Estilhaça-me - Tahereh Mafi

Sinopse: Tenho uma maldição(Tenho um dom)
Sou um monstro(Sou sobre-humana)
Meu toque é letal(Meu toque é poder)
Sou a arma deles(Lutarei contra eles)
Juliette não toca alguém a exatamente 264 dias. A última vez que ela o fez, que foi por acidente, foi presa por assassinato. Ninguém sabe por que o toque de Juliette é fatal. Enquanto ela não fere ninguém, ninguém realmente se importa. O mundo está ocupado demais se desmoronando para se importar com uma menina de 17 anos de idade. Doenças estão acabando com a população, a comida é difícil de encontrar, os pássaros não voam mais, e as nuvens são da cor errada. O Restabelecimento disse que seu caminho era a única maneira de consertar as coisas, então eles jogaram Juliette em uma célula. Agora muitas pessoas estão mortas, os sobreviventes estão sussurrando guerra – e o Restabelecimento mudou sua mente. Talvez Juliette é mais do que uma alma torturada de pelúcia em um corpo venenoso. Talvez ela seja exatamente o que precisamos agora. Juliette tem que fazer uma escolha: ser uma arma. Ou ser uma guerreira. (Skoob)
MAFI, Tahereh. Estilhaça-me. Ribeirão Preto, SP: Novo Conceito Editora, 2012.

“[...] O Restabelecimento nos prometeu esperança de um futuro melhor. Eles disseram que concertariam as coisas, eles disseram que nos ajudariam a voltar ao mundo que conhecíamos, o mundo com encontros no cinema e casamentos primaveris e banhos de bebê. Eles disseram que nos devolveriam nossa casa, nossa saúde, nosso futuro sustentável. 
Mas eles roubaram tudo. 
Eles tomaram tudo. Minha vida. Meu futuro. Minha lucidez. Minha liberdade. 
Eles encheram nosso mundo de armas apontadas para nossa testa e sorriram enquanto atiravam nos projetos de nosso futuro.” (p. 59)

Contar tornou-se a única forma de Juliette se manter sã. Sua pele, em contato com outras pessoas, roubava a energia vital e podia matar. Presa por meses, por causa de um acidente em que seu toque tirou a vida de uma pessoa, sem contato com ninguém, ela não sabia como estava a vida lá fora depois da tomada do poder pelo Restabelecimento. Manter-se vivo já era difícil antes de ela ser isolada, os animais e plantas estavam contaminados, e agora ela só sabia que as nuvens estavam da cor errada e as estações não eram corretas.

Inesperadamente, Juliette ganhou um companheiro de cela: Adam. Aquele Adam que ela parecia conhecer. Mas os dois ficam presos pouco tempo juntos: Juliette fazia parte de um plano maior por parte de Warner, que comandava o governo naquela região, e que queria utilizá-la como arma. Mais que isso: Warner tinha uma obsessão pelo que Juliette podia fazer, e queria tê-la ao seu lado para manter o poder.

“[...] – Você não entende que poder e domínio podem escorregar de nossas mãos a qualquer momento, mesmo quando você pensa estar mais preparado. Essas são duas coisas que não são fáceis de conseguir. E são ainda mais difíceis de manter.– Tento falar, mas ele me corta. – Você acha que não sei quantos de meus próprios soldados me odeiam? Você acha que eu não sei que eles gostariam  de me ver cair? Você acha que não existem outros que adorariam ter a posição que trabalho duro para ter...” (p. 85)

Quando Estilhaça-me, de Tahefi Mafi, foi lançado, as resenhas sobre o livro tiveram opiniões tão diferentes que acabei não criando nenhuma ansiedade para ler. O segundo volume veio quando a Editora Novo Conceito já era parceira do blog, e optei por solicitá-lo, mesmo sem ter o primeiro volume em mãos, afinal, tratava-se de uma distopia, estilo de leitura que tem me fascinado desde sempre. E eu esperava quase tudo deste livro, salvo me apaixonar pela história da maneira como aconteceu.

Li muitas críticas sobre a linguagem utilizada pela autora, seja pelas palavras tachadas, seja pela repetição de palavras. Porém, ao meu ver, a história não teria um terço do encanto se não fosse assim. Em primeira pessoa, há momentos em que Juliette pensa tudo de uma vez só, sem ponto nem vírgula, algumas coisas repetidas vezes, e nunca vi forma tão nítida de transmitir o modo como a personagem pensa. Acho que meu cérebro funciona da mesma forma, por isso fiquei completamente envolvida e fascinada pela escrita da autora. É um estilo novo, original e, para mim, perfeito.

“Na ausência de relacionamentos humanos, criei laços com as personagens de papel. Vivi amor e perda por meio das histórias enredadas na história; experimentei a adolescência por associação. Meu mundo é uma teia entrelaçada de palavras, amarrando membro a membro, osso a tendão, pensamentos e imagens todos juntos. [...]” (p. 67) 

A protagonista parece frágil e vulnerável à primeira vista, mas acho que se virmos além da superfície, dificilmente conheceremos alguém com tanta força. Quem se manteria são como ela, e ainda manteria a pureza e a bondade, passando por tudo que Juliette passou? E não me refiro apenas à prisão, mas a isso junto a toda a sua infância de rejeição. Percebi-a um pouco influenciável, mas, por enquanto, não posso fazer alguma crítica mais profunda quanto a isso.

Adam e Warner são apaixonantes. Por enquanto minha preferência é pelo primeiro, que além de me agradar mais na descrição física, tem toda uma história com Juliette, mesmo que em silêncio. Warner, por sua vez, parece ainda um enigma para mim, mas é isso que me agradou nele. Lerei Destrua-me para conhecê-lo melhor, mas só consigo pensar que ele tem algum tipo de amor platônico, coisa que não consegui compreender, por não saber a origem desse sentimento. Contudo, o personagem que mais me tocou foi James, que conseguiu mostrar tanto de si mesmo com tão pouco: sua esperança, seus medos, seus traumas. 

“A Lua é uma companheira correta. Ela nunca se vai. Está sempre lá, observando, constante, reconhecendo-nos em nossos momentos de luz e escuridão, em constante transformação,  assim como nós. Todos os dias uma versão diferente dela mesma. 
Às vezes fraca e lívida, noutras forte e cheia de luz.
A Lua compreende o significado de ser humano. 
Inconstante. Solitária. Esburacada de imperfeições.” (p. 28)

Como citei no início, sempre achei que iria gostar da trilogia, por ser de um enredo distópico, e gostei muito mais do que imaginava. Claro que o enredo ainda tem falhas, como a conveniência do toque de Adam e Warner, mas eu espero uma boa explicação para isso. Li comentários também sobre a semelhança da protagonista com a Vampira de X-man, e não nego que exista muita. Só que a autora conseguiu inserir as mesmas características em um contexto novo, o que impede maiores comparações.

O primeiro livro termina no ponto alto da história, e é só um motivo a mais para correr e ler o segundo volume.



Ju
Ju

Apaixonada pela leitura desde a infância, tantos livros lidos que é impossível quantificar. Alguém que vê os livros como uma forma de viajar o mundo e lugares mais incríveis que possam ser criados pela imaginação, sem precisar sair do lugar. Tem o blog como uma forma de dividir experiências e, principalmente, as emoções que as leituras despertaram, para compartilhar idéias e aproveitar sugestões de leitura, envolvendo mais e mais pessoas em um mundo onde a imaginação não tem limites.

11 comentários:

  1. eu tbm achei essa forma de escrita de Mafi fascinante. Os grifos e pensamentos sem pausa da personagem, tudo combinava com a trama... esse livro é ótimo, e o segundo é tão bom quanto :D
    http://torporniilista.blogspot.com.br/

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  2. Oii!!
    Esse livro é complicado, ainda não consigo decidir se gostei dele ou não.
    Foi uma leitura diferente, porém o final deixou a desejar. ;/
    Espero que o segundo volume me conquiste!!!
    Beijos

    Elidiane
    Leitura Entre Amigas

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  3. oi
    Estilhaça-me é apaixonante! Eu também adoro distopias e essa foi mais uma! A escrita da autora com os riscados, pensamentos ocultos, parecem estranhos a principio, mas contribuem muito para entender a personagem e fez a escrita da autora ser singular.
    Eu era completamente team Adam nesse primeiro livro, mas no segundo Warner me deixou confusa com o lado dele que é exposto. E não se preocupe que no segundo livro ela já revela muitas coisas sobre o toque e a resistência desse dois a ele!
    eu quero agora é o terceiro liiiivro! ><

    tem postagem nova no meu blog
    espero sua visita
    bjs

    -TÍTULOS DE LIVROS

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  4. Nunca parei pra ler com calma uma resenha desse livro, até porque eu nunca achei ele interessante. Mas lendo a sua e os quotes não é que parece bom? Fiquei curiosa ;o

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  5. Bah, lembro que Estilhaça-me chegou aqui *de parceria já* e eu nem sabia o que era uma distopia! haha' Amei amei amei o livro, a narrativa, com suas repetições e metáforas, achei tudo encantador e único, como você disse, o livro não seria tudo isso sem esses elementos na narrativa. Os personagens encantam e Juliette nos deixa confusos como ela mesma! rs
    Tô esperando o terceiro volume e espero poder ler em breve Destrua-me *_*

    Beijos
    http://mon-autre.blogspot.com.br/

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  6. Nossa adorei a resenha desse livro , eu já estava doida para leragora entao nem se fale, anciosa para compra-lo com certeza sera meu proximo livro,bjo

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  7. a agora sim! taí uma distopia que eu adorei! não entendi porque de muita reclamação, eu simplesmente amei como a autora coloca a mente de Juliette funciona, Warner, Adam é tudo tão coeso dentro da realidade que Tahefi criou, tudo flui tão bem que eu fiquei morrendo pra ler o segundo livro e olha, é MELHOR!! rsr vc vai gostar Ju! amei essa capa, saudades do tempo que a NC fazia capas tão lindas e legais. já a capa da continuação.... =/ enfim, só sei que vc vai amar!

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  8. Oi Ju*

    Já faz um tempinho que eu li, e gostei bastante.
    Adoro essa capa.

    Beijos*

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  9. Oie Ju =)

    Tenho meio que uma relação de amor e ódio com essa série rs... Tipo eu adoro a série, mas a protagonista me dá nos nervos XD

    Estou muito ansiosa para ler o ultimo livro *-*

    Beijos;***

    Ane Reis.
    mydearlibrary | Livros, divagações e outras histórias...
    @mydearlibrary


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  10. Eu gostei de Estilhaça-me, mas confesso que estou com preguiça de ler Liberta-me. Não foi a história que mais me cativou nos últimos tempos e também me incomodou a história de poder tocar o Adam e o Warner, além do X-Men feelings, haha!

    Beijo

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  11. Oi Júlia, assim como você não criei nenhuma ansiedade com relação ao livro quando ele foi lançado. As opiniões eram divergentes e eu não me interessei. Vi muitas críticas com relação a linguagem usada, mas pelo que li na sua resenha, ela dá um toque mais interessante e original a história.
    Acho que será uma leitura que me agradará bastante.

    Beijos
    Caline - Mundo de Papel

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