independentes, investimento maior das editoras, livros fantásticos que derrubaram preconceitos - seja o motivo que for, é cada vez mais comum vermos autores nacionais com cada vez mais destaque.

E hoje tenho três novidades de autores nacionais que me deixam bastante feliz em compartilhar.

A primeira delas é da autora Eliane Quintella. O livro Pacto Secreto, que havia sido lançado pelo selo Novos Talentos da Literatura, da Editora Novo Século, que inclusive tem resenha aqui, será relançado e ganhará continuação! As capas serão essas:


A trilogia será inteiramente publicada na plataforma Whattpad, gratuira, e depois na Amazon.

Além disso, a autora decidiu que, para essa nova fase, passará a usar um pseudônimo, com um significado muito especial para ela: Alexis Jones. Então para aqueles que conheceram o primeiro livro e querem conhecer a sequência, as novidades virão em breve!

A autora Lorena Roque entrou em contato com o Conjunto da Obra e solicitou apoio para divulgação de seus livros. E, como vocês sabem, as obras nacionais têm espaço cativo aqui.

As principais obras publicadas pela autora atualmente são os dois primeiros livros de uma trilogia de ficção científica, intitulados, respectivamente, O Resgate de Maria Metálica e O Retorno de Maria Metálica.

Maria Quitéria, uma bruxa do bem, foi enviada ao submundo para resgatar uma prisioneira muito especial e poderosa, Maria Metálica. Ela se encontrava no castelo de um mago negro há muitos anos, e era chegada a hora de sua libertação. O leitor fará uma viagem às profundezas da Terra, onde conhecerá as artimanhas do mal e os desafios vividos pelas personagens nas diversas cidades do submundo. Também verá como agem as forças do bem.


Maria Metálica está de volta para mais uma aventura fantástica e emocionante, repleta de novos perigos, encontros, desafios e fortes emoções. A intrépida marciana, agora muito mais forte e consciente de seus poderes mágicos, irá juntar-se a sua fiel companheira, a bondosa bruxa Maria Quitéria, e a outros treze bruxos do bem em sua corajosa luta contra as tenebrosas forças do mal. Nesta nova etapa de sua incrível jornada, repleta de viagens intergalácticas, mundos extraordinários e criaturas quiméricas, a jovem Metálica retornará ao planeta Terra sozinha em sua nave espacial e, ao lado de seus amigos, descerá às profundezas do nefasto e perigoso submundo, onde se deparará com grandes mistérios e ameaças, pois Lucius, o poderoso mago das trevas, será finalmente revelado e tentará consumar seus planos diabólicos de uma vez por todas, mesmo que, para isso, tenha que aniquilar qualquer um que atravessar seu caminho. Nossa heroína e sua turma ainda deverão ajudar uma jovem da Cidade do Cimento a libertar-se dos domínios do mal e encontrar seu verdadeiro caminho. Embarque nessa fabulosa história, plena de magia e fantasia, e deixe-se envolver por um enredo que certamente vai instigar as mentes mais imaginativas e sonhadoras; um verdadeiro convite a um incrível e surpreendente universo paralelo povoado de bruxas, fadas, magos, alienígenas e robôs.


A autora Jéssica do Nascimento lançará seu primeiro livro, Incipiens, na Bienal do Livro do Rio de Janeiro, pelo selo Métrica, da Editora Tribo das Letras. Conheça um pouco mais:

Alice é abandonada e se torna órfã com poucos dias de vida. Seu único refúgio é a biblioteca da cidade e esse é o lugar que ela escolhe para ir na noite que foge do orfanato. Entre os livros ela acredita que está segura, entretanto ao abrir um é sugada para dentro da história. Entre dragões, fadas e elfos descobrirá toda a magia desse mundo. Porém, contos de fadas não são tão perfeitos como ela imaginava, Alice terá que encontrar forças para encarar um Rei tirano. Se transportar para essa história pode ser fascinante e perigoso.



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Conjuntando #43: Maio em Fotos

Em Maio tudo foi lento por aqui. É engraçado como tem épocas do ano em que só consigo focar em uma coisa e todo o resto parece em slow motion. rsrs. Já comentei com vocês que só li um livrinho no mês, pois estou concentrada nas provas da faculdade - final de semestre, sabem como é. Junho também segue nessa tendência, mas aí é assunto para posts futuros.

Até o Instagram do blog ficou desacelerado em maio. Foram pouquinhas coisas que pude mostrar para vocês, mas acho que foram coisas legais, então aqui vai um resumo:


 

E Junho já está acabando, então lá vamos nós de novo! :)
E vocês, o que me contam de bom?


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Schroder - Amity Gaige

Créditos da Imagem: Pausa para um café
Sinopse: Um folheto de divulgação de uma colônia de férias exibe meninos americanos felizes e integrados. Para se tornar um deles, o adolescente Erik, que deixou a Alemanha Oriental rumo aos Estados Unidos aos cinco anos, acredita que deve ter um inglês impecável e sem sotaque, uma história familiar enraizada nos Estados Unidos e o sobrenome Kennedy. Ao se inscrever na colônia de férias, Erik Schroder assumirá uma nova identidade, romperá com seu passado, e, talvez tarde demais, descobrirá quanto se tornou refém da própria mentira. E então nem mesmo uma filha e o casamento dos seus sonhos poderão ajudá-lo. (Skoob)
GAIGE, Amity. Schroder. Rio de Janeiro: Editora Intrínseca, 2014. 272 p.

Comprei Schroder, de Amity Gaige, mais pela capa do que pela promessa da sinopse. Não que a sinopse não fosse boa, mas a capa trouxe consigo um mistério e uma beleza que, por si, superaram qualquer sinopse. Ao adicionar o livro na minha estante no Skoob, porém, percebi que pouquíssimas pessoas chegaram a ler a obra. Como estou me sentido uma criança em razão das perguntas mais tolas que me atiçam a curiosidade - aguçada pelos detalhes aparentemente mais irrelevantes - quis entender o porquê por trás de tudo isso - da capa, da sinopse, das poucas leituras. E terminei Schroder com mais perguntas do que respostas.

Amity Gaige tem uma escrita impecável. A desenvoltura com as palavras é perceptível logo nas primeiras páginas, as quais nos sugam para dentro da história com uma rapidez impressionante. A divisão do livro em capítulos curtos contribui para a celeridade da leitura: com poucas frases, a autora consegue nos contar muitas coisas, fazer reflexões profundas, demonstrar fatos e sentimentos. É concisa, sem ser superficial.

A construção do texto em primeira pessoa só nos permite conhecer Erik - e os outros personagens pelo ponto de vista de Erik. Trata-se de um relato do próprio protagonista tentando explicar os motivos pelos quais fez o que fez, todos sempre relacionados ao sentimento de orgulho, de amor, de medo. Por isso, essa construção nos permite conhecer Erik em todas as suas nuances, entendê-lo no seu desacerto, visualizá-lo no seu desespero e não julgá-lo, por mais equivocado e imoral que seja o seu comportamento. Roubar um carro, sequestrar sua filha e fugir não são as atitudes mais racionais - mas quem falou em racionalidade?

"E ele ainda se pergunta o que teria acontecido se eles tivessem conseguido manter isso, se eles tivessem conseguido ficar apaixonados daquele jeito, talvez pudessem ter ido para uma espécie de casulo, um lugar onde o amor deles encontrasse a permanência. Porque, no fim, as grandes forças antagônicas da nossa existência não são vida versus morte (o noivo acreditava nisso), mas sim amor versus tempo. Na maioria das vezes, o amor não sobrevive à passagem do tempo. Mas, às vezes, sobrevive. Tem que sobreviver, às vezes."

Erik Kennedy nem ao menos se chama Erik Kennedy. Toda a sua vida foi construída com base em uma mentira - uma mentira que inicialmente parecia inocente, pois ele era apenas um garoto que queria pertencer a algum lugar, ser alguém. Só que a mentira tomou tamanha proporção que já não podia ser desfeita, e tudo aquilo que pudesse ameaçá-la tinha de ser mantido longe - inclusive seu próprio pai.

Schroder conseguiu mexer comigo de uma forma que eu talvez não consiga explicar. Porque eu torcia por Erik, queria que ele fosse compreendido, queria que ele pudesse sair do lodo no qual ele parecia se afundar cada vez mais. Só que, a cada passo, ele se comprometia cada vez mais, se perdia cada vez mais. E a minha frustração foi imensa quando eu cheguei na última página e vi que não haveria mais nada depois dela.

Depois de concluir a leitura, li algumas resenhas a respeito do livro. Em uma delas, descobri que a obra é baseada na história real de Clark Rockefeller, e isso trouxe todo o sentido que faltava ao livro. Não cheguei a conferir se havia alguma referência a isso no livro escrito pela autora, mas eu finalmente pude compreender por que o livro terminou da maneira como terminou, visto que, se o caso do próprio Clark não estava definido quando a autora escreveu o livro, como ela poderia decidir o que teria acontecido a Erik?

Schroder é uma leitura fantástica, envolvente e que te faz derrubar preconceitos bastante arraigados sobre lógicas e princípios, especialmente porque, quando se fala de vida e de amor, é difícil impor ao outro o que se concebe ser certo ou errado.


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Batman, o cavaleiro das trevas - Frank Miller

Sinopse: O Cavaleiro das Trevas conta uma história que começa 10 anos após a aposentadoria do vigilante mascarado Batman. Os heróis no mundo estão extintos por lei e Superman, o último em atividade, é um agente secreto americano, uma super-arma usada em casos de guerra ou crise internacionais. O aumento de criminalidade em Gotham City, com a gangue chamada de "mutantes" aliado a um incomum senso de justiça de Bruce Wayne, fazem o homem-morcego sair das trevas da aposentadoria e enfrentar os criminosos da cidade. Batman é representado por Miller como um homem atormentado pela vingança e traumatizado pelo seu passado, que usa inteligência e força bruta para fazer justiça sem limites, inclusive assassinando criminosos. O renascimento do vigilante coloca o mundo em polvorosa. Batman é chamado de fora-da-lei e acusado de violência contra os direitos humanos. Um novo e polêmico Robin surge, uma adolescente que acrescenta mais lenha à fogueira da mídia. O Coringa, catatônico no Asilo Arkham, desperta quando vê Batman e acometido de uma insanidade sem limites, assassina crianças, espanca Selina Kyle, a antiga Mulher-Gato (que agora dirige uma agência de acompanhantes) e utiliza seu gás da morte na audiência de um programa televisivo. Harvey Dent, o Duas-Caras, aparentemente livre de sua psicopatia e curado fisicamente através de operações plásticas brilhantes, retoma a carreira do crime ao ver Batman em ação. O elo psicológico entre Batman e seus dois principais adversários é colocado à vista por Miller. É quando o Governo americano coloca o Homem-de-aço no encalço do herói mascarado, protagonizando uma luta épica entre os dois personagens, com Batman lançando mão da inteligência e sagacidade para equilibrar o confronto com um inimigo superpoderoso com visão de calor, força extrema e invulnerabilidade. (Skoob)

MILLER, Frank. Batman, o Cavaleiro das Trevas. Panini Comics, 2008.

Mesmo com os recentes filmes da Marvel e DC, que popularizaram ainda mais heróis como Batman, Superman, Capitão América, Homem de Ferro, Hulk, Thor, Homem-Aranha, entre outros, os gibis ainda são considerados uma leitura voltada para crianças ou adolescentes. E isso era verdade, antes de 1986. Antes desse ano, praticamente todos os quadrinhos de heróis possuíam histórias onde os heróis eram 100% bons, e os vilões, 100% maus. Os enredos eram ingênuos, sem atrativo, e as ações dos personagens sem muitas surpresas. Os leitores não eram mais velhos do que 16 anos e, na sua maioria, eram garotos. Com exceção de alguns lançamentos europeus e outros lançamentos alternativos americanos, de tiragem limitadíssima, bem como seu público, não havia nada de novo no mercado. Então, nesse ano de 1986, Frank Miller apresenta algo que muda drasticamente todo um mercado editorial.

O Cavaleiro das Trevas de Frank Miller não é apenas um divisor de águas. Ele não mudou apenas a forma de se contar uma história de super-heróis. Ele fez com que todos os personagens de quadrinhos fossem reconstruídos com base em uma premissa cinza. Ou seja, agora não existiam apenas os bons e os maus. Os heróis passaram a ser mais humanos e a realizar ações que podiam ser questionáveis, e os vilões passaram a ter um passado que poderia justificar sua revolta ou demência. As histórias passaram a refletir esses comportamentos, por isso ficaram mais sérias, mais imprevisíveis, mais dramáticas. Ganhou-se a preocupação em contar histórias que envolvessem o público pelo questionamento da direção que ela tomava. E o público, aos poucos, subiu de idade.

Hoje, pessoas de 35 anos, ou mais, leem quadrinhos e sentem a mesma intensidade de emoções que é possível sentir ao ler um bom livro ou assistir a um bom filme. Isso se deve a Frank Miller e seu Cavaleiro das Trevas, porque foi essa min-série, originalmente dividida em quatro partes, que possibilitou o surgimento de tudo o que se seguiu.

Então, como explicar numa resenha curta o que exatamente existe de diferente em Cavaleiro das Trevas? Não há como fazer isso. Você precisa ler. E ver em cada um dos quadrinhos, que não se desatualizaram com o tempo, o brilhantismo de cada desenho, de cada diálogo e de como toda a história converge desde o início, de forma sútil, para o confronto entre os dois maiores ícones da DC: Batman e Superman. E o leitor percebe isso, mas sente o coração bater mais forte por pensar que isso é impossível. E era, antes de 1986.

Frank Miller introduziu pela primeira vez a influência que a mídia tem sobre o público e sobre algumas decisões políticas. Ele apresentou pela primeira vez um Coringa psicopata, demente, sem limites na sua loucura. Ele apresentou pela primeira vez um relacionamento amoroso entre Batman e a Mulher-Gato. Ele deu a ideia de matar o segundo Robin. Ele apresentou a nova personalidade rebelde do Arqueiro-Verde e do Asa Noturna. Ele mostrou o poder do governo dos Estados Unidos sobre os heróis e o uso destes para missões em outros países. Ele mostrou o crescimento de gangues em bairros de grandes cidades. Ele criou o desgosto que os policiais de Gotham sentem pela interferência de Batman. Ele inovou ao apresentar o novo Robin como uma menina. Ele tornou o Batman um personagem imperfeito, que pode perder uma luta, que pode usar de trapaças para vencer, que pode morrer e que pode matar. Ele mudou até a personalidade do Alfred e de como ele interage com Bruce Wayne.

O brilhantismo de Miller não está apenas no enredo, nos desenhos ou na nova visão de cada personagem, mas também na sequência de cada ação. O que vemos nos quadrinhos bate a maioria de filmes de ação que existiam na época e que existem hoje. Várias sequências dos três filmes de Nolan foram retiradas das páginas de O Cavaleiro das Trevas. A cena da morte dos pais de Bruce, repetida em todos os filmes do Batman, são deste gibi.

O Cavaleiro das Trevas teve um impacto tão forte, que o próprio Miller nunca mais conseguiu criar nada que chegasse perto de sua obra. Ele lançou anos mais tarde uma continuação para a história, mas ela rechaçada pela crítica e pelo público.

Para quem não é fã de quadrinhos, é difícil entender e identificar a influência que Cavaleiro das Trevas teve. Mas se você gosta de uma história tensa, cheia de detalhes, que cria uma atmosfera de suspense crescente dentro de uma trama extremamente bem construída, e estrelada por personagens críveis, marcantes, cujas ações são imprevisíveis e rodeadas de dualidade moral, não deixe de ler uma das melhores e mais cultuadas obras já feitas.

E isso sem qualquer exagero!


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Novidades #103: O Equinócio - Editora Métrica

Quem acompanha a Editora Métrica nas redes sociais já deve ter percebido a quantidade enorme de lançamentos anunciados pela Editora por lá. São muitas as novidades que vem por aí, para agradar a todos os leitores.

A autora Mione Le Fay  também terá seu livro O Equinócio publicado pelo selo Métrica em breve.

Vamos conhecer um pouco do livro?



Pela primeira vez no Reino Encantado a paz parece reinar, agora que a Corte da Luz e a Corte das Sombras se uniram graças ao casamento de Owen o Rei Sombrio  com Lenora a Rainha da Luz.
Mas a traição do Rei Sombrio pode colocar tudo a perder, principalmente com o nascimento do fruto dessa traição.

Conseguirá Owen guardar esse segredo? Ou a tão esperada paz entre as cortes pode acabar?






O lançamento oficial ocorrerá na Bienal do Livro do Rio, em setembro deste ano, quando ocorrerá também sessão de autógrafos com a autora.

Para conhecer mais, acesse: Wattpad | Página Livro | Página Autora | Twitter | Evento




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Promoção: Aniversário O Maravilhoso mundo da leitura


Olá pessoal!!

O blog O maravilhoso mundo da leitura está completando 3 anos e para deixar esse dia ainda mais especial, uma galera veio participar da festa e presentear vocês leitores.

As regras da promoção são bem simples, somente a primeira entrada é obrigatória e todas as outras são chances extras. O sorteado deverá responder o email e enviar seus dados no prazo de 3 dias, ou o sorteio será refeito. Cada blog é responsável pelo envio de um determinado prêmio e para isso terão até 50 dias para enviá-lo. Não nos responsabilizamos por perdas ou extravio por conta dos correios. A promoção inicia dia 19/06 e vai até o dia 25/07.


Livros e Cores - Na ilha
Electric Beans - A Rainha Normanda + 5 marcadores diversos
Estante de Papel - Querido John
Pobre Leitora - Kit de 20 marcadores e folhetos

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Minha Velha Estante - Conselho de amiga
Café com Livro - Como Falar com um Viúvo + marcadores diversos
Café com Aroma de Livros - Cinderela Pop + 5 marcadores do blog + bloco de anotação artesanal
GeraçãoLeitura.com - Marcadores e post- it

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Doces Letras - Sequestrados
Paradoxo Perfeito - A Jornada
Brooke Bells - Destruidoras
Tudo que Motiva - Folheto com o primeiro capítulo do livro "Não Pare - FML Pepper" + marcadores

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Coração Leitor - Entre Dois Mundos
Uma Conversa Sobre Livros - Cidade de ladrões (Edição de Bolso)
Conjunto da Obra - Diário de um Adolescente Apaixonado
As Leituras da Mila - 40 marcadores diversos

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Livrando por Aí - O Poderoso Chefão
Mulheres Românticas - O começo do Adeus
Codinome: Leitora - Fique comigo
P.S. Believe And Live - Camaradas em Miami

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Lisossomos - 50 tons de cinza
MagiasBook - Cinquenta Tons de Prazer
Livros, a Janela da Imaginação - Tudo que eu preciso e Felicidade Temporária

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Boa Sorte!!

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Antes Que Eu Vá - Lauren Oliver

Créditos da foto: Portão Azul Blog
Samantha Kingston tem tudo: o namorado mais cobiçado do universo, três amigas fantásticas e todos os privilégios no Thomas Jefferson, o colégio que frequenta — da melhor mesa do refeitório à vaga mais bem-posicionada do estacionamento. Aquela sexta-feira, 12 de fevereiro, deveria ser apenas mais um dia de sua vida mágica e perfeita. Em vez disso, acaba sendo o último. Mas ela ganha uma segunda chance. Sete “segundas chances”, na verdade. E, ao reviver aquele dia vezes seguidas, Samantha desvenda o mistério que envolve sua morte — descobrindo, enfim, o verdadeiro valor de tudo o que está prestes a perder. ... Em uma noite chuvosa de fevereiro, Sam é morta em um acidente de carro horrível. Mas em vez de se ver em um túnel de luz, ela acorda na sua própria cama, na manhã do mesmo dia. Forçada a viver com os mesmos eventos ela se esforça para alterar o resultado, mas acorda novamente no dia do acidente. O que se segue é a história de uma menina que ao longo dos dias, descobre através de insights desoladores, as conseqüências de cada ação dela. Uma menina que morreu jovem, mas no processo aprende a viver. E que se apaixona um pouco tarde demais.
OLIVER, Lauren. Antes Que Eu Vá. Rio de Janeiro: Editora Intrínseca, 2011. 369 p.

Já faz um bom tempo que eu li esse livro, meados de 2011, por aí, mas quando vi que ainda não tinha feito resenha dela para vocês, fiquei me perguntando o porquê, já que acho esse livro incrível. Já adianto que a história dele é totalmente o contrário de tudo o que eu esperava, e isso uma super vantagem, na maioria das vezes. 

Samantha Kingston é aquela garota que, supostamente, todo mundo queria ser. Tem uma vida perfeita, o namorado mais lindo e desejado do mundo, amigas maravilhosas e, é claro, é a mais popular do colégio. Resumindo, sua vida não tem defeitos. Tudo está acontecendo com naturalidade: paquerou o professor de Álgebra, colou em uma prova e está indo à uma festa com suas amigas. Porém, acontece o inesperado. Ao voltar da festa, Sam sofre um acidente de carro. E morre. 

O que acontece em seguida consegue ser mais inesperado ainda. Estranho, até. Sam simplesmente acorda no outro dia, como se nada tivesse acontecido. E isso acontece durante uma semana inteira. São sete dias revivendo o dia 12 de fevereiro, um dia que tinha tudo para ser perfeito. O que você faria se isso acontecesse com você? Tentaria consertar os seus erros? Até onde iria para salvar a sua vida?

O que estou querendo dizer é: talvez você possa se dar o
 luxo de esperar. Talvez para você haja um amanhã. Talvez 
para você haja mil amanhãs, ou três mil, ou dez, tanto tempo 
que você pode se banhar nele, girar, deixar correr como moedas entre os seus 
dedos. Tanto tempo que você pode desperdiçar. 
Mas para alguns de nós só existe hoje.E a verdade é que nunca se sabe.

A verdade é que eu nunca vou conseguir fazer uma resenha digna para esse livro. Nos dois primeiros dias revividos por Sam, eu estava achando que o livro seria, com o perdão da palavra, uma verdadeira merda. Eu sinceramente achava que todos iam ser a mesma coisa. Mas não. A protagonista percebe que, independentemente do que ela faça ou fale, ela sempre irá voltar para o mesmo dia. Foi nesse ponto que consegui enxergar a autenticidade não só da personagem, mas da autora também. 

Sam sempre foi aquela que maltrata e julga as pessoas, parte por vontade própria, para se satisfazer, parte por influência das amigas. Somos levados então a um ponto interessante da trama, que é bem delicado: a amizade das garotas e como ela muda com o decorrer do livro. A primeira impressão que temos é que as meninas são inseparáveis. Mas a verdade é que, quando Sam começa a mudar de atitude, percebemos que essa união é totalmente fútil e levada por interesses. 

Lauren Oliver não só conseguiu criar personagens incríveis e marcantes, mas também uma trama digna de atenção. A começar pela protagonista que, ao final do livro, já aprendeu tanto com a vida que se torna praticamente outra pessoa. Obviamente, os personagens secundários também não deixam a desejar, principalmente Kent, totalmente fofo e apaixonante, e Juliet, alvo de tanta humilhação por parte de Sam e suas amigas que se tornou quase impossível não se interessar por ela. 

Tirei uma estrelinha do livro unicamente pelo final, que me deixou muito frustrada. Fiquei esperando muito por uma coisa que não aconteceu. É claro que isso não faz o livro ser ruim, pelo contrário. É uma leitura totalmente válida, comovente e profunda e que te fará ter uma nova visão sobre a vida.


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Promoção: Deserto de Ossos


Queridos leitores, vocês já viram a resenha de Deserto de Ossos aqui no blog? Quem leu viu que eu me envolvi bastante com o enredo e adorei conhecer uma parte da História tão pouco falada.

E para alegria de todos, em parceria com a Companhia Editora Nacional, o Conjunto da Obra vai sortear um exemplar do livro para um dos leitores!

Para participar é simples: basta seguir o blog  Conjunto da Obra pelo Google Friend Connect (clicar em "Participar deste site" na barra lateral direita) e preencher essa entrada no formulário. Depois, várias outras entradas serão abertas, para quem quiser ter ainda mais chances.

a Rafflecopter giveaway

As inscrições serão feitas por meio da ferramenta Rafflecopter. Para os que ainda têm dúvidas sobre como utilizá-la, podem ver este tutorial aqui. Entradas serão válidas até dia 11 de julho, e o resultado será divulgado em até 7 dias.

Após o resultado, o Conjunto da Obra entrará em contato com o vencedor por e-mail, que deverá ser respondido em até 24 horas. O exemplar deverá ser remetido pela Companhia Editora Nacional.

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Deserto de Ossos - Chris Bohjalian

Em 1915, o massacre de milhares de armênios perpetrado pelos turcos tingiu para sempre as areias do deserto sírio com o sangue e os ossos de uma civilização inteira. Em meio a esse cenário desolador, Armen Petrosian, um jovem engenheiro armênio que perdeu a esposa e a filha, e Elizabeth Endicott, uma rica jovem americana, se apaixonam. Mas antes de assumir o que sentem, eles se separam quando Armen se alista no exército britânico e Elizabeth vai trabalhar como voluntária. Ambos testemunharão atrocidades que os marcarão para sempre antes que possam se reencontrar. Quase um século depois, às vésperas do centenário do genocídio, a neta do casal, Laura, embarca em uma jornada pela história de sua família, descobrindo uma história de amor, perda e um delicado segredo que ficou soterrado por gerações. (Skoob)
BOHJALIAN, Chris. Deserto de Ossos. Companhia Editora Nacional: 2015, 344p.

Conhecer a História do mundo é algo que sempre me fascinou, e não é raro que os livros que narrem algum momento passado conquistem sempre lugar na minha estante. Por isso, é curioso o fato de que eu não fazia ideia dos acontecimentos pano de fundo de Deserto de Ossos, de Chris Bohjalian: um genocídio armênio no início do séc. XX. Eu tinha ideia superficial da perseguição turca aos cristãos no oriente médio naquela época, por conta da leitura de Amrik, mas não pude imaginar a dimensão das atrocidades cometidas.

Deserto de Ossos é um romance que se passa em dois momentos diferentes: o primeiro, nos Estados Unidos, nos dias atuais, com fatos narrados em primeira pessoa por Laura, escritora, neta de um imigrante armênio, que pesquisa a história dos avós para escrever seu novo romance; o segundo, intercalado aos capítulos do presente, se passa em Alepo, em 1915 e, com narração em terceira pessoa, acompanha quase uma dezena de diferentes personagens - especialmente Elizabeth, Armen, Nevart e Hatoum - e o holocausto armênio nas areias do deserto durante a Primeira Guerra Mundial.

"De qualquer modo, a resposta curta para aquela primeira pergunta - 
Como um milhão e meio de pessoas morrem sem que ninguém saiba? - 
é realmente muito simples. Você as mata no meio do nada."

Sempre que leio livros que se passam na época das Guerras, sinto o coração se apertar perante a indiferença e a crueldade que toma conta das pessoas, que deixam de ver umas nas outras semelhantes e passam a percebê-las como inimigos e fantoches que podem ser eliminados. Em contrapartida, também é nesses momentos de crueldade humana que surgem os maiores atos de desapego e auxílio, de bondade. E não foi diferente nesta obra.

Apesar da narrativa lenta, que intercalava os acontecimentos de todos os personagens em diversas situações, mesmo as cotidianas, o livro tinha nesses pequenos trechos, que a princípio pareciam dispensáveis, os elementos essenciais de construção psicológica de cada personagem. Depois que o perfil da obra foi construído, o leitor se vê imerso na trama, e quer saber qual será o destino de todos os personagens que acompanhou. E a curiosidade é compensada pelo autor.

"Somente Bob suspeitou da verdade e entendeu que na realidade eu estava chorando por meus avós. Eu estava chorando por Karine. Eu estava chorando por um bebê chamado Talene que não viveu para ver seu primeiro aniversário. Eu estava chorando pelas mortes de um milhão e meio de pessoas, 
e uma civilização no leste da Turquia que fora reduzida a
 uma montanha de ossos sobre as areias de Del-er-Zor.
Mas, principalmente, eu estava chorando pelas perdas e pelos segredos que 
Armen e Elizabeth levaram para o túmulo."

Além disso, existem, na obra, informações pendentes o tempo todo, que só viremos a saber com o passar das páginas. Algumas são situações mal resolvidas, pelas quais esperamos respostas e que nos enchem de expectativa. Outras, são acontecimentos inesperados que vêm mudar o rumo da trama. Por causa disso, a lentidão da narrativa foi equilibrada pelas surpresas da obra, e a leitura se torna agradável.

O único problema que tenho a citar é que havia duas frases no livro - sim, foram duas apenas - que eu li, reli, e não consegui compreender o significado. Acredito que tenha ocorrido algum erro na tradução, que tornou as construções ininteligíveis. No contexto, no entanto, não foram relevantes.

Deserto de Ossos é um livro complexo, não por ser de leitura difícil, mas pelas implicações que traz, como a crueldade com milhões de pessoas e a quase dizimação de um povo, e as tragédias pessoais que marcam cada um ao fim de uma Guerra. Não cheguei a me emocionar com alguma passagem, mas fiquei chocada com os segredos que Elizabeth teve de guardar e, ainda que inconscientemente, torci para um final feliz, que, de uma forma singular e não tão feliz assim, acabou por vir.

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Novidades #102: Lançamentos Intrínseca - Junho

Primeiro de tudo: todo mundo viu que o Conjunto da Obra teve a parceria renovada com a Editora Intrínseca para 2015? Eu fiquei feliz por demais, e agradeço novamente à Editora pela confiança, que tem sido maravilhosa nesse período em que trabalhamos juntos.

Depois dessa notícia fantástica, quero mostrar para vocês o que a Editora promete para este mês de junho. Isla e o Final Feliz, de Stephenie Perkins, um dos mais esperados pelos leitores, chegará logo às bancas. Bebês Submarinos, essa coisa fofa de Seth Casteel, virá para nos deixar cute-cute. Tem edição comemorativa de Quem é você Alasca?, e muitos outros:


Os Guingle, de Clóvis Bulcão: O sobrenome Guinle parece estar eternamente associado ao hotel Copacabana Palace, no Rio de Janeiro, e permanece no imaginário popular como uma espécie de sinônimo para luxo, glamour e opulência. As lendas em torno do comportamento extravagante de alguns de seus integrantes, porém, obscureceram a atuação da família como empreendedores pioneiros no século XX, no momento em que o Brasil dava seus primeiros passos rumo à industrialização.
Filho de imigrantes franceses, Eduardo Palassim Guinle, sua esposa Guilhermina e o sócio Cândido Gaffrée deram início a uma dinastia que deixaria sua assinatura no mundo empresarial, nas artes, na exploração de petróleo e até mesmo na popularização do futebol como preferência nacional.
Em Os Guinle, o historiador Clóvis Bulcão resgata as realizações dos sete filhos de Eduardo e Guilhermina, personagens que apostam em inovações, se movimentam com desenvoltura na cena política, no jet set internacional e até mesmo nos palcos. Sob o lema "Se você deseja, não lhe fará mal", construíram castelos que não resistiram à passagem do tempo.

Estação Onze, de Emily St. John Mandel: Certa noite, o famoso ator Arthur Leander tem um ataque cardíaco no palco, durante a apresentação de Rei Lear. Jeevan Chaudhary, um paparazzo com treinamento em emergência médica, está na plateia e vai em seu socorro. A atriz mirim Kirsten Raymonde observa horrorizada a tentativa de ressuscitação cardiopulmonar enquanto as cortinas se fecham, mas ele já está morto. Nessa mesma noite, enquanto Jeevan volta para casa, uma terrível gripe começa a se espalhar. Os hospitais estão lotados, e pela janela do apartamento em que se refugiou com o irmão, Jeevan vê os carros bloquearem a estrada, tiros serem disparados e a vida se desintegrar.
Quase vinte anos depois, Kirsten é uma atriz na Sinfonia Itinerante. Com a pequena trupe de artistas, ela viaja pelos assentamentos do mundo pós-calamidade, apresentando peças de Shakespeare e números musicais para as comunidades de sobreviventes.
Alternando entre os grandiosos tempos antes da tragédia e o mundo que existe depois, Estação Onze traça as inesperadas reviravoltas no destino que unem seis pessoas, e cada uma delas oferece uma perspectiva única da vida, dos relacionamentos e da beleza do mundo em que vivemos.

Isla e o final feliz, de Stephenie Perkins: Tímida e romântica, Isla tem uma queda pelo introspectivo Josh desde o primeiro ano na SOAP, uma escola americana em Paris. Mas sua timidez nunca permitiu que ela trocasse mais do que uma ou duas palavras com ele, quando muito.
Depois de um encontro inesperado em Nova York durante as férias, envolvendo sisos retirados e uma quantidade considerável de analgésicos, os dois se aproximam, e o sonho romântico de Isla finalmente se torna realidade. Prestes a se formarem no ensino médio, agora eles terão que enfrentar muitos desafios se quiserem continuar juntos, incluindo dramas familiares, dúvidas quanto ao futuro e a possibilidade cada vez maior de seguirem caminhos diferentes.
Com participações de Anna, Étienne, Lola e Cricket, personagens apresentados em livros anteriores da autora, Isla e o final feliz é uma história de amor delicada, apaixonante e sedutora, com um desfecho que vai fazer os fãs de Stephanie Perkins suspirarem ainda mais.

Serena, de Ron Rash: Pemberton, um rico madeireiro, e sua esposa, Serena, são um casal ambicioso, determinado a derrubar todas as árvores das montanhas da Carolina do Norte para aumentar sua fortuna durante a Grande Depressão. Mas um projeto de parque nacional ameaça esses planos. Pemberton passa a subornar as pessoas mais influentes para manter sua propriedade e seu poder. Já Serena, sem escrúpulos, recorre a outros argumentos: a força, as armas e a crueldade. Para sustentar o grande império e conseguir o que ambicionam, os dois vão passar por cima de tudo. Até deles próprios.
Uma narrativa brilhante, que equilibra beleza e violência, paixão e ódio, impiedade e amor. Com roteiro do próprio autor e direção de Susanne Bier, Serena foi adaptado para o cinema em 2014 com Jennifer Lawrence e Bradley Cooper nos papéis principais.
 
Moneyball, de Michael Lewis: O mundo dos esportes leva à loucura milhares de fãs que acompanham de perto cada partida, aflitos com as possibilidades criadas pelo acaso. Mas um homem se recusou a aceitar a suposta aleatoriedade de uma das maiores paixões dos americanos: o beisebol. Como gerente geral de um dos times de menor orçamento da grande liga, Billy Beane impôs uma gestão mais racional, uma nova perspectiva sobre o beisebol, e usou um alto conhecimento em matemática para determinar o modo de jogar e selecionar os atletas contratados pela equipe. Moneyball é a saga em busca do segredo do sucesso do Oakland Athletics sob seu comando.
Numa narrativa repleta de personagens fascinantes e questionamentos inteligentes, Michael Lewis mostra a luta de um administrador para levar seu empreendimento à máxima performance pelo menor custo e impor racionalidade num universo dominado por favorecimentos, desperdício e vícios. É a história de superação de um time medíocre e a biografia de um homem que se destacou num dos negócios mais ferozes e competitivos dos Estados Unidos.
O livro também inspirou O homem que mudou o jogo, filme estrelado por Brad Pitt que recebeu seis indicações ao Oscar e acumulou diversos prêmios da indústria cinematográfica.

Acha que acabou por aí? Que nada! Se quiser conferir mais informações sobre os demais lançamentos, basta clicar na imagem abaixo:

http://www.intrinseca.com.br/blog/2015/06/lancamentos-de-junho/
 
E aí, quais foram seus preferidos?

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Reencontro - Leila Kruger

Sinopse: "Está bem no fundo. Não se pode alcançar... aos poucos, vai roubando o ar.” Ana Luiza vai perdendo seu fôlego: o fim de (mais) um grande amor, um pai distante, uma mãe fútil, uma amizade complexa e "pessoas que sempre vão embora". Com suas músicas de rock, seus livros e seus cigarros, Ana Luiza vê sua vida desmoronar. "O amor é uma ferida”, ela sentencia. Mas a “garota de olhar longínquo” tem um encontro inesperado com um alguém aparentemente muito diferente dela: os “olhos imensos”, que tudo veem... Presa em seu próprio mundo e rendida ao álcool e às drogas, Ana Luiza tenta fugir. Principalmente do temido amor, que tanto a feriu...  Como encontrar, ou reencontrar o próprio destino? Até onde o amor pode ir, até quando pode esperar? O que há além das baladas de rock e dos poemas românticos? Poderá o amor salvar alguém de sua própria escuridão? Às vezes, é necessário perder quase tudo para reencontrar... e finalmente poder amar. (Skoob)

KRUGER, Leila. Reencontro. Novo Século, 2011. 496 p.

Você se olha no espelho e não há ninguém ali que valha a pena identificar. Por mais bonito que você seja, a única coisa que você vê é algo feio, vazio, sem propósito, imperfeito. Não há nada naquele reflexo que justifique respirar. Você fecha os olhos e sente a dor. O aperto no peito, a dificuldade em respirar, o desespero, a solidão, mesmo estando rodeado de pessoas que te amam. Você mantém os olhos fechados e se deita, embora as pernas tenham força para te manter em pé. Você sente as lágrimas caírem, os lábios tremerem e sabe que não há nada que faça elas pararem. Sabe que a única coisa capaz de fazer isso, é dormir. E luta para conseguir. E se não consegue ter esses breves momentos de inconsciência, que ajudam você a se manter respirando, então pensa no que pode fazer para que eles aconteçam. E então vêm as más ideias. Elas não são uma saída covarde. Elas são a solução para uma dor que não passa tomando remédios. Mesmo dormindo, você sabe que a dor estará lá quando acordar. Então, você faz o que for preciso para acabar com esse sofrimento.

Isso se chama depressão.

Não existe uma causa específica para se ter depressão. Ela simplesmente explode em seu peito e te arrasta para uma escuridão sem fim. Não existe conversa lógica que te convença de que o que sente não faz sentido. Que os problemas podem ser resolvidos. Que você é uma boa pessoa e que só está passando por uma fase difícil. Nada disso adianta, porque a dor e o desespero permanentes não deixam. Pode ser o fim de um namoro, a saída de um emprego, a perda de um ente querido ou um amigo. Pode ser, simplesmente, porque um dia você se olha no espelho e se acha feio. Algo explode em seu cérebro, na sua alma, e você se quebra. E acha que nada poderá juntar seus pedaços novamente.

"Seria mais fácil se ela pudesse deletar as coisas de sua cabeça como se deletava um Orkut... ou um contato do MSN... um número de celular. Mas não era assim. Não havia botões... o botão verde contra a dor. Só apertar e descansar. Um botão verde de emergência para o coração. Um coração sem memória."

Ana Luiza, a personagem de Reencontro, enfrenta esse problema, com o agravante do consumo de álcool e drogas. É difícil para quem nunca viu alguém em depressão entender os motivos que a levaram tão longe. Todos temos desilusões amorosas. Todos, em algum momento, presenciamos discussões dos nossos pais. Todos perdemos alguém de quem gostamos. Mas por que só alguns não conseguem suportar? Não há uma explicação para isso. Nem os terapeutas sabem dizer o que leva uma ou outra pessoa a se entregar para tanto sofrimento.

Para mim, acompanhar a trajetória de Ana Luiza foi agonizante, mas é reconfortante encontrar no livro a única coisa que realmente consegue tirar alguém da depressão. Não são os remédios nem as terapias que fazem isso, mas o amor. Não o amor de pai e mãe, não o amor de amigos, não o amor de filha, mas o amor entre um homem e uma mulher. Esse é o único amor que consegue injetar em quem está deprimido a esperança de que não é tão pouco, que ainda vela apena viver.

Por quê?

Porque amor de pai e mãe é incondicional, não vale. Amor de amigos é insuficiente, porque amigos ficam ao seu lado mesmo que você seja tão fraco e imperfeito. Mas o amor de alguém que sente desejo por você, esse amor mostra que você tem algo que vale a pena lutar, algo que pode ser admirado e que pode fazer a diferença para outro alguém ser feliz. Você se sente importante, você encontra um motivo para se levantar, parar de chorar e acreditar que ainda existe algo dentro de você que presta.

"Ana Luiza ficou no mínimo meia hora decidindo se ia levantar. Foi ao banheiro, urinou sem ânimo; confrontou sua cara inchada no espelho, atirou água nela como se a agredisse. Olhou-a outra vez no espelho... e arregalou os olhos. Procurando nuvens escuras que giravam devagar como redemoinhos. Olhou bem dentro de seus olhos. Concentrou-se, avaliou... Se havia nuvens, teria de encontrá-las. Mas ela não sabia ainda ver... Só sabia sentir. Ela só sabia sentir a chuva, e não via as nuvens..."

Rafa é a representação desse amor para Ana Luiza. É ele quem inicia sua subida e que justifica sua luta para conseguir se recuperar, ou reencontrar. Sem Rafa, Ana Luiza não teria motivo para lutar. Mas não só porque ele diz que a ama, mas porque é verdadeiro. É um amor sem interesses. Um amor que usa o respeito e a confiança para solidificar sua base. Só assim é possível salvar alguém definitivamente da depressão.

Tudo o que fazemos, de bom ou ruim, tem consequências. Para nós ou para quem nos rodeia. Ana Luiza aprende isso da pior forma. Às vezes aquele telefonema que você recusa, a preguiça que evita você sair numa tarde, ou a resposta mais rude a alguém, pode direcionar a vida para um resultado desastroso. Mesmo você não tendo culpa direta, sempre fica a dor na consciência de que poderia ser diferente. E tudo o que você faz de ruim com você mesmo, um dia é cobrado. Seu corpo e sua mente cobram.

"Em dez de outubro, dia de céu nublado, ela se sentira feliz como há muito tempo não se sentia. Ela flutuava, seu corpo finalmente pairava. Por um momento nada faltara a ela. E por um momento ela não tivera medo. Na primavera tudo renascia... mesmo que não houvesse muito sol. Havia força."

A parte final de Reencontro demonstra que o fim de um processo pode ser mais doloroso que todo o seu conjunto, mas que se você tiver quem te ama, de verdade, você consegue se levantar, se reencontrar, se reconstruir e recriar uma vida que pensou que não poderia ter.

Curioso que disse isso no texto do dia dos namorados de sexta-feira, mas, no fim, tudo que você precisa para se manter em pé, é acreditar em você mesmo e em que te ama. Com isso, você consegue ser feliz.

Reencontro, principalmente para quem já conheceu a depressão, é uma leitura que traz a confirmação de que você pode ser um vencedor sobre uma doença que não é compreendida pela maioria das pessoas, mas que existe e te destrói por dentro.

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Conjuntando #42: Dia dos Namorados


No dia dos namorados, nada melhor do que uma historinha de amor, não é? A que vou relatar abaixo, envolve um romance, um pouco de fé – ou de coincidências, como preferir –  e, claro, um livro.

Espero que gostem ;)

Era uma vez um garoto que se apaixonou por uma garota na primeira vez que a viu. Ele tratou logo de encontrar motivo para conversar com ela, e ela demonstrou que gostava de conversar com ele. Assim, ele tomou coragem e, sem esperar muito mais, a convidou para sair, mas ela recusou. Ele ficou surpreso e desapontado, uma vez que achou que ela estava interessada nele. 

O garoto passou então a tentar entender o motivo da recusa, até que descobriu que ela havia se apaixonado por uma terceira pessoa, que, por sua vez, não queria nada sério com ela. Ou seja, armou-se uma fila de desafetos.

Durante seis meses, o garoto repetiu as tentativas de conquista, mas a garota recusou todas e, aos poucos, os dois se afastaram.

Sofrendo de amor, o garoto decidiu que ficaria longe da garota e nunca mais a veria. Nesse dia, ele rezou por um sinal que o convencesse a persistir, mas nada aconteceu. Na semana seguinte, desanimado, ele se sentou na sala de frente para a estante de livros, e a capa do livro O Pequeno Príncipe lhe chamou a atenção. Ele pegou o livro e leu. Na parte da raposa, onde existe o seguinte trecho: 

“– Tu não és ainda para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu também não tens necessidade de mim. Não passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim único no mundo. E eu serei para ti única no mundo... 

– O que é preciso fazer? – perguntou o pequeno príncipe.... 

– É preciso ser paciente – respondeu a raposa. – Tu te sentarás primeiro um pouco longe de mim, assim, na relva. E te olharei com o canto do olho e tu não dirás nada. A linguagem é uma fonte de mal-entendidos. Mas, cada dia, te sentarás um pouco mais perto...”.

O garoto leu tudo e parou para pensar. Então, fechou o livro e decidiu fazer uma última tentativa. Na semana seguinte, ele viu a garota, mas não puxou assunto com ela. Na outra semana, ele passou a perguntar e responder coisas triviais. E na seguinte, levou um chocolate para ela. E na seguinte, ele ouviu algum problema que ela enfrentava. E assim, durante seis meses, um pouquinho a cada dia, sem mencionar o que sentia por ela, ele foi se aproximando, tornando-se importante na vida dela, não pelo amor, mas pela presença e pela cumplicidade. Ao fim desse tempo, a garota já ansiava pela chegada do garoto. E então, ele a convidou para sair. E ela aceitou.

Um ano mais tarde, o garoto e a garota se casaram. Depois da lua de mel, o garoto foi buscar a filmagem que uma empresa havia feito da cerimônia. O atendente colocou o DVD no aparelho para o garoto ver como ficou. Ao fim, começou a aparecer uma mensagem. O garoto estranhou, porque havia pedido algo simples, sem qualquer texto. Mas ele não teve tempo de se levantar para reclamar. A mensagem que aparecia na sua frente, era o mesmo trecho do livro O Pequeno Príncipe que o garoto havia lido 1 ano e meio atrás.

Não importa se você tem fé, ou se prefere aceitar as coincidências, ou mesmo se vê tudo como obra do destino. Independentemente de sua crença, acredite em você e no que sua voz interior diz. Lute pelo que deseja, pelo que ama.

Seja feliz!

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Novidades #101: Colorindo o mundo fashion


Para quem gosta de livros de colorir, são muitas as novidades que têm surgido, não é?

E a moda não poderia ficar de fora dos temas dos livros.

A Companhia Editora Nacional lança o livro Colorindo o mundo fashion – relaxe com estilo (96 páginas, R$ 27,90), da ex-modelo, hoje ilustradora, Claudia Liz. O diferencial desse livro são as imagens do universo da moda criadas pela autora que carrega muita experiência e vasto conhecimento sobre esse universo. Traz o olhar de uma brasileira que esteve envolvida com o tema, que vai proporcionar um passeio por tendências de moda e estilos de beleza. “Fui modelo por muitos anos e sempre gostei de desenhar nas horas de folga”, revela Claudia. “Acho que por isso adoro fazer minhas bonecas cheias de pose”, brinca a autora.

Para que a leitora mergulhe de cabeça no universo fashion, Claudia organizou um livro lúdico que apresenta os símbolos de estilo do início do século XX aos dias atuais. As leitoras-pintoras vão poder colorir 45 desenhos do universo fashion. Roupas, sapatos, acessórios, cabelos e estampas, chapéus, penteadeira, salão de beleza, bolsas e muitos outros símbolos do estilo. As principais capitais da moda não ficaram de fora: Milão, Paris, Nova Iorque, Tóquio – onde Claudia trabalhou por vários anos. Rio de Janeiro e São Paulo completam as páginas do livro.

Para fazer as ilustrações de Colorindo o mundo fashion, Claudia se inspirou em pessoas que a influenciaram ao longo de sua carreira como modelo. “Além de estilistas consagrados, busquei inspiração também na moda de rua, lembrada na figura de Madonna e da personagem Carrie Bradshaw, do seriado Sex & the City”, completa. Alguns aspectos tornam o livro de Claudia Liz ainda mais exclusivo. Algumas ilustrações do livro podem ser destacadas para a leitora guardar e dois desafios para colorir, um com look de inverno e outro de verão, vão promover a interação com as leitoras. Além disso, Claudia Liz também se auto-ilustra em dois trabalhos para estilistas brasileiros: Jorge Kauffmann e Conrado Segreto.

Sobre a autora: Claudia Liz começou sua carreira aos 13 anos como modelo e foi uma das modelos de maior destaque da moda brasileira nas décadas de 1980 e 1990. Trabalhou para grandes estilistas do cenário nacional e internacional como Chanel , Yogi Yamamato, Gianfranco Ferré, Comme des Garçons e, no Brasil, para Reinaldo Lourenço, Lino Villaventura, Gloria Coelho, marcas como Fórum, Iódice, e outras. Apresentou um programa na MTV sobre moda e atuou em seis novelas e quatro filmes, entre eles, As meninas, de Lygia Fagundes Telles. Quando criança vivia entre canetinhas e pincéis. Quando viajava, como modelo, desenhava sempre nas horas vagas e, no final da década de 1990, participou de um atelier com outras dois artistas. Há nove anos, Claudia é sócia diretora na agência Miss Lily Comunicação, especializada em comunicação visual e design gráfico. É ilustradora no jornal folha de S. Paulo. Seus trabalhos são publicados na página 3 "Tendências e Debates", considerada página nobre do jornal. Claudia gosta de trabalhar com guache, carvão e faz também ilustrações e estampas digitais.

Lindo, não?
O Conjunto da Obra já recebeu um exemplar, e logo nós mostramos para vocês :)

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