KAYSEN, Susanna. Garota Interrompida. Editora Única, 2013. 189 p.Sinopse: Quando a realidade torna-se brutal demais para uma garota de 18 anos, ela é hospitalizada. O ano é 1967 e a realidade é brutal para muitas pessoas. Mesmo assim poucas são consideradas loucas e trancadas por se recusarem a seguir padrões e encarar a realidade. Susanna Kaysen era uma delas. Sua lucidez e percepção do mundo à sua volta era algo que seus pais, amigos e professores não entendiam. E sua vida transformou-se ao colocar os pés pela primeira vez no hospital psiquiátrico McLean, onde, nos dois anos seguintes, Susanna precisou encontrar um novo foco, uma nova interpretação de mundo, um contato com ela mesma. Corpo e mente, em processo de busca, trancada com outras garotas de sua idade. Garotas marcadas pela sociedade, excluídas, consideradas insanas, doentes e descartadas logo no início da vida adulta. Polly, Georgina, Daisy e Lisa. Estão todas ali. O que é a sanidade? Garotas interrompidas. Um relato pessoal, intenso e brutal que nos faz refletir sobre nosso papel na sociedade. Garota, interrompida é uma leitura obrigatória, que inspirou o filme homônimo sucesso de bilheteria que concedeu a Angelina Jolie seu papel mais importante e o Oscar de melhor atriz coadjuvante. (Skoob)
Há muito tempo, eu tentava ler Garota Interrompida. Era um daqueles livros que você sabe que é bom, mas que nunca chega o momento certo para ler, e você não sabe o motivo.
A narrativa é feita pela própria autora, Susanna, que descreve em capítulos curtos, três ou quatro páginas, situações que viveu e presenciou dos dezessete aos vinte anos, durante os anos de 1968 e 1969, no fim da Guerra do Vietnã, quando esteve internada em um hospital psiquiátrico, após um surto que a levou a uma tentativa de suicídio e a uma posterior fuga da realidade.
O relato de Susanna é feito de forma não linear, ou seja, em alguns capítulos, não temos certeza da ordem temporal em que eles aconteceram. Mais que isso: em algumas partes, a sensação que temos, é que Susanna não tem certeza do quão real foi uma ou outra passagem. Ela mesma reconhece isso e se diz confusa, principalmente nas partes em que é necessário especificar um intervalo de horas entre um acontecimento e outro.
Antes do início de alguns capítulos, existem reproduções de suas fichas de internação, acompanhamento médico, psiquiátrico e de diagnóstico, que não servem apenas para ilustrar a obra, mas para ajudar o leitor a entender o que está acontecendo com Susanna, bem como a diferenciar o que ela sente, do que os médicos dizem que ela sente.
A história de Susanna, durante esses quase dois anos, se mistura com a de sua colega de quarto, Georgina, que vaga entre a fantasia e a realidade; com a de Lisa, uma viciada sociopata, que sempre encontrava uma forma de fugir do hospital, para ser trazida de volta poucos dias depois; com a de Polly, uma garota que ateou fogo no próprio corpo, numa tentativa de suicídio; e com a de Daisy, viciada em medicamentos, entre eles, laxantes.
Através da convivência com essas outras pacientes, passamos a conhecer um pouco da vida de cada uma, nunca com muito detalhe, mesmo porque parece que os detalhes se perderam entre medicamentos e o tempo, mas o suficiente para conseguirmos ter o coração apertado por seus dramas. Como os períodos em que Polly toma conhecimento do quando deformou seu próprio corpo e se desespera; ou quando Lisa tem surtos histéricos e faz comparações com as picadas de agulhas que tem nos braços; ou quando Georgina parece ser a mais normal, para, logo em seguida, divagar entre sonhos; ou quando Daisy bola planos e desculpas para conseguir mais remédios; ou, principalmente, quando acompanhamos o sofrimento de Susanna por ter consciência de tudo o que acontece com suas companheiras, mas não consegue ter consciência do que acontece com ela própria.
Um ponto em comum entre todas as histórias, é a indiferença dos familiares, que parecem apenas querer que o problema desapareça, e jogam as garotas no hospital à própria sorte do tratamento. E escassez de visitas são equivalentes à falta de interesse.
Garota Interrompida é uma leitura rápida, mas intensa, que transmite ao leitor a dificuldade que é conseguir vencer perante a perda da realidade. Isso fica muito bem demonstrado no final do livro, quando, alguns anos após Susanna receber alta, ela se encontra, acidentalmente, com Lisa no meio da rua, pouco antes de ser explicado o título do livro. É muito comovente a conversa das duas, após tudo pelo que passaram, e por causa das cicatrizes psicológicas que ficaram. Porque mesmo que algo seja curado, as cicatrizes sempre ficam. Sempre.
A narrativa é feita pela própria autora, Susanna, que descreve em capítulos curtos, três ou quatro páginas, situações que viveu e presenciou dos dezessete aos vinte anos, durante os anos de 1968 e 1969, no fim da Guerra do Vietnã, quando esteve internada em um hospital psiquiátrico, após um surto que a levou a uma tentativa de suicídio e a uma posterior fuga da realidade.
O relato de Susanna é feito de forma não linear, ou seja, em alguns capítulos, não temos certeza da ordem temporal em que eles aconteceram. Mais que isso: em algumas partes, a sensação que temos, é que Susanna não tem certeza do quão real foi uma ou outra passagem. Ela mesma reconhece isso e se diz confusa, principalmente nas partes em que é necessário especificar um intervalo de horas entre um acontecimento e outro.
Antes do início de alguns capítulos, existem reproduções de suas fichas de internação, acompanhamento médico, psiquiátrico e de diagnóstico, que não servem apenas para ilustrar a obra, mas para ajudar o leitor a entender o que está acontecendo com Susanna, bem como a diferenciar o que ela sente, do que os médicos dizem que ela sente.
A história de Susanna, durante esses quase dois anos, se mistura com a de sua colega de quarto, Georgina, que vaga entre a fantasia e a realidade; com a de Lisa, uma viciada sociopata, que sempre encontrava uma forma de fugir do hospital, para ser trazida de volta poucos dias depois; com a de Polly, uma garota que ateou fogo no próprio corpo, numa tentativa de suicídio; e com a de Daisy, viciada em medicamentos, entre eles, laxantes.
Através da convivência com essas outras pacientes, passamos a conhecer um pouco da vida de cada uma, nunca com muito detalhe, mesmo porque parece que os detalhes se perderam entre medicamentos e o tempo, mas o suficiente para conseguirmos ter o coração apertado por seus dramas. Como os períodos em que Polly toma conhecimento do quando deformou seu próprio corpo e se desespera; ou quando Lisa tem surtos histéricos e faz comparações com as picadas de agulhas que tem nos braços; ou quando Georgina parece ser a mais normal, para, logo em seguida, divagar entre sonhos; ou quando Daisy bola planos e desculpas para conseguir mais remédios; ou, principalmente, quando acompanhamos o sofrimento de Susanna por ter consciência de tudo o que acontece com suas companheiras, mas não consegue ter consciência do que acontece com ela própria.
Um ponto em comum entre todas as histórias, é a indiferença dos familiares, que parecem apenas querer que o problema desapareça, e jogam as garotas no hospital à própria sorte do tratamento. E escassez de visitas são equivalentes à falta de interesse.
Garota Interrompida é uma leitura rápida, mas intensa, que transmite ao leitor a dificuldade que é conseguir vencer perante a perda da realidade. Isso fica muito bem demonstrado no final do livro, quando, alguns anos após Susanna receber alta, ela se encontra, acidentalmente, com Lisa no meio da rua, pouco antes de ser explicado o título do livro. É muito comovente a conversa das duas, após tudo pelo que passaram, e por causa das cicatrizes psicológicas que ficaram. Porque mesmo que algo seja curado, as cicatrizes sempre ficam. Sempre.
Ótima a época que a historia revela, nem sabia da existecia do filme mas depois quero saber mais detalhes e ver se acho aqui na minha cidade,não sei porque mas sempre ando realmente procurando livros assim e assim me vejo lendo o livro e quero saber mesmo se vou gostar, o livro mostra bem a realidade da época até nos dias de hoje.
ResponderExcluirOi!!
ResponderExcluirFaz muito tempo que quero ler esse livro mais infelizmente não tive oportunidade de ler. Gostei muito da resenha e quero muito saber por que a Susanna foi para em um hospital psiquiátrico.
Beijoss
Carl!
ResponderExcluirUm super thriller psicológico, hein? E que traz questões bem profundas, como o abandono e falta de responsabilidade familiar, a época em que tudo se passou diante das dificuldades políticas e as marcas deixadas nessas mulheres devido a seus traumas.
Desejo uma ótima semana !!
“Se sabemos exatamente o que vamos fazer, para quê fazê-lo?” (Pablo Picasso)
cheirinhos
Rudy
http://rudynalva-alegriadevivereamaroquebom.blogspot.com.br/
TOP Comentarista de MARÇO, livros + KIT DE PAPELARIA e 3 ganhadores, participem!
Parece ser uma historia com muitos conflitos internos e externos, queria saber mais sobre Susanna se ela tinha algum problema quando foi internada ou se ela era mal compreendida, pois acho que em um lugar assim onde ela esta acaba piorando a situação ainda mais abandonada pela família, fiquei bem interessada em ler.
ResponderExcluirOi, Carlos!
ResponderExcluirCheguei a tentar ver o filme certa vez, mas não tive muito estômago e psicológico, por assim dizer, para acompanhar o enredo, ainda mais sabendo que foi baseado na vida da própria Susanna Kaysen. E da mesma forma, a leitura parece ser, por vezes, ainda mais intensa, justamente por adentrar à mente da autora, por entre todas as turbulências vividas na internação. Também me parece uma leitura bem angustiante, ainda que visivelmente curta e rápida, porque não é fácil encarar as demais com quem ela conviveu e se sentir indiferente à situação delas, principalmente diante da infeliz ausência dos familiares. Por isso não é bem uma leitura que me atraia, mas um alerta para quem sofre ou conhece alguém com algo parecido.
Beijos!
♥ Sâmmy ♥
♥ SammySacional.blogspot.com.br ♥
Tem esse livro aqui na minha estante faz tempo porem ainda não li, curto muito um thriller psicológico, essa resenha me deixou bastante curiosa em conferi essa história.
ResponderExcluirVejo esse livro em fotos direto, mas nunca tinha parado para ler algo dele, olha, me arrependi! Exatamente com a temática que eu gosto, realidade que muitas pessoas passam e não é mostrado por aí. Achei bacana o tema escolhido e vou ler com toda certeza, coloquei nos meus desejados preferenciais.
ResponderExcluirOlá Carlos,
ResponderExcluirQuero muito ler esse livro, assisti o filme faz um bom tempo e gostei demais, aliás tenho o filme, preciso mesmo do livro, ótima resenha...abraço.
http://devoradordeletras.blogspot.com.br/
Olá,
ResponderExcluirAchei interessante esse livro, a autora contando para os leitores sobre sua vida passada e algo bem raro de se acha em livros porém gostei, super interessante e ansiosa também para ler...porque me chamou muito atenção esse livro!!
eu assisti o filme a tempos
ResponderExcluirnem sabia que era baseado em um livro e achei bastante legal o fato de ser um retrato real do que a autora passou, bastante coragem para compartilhar isso com a gente
mais um para a minha lista =)