Sinopse: Eleanor & Park é engraçado, triste, sarcástico, sincero e, acima de tudo, geek. Os personagens que dão título ao livro são dois jovens vizinhos de dezesseis anos. Park, descendente de coreanos e apaixonado por música e quadrinhos, não chega exatamente a ser popular, mas consegue não ser incomodado pelos colegas de escola. Eleanor, ruiva, sempre vestida com roupas estranhas e “grande” (ela pensa em si própria como gorda), é a filha mais velha de uma problemática família. Os dois se encontram no ônibus escolar todos os dias. Apesar de uma certa relutância no início, começam a conversar, enquanto dividem os quadrinhos de X-Men e Watchmen. E nem a tiração de sarro dos amigos e a desaprovação da família impede que Eleanor e Park se apaixonem, ao som de The Cure e Smiths. Esta é uma história sobre o primeiro amor, sobre como ele é invariavelmente intenso e quase sempre fadado a quebrar corações. Um amor que faz você se sentir desesperado e esperançoso ao mesmo tempo. (Skoob)
ROWELL, Rainbow. Eleanor & Park. Novo Século: 2014. 328 p.
Primeiro, vocês precisam saber que esse não é mais um caso de amor à primeira vista, se é que vocês acreditam mesmo nisso... Quando a garota nova, toda estranha e de um cabelo muito ruivo e cacheado, entra no ônibus tentando em vão não chamar muita atenção, a primeira coisa que Park pensa é se manter longe dela. Mas eis que surge um problema: não há lugar disponível no ônibus se não o que está ao lado dele, e é aí que essa estória de um amor nada perfeito começa.
Apesar de se encontrarem todos os dias, não trocam uma palavra. Park, que é viciado em quadrinhos, os lê dentro do ônibus e percebe que Eleanor tenta lê-los despistadamente. A partir daí ele começa a levar uma série de gibis para ela todos os dias, num silêncio absoluto, e demora um certo tempo para eles começarem a se falar. Mas quando começam...
Eleanor é a irmã mais velha de uma família grande e muito desestruturada: mora com o padastro agressivo, uma mãe submissa e mais quatro irmãos pequenos. Não bastasse isso, é alvo de chacotas por qualquer lugar que passe. Park, apesar de viver em um ambiente aparentemente comum, o fato de ser mestiço (sua mãe, além de super protetora, é asiática) o incomoda bastante. Como o livro se passa na década de 80, devemos levar em consideração que o bullying era considerado, digamos, normal.
Era muito raro encontrar alguém assim, ele pensava.
Alguém pra amar para sempre; alguém que
também o amaria para sempre. E o que fazer quando
essa pessoa nasce meio mundo distante?
Ao longo dos capítulos vamos acompanhando o amadurecimento do relacionamento dos protagonistas. Após certo tempo, Eleanor passa a frequentar a casa de Park praticamente todos os dias. Apesar de uma certa rejeição da mãe do garoto no início, justamente por ela ser um pouco diferente das garotas normais (por exemplo, o fato de ela usar roupas mais largas a incomoda bastante), a família acaba recebendo a menina de braços abertos.
Ai gente, toda vez que ela tinha que voltar para casa me doía o coração. Era muito difícil ver o jeito que ela vivia dentro daquele lugar. Só para vocês terem ideia, nem escova de dentes ela tinha. Além disso, dormia em um quarto minúsculo com todos os irmãos e tinha aguentar os frequentes surtos do padrasto, que agredia a mãe sempre que tinha a menor oportunidade.
O que mais gostei em Eleanor & Park não foi o romance propriamente dito, e sim a quantidade de realidades que foram retratadas, se é que dá para entender essa minha expressão. Não é mais uma história de uma garota que tem baixa auto estima (por motivo algum, diga-se de passagem) que se apaixona pelo mocinho, é um romance real, cheio das qualidades, mas também dos defeitos. E não é só romance. Há também toda a verdade por trás das famílias aparentemente perfeitas e toda crueldade das que já sabemos que não são.
O livro, além de trazer uma estória extremamente linda, conta com uma infinidade de referências musicais (só de ter Beatles-meus-amores-da-minha-vida, já dá para vocês terem uma noção) e literárias impecáveis. Eleanor & Park é um livro para quem é munido de nenhum preconceito e portador de toda a sensibilidade do mundo. Com uma narrativa deliciosa, Rainbow Rowell conquistou cada pedacinho do meu coração, da mesma forma que espero que conquiste os seus.
Oi, Ana!
ResponderExcluirTambém gostei muito desse livro, mas achei que no final a autora quis forçar a lágrima do leitor. Não consegui encontrar motivo para a decisão de Eleanor ser daquela forma. Isso estragou um pouco minha opinião sobre o livro. Mas recomendo assim mesmo!
Abraços e que o novo ano seja perfeito para vc ;)
Oi Carlos!
ExcluirBom, eu já tive problemas com auto estima e tal, então entendo parte do que ela sentia... E garanto a você que é uma coisa bem forte. Mas que bom que você gostou mesmo assim.
E obrigada! Feliz ano novo pra você também! *0*
Oie
ResponderExcluirVi ótimos comentários sobre este livro e sou mega curiosa para lê-lo. Pelo que pude ver na sua resenha ele tem uma premissa muito boa que com certeza eu iria gostar.
Bela resenha.
Beijos
Oi Nessa!
ExcluirAcho improvável alguém não gostar nem que seja um pouquinho de nada de Eleanor & Park. Espero que você tenha a oportunidade de lê-lo.
Beijo!