O Filho Eterno - Cristovão Tezza

Fonte da Imagem: Livro sem Capa
Sinopse: Em "O Filho Eterno", Tezza expõe as dificuldades, inúmeras, e as saborosas pequenas vitórias de criar um filho com síndrome de Down. Aproveita as questões que aparecem pelo caminho nestes 26 anos de seu filho Felipe para reordenar sua própria vida: a experimentação da vida em comunidade quando adolescente, a vida como ilegal na Alemanha para ganhar dinheiro, as dificuldades de escritor com trinta e poucos anos e alguns livros na gaveta, a pretensa estabilidade com o cargo de professor em universidade pública. (Skoob)
TEZZA, Cristóvão. O filho eterno. Record: 2007. 222 p.

Muito diferente da maior parte dos livros que já li, O Filho Eterno, de Cristovão Tezza, publicado em 2007, não é, por isso, menos interessante. Tenho que admitir que não se trata de um livro que nos faz perder o sono de curiosidade, mas o aspecto extremamente sincero dos relatos do autor nos faz querer entender qual o propósito daquilo que escreve.

A história, apesar de classificada como romance e de ser narrada em terceira pessoa, é dita por muitos como um relato auto biográfico de Tezza. A narração em terceira pessoa, em razão disso, serve como um amparo à imagem do autor: é que o livro nos mostra, sem pudores, os pensamentos mais sombrios de um pai em relação às consequências do nascimento de um filho com síndrome de Down.

O início se dá no momento do nascimento - a ideia do pai de que sua vida está começando naquele momento, os planos para um futuro com o filho, a ansiedade na sala de espera. Despido de máscaras, Tezza narra as ações automáticas que o pai espera de todos à sua volta, a vida que leva quase como um espectador, a falta de saber como reagir com a notícia de um filho - como era chamado até então - mongol. Conta também sobre o fato de ser escritor que tem seus escritos diversas vezes recusados pelas editoras, de continuar tentando mesmo assim, e de ser sustentado pela mulher, ao tempo em que lembra seus ideais da juventude e o que esperava para si próprio.

O pai aprende, entretanto, que nada disso é fácil, mas é recompensante. Percebe que ama o filho independente das diferenças, e conta que, mesmo com a mentalidade sempre infantil e a ingenuidade de Felipe, ambos descobrem um gosto em comum: o futebol.

Em razão de ser um livro totalmente introspectivo, há momentos em que temos que voltar para ler um trecho novamente, principalmente considerando algumas figuras de linguagem pouco comuns utilizadas pelo autor. É exatamente por isso, contudo, que o texto se torna tão intenso e único. Uma leitura diferente, mas que vale a pena conferir.
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13 comentários:

  1. O livro parecer ser bom, mas não sei se o lerei tão sedo, são tantos livros para ler que fico louca!
    Beijos,K.
    Girl Spoiled

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  2. O livro parece legal, mas não faz muito meu tipo. Não despertou minha curiosidade, não acho que eu vá ler algum dia, rs.

    Beijos, nanda
    www.julguepelacapa.blogspot.com

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  3. nossa intenso mesmo. Gostei do tema, nunca li nada parecido, fiquei instigado. A capa não diz muita coisa né? Talvez se eu passasse por ele em uma livraria não daria o valor merecido.

    bjs

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  4. Nossa, eu gosto desses livros que falam sobre esses problemas que existem e ninguém quer ver
    Ter síndrome de Down não é um problema e sim o preconceito que essa pessoa vive
    E isso tudo ser narrado por alguém tão próximo como o pai é maravilhoso

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  5. Oi Julia!
    O livro parece ser muito bonito!!
    Beijos

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  6. Oie tudo bem?
    Conheci seu blog através do Pocket Libro haha
    Estou seguindo aqui, adorei.

    Adorei o tema do livro, eu tenho um priminho assim... ele é muito bagunceiro HAHA
    Nada melhor do que pai narrando *.*

    bjs e bom domingo!
    Nana - Obsession Valley

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  7. Como a Nana, conheci seu blog através do Pocket Libro.

    Estou te seguindo.

    O livro parece ter uma história muito bonita. Fiquei com vontade de ler.

    Beijos!!
    Carissa
    Arte Around The World

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  8. Olá (:
    O livro parece ter uma história legal, mas eu não leria :S UASHAUSAsei lá, não fiquei com taaaaaanta vontade.

    Beijos, Vanessa.
    This Adorable Thing

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  9. *-*
    Eu nunca li um livro assim. Não que eu me lembre. Talvez por não fazer meu estilo ou talvez por não ter dado uma chance à um deles. Mas eu gostei bastante da resenha, é um assunto comum e quase não tratado intensamente.
    Seria legal ter o livro sob a perspectiva tanto do autor quanto de sua mulher sobre o pequeno Felipe.

    Beijos!

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  10. Ei Julia,

    O estilo é bem diferente do que estou acostumada, achei diferente mas não sei se eu iria gostar.
    Mesmo assim adorei a resenha, gosto de conhecer outros livros que quase ninguém resenha.

    P.S: A série da Riley é bem diferente e nem fala muito da Ever, mas é bem mais infantil e a história é bem simples. Eu gostei, mas não amei rs.

    bjoo
    Nanda.

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  11. Nossa, fiquei muito curiosa pra ler, pena que eu esteja com tão pouco tempo. Mas adorei a história e o fato de ele ser introspectivo e com um personagem bem importante da história sendo portador da síndrome de down, me chamou a atenção. Gosto de livros que abordam assuntos diferentes e, na maioria das vezes, polêmicos ou que são tabus.
    Não conhecia o livro, vou procurar ;)
    beijo!

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  12. Lindíssima premissa, a do livro.
    Tive uma colega com síndrome de down na época da escola. Desde que a conheci, passei a ficar especialmente tocada com esse assunto. Infelizmente ela faleceu poucos anos depois de nos conhecermos, por conta de uma pneumonia dupla, mas sempre a terei em meu coração. A mãe dela era colega de profissão da minha mãe. Ela contava que as coisas não eram fáceis, mas como tudo que é mais trabalhoso e suado...no fim parecia que ela tinha o dobro de recompensa e felicidade. Mas na vida as coisas não são apenas rosas e o escritor arriscou muito se expondo dessa maneira. Corajosa, com certeza. E um tapa na cara de quem ainda tem preconceito. Tem certas coisas que só quando vivemos, conseguimos superar e aprendemos a respeitar.

    Lembro que vi um livro sobre esse tema, um livro gringo, em que o pai também contava (de maneira bem crua) seus sentimentos sobre o filho "doente". Pena que não me lembro agora do título...mas muito legal a sua dica. Leitura forte, que não é para qualquer dia, mas que merece atenção.

    Beijos!!

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  13. oie,
    não conhecia esse livro, mas tem cara de ser muito bom, fiquei curiosa.
    vou tentar achar para ler e espero gostar. ^^

    beijos.

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