A probabilidade estatística do amor à primeira vista - Jennifer E. Smith

Sinopse: Com uma certa atmosfera de Um dia, mas voltado para o público jovem adulto, A probabilidade estatística do amor à primeira vista é uma história romântica, capaz de conquistar fãs de todas as idades. Quem imaginaria que quatro minutos poderiam mudar a vida de alguém? Mas é exatamente o que acontece com Hadley. Presa no aeroporto em Nova York, esperando outro voo depois de perder o seu, ela conhece Oliver. Um britânico fofo, que se senta a seu lado na viagem para Londres. Enquanto conversam sobre tudo, eles provam que o tempo é, sim, muito, muito relativo. Passada em apenas 24 horas, a história de Oliver e Hadley mostra que o amor, diferentemente das bagagens, jamais se extravia. (Skoob)

SMITH, Jennifer E.. A probabilidade estatística do amor à primeira vista. Galera: 2014. 224 p.

Por quatro minutos, Hadley, uma garota de 17 anos, perde seu voo para a Inglaterra, onde o pai vai casar com uma mulher que ela não conhece e nem aprova. Consegue outro voo, só que terá de esperar quase 4 horas no aeroporto, o que significa que pode não chegar a tempo para o casamento.

Por quatro minutos, Hadley conhece Oliver, um garoto de 18 anos, que também está indo para a Inglaterra, que oferece ajuda para carregar sua bagagem e que está no mesmo voo que ela, sentado bem ao seu lado.

Durante as horas seguintes, até desembarcarem na Inglaterra, eles se apaixonam. Conversam sobre seus pais, seu passado, planos para o futuro e, principalmente, adoráveis trivialidades. Só que Hadley está indo para um casamento, e Oliver está indo... bem, para outro compromisso, cuja similaridade é que também envolve o pai.

“Parece impossível que tenha gostado de alguém como Mitchell quando existia uma pessoa como aquele garoto no mundo, alto e elegante, com os cabelos desarrumados, olhos verdes e mostarda no queixo, como se fosse uma pequena imperfeição que faz com que o quadro todo fique mais bonito”

Jennifer E. Smith sabe como criar conversas inofensivas e ao mesmo tempo instigantes entre Hadley e Oliver. Elas são doces, meigas, fazem o coração bater mais forte. A cada beijo roubado, ou não, de Oliver em Hadley, não há como não sorrir ou suspirar. Não há como não se apaixonar pelo casal.

E o livro funciona muito bem nesse sentido.

Entretanto, Smith parecia não saber disso enquanto escrevia.

A narrativa é em terceira pessoa, mas ficamos apenas sabendo o que Hadley pensa ou sente. Oliver é uma incógnita para o leitor. Também apenas acompanhamos os acontecimentos de Hadley, nunca de Oliver. Fica estranho. Seria mais natural se a narrativa fosse em primeira pessoa, feita por Hadley.

“Fica tão surpresa em vê-lo quanto ele ficou em vê-la na igreja mais cedo, e sua chegada repentina e inesperada a deixa fora de si, faz seu estômago revirar, acaba com o resto de compostura que ainda tem, destrói seu autocontrole. Ele chega devagar, quase perdido no meio das sombras por causa do terno escuro até que a luz do hotel  o envolve por completo.
– Oi – diz Oliver, quando está mais perto, e, pela segunda vez, naquela noite, ela começa a chorar.”

Os melhores momentos do livro, conforme disse à pouco, são quando Hadley e Oliver estão juntos. Eu precisei fazer algo de que vocês vão rir: contei as páginas em que isso acontece. Das 222 páginas, eles aprecem juntos em apenas 72! O resto do livro é praticamente todo sobre o drama que Hadley faz pelo casamento do pai com a nova mulher. Como não há motivo para tanto drama, uma vez que o pai ama a nova esposa, e a mãe não ficou triste com a separação, pelo contrário, aceitou e até arrumou um namorado de quem gosta, a história fica maçante, e eu me vi pulando páginas à procura de quando Oliver iria aparecer novamente.

O que descobrimos é que o drama de Hadley sobre a nova vida do pai se deve à sua imaturidade e insegurança, condizentes com sua juventude. É aquele egoísmo de perdermos nosso ponto de referência paterno. Ela sabe que o pai e a mãe estão felizes com a nova situação, mas ela mesma não está, sente-se traída, deixada de lado.


“– É aquela velha história – disse o pai – , se você ama alguém, deixe que se vá.
– E se não voltar?
– Alguns voltam, outros não – respondeu e apertou o nariz da filha. – Eu sempre vou voltar.
– Mas você não tem luz – explicou. O pai sorriu.
– Quando estou com você, tenho sim.”

Quando descobri o motivo de Oliver ter ido para a Inglaterra, aí fiquei mais confuso, porque o drama dele com o pai é infinitamente mais interessante do que o de Hadley, e, no entanto, em momento algum é explorado.

A leitura de A probabilidade estatística do amor à primeira vista é deliciosa nas 72 páginas em que acompanhamos a descoberta desse sentimento por Hadley e Oliver. No fim, fiquei com a sensação de ter um delicioso chocolate na mão, mas só poder dar uma mordida e jogar o resto fora. Fica aquela vontade de mais.

Carl
Carl

4 comentários:

  1. Oi Carlos

    Se a probabilidade de gostar da história pela temática que ela traz já era bastante baixa, todos esses pontos não positivos que você citou me deixou ainda mais desanimada. Gosto da narrativa em terceira pessoa quando consigo ver vários pontos de vista da história e nessr caso não foi bem assim.
    Acho que me irritaria bastante com esse draminha da protagonista.
    Apesar de tudo tenho a curiosidade dr ler principalmente porque sairá uma adaptação. Só não tenho pressa nem previsão.

    Abraços
    mundo-de-papel1.blogspot.com.br

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    1. Oi, Caline!
      Só não me arrependo da leitura por causa daquelas 72 páginas em que Hadley e Oliver conversam. Gostei muito dessa parte. Não sabia que haveria uma adaptação. Espero que seja mais sobre os dois.
      Abraços, Feliz Natal e obrigado pela visita :D

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  2. OIe
    Ainda não li este livro, mas já li diversas resenhas que me deixam curiosa.
    Gostei da sua resenha e confesso que me deixou intrigada.

    Beijos

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  3. Amei A probabilidade estatística do amor à primeira vista, história fofa, divertida e leve, achei o livro ótimo.

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