A libélula no âmbar - Diana Gabaldon

Sinopse: Claire Randall guardou um segredo por vinte anos. Ao voltar para as majestosas Terras Altas da Escócia, envoltas em brumas e mistério, está disposta a revelar à sua filha Brianna a surpreendente história do seu nascimento. É chegada a hora de contar a verdade sobre um antigo círculo de pedras, sobre um amor que transcende as fronteiras do tempo... E sobre o guerreiro escocês que a levou da segurança do século XX para os perigos do século XVIII.
O legado de sangue e desejo que envolve Brianna finalmente vem à tona quando Claire relembra a sua jornada em uma corte parisiense cheia de intrigas e conflitos, correndo contra o tempo para evitar o destino trágico da revolta dos escoceses. Com tudo o que conhece sobre o futuro, será que ela conseguirá salvar a vida de James Fraser e da criança que carrega no ventre? (Skoob)

Livro recebido em parceria com a Editora

GABALDON, Diana. A libélula no âmbar. Outlander #2. Arqueiro: 2016. 944 p.

Ao finalizar a leitura de A Viajante do Tempo, o primeiro da série Outlander, fiquei tão envolvida e perturbada com os acontecimentos daquele livro, que Jamie e Claire permaneceram na minha mente por semanas. Eu fiquei quase obcecada, aliás, e pesquisei tudo o que podia sobre a história escocesa que dá base à trama e sobre os próximos livros da série, porque eu precisava de mais, muito mais. Então, quando A libélula no âmbar finalmente chegou, eu percebi, logo nas primeiras páginas, que eu teria meu coração estraçalhado por este livro, e não estava enganada. Se A Viajante do tempo conseguiu me deixar angustiada, nada se compara às tristezas vivenciadas nessa continuação. Se você não leu o primeiro livro, pule o próximo parágrafo.

Desde o início do livro, sabe-se que Claire precisou retornar ao seu tempo por algum motivo e está longe de Jamie há vinte anos. Depois da morte de Frank, Claire decidiu voltar às Terras Altas com Brianna para lhe contar a difícil verdade sobre seu pai. É assim que o livro começa, e só alguns capítulos mais tarde, quando as lembranças de Claire passam a ser destaque na narrativa, torna-se possível saber o que aconteceu ao casal que os forçou a se separar.

Por conta dessa construção textual, em que pouco se sabe sobre o que aconteceu a Claire nas últimas décadas, a leitura flui em uma velocidade impressionante. Além disso, o segundo livro mantém as principais características do volume anterior: o enredo é recheado de riquíssimos detalhes históricos, muito romance, algum drama, aventuras e reviravoltas de deixar qualquer um sem ar. É como se dentro de um mesmo livro existissem vários, pois há enredo suficiente para muitas histórias, com a vantagem de que os personagens se mantêm os mesmos.

"Em determinado momento, isso é tudo que se pode fazer. E você aprende a não se desesperar por todos aqueles que não pode ajudar, mas apenas fazer o que pode."

Algumas coisas surpreendentes também acontecem nesse livro. Em muitos momentos, fui pega desprevenida, em especial no que se refere a algumas facetas de determinados personagens que, sinceramente, eu não esperaria conhecer. Gabaldon mostra habilidade, mais uma vez, na construção de seus personagens, pois, mesmo do mais monstruoso deles, extrai algum traço de humanidade.

Alguns leitores podem achar as descrições históricas e estratégias de guerra extenuantes, mas, particularmente, acho incrível a forma como Diana Gabaldon conseguiu inserir um enredo fictício tão consistente em um momento histórico verídico. Para quem gosta de História, é fácil mergulhar no enredo sem se incomodar, pois a narrativa da autora consegue ser fluida e densa ao mesmo tempo.

E ainda temos Jamie, tão doce, forte e apaixonante. Foi por conta dele que me senti tão devastada ao final do livro, pela perspectiva do que poderia ter sido. Mas também foi ele quem me trouxe os melhores momentos da leitura, as melhores risadas e as palpitações constantes. Acredito que é exatamente por conseguir arrancar dos leitores tantas emoções conflitantes dos leitores que Outlander consegue encantar tanto.

"Apertou-me contra o peito e eu o abracei com todas as minhas forças.

- Ah, Claire, meu coração dói de tanto amar você."

A única coisa que senti falta em saber um pouco mais neste livro foi a respeito da reação de Frank quando Claire voltou. Até há algumas menções sobre o assunto, mas nada aprofundado, e o livro prima por narrar a separação de Jamie e Claire, mas não a sua volta. Pelo que pude deduzir, isso deve ser detalhado no próximo livro, e espero realmente que isso aconteça.

Estou definitivamente apaixonada pela série Outlander e, muito embora tenha me deixado com o coração sangrando, A libélula no âmbar não deixou nada a desejar, e manteve os livros de Gabaldon entre os favoritos de 2016.