Sinopse: Uma das mais aclamadas escritoras de suspense da atualidade, Gillian Flynn apresenta um relato perturbador sobre um casamento em crise. Com 4 milhões de exemplares vendidos em todo o mundo – o maior sucesso editorial do ano, atrás apenas da Trilogia Cinquenta tons de cinza –, "Garota Exemplar" alia humor perspicaz a uma narrativa eletrizante. O resultado é uma atmosfera de dúvidas que faz o leitor mudar de opinião a cada capítulo. Na manhã de seu quinto aniversário de casamento, Amy, a linda e inteligente esposa de Nick Dunne, desaparece de sua casa às margens do Rio Mississippi. Aparentemente trata-se de um crime violento, e passagens do diário de Amy revelam uma garota perfeccionista que seria capaz de levar qualquer um ao limite. Pressionado pela polícia e pela opinião pública – e também pelos ferozmente amorosos pais de Amy –, Nick desfia uma série interminável de mentiras, meias verdades e comportamentos inapropriados. Sim, ele parece estranhamente evasivo, e sem dúvida amargo, mas seria um assassino? Com sua irmã gêmea Margo a seu lado, Nick afirma inocência. O problema é: se não foi Nick, onde está Amy? E por que todas as pistas apontam para ele? (Skoob)
FLYNN, Gillian. Garota Exemplar. Intrínseca: 2013. 448 p.
Quando Nick e Amy se conhecem, sentem uma conexão que os leva ao casamento. O primeiro beijo que trocam retrata de forma literal a maneira doce e romântica com que iniciam o relacionamento.
Ele é jornalista de cultura pop (filmes, séries, livros, etc); Amy escreve testes de personalidade, mas sua principal renda vem dos pais, Rand e Marybeth, os dois autores de uma séria famosa de livros infanto-juvenis chamados de Amy Exemplar. Todos pensam que as histórias da personagem são baseadas nas experiências da filha deles, mas Amy é o oposto da perfeição da Amy dos livros. Ela não joga tênis, não toca piano, nem é tão inocente, entretanto seu brilho e a fixação que deixa por onde passa é igual.
Por causa da explosão da Internet, os dois são demitidos de suas respectivas funções. Não há mais lugar para jornalistas de papel. Graças ao dinheiro de Amy, os dois passam a viver de ociosidade no apartamento de Nova York. E a ociosidade é um inimigo que consome e revela a avareza dos sentimentos humanos.
A situação piora quando descobrem que Rand e Marybeth também são demitidos, por causa das baixas vendas dos livros, e gastaram praticamente todo o dinheiro. Assim, quando Margo, ou Go, a irmã de Nick, liga e avisa que a mãe dos dois está morrendo de câncer, ele decide deixar tudo para trás e arrastar Amy para a cidade natal, North Carthage, no Missouri, para ajudar Go a cuidar da mãe. Uma cidade pequena, sem conhecidos, é um acréscimo perigoso à falta do que fazer.
Nick usa os últimos recursos financeiros que possuem e compra um bar, onde Go o ajuda a cuidar dos clientes. Amy passa os dias em casa.
Então, um dia, o vizinho telefona e avisa Nick que o gato de Amy está na rua e a porta da frente da casa aberta. Quando ele chega para ver o motivo, se depara com os móveis da sala revirados, vidro quebrados e o desaparecimento de Amy.
A autora consegue fazer o leitor ter sentimentos contraditórios em relação a Nick e Amy. Você começa sentindo simpatia; depois, desconfiança, antipatia, estranheza, incredulidade, raiva e pena. Falar o motivo seria comentar os vários pequenos segredos, que não chegam a ser realmente surpreendentes, porque a autora distribui as pistas no decorrer de toda a história e não apenas no fim, e estragaria o prazer da leitura.
A sinopse faz referência a um casamento em crise. Considero que é uma descrição muito superficial e que conduz a um raciocínio que não chega nem perto do que a história realmente transmite.
Os capítulos são alternados pela narração dos fatos em primeira pessoa por Nick, e pela leitura do diário de Amy. É fácil identificar pequenos traços de comportamentos fora do normal em ambos. Aos poucos, é possível perceber que existe algo de errado. Ao fim do livro, depois que conheci toda a história e o que cada personagem é realmente capaz, não consegui decidir o quanto de irreal eles são.
Sociopatia não é uma doença incomum hoje em dia, principalmente com a facilidade que ela pode ter para se desenvolver com o uso da Internet. Uma pessoa com esse problema pode ter sua compulsão sem ser descoberta. E quando alguém com essa doença encontra uma outra pessoa que não possui uma personalidade forte o suficiente para se impor, mais, que por causa de sua deficiência em ser, prefere deixar que o outro controle a situação, formam um casal perfeito, mas doente. Não se trata de manter um casamento estável, mas sim de não perder a sanidade mental. Nick e Amy não são um casal em crise, mas duas pessoas terrivelmente doentes que encontraram na companhia um do outro a desculpa para se isolarem dentro de seu mundo deturpado.
Garota Exemplar é um livro muito bem escrito. Possui vários pontos falhos de raciocínio, principalmente na distribuição das pistas e nas suas explicações. Tanto que em certo ponto, uma delas é justificada apenas com o pressentimento do personagem. A solução final é apressada e esquece de explicar coisas que qualquer detetive obtuso iria investigar. Ao contrário do fim, as primeiras cem páginas são muito arrastadas, com explicações demais, e eu quase desisti da leitura e passei outro livro na frente, mas depois ele melhora e acaba convencendo.
Seja persistente que vale a leitura. ;)
“Quando viramos a esquina, uma padaria está recebendo um carregamento de açúcar a granel, levando-o para o porão como se fosse cimento, e não conseguimos ver nada além das silhuetas dos entregadores na nuvem branca e doce. (...) Seus cílios estão cobertos de açúcar, e antes de se inclinar ele limpa o açúcar dos meus lábios para poder sentir meu gosto.”
Ele é jornalista de cultura pop (filmes, séries, livros, etc); Amy escreve testes de personalidade, mas sua principal renda vem dos pais, Rand e Marybeth, os dois autores de uma séria famosa de livros infanto-juvenis chamados de Amy Exemplar. Todos pensam que as histórias da personagem são baseadas nas experiências da filha deles, mas Amy é o oposto da perfeição da Amy dos livros. Ela não joga tênis, não toca piano, nem é tão inocente, entretanto seu brilho e a fixação que deixa por onde passa é igual.
“Tenho um ligeiro déficit de atenção, e sempre achei minha esposa um tanto ofuscante, no sentido mais puro da palavra: perder a visão clara, especialmente, ao olhar para uma luz brilhante. Era suficiente estar perto dela e ouvi-la falar, nem sempre importava o que ela estava dizendo. Deveria, mas não importava.”
Por causa da explosão da Internet, os dois são demitidos de suas respectivas funções. Não há mais lugar para jornalistas de papel. Graças ao dinheiro de Amy, os dois passam a viver de ociosidade no apartamento de Nova York. E a ociosidade é um inimigo que consome e revela a avareza dos sentimentos humanos.
A situação piora quando descobrem que Rand e Marybeth também são demitidos, por causa das baixas vendas dos livros, e gastaram praticamente todo o dinheiro. Assim, quando Margo, ou Go, a irmã de Nick, liga e avisa que a mãe dos dois está morrendo de câncer, ele decide deixar tudo para trás e arrastar Amy para a cidade natal, North Carthage, no Missouri, para ajudar Go a cuidar da mãe. Uma cidade pequena, sem conhecidos, é um acréscimo perigoso à falta do que fazer.
Nick usa os últimos recursos financeiros que possuem e compra um bar, onde Go o ajuda a cuidar dos clientes. Amy passa os dias em casa.
Então, um dia, o vizinho telefona e avisa Nick que o gato de Amy está na rua e a porta da frente da casa aberta. Quando ele chega para ver o motivo, se depara com os móveis da sala revirados, vidro quebrados e o desaparecimento de Amy.
A autora consegue fazer o leitor ter sentimentos contraditórios em relação a Nick e Amy. Você começa sentindo simpatia; depois, desconfiança, antipatia, estranheza, incredulidade, raiva e pena. Falar o motivo seria comentar os vários pequenos segredos, que não chegam a ser realmente surpreendentes, porque a autora distribui as pistas no decorrer de toda a história e não apenas no fim, e estragaria o prazer da leitura.
A sinopse faz referência a um casamento em crise. Considero que é uma descrição muito superficial e que conduz a um raciocínio que não chega nem perto do que a história realmente transmite.
“Senti minha alma murchar. Amy estava usando a caça ao tesouro para nos reaproximar. E era tarde demais. Quando escreveu aquelas pistas, ela não tinha ideia do meu estado de espírito. Por que, Amy, por que você não fez isso antes? Nosso timing nunca foi bom.”
Os capítulos são alternados pela narração dos fatos em primeira pessoa por Nick, e pela leitura do diário de Amy. É fácil identificar pequenos traços de comportamentos fora do normal em ambos. Aos poucos, é possível perceber que existe algo de errado. Ao fim do livro, depois que conheci toda a história e o que cada personagem é realmente capaz, não consegui decidir o quanto de irreal eles são.
“Amigos enxergam a maioria dos defeitos um do outro. Cônjuges enxergam cada horrível pedacinho deles.”
Sociopatia não é uma doença incomum hoje em dia, principalmente com a facilidade que ela pode ter para se desenvolver com o uso da Internet. Uma pessoa com esse problema pode ter sua compulsão sem ser descoberta. E quando alguém com essa doença encontra uma outra pessoa que não possui uma personalidade forte o suficiente para se impor, mais, que por causa de sua deficiência em ser, prefere deixar que o outro controle a situação, formam um casal perfeito, mas doente. Não se trata de manter um casamento estável, mas sim de não perder a sanidade mental. Nick e Amy não são um casal em crise, mas duas pessoas terrivelmente doentes que encontraram na companhia um do outro a desculpa para se isolarem dentro de seu mundo deturpado.
“Eu reconheceria sua cabeça em qualquer lugar.
E o que havia dentro dela. Também penso nisso: sua mente. Seu cérebro, todas aquelas espirais, e seus pensamentos disparando por essas espirais como centopeias rápidas e frenéticas. Como uma criança, eu me imagino abrindo seu crânio, desenrolando seu cérebro e vasculhando-o, tentando capturar e entender seus pensamentos. No que você está pensando, Amy?
”
Garota Exemplar é um livro muito bem escrito. Possui vários pontos falhos de raciocínio, principalmente na distribuição das pistas e nas suas explicações. Tanto que em certo ponto, uma delas é justificada apenas com o pressentimento do personagem. A solução final é apressada e esquece de explicar coisas que qualquer detetive obtuso iria investigar. Ao contrário do fim, as primeiras cem páginas são muito arrastadas, com explicações demais, e eu quase desisti da leitura e passei outro livro na frente, mas depois ele melhora e acaba convencendo.
Seja persistente que vale a leitura. ;)
Putz, explicar pelo pressentimento é complicado, hein...
ResponderExcluirObrigado pela resenha, estava curioso mesmo quanto a esse livro!
Oi, Peterson!
ExcluirIsso não estraga o livro, e é mais comum do que se imagina. Vale a leitura do mesmo jeito. Se puder, não deixe passar.
Abs
Carlos, assisti ao filme recentemente e não curti. Minha irmã ganhou o livro no Natal, e está insistindo para que eu leia, pois deve ser bem melhor ou mais explicadinho do que o filme. Estou pensando seriamente se vou ler ou não :C
ResponderExcluirBeijos,
Caroline, do criticandoporai.blogspot.com
Oi, Caroline!
ExcluirO filme é bem corrido, apressado. E tem uma ou duas cenas bem estilo David Fincher, principalmente aquela que envolve sangue. O livro é mais detalhado, óbvio :), e explica os pensamentos dos dois personagens de forma muito mais complexa. Se puder, leia, sim!
Abs e obrigado pela visita ;)
Cara, eu preciso muito ler esse livro. Confesso que comecei a lê-lo em e-book, tamanha a minha pressa em conhecer a estória, mas não conseguir ir muito longe. É bem como você disse, as primeiras páginas são arrastadas, mas comprarei o livro físico e darei uma chance a leitura, porque a maioria das resenhas que leio é positiva e empolgada.
ResponderExcluirDepois disso, verei o filme.
Um abraço.
Baita resenha!
Sacudindo Palavras
Olá, Erica!
ExcluirDepois dessas 100 páginas, a história realmente emplaca e a leitura fica muito mais fácil. Compre, sim, e leia. Recomendo demais!
Abs e obrigado pelo comentário ;)
Oi Carlos!
ResponderExcluirOk, muito provavelmente eu largaria o livro. Geralmente quando o livro não me prende de cara, eu acabo largando de mão e passo pra outro. Se eu tiver bem disposta, retomo a leitura. Isso acontece demais comigo.
Além do mais, num sei se é um assunto que me interessa, apesar de o título ler bem bacana e, confesso, a premissa também.
Beijo!
http://www.roendolivros.com/
Olá, Ana!
ExcluirEle até vale o esforço, viu? Mas acho que a Amy, principalmente, foi um personagem meio... bizarro... sei lá... rssss
Se puder, leia, sim! ;)
Abs
Oie Carlos =)
ResponderExcluirNão li o livro e também não assisti ao filme, mas a premissa de ambos me parece ser bem intrigante. Não é o meu tipo de leitura, mas talvez valha a pena dar uma chance.
Parabéns pela resenha!
Feliz Ano Novo!
Beijos;***
Ane Reis.
mydearlibrary | Livros, divagações e outras histórias...
@mydearlibrary
Oi, Ane!
ExcluirEu deixei de ter tipo de leitura depois de começar aqui no blog kkkkkkk ;)
É um livro com alguns deslizes, uma ou outra bizarrice, mas inteligente. Não vai se arrepender da leitura.
Feliz Ano Novo para você também! Abs