Sinopse: "Está bem no fundo. Não se pode alcançar... aos poucos, vai roubando o ar.” Ana Luiza vai perdendo seu fôlego: o fim de (mais) um grande amor, um pai distante, uma mãe fútil, uma amizade complexa e "pessoas que sempre vão embora". Com suas músicas de rock, seus livros e seus cigarros, Ana Luiza vê sua vida desmoronar.
"O amor é uma ferida”, ela sentencia. Mas a “garota de olhar longínquo” tem um encontro inesperado com um alguém aparentemente muito diferente dela: os “olhos imensos”, que tudo veem... Presa em seu próprio mundo e rendida ao álcool e às drogas, Ana Luiza tenta fugir. Principalmente do temido amor, que tanto a feriu...
Como encontrar, ou reencontrar o próprio destino?
Até onde o amor pode ir, até quando pode esperar? O que há além das baladas de rock e dos poemas românticos? Poderá o amor salvar alguém de sua própria escuridão?
Às vezes, é necessário perder quase tudo para reencontrar... e finalmente poder amar. (Skoob)
KRÜGER, Leila.
Reencontro. Novo Século, 2011. 496 p.
Edu a tinha deixado, e Ana Luiza não poderia se sentir mais vazia. Mais um amor que se ia, talvez ela não soubesse amar. E suas únicas companhias, naquele momento, eram as taças de vinho e os cigarros, que se iam a uma velocidade sempre maior.
Quando as aulas do curso de Odonto da PUC retornassem, ao menos, ela veria sua amiga Nana, já que em casa a única que se importava com Ana Luiza era tia Ella; seus pais estavam mais preocupados com seus próprios problemas. Conheceria, também na faculdade, Rafa, um garoto que conseguiria amenizar as dores de Ana apenas com o olhar.
Era cada vez mais forte aquela dor em seu peito, seu "problema de coração". Tudo o que ela tinha, parecia não ser suficiente. E o caminho do álcool e das drogas, o qual Ana escolheu trilhar, parecia ser mais fácil, mas talvez não tivesse volta.
"Era entardecer. Ana Luiza sentia como se fosse morrer.
- Vai ficar tudo bem Ana... tenho certeza. Ainda não chegou ao fim, lembras?
Mas ele estava indo embora! Como ele podia dizer que ia ficar tudo bem?!
Ele a abraçava, acariciando os cabelos dela:
- É por isso que eu sei que tu não és de gelo... - silêncio. - Gelo não sabe amar.
Ela aproximou seus lábios da orelha morna dele. Mesmo com medo. Precisava.
- Obrigada... Por ser o melhor amigo que eu já tive..." (p. 331)
Reencontro, de Leila Kruger, trata de ir ao fundo do poço, e dos caminhos para voltar. Não é simplesmente uma história de superação, mas, como o título sugere, de reencontro, com aqueles que se ama e, principalmente, consigo mesmo.
A bela escrita de Leila, singular por se marcar em frases curtas e repetições - características próprias da obra -, não me pareceu em nada com a de uma principiante. No início estranhei um pouco esta forma de escrever, mas percebi que se torna fundamental no texto, para dar a ele simplicidade e elegância. As paisagens de Porto Alegre eram quase visíveis, e o sotaque atribuído às falas deu ainda mais veracidade ao enredo.
A leitura, contudo, se tornou um tanto arrastada para mim. A identificação com a protagonista demorou a acontecer, pois não conseguia concordar com suas atitudes. Entendo, agora, que o problema tinha como fonte principal uma doença, mas me indignava o pessimismo e a inconsequência, a dependência e o conformismo, talvez por ser tão contrário ao que acredito. Não entendo como pode alguém depositar a responsabilidade de sua vida e felicidade nas mãos de outro, e que quando esse outro se vai, simplesmente aceitar essa tristeza, deixá-la tomar conta, sem fazer qualquer coisa para mudar a situação. Posso até ter uma visão deturpada sobre o assunto, mas pareceu, nesse caso, que a causa principal disto seria a oferta de tudo o que o dinheiro pode comprar e a falta de, entre outras coisas, um objetivo de vida próprio, algo por que lutar.
Depois de superada essa diferença com a personagem, contudo, comecei a me envolver realmente na história. Me deliciei com os acontecimentos românticos, chorei com as passagens menos felizes, e me emocionei com as mensagens de superação e reconstrução sobre os antigos destroços.
Mesmo com uma narrativa em terceira pessoa, não era possível analisar psicologicamente todos os personagens, já que o foco ficava sobre os pensamentos de Ana Luiza. Alguns personagens, inclusive, se tornaram uma 'sombra' na história, já que não consegui montar um perfil completo deles, apenas algo mais superficial. Adorei Nana e sua faceta sonhadora, acho que foi a personagem que mais me encantou. Rafa também era ótimo, e talvez tenha sido ele que me ajudou a gostar mais de Ana Luiza, com sua fé e seu otimismo.
E por mais que tenha tido empecilhos pessoais na leitura da obra, recomendo o livro para todos, principalmente porque a vida não é sempre fácil e feliz, mas todos são capazes de ir atrás do que querem - se quiserem.
Agradeço a oportunidade de participar do booktour e de conhecer o trabalho de mais uma autora nacional incrível.
Oi querida!
ResponderExcluirTive uma experiência muito parecida dessa leitura com a sua!
Inicialmente, eu também estranhei a narrativa, mas depois achei que foi perfeita para o estilo do livro e, em muito, ela me lembrou a de Clarice Lispector.
Também tive dificuldade na primeira metade da história e também por Ana Luiza ser de um jeito tão contrário ao que eu acredito, mas depois a leitura fluiu maravilhosamente bem e eu gostei ainda mais do livro por ter tido a chance de visualizar a situação de uma pessoa tão diferente de mim, podendo compreendê-la um pouco mais do que se eu não tivesse ido a fundo em suas emoções e pensamentos.
Não virou um favorito meu, mas foi uma leitura que apreciei fazer, a mensagem é linda!
Sua resenha está ótima :)
Beijão!
Eu estou bem curiosa para ler esse livro Ju, gostei da capa e achei a sinopse interessante. Espero não implicar com a personagem, pq o livro se torna muito chato para mim quando não curto a protagonista e se isso acontecer, que o Rafa tb me faça mudar de ideia, rs.
ResponderExcluirBeijo!
Oi, Ju!
ResponderExcluirEu sou de Porto Alegre e as passagens que falavam da cidade (sejam dos bairros ou até mesmo da PUC) me alegraram muito. Foi um livro que eu adorei ler, também achei a escrita da Leila interessante e diferente... Enquanto ita gente se incomodou com as repetições, eu vi aquilo como uma marca própria da rotina da Ana Luiza; sempre a mesma coisa, sempre a mesma coisa, sempre a mesma coisa...
Gostei muito da tua resenha, partilho dos mesmos sentimento que você.
Gislaine,
atualizado, comenta?
Jeito Inédito
Sempre que vejo a resenha desse livro me deparo com comentarios muito positivos a respeito
ResponderExcluirE a gente fica com aquela vontade grande de ler, porque achar que esta perdendo algo muito bom
Beijos
@pocketlibro
http://pocketlibro.blogspot.com.br
Olá!
ResponderExcluirEu tbm sou de POA e fiquei super feliz por ver que a autora e daqui e usou nosso cenário como pano de fundo, eu conseguia imaginar as cenas.
Eu adorei ler o livro, me surpreendi no final e adorei saber q essa era a própria história da autora.
Estou mega feliz que a autora virá para feira do livro aqui e eu terei a chance de conhce-la.
Bjinhs*
http://diariodeincentivoaleitura.blogspot.com.br/
Até hoje, não ouvi sequer um comentário negativo sobre o livro Reencontro. Todos comentam bastante dessa escrita peculiar da Leila, e eu realmente fiquei interessada em conhecer. Acho que é normal não conseguirmos nos identificar logo com alguns personagens, mas aos poucos vamos criando "intimidade", por assim dizer. Eu gosto muito do tema de reencontrar, inclusive a si mesma, em uma volta por cima. Quero ler esse livro um dia :)
ResponderExcluirBjos.
Oi Julia!
ResponderExcluirA proposta do livro parece ser interessante, pena a leitura ser arrastada...
Adorei a resenha, mas não sei se leria o livro.
Beijos
Amanda
leiturahot.blogspot.com
Oi Ju! Também achei a proposta interessante, mas realmente parece tocante! Linda resenha!
ResponderExcluirBeijos
Hey
ResponderExcluirPoxa não sabia que a Van tava fazendo BT desse livro!
Teria me inscrito, anyway
Adorei que tem uma Nana haha e uma sonhadora Nana...
Uma pena que demora para o desenrolar das coisas... isso me desanima bastante numa leitura.
Tenha uma ótima sexta
Nana - Obsession Valley
Que interessante *.* adorei o post...
ResponderExcluirSuper beijo
http://estoulendoo.blogspot.com.br/
oi ^^
ResponderExcluiré uma coisa que trava mesmo a leitura qnd n conseguimos entender ou concordar com a atitude dos personagens, n é mesmo?
achei sua resenha mto boa e me deixou interessada no livro!
tem postagem nova no meu blog!
espero sua visita!
bjinhus
TÍTULOS DE LIVROS
Estou lendo um livro com leitura arrastada também e estou quase o abandonando, nem sei como continuar. ASUUAHHUSHUAHUSA
ResponderExcluirBeijos. Tudo Tem Refrão
Nunca tinha ouvido falar! Mas a capa é super charmosa! Já quero ler!
ResponderExcluirBeijos,
Vinícius - Livros e Rabiscos
Oi Julia! Não é a primeira vez que leio uma resenha desta livro, que cita o comodismo, vamos dizer assim da personagem, em relação a sua vida, acho que é uma boa oportunidade de em uma obra de ficção as pessoas refletirem. Quanto aos cenários bem descritos, achei excelente, é muito bom conseguir "ver" a história.
ResponderExcluirBjos!
Cida
Oi Julia!
ResponderExcluirÉ muito ruim quando a gente não consegue entender as atitudes de determinado personagem, né? Fica difícil da leitura fluir e as vezes eu acabo encostando o livro até a curiosidade pelo final me vencer.rs
Pretendo ler futuramente, mas acho que vou ter que estar super no clima pra conseguir entender a Ana Luiza.
Beijos!