A cidade ilhada - Milton Hatoum

Fonte da imagem: Universo dos leitores.
 HATOUM, Milton. A cidade ilhada. Companhia das letras: 2009. 128 p.

Já há algum tempo que li Dois Irmãos, de Milton Hatoum, e simplesmente adorei. Considerando que era uma leitura obrigatória para vestibular, na época, imaginei que iria gostar ainda mais quando pudesse ler por opção. Acabei não buscando algo do autor por algum tempo, mas agora que tinha um livro de contos dele em mãos, tentei mergulhar na leitura de forma imparcial. E me surpreendi.

É impossível não se deixar envolver pelas palavras do autor. Carregadas de sentimentos reais, por vezes sombrios ou puros, fazem de contos simples uma obra para reler durante a vida. São textos originais, surpreendentes, que vão desde a loucura de Bárbara no Inverno à doçura de Um Oriental na Vastidão.

Não sei quanto disso é verdade, mas ouvi dizerem uma vez que Hatoum, considerado escritor contemporâneo, questionou o motivo de não ser considerado realista: "Porque não nasci no século XIX?". Encontros na Península, por exemplo, cita idéias de Machado de Assis, que, de acordo com o conto só falava de "loucos e adúlteros". E não falta disso em A cidade Ilhada: Bárbara no Inverno, já citado, O Adeus do Comandante, A Casa Ilhada, A ninfa do teatro Amazonas, o próprio Encontros na Península, entre outros, tratam de ao menos uma dessas características.

E de todos os contos, apenas dois não se passam ou citam Manaus. Como o próprio Hatoum cita, "para onde eu vou, Manaus me persegue" (pág. 26). É interessante ver como o autor mescla ficção e realidade. Fica quase impossível definir, em vários textos, quanto dos fatos narrados são ou não acontecimentos reais. Os próprios personagens, por vezes, aparecem em mais de um conto, como tia Mira e tio Ranulfo, que podem ser vistos também em seu romance Cinzas do Norte, de 2005; Lyris, personagem de Uma estrangeira na nossa rua, recebe uma dedicatória em Manaus, Bombaim, Palo Alto. E quanto do livro são fatos que ocorreram com Milton? Impossível saber.

A linguagem do autor é totalmente usual, o que facilita a leitura e a compreensão, e é por vezes carregada de uma ironia subentendida. Subentendida, por sinal, talvez seja exatamente a palavra para descrever esse livro. Nada é entregue de bandeja, como degustar um belo prato de olhos fechados. Sentir, perceber e imaginar.

Como já citei aqui no blog antes, me rendi aos contos. E os "finais" de Hatoum, abruptos, nos permitem visualizar uma continuação da forma que quisermos, ou odiar o autor por não nos contar. Mergulhei de cabeça em cada conto e queria mais, sempre mais... e havia nada além de questionamentos. Como a vida, que não sabemos como será e se realmente haverá um fim para determinados momentos. Isso não torna o livro ruim, entretanto. Foi exatamente essa antítese entre desejar e não receber que me fez gostar de cada vírgula dessa obra.

Leia Mais
21 comentários
Compartilhe:

Entre Dois Amores - Ann Major

Sinopse: Cici Bellefleur havia amado um dos irmãos Claiborne… e fora cortejada pelo outro. Tola, dera a Logan sua inocência, para logo descobrir que a sedução era apenas parte de um plano maquiavélico... uma traição que ela nunca esqueceria ou perdoaria. O retorno de Cici não só pegou Logan de surpresa, como também o fez perceber que sua atração por ela não diminuíra com o tempo. Agora, ele deseja possuir Cici novamente...desta vez para agradar a si mesmo e a mais ninguém! (Skoob)
MAJOR, Ann. Entre dois amores. Harlequin: 2010. 183 p.


Cici Bellefleur acreditava ser apaixonada por Jake Claiborne, até que seu irmão gêmeo, Logan, se aproxima dela e a seduz. É com ele que Cici tem sua primeira vez e com quem faz amor todas as noites durante aquele verão, até que Jake os flagra e parte para não mais voltar. E Logan então a abandona.
Ele toma essa atitude pensando ser o melhor para a família. Cici não era mulher para se casar com Jake, menos ainda com ele próprio. Foi o que seu avô, Pierre, o fez acreditar, e ele leva essa decisão até o fim, independente das consequências que essa atitude trará.

Desiludida, Cici deixa a cidade e viaja o mundo fotografando a morte de perto. Nove anos depois, entretanto, ela sente falta de um lar, o único que conhecia, Belle Rose. Pierre, que sofreu um derrame recente, muda suas opiniões sobre Cici e a recebe em sua casa. Mas como seria o reencontro de Logan e Cici depois de tanto tempo?

"Logan sorriu, lembrando-se de como Cici, quando criança, amava a escura floresta cheia de musgo que limitava a plantação. Assim que chegava para as férias e punha um pé fora de casa, ela o seguia por toda parte, tão ansiosa como um filhote devotado. Na ocasião, seu relacionamento era tão simples. Era oito anos mais nova do que ele e Jake e assim Logan não levava a sério sua paixonite por Jake até aquele verão, quando voltaea para as férias da faculdade de direito e descobrira que o avô tinha razão quando dizia que Cici não era mais uma criança."

Romance de banca. Uma leitura rápida e agradável. Estava sentindo falta de livros nesse estilo, que já não lia há bastante tempo. E o livro cumpre sua função: uma história ágil, agradável e, principalmente, recheada de paixão.

Não sei se deveria ser tão rígida com a análise do livro, mas é impossível deixar de notar algumas "falhas" na história. Achei bastante estranho a forma como Logan resolve separar Cici de Jake, envolvendo-se ele próprio com ela. Depois disso, quando voltam a se encontrar, achei bem rápida a forma como voltam a "confiar" um no outro, apesar de tanta mágoa e ressentimento guardados por tantos anos. Não consigo imaginar uma paixão, por mais irracional que seja, fazer com que alguém deixe de lado esse tipo de coisa.

Fora essas observações, não há nada que tenha atrapalhado a história. Claro que, por ser um romance de banca, não tem tanta profundidade. Mesmo assim, os personagens são agradáveis e bem temperamentais - característica que eu gosto mais, para ser sincera. A narração em terceira pessoa também ajuda, já que pode-se observar o contexto, visualizando pensamentos de todos os envolvidos. Enfim... não é o melhor romance de banca que eu já li, mas com certeza é um história gostosa de acompanhar e ideal para dar um tempo entre leituras mais pesadas.

Leia Mais
33 comentários
Compartilhe:

Promessa de Sangue - Richelle Mead

Fonte da Imagem: Nuvem Literária
Sinopse: A vida da guardiã Rose Hathaway nunca será a mesma. O recente ataque a Academia St. Vladimir devastou todo o mundo Moroi. Muitos estão mortos. E, pelas poucas vitimas carregadas pelos Strigoi, o destino deles é ainda pior. Uma rara tatuagem agora adorna o pescoço de Rose, uma marca que diz que ela matou Strigoi demais para contar.Mas apenas uma vitima importa… Dimitri Belikov. Rose agora deve escolher, um de dois caminhos bem diferentes: princesa – ou, abandonar a academia para sair sozinha em uma caça para matar o homem que ela ama. Ela terá de ir ao fim do mundo para encontrar Dimitri e manter a promessa que ele implorou para ela fazer. Mas a pergunta é, quando a hora chegar, ele irá querer ser salvo? Agora, com tudo em jogo – e mundos de distancia da St. Vladimir e sua desprotegida e vulnerável, e recentemente rebelde, melhor amiga – Rose pode encontrar forças para destruir Dimitri? Ou, ela vai se sacrificar para ter uma chance em um amor eterno? (Skoob)
MEAD, Richelle. Promessa de Sangue. Academia de Vampiros #4. Agir: 2010. 448 p.

Promessa de Sangue, quarto livro da série Academia de Vampiros - que eu já li há algum tempo, por sinal, e já folheei várias vezes depois disso -, me deixou com o coração acelerado e, por vezes até, sem fôlego. É incrível como Richelle Mead consegue conectar todos os pontos, fazer uma história cheia de romance, ação, aventura, drama, tudo, na medida certa.

Para quem ainda não leu os primeiros livros, haverá muitos spoilers!

Mason tentou avisar, mas foi impossível evitar o ataque Strigoi à escola São Vladimir. Esse aviso ao menos permitiu que os dampiros e Moroi não fossem pegos de surpresa e pudessem se defender. O resultado disso, porém, foi devastador. Mesmo tendo acabado com a maioria dos invasores, as perdas foram imensuráveis, inclusive para Rose. Parecia impossível acreditar que o homem que amava, que a completava, agora se transformara no ser que ele mais repugnava: um Strigoi.

Tudo o que Rose sonhou alcançar até então já não tinha mais sentido. Ela passa a se sentir presa a uma promessa que ela nem fizera, uma conversa muito antiga, mas acredita que precisa salvar a alma de Dimitri e libertá-lo de sua atual condição; esse agora é seu objetivo de vida. Deixando de lado a possibilidade de se tornar a guardiã de Lissa, Rose parte da escola em direção ao incerto, na busca daquele que ela quase desejava não encontrar.

"Eu nunca estivera em Moscou. Era uma linda cidade, próspera e cheia de gente e comércio. Poderia ter ficado dias lá, só fazendo compras e experimentando restaurantes. [...] Por mais legal que aquilo tudo fosse, acabei tentando me desligar dos cenários e dos sons da cidade porque me lembravam... bom, Dimitri.
Ele vivia me falando sobre a Rússia o tempo todo e jurará que eu iria amar o pais. [...]
Seu rosto se iluminara ao lembrar os lugares que ele tinha visto, com uma alegria que deixara aqueles traços maravilhosos ainda mais divinos. Acho que ele poderia ter passado o dia todo citando pontos turísticos. Meu peito queimara por dentro, só de observá-lo. E então, como sempre acontecia quando eu temia acabar dando uma de idiota ou sentimentaloide, eu soltava uma piada para desviar a atenção e ocultar meus sentimentos. Isso o fizera reassumir a postura profissional, e voltáramos ao trabalho.
Agora, andando pelas ruas da cidade com Sydney, desejei não ter feito aquela piada e ouvido Dimitri falar mais sobre sua terra natal. Daria qualquer coisa para tê-lo ali comigo, do jeito que ele costumava ser. [...] E o tempo todo não parei de pensar que Dimitri é quem devia estar ali, do meu lado apontando as coisas e me explicando o que eram." (Pág. 51-52)

Com auxílio financeiro de Adrian, Rose vai para a Rússia, onde acredita que encontrará Dimitri e, de Strigoi em Strigoi, procura por ele em cada rosto. No rastro de corpos que vai deixando, ela conhece Sydney, uma humana alquimista responsável por manter os vampiros em segredo dos humanos, que passa a acompanhá-la e, por ordem de seus superiores, a leva à cidade natal de Dimitri.

Ao mesmo tempo, Rose acompanha Lissa através do laço, vê os sentimentos confusos da amiga se desenvolverem conforme treina a utilização do espírito com Adrian, o envolvimento dela com Avery, que chega à São Vladimir e se mostra uma companheira para Lissa, e os problemas dela com Christian.

Como tenho dito desde que li o primeiro livro, a história fica ainda melhor conforme o andamento. Promessa de Sangue me deixou grudada em suas páginas do início ao fim, foi perfeito. Uma mistura de drama, quando Rose se lembra dos momentos com Dimitri e se entrega aos sentimentos de luto; ação, quando ela caça cada Strigoi pensando que poderia ser Dimitri; aventura, considerando todas as habilidades que ela desenvolveu por ter sido beijada pelas sombras; e paixão... muita paixão, completamente irracional.

Foi bom poder conhecer um outro lado da história que ainda não tinha sido visto de dentro dos muros da escola. Richelle Mead permitiu que soubéssemos como eram as comunidades de prostitutas de sangue e como o imaginário dos vampiros é permeado por preconceitos infundados; vemos também, como os corpos dos vampiros eram eliminados para ocultar sua existência dos humanos; mostrou a interação e a volatilidade das relações Strigoi, principalmente quando vivem em grupos. Além disso, o livro é cheio de trechos maravilhosos, e poderia escrever vários posts, só com eles.

O final me surpreendeu mais uma vez. É admirável como Richelle Mead consegue fazer isso, nos deixando tão presos à história que mal suportamos esperar pelo próximo livro. Tanto é assim, que comprei Spirit Bound em inglês mesmo, e sempre que dá, me delicio com essa história tão fantástica que é impossível expressar em palavras.

Preciso dizer que recomendo?

Leia Mais
25 comentários
Compartilhe:

Pacto Secreto - Eliane Quintella

Sinopse: Três regras haviam sido reveladas à Valentina. Mas, ela não sabia se existiriam outras regras que teriam sido ocultadas. Tinha certo em seu coração que precisava ter seu pedido atendido. Era o que havia de mais importante. Precisava decidir se assinaria ou não o pacto. É a pergunta que não se cala. Será que Valentina deveria assinar o pacto sem ter certeza do que estava em jogo? O que realmente assumiria se assinasse?
E você, assinaria o pacto? Em troca, teria o que pedisse. Poderia ser qualquer coisa... (Skoob)
QUINTELLA, Eliane. Pacto Secreto.Novo Século: 2011. 357 p.

Três anos após acidente que deixou sua irmã gêmea, Sara, tetraplégica, Valentina continua a acreditar ser a culpada pelo ocorrido. E após tantas orações pedindo alívio para sua dor, resolve pedir ajuda a quem quer que seja, mesmo ao diabo. O que ela não esperava, entretanto, é que  teria seu pedido atendido.

Na primeira vez que resolve sair com as amigas após o acidente, Valentina encontra um homem misterioso, incrivelmente lindo, que vem lhe explicar sobre as regras do pacto. Valentina se vê em um dilema sério: abandonar seu Deus e ver sua irmã como antes ou deixar as coisas como estavam e suportar a dor que se abatia diariamente sobre a sua família?

Instigada sobre as consequências de fazer um pacto com o diabo, Valentina parte atrás das respostas necessárias para ter firmeza sobre aquilo que queria, e começa a perceber que nem tudo era obra do acaso.

"- Minha filha, quem é esse diabo afinal? Quem é esse enviado? O que eles realmente querem? Tudo isso você precisa saber antes de tomar qualquer atitude. Você não pode partir de premissas, conceitos predeterminados extraídos de sua cabeça, da cabeça do enviado ou de qualquer pessoa; você precisa saber a verdade." (pág. 66)

Mesmo achando estar preparada para o que viria, por ter lido tantas resenhas do livro, Pacto Secreto foi, para mim, uma surpresa muito agradável. Achei a narrativa um pouco repetitiva no início, admito, mas acredito que tenha sido uma forma de a autora salientar as características da Valentina, mostrar bem como ela era, como vivia, do que gostava ou não. Essa repetição, entretanto, logo fica para trás. Os fatos vão acontecendo de forma cativante, os personagens vão nos envolvendo e a curiosidade se aguça a cada página.

A primeira impressão que tive sobre a Valentina é que ela era um pouco ingênua, mas percebi após algum tempo que era apenas irracionalidade devido ao seu desespero. Tanto que, quando se dá conta do tamanho do "jogo" em que se vê envolvida, ela logo percebe em quem pode ou não confiar, que nem tudo aquilo que querem que ela acredite é definitivamente verdade, e passa a realmente jogar. E quem disse que precisa jogar limpo?

Valentina começa a buscar as informações necessárias para decidir o que fazer e essa busca é o ponto principal da história. A personagem não tem medo, principalmente por saber que a queriam viva, então vai a fundo para conseguir o que deseja. Espero que isso não seja nenhum spoiler, mas tenho que comentar que achei inteligente demais a solução que Valentina arranjou e ainda mais inteligente o que Sara fez para conseguir cumprir sua promessa.

Foi interessante conhecer um pouco de histórias e lendas sobre Deus e o diabo, algumas sobre as quais eu era totalmente ignorante. Acho bom demais quando um autor se prepara e pesquisa sobre o assunto que pretende abordar, e é perceptível isso no trabalho da Eliane. As citações bíblicas são um exemplo disso. E, apesar de falar sobre Deus e mostrar a fé, a obra não não chega nem perto de se prender às concepções religiosas.

Um detalhe que me incomodou um pouco foi ver, nas narrações das personagens, alguns tipos de descrições sobre si mesmas que poucas pessoas fariam. Não que prejudicasse a história, longe disso, só achei estranho a Sara dizer que tinha um jeito "doce", por exemplo. Alguns pontos ficaram em suspenso. Gostaria de ter conhecido mais a fundo o enviado, saber o que ele pensava realmente sobre Valentina, se ele se envolveu de alguma forma com ela ou se significava apenas um desafio. Carla também deixou uma interrogação; fiquei me perguntando como e porque entrou na vida da protagonista, e mais algumas coisas que não posso citar porque seriam spoiler. Espero que esses detalhes sejam explicados na continuação que, por sinal, estou bem curiosa para ler.

Parabéns à Eliane, que escreveu uma trama diferente e envolvente e, de uma forma geral, bem amarrada. Espero que os próximos livros amarrem ainda mais pontas, pois a história tem tudo para ficar cada vez melhor. Obrigada à autora por aceitar parceria com o blog e por me permitir conhecer essa obra que eu adorei.

Leia Mais
30 comentários
Compartilhe:

Conjuntando #6: Filmes



Oi todo mundo! Trazendo mais algumas dicas de filmes que assisti nesses últimos dias. Espero que curtam!


Assassino a preço fixo:


Arthur Bishop (Jason Statham) é um assassino de elite, que possui um código restrito e um talento especial para eliminar seus alvos. Um dia ele recebe a missão de matar Harry McKenna (Donald Sutherland), seu melhor amigo, acusado de ter vazado informações sigilosas que levaram cinco agentes à morte. Arthur cumpre a missão e, logo em seguida, reencontra Steve (Ben Foster), o filho problemático de Harry. Desejando vingança, Steve recebe a ajuda de Arthur para também se tornar um assassino. Os dois logo trabalham em conjunto, sem que Steve saiba que seu tutor é na verdade o assassino de seu pai.

Ainda não houve um único filme do Jason Statham que eu não gostasse. Normalmente de ação, com enredos bem envolventes, são filmes bem inteligentes. Esse não é diferente. Gostei muito, principalmente do final bem criativo.


Orgulho e Preconceito:



Inglaterra, 1797. As cinco irmãs Bennet - Elizabeth (Keira Knightley), Jane (Rosamund Pike), Lydia (Jena Malone), Mary (Talulah Riley) e Kitty (Carey Mulligan) - foram criadas por uma mãe (Brenda Blethyn) que tinha fixação em lhes encontrar maridos que garantissem seu futuro. Porém Elizabeth deseja ter uma vida mais ampla do que apenas se dedicar ao marido, sendo apoiada pelo pai (Donald Sutherland). Quando o sr. Bingley (Simon Woods), um solteiro rico, passa a morar em uma mansão vizinha, as irmãs logo ficam agitadas. Jane logo parece que conquistará o coração do novo vizinho, enquanto que Elizabeth conhece o bonito e esnobe sr. Darcy (Matthew Macfadyen). Os encontros entre Elizabeth e Darcy passam a ser cada vez mais constantes, apesar deles sempre discutirem.

Sempre ouvia falar deste filme e seu respectivo livro, mas, antes disso, por um certo preconceito, nunca tive vontade de assistir. Até que ganhei ele em um sorteio, como já comentei aqui, e aproveitei a ioportunidade. Achei que as duas horas de filme seriam entendiantes, mas passou rapidinho, comigo completamente envolvida! Amei.



Já assistiram algum? O que acharam?

Julia.

Leia Mais
23 comentários
Compartilhe:

Inocência - Visconde de Taunay

Sinopse: "Inocência" é um marco do Romantismo e também um dos melhores exemplos de literatura regionalista, revelando detalhadamente a vida sertaneja do interior do Mato Grosso na metade do século passado. Fiel à tendência romântica, o romance possui no seu núcleo uma história de amor impossível: a jovem cabocla Inocência está prometida por seu pai ao rude sertanejo Manecão, mas apaixona-se pelo forasteiro Cirino, gerando uma série de conflitos devido ao rigoroso código de honra da época. (Skoob)

Clássico do Romantismo brasileiro, Inocência, de Visconde de Taunay, possui todos os atributos inerentes a esse movimento literário: uma donzela apaixonada, um homem que a idolatra, demonstrando a idealização do amor e da mulher, e a valorização da natureza. Passando-se no século XIX, no interior do Brasil, a obra retrata o cotidiano simples e os modos modestos de vida, as dificuldades dos viajantes, o tratamento dispensado à mulher e o convívio diário com doenças e males que atingiam a população.

Cirino, pseudomédico, viaja pelo sertão do Mato Grosso a curar doentes. A caminho da próxima vila, depara-se com Sr. Pereira, que volta da cidade frustrado por não conseguir encontrar o remédio que sua filha precisa para as sezões (febres) da maleita (malária). Sr. Pereira mal podia acreditar em sua sorte: leva Cirino à sua fazenda, pede que se instale por lá e diz que avisará os doentes da região a fim de que venham até ele e que não precise parar de trabalhar. Pouco depois da chegada de Cirino à fazenda, surge também um novo visitante. Meyer, um alemão que está no Brasil para pesquisar insetos, abriga-se também nas terras de Sr. Pereira. 

“Com efeito, de volta à sala dos hóspedes, não pôde mais conciliar o sono e, sem que houvesse conseguido fruir um só momento de descanso, viu raiar a aurora. Parecia-lhe que o peito ardia todo em chamas a subirem-lhe às faces, abrasando-lhe o pensamento.
Aquele venusto rosto que contemplara a sós; aqueles formosos olhos, cujo brilho a furto percebera, aquele colo alabastrino que a medo se descobrira, aquelas indecisas curvas de um corpo adorável, todo aquele conjunto harmonioso e encantador que vira à luz de frouxa vela, fatalmente o lançavam nesse pélago semeado de tormentas que se chama paixão!”


Logo que se põe a cuidar da filha de Pereira, Inocência, sob olhares fiscalizadores do pai; que não podia deixá-la sozinha com um homem, Cirino logo se vê apaixonado pela moça. Sr. Pereira, que desconfia das intenções do ingênuo Meyer, mal consegue perceber as de Cirino, que consegue furtivos encontros com Inocência. Cirino, entretanto, nada podia esperar com ela, pois já estava prometida a Manecão, e palavra é a moeda mais valiosa do sertão.

Diferente do que encontrei em Memórias de um Sargento de Milícias, Inocência não traz tantas novidades, e é até previsível. Mas não, por isso, deixa de ser uma leitura bem agradável. Claro que, por se tratar de um clássico, requer um pouco de paciência para nos adequarmos à linguagem, mas há tanta riqueza cultural nessas obras que eu acredito que valha a pena. Além do mais, depois que se acostuma à escrita, vemos como a forma de narração é bela e musical. Mesmo as expressões regionalistas utilizadas nos diálogos não causam prejuízo a essa característica.

O romance se desenvolve de maneira meio irreal, mas, como não sabemos o que era viver naqueles tempos, não há como julgar se poderia ou não ter acontecido. Não me identifiquei tanto com o casal principal, o que não me impediu de torcer por eles e tentar encontrar uma solução para o desafio dos dois.

Como todo clássico, deve-se saber apreciar. Eu mesma só comecei a gostar deles quando me livrei de certos preceitos que adotava sem perceber, e não tenho me arrependido disso. Inocência é um livro interessante de conhecer, mas não se pode esperar cair de amores.

Leia Mais
25 comentários
Compartilhe:

Entrevista: Valentine Cirano

Oi Pessoal, hoje trago para vocês a primeira entrevista do Conjunto da Obra! É com a autora Valentine Cirano, que tem vários livros já publicados, conforme pode-se conferir AQUI. Vamos conhecer um pouquinho mais da autora:



1 – Olá Valentine, seja muito bem-vinda ao Conjunto da Obra. Poderia se apresentar às pessoas que lêem o blog?
Valentine: Olá, sou Valentine Cirano, escritora dos livros Chama Imortal, Impacto Fulminante, Plano de voo - o segredo do sucesso e Reflexões de uma vida. Sou professora de inglês, morei 5 anos nos EUA e escrevo desde bem jovem, mas apenas recentemente comecei a publicar meus livros. Adoro artes em geral, escrever e ensinar. Minhas paixões são minha família e meus amigos. Também adoro viajar, mas o melhor de tudo é visitar museus, sou fascinada por conhecimento.

2 – Como escritora, imagino que também goste de ler. Quais gêneros você prefere? Tem algum livro favorito?

Valentine: Gosto de livros de aventura, mas meus prediletos são os de suspense. Não tenho nenhum livro favorito, mas gostei muito do Anjos e Demônios - de Dan Brown.

3 – O que te traz inspiração para escrever? Há algum autor no qual você se inspira ou que toma como modelo?

Valentine: Eu não sei bem o que me inspira, acho que situações que vivo, detalhes que observo, mistérios (que adoro), sobrenatural, fatos históricos, entre outros. Quando começo uma história eu preciso saber como vai ser a ficção mas o texto vai se desenvolvendo a medida que eu vou escrevendo e aí eu passo a ser personagem do livro, vivendo aquelas cenas e aventuras. Geralmente eu caio na ficção, o único problema é sair dela depois e voltar para o mundo real (rsrs).

4 – Alguns dos seus livros têm uma abordagem histórica bem forte ou fazem referência a um momento histórico específico, como em Chama Imortal e Impacto Fulminante, o que requer um conhecimento histórico mais amplo. Para utilizar esse recurso em seus textos, você realiza algum processo de pesquisa?

Valentine: Sim, tenho que pesquisar muito antes de escrever. Gosto de escrever histórias onde os fatos fazem parte de minha ficção, por exemplo, estou trabalhando agora em um novo livro que se chamará "Átina Blake, e o império de Cronos", uma grande aventura que fala sobre mitologia grega. Essa história tem me feito conhecer mais sobre a antiga Grécia e seus costumes, seus rituais pagãos e sua mitologia, por isso tenho estudado muito para saber todos os detalhes antes de escrever. Os livros da trilogia Impacto Fulminante são também fatos históricos misturados com ficção e precisei estudar muito o assunto antes de escrever. O segundo livro dessa série, que pretendo lançar em 2012 cujo nome será "La Fontana di Trevi - o último sudarista, vem com uma aventura cheia suspense e um grande mistério em torno do Santo Sudário de Turim. A pesquisa sobre os dados da mortalha sagrada, bem como sua história, fatos, lendas e etc, foram minuciosamente pesquisados para tornar esse grande suspense em algo até bem realístico. Gosto de misturar fatos reais com ficção, assim o leitor não saberá onde termina o fato e onde entra a ficção.

5 – Qual seu o principal objetivo ao escrever uma obra? O que pretende passar aos leitores por meio de suas histórias?

Valentine: Geralmente gosto de passar alguma coisa para trazer reflexão, algo que seja apenas uma mera leitura, mas que tenha uma certa "moral da história". Isso não é uma regra, pois tenho outras obras que fogem desse padrão, mas em geral é isso o que eu gosto de fazer quando escrevo uma obra.

6 – Em sua opinião, quais são as maiores dificuldades para escritores brasileiros no mercado nacional?
Valentine: O mercado tem melhorado muito, mas ainda há muito o que fazer. Geralmente é mais difícil publicar o primeiro livro, pois o autor é inexperiente, fica muito ansioso para publicar logo sua obra que acaba aceitando qualquer coisa e às vezes até se arrepende depois. Felizmente eu já passei por essa fase e agora estou um pouco mais cautelosa, mas muito otimista ao ver que o mercado editorial tem crescido bastante nesses últimos anos (levando em consideração de que o brasileiro tem lido mais hoje).

7 – Tem algum projeto para um futuro próximo que possa nos contar? Algum livro em mente ou prestes a ser publicado?

Valentine: Sim, para esse ano não tenho mais obras para serem lançadas, pois já fiz um lançamento no começo do ano. Para 2012 pretendo lançar o livro La Fontana di Trevi, o último sudarista, Átina Blake - e o império de Cronos e meu primeiro livro infantil - Planeta Água. Estou com muitos projetos, muitas obras já escritas e muito animada para esse próximo ano, que acredito será melhor do que 2011.

8 – Muito obrigada pela atenção Valentine! Se quiser fazer mais alguma colocação, fique à vontade.

Valentine: Obrigada Júlia, você sempre foi muito gentil e atenciosa. Pessoas como você e meus outros amigos blogueiros é que tem feito a diferença na nossa literatura. Só o fato de vocês estarem apoiando os autores nacionais já é uma grande ajuda. Todos ganham com isso, nós os autores, os blogueiros e principalmente os leitores, pois a literatura nacional merece um espaço e vocês estão fazendo isso se tornar uma realidade. Um grande beijo para você e para todos os leitores de seu blog. Vocês são umas gracinhas! Amo vocês!

 
Agradeço novamente à Valentine pela a atenção, e espero que vocês curtam.

Leia Mais
22 comentários
Compartilhe:

A Janela de Overton - Glenn Beck

Fonte da Imagem: Mademoiselle Loves Books
Sinopse: Um plano para destruir a America, há centenas de anos sendo planejado, está prestes a ser colocado em prática. Uma poderosa técnica chamada Overton Window que pode modificar nossas vidas, nossas leis e nosso futuro. Ela funciona manipulando a percepção pública para que nossas ideias pensadas anteriormente pareçam ser radicalmente aceitas. Mude a Janela e mude o debate. Mude o debate e mude o país. Para Noah Gardner, um executivo de Relações Públicas com 20 e poucos anos, é seguro dizer que a teoria política é a única coisa em sua mente. Inteligente, solteiro, bonito e isolado dos problemas do mundo com a riqueza e o poder de seu pai, Noah é muito mais preocupado com o futuro de sua vida social do que o futuro de seu país. Mas tudo isso muda quando Noah encontra Molly Ross, uma mulher que é consumida pelo conhecimento de que a América que conhecemos está prestes a ser perdida para sempre. Ela e seu grupo de patriotas se comprometeram a recordar o passado e lutar por um futuro, mas Noah, convencido de que são apenas teorias de conspiração erradas, não está interessado em emprestar suas habilidades consideráveis para a sua causa. E, então, o mundo muda. Um ataque sem precedentes sobre o solo dos E.U.A. sacode o país para o núcleo e coloca em movimento um plano assustador, décadas sendo formulado, para transformar a America e demonizar todos os que se interpõem NO caminho. Em meio ao caos, muitos não sabem a diferença entre a teoria da conspiração e conspiração realidade ou, mais importante, em qual lado lutar.Mas para Noah, a escolha é clara: Expor o plano, revelando os conspiradores por trás dele, é a única maneira de salvar tanto a mulher que ele ama quanto sua liberdade. (Skoob)
BECK, Gleen. A Janela de Overton. Novo Conceito: 2011, 384 p.
 
Um plano para acabar com a atual estrutura política e econômica dos Estados Unidos e do mundo vem sendo articulado há muito tempo, e seu apogeu se aproxima. A Janela de Overton, mecanismo utilizado para medir o grau de aceitação dos cidadãos em relação a determinadas idéias, está se movendo para o lado que eles desejam. Uma idéia, que normalmente se pensaria absurda, pode se tornar aparentemente plausível diante de uma situação de ameaça. Mas essa ameaça seria real?

Noah Gardner, filho de um poderoso homem das relações públicas, sabe muito bem que grande parte de acontecimentos "inesperados" e "imprevisíveis" nem sempre podem ser classificados assim. É essa a função das relações públicas: fazer com que todos pensem conforme se deseja e o que importa para a empresa que realiza o trabalho é apenas quem paga.

Tal situação é plenamente aceita por Noah, até que ele conhece Molly. No início, ele não vê futuro no que ela e seu grupo pretendem alcançar, mas começa a conhecer o outro lado da moeda e a perceber que nem tudo é como acreditava ser...

A Janela de Overton, de Glenn Beck, pode ser sintetizado e definido em uma palavra: conspiração. O que está por trás dos acontecimentos e desastres mais "incontestáveis" de nossa história? Quem, afinal, nunca ouviu uma teoria da conspiração sobre o que realmente teria acontecido em 11 de setembro? E é a partir desse tipo de idéia o autor começa a tecer uma teoria da conspiração muito maior, sobre planos de modificar todas as bases da sociedade como conhecemos, desde o sistema de produção à forma de governo.

"- [...] Sempre existiram apenas quatro tipos de pessoas no mundo: os visionários, que escolhem a rota, e somos muito poucos; os gananciosos e corruptíveis, que são úteis, porque fazem qualquer coisa em nome do lucro a curto prazo; os revolucionários, um bando de pensadores retrógrados e violentos cuja única missão é atravancar o caminho do progresso; e as massas [...].
Eles são bem mais numerosos que nós e se multiplicam a cada dia. [...] E no meio dessa superpopulação, que está inchando o mundo além do ponto de ruptura, não há muitos Mozart, Einstein, Pascal, Salk, Shekespeare ou Geoge Washington. São uns comilões inúteis e retardados mentais, que estão esgotando a capacidade do planeta."

Irrefutável dizer que Glenn Beck nos traz muito assunto no que pensar, principalmente quando tais teorias têm seus principais fundamentos baseados em fatos. O autor, inclusive, traz uma lista, nas últimas páginas, de sites e livros que comprovam vários acontecimentos e idéias apontadas no texto, citando, contudo, tanto no prólogo quanto no epílogo, que os fatos são verídicos, mas foram colocados de forma a dar corpo ao enredo. Glenn Beck deixa a nós a incumbência de decidir o que é real e o que é ficção, mas nos desafia a pesquisar e a buscar respostas.

Particularmente, ainda esperava mais do livro. Mesmo que a leitura tenha sido muito agradável, não fiquei surpresa nem fascinada com qualquer detalhe do livro. Um detalhe que me deixou mais consternada é que talvez tenha ficado desapontada com a crueldade de um determinado personagem no fim do livro, mas isso já vinha sendo apontado durante a história toda, e eu só não queria acreditar que alguém fosse mesmo capaz disso.

Molly é o tipo de personagem que gosto, nem mocinha demais, mas longe de ser vilã; determinada na medida certa e bem esperta. Noah, entretanto, não me agradou; apesar de ser um tipo atraente, era um tanto ingênuo para quem conhecia tantas coisas, mas talvez isso acontecesse em virtude de ele se sentir protegido por toda a influência do pai.

Mesmo assim, é um livro que vale ser lido, por trazer um outro ponto de vista em relação aos acontecimentos e à política como um todo. A editora Novo Conceito caprichou na capa e as letras são grandes, então o tamanho do livro engana um pouco, pois pode ser lido rapidinho.

Leia Mais
25 comentários
Compartilhe:

Noturno - Guillermo del Toro e Chuck Hogan

Sinopse: Nova York , aeroporto JFK. O Boeing 777 da Regis Airlines, vindo de Berlim, aterrisa na hora prevista. Subitamente, na pista de pouso, seu motor para. As luzes se apagam. Os canais de comunicação silenciam. A equipe de terra se perde numa espera aflitiva por algum sinal dos passageiros.
Considerando a possibilidade de um ataque biológico, o Centro de Controle de Doenças é acionado e o Dr. Eph Goodweather, responsável pelo projeto Canário, responde ao chamado. Ao subir a bordo, seu sangue gela com o que vê.
Harlem Espanhol, rua 188. Numa loja de penhores, um sobrevivente do Holocausto, Abraham Setrakian, cujos estudos de folclore da Europa Oriental levaram-no para os mais obscuros cantos do mundo, intui que algo grave está prestes a acontecer. Sabe que a hora chegou e que a guerra está apenas começando.
Uma pandemia vampírica se espalha por toda a cidade de nova York e irrompe numa batalha sem proporções. Eph se une a Setrakian e a um grupo inusitado de combatentes para neutralizar a ação do vírus e salvar a sua cidade - a mesma que abriga sua mulher e seu filho - antes que seja tarde demais.
Guillermo Del Toro, criador visinário de O labirinto do fauno, e Chuck Hogan, autor consagrado pelo prêmio Hammett, trazem sua imaginação para este épico de coragem e audácia, sobre uma batalha entre homens e vampiros que ameaça toda a humanidade. Noturno é o primeiro livro da Trilogia da Escuridão, um fenômeno que promete conquistar o mundo. (Skoob)
DEL TORO, Guillermo. Noturno. Trilogia da Escuridão #1. Rocco, 2009. 464 p.

Um avião, vindo de Berlim, pousa no aeroporto JFK, em Nova York. Nada fora do comum, até que, poucos minutos depois, percebe-se que o avião está ainda no meio da pista, totalmente apagado, sem comunicação, e nenhum dos passageiros ou tripulantes dão qualquer sinal. Temendo uma ameaça biológica, o Centro de Controle de Doenças é acionado, e Ephraim Goodweather precisa deixar o precioso final de semana ao lado de seu filho para averiguar o problema.

Estão todos mortos. Não há nenhuma pista do que causou isso e nenhuma explicação racional ou médica faz sentido. Surpreendentemente, encontram uns poucos sobreviventes e as autoridades optam pela explicação mais fácil, para não gerar pânico: uma falha mecânica que cortou o oxigênio dentro da aeronave.

Mas a cada momento as coisas parecem fazer cada vez menos sentido: uma grande caixa de madeira, cheia de terra, é encontrada no compartimento de cargas; os corpos dos mortos não se decompõem; os sobreviventes passam a apresentar um comportamento estranho e seus corpos sofrem modificações inexplicáveis. E é nesse cenário que Eph, Nora, Setrakian e Vasilyi se unem em uma missão realmente impossível.

Ao final da última página de Noturno, tudo que consegui pensar foi: “uau”. Não há como resumir este livro em poucas frases, e mesmo com uma sinopse mais extensa que o normal, não consegui passar metade do que o livro abrange.

Vampiros. Com uma ótica inteiramente nova e plenamente possível: um vírus. Algo que a humanidade nunca imaginou nem estava preparada para enfrentar. Tenho que advertir que este não é um livro encantador, muito menos maravilhoso, nem qualquer outro adjetivo que comumente se usa para descrever os livros que gostamos. É terrível, angustiante e sujo.

Um dos pontos altos do texto é que os autores nos deixam completamente às cegas, como se estivéssemos vivenciando os fatos juntos com os protagonistas. Não sabemos com o que se está lidando e apenas algumas informações necessárias são colocadas nos momentos relevantes, permitindo adentrar essa atmosfera de tensão que seria criada em uma situação real.

Não gosto de histórias de terror, mas quando a Kel disponibilizou o livro no grupo Livro Viajante, fiquei tão curiosa que não pude deixar de me inscrever. E mesmo morrendo de medo e com o estômago totalmente embrulhado ao ler sobre detalhes de autópsias, continuei até a última página. Para mim, a história foi tão envolvente, que cheguei a ficar com medo de que a noite chegasse. E, apesar de tantos sentimentos contraditórios despertados enquanto lia o livro, só tenho a dizer que Guillermo Del Toro e Chuck Hogan criaram uma obra intrigante e incrível.

E fiquei feliz quando finalmente consegui terminá-la. Não por achar que não poderia fazer isso, mas simplesmente por sentir que o mundo voltava a ser o mundo que conheço.

Dou créditos à Rocco que teve bastante cuidado na edição do livro, que não percebi nenhum problema.

Leia Mais
29 comentários
Compartilhe:

Lauren Kate em Florianópolis - 14/09


Oi todo mundo! Vim contar as novidades, já que o pessoal esteve me perguntando nos comentários do último post. Sim, eu conseguir ir no evento da Lauren Kate. Não pude apreciar tudo como gostaria, mas aproveitei o que pude.

O evento estava marcado para começar às 19h:30, hora exata em que acaba meu expediente de trabalho. Para minha sorte, aconteceria no shopping aqui pertinho, então me arranquei para lá. Cheguei uns dois ou três minutinhos antes da Lauren, peguei uma senha na porta e, como fui sozinha, consegui uma cadeirinha abandonada no meio do povo (sorte). ;D
 
E foi assim que ela chegou: super sorridente, um pouco tímida, mas aparentemente bem feliz. O evento ocorreu segundo o protocolo: um pequeno bate-papo com a autora de aproximadamente meia hora e o momento para autógrafos e fotos com a Lauren.
 
O bate-papo foi uma delícia! A Lauren foi o tempo todo simpática, respondia todas as perguntas com bastante detalhes, e soltou algumas gargalhadas. O único ato falho foi a tradução, que pecou bastante. Sorte minha que conseguia entender o que ela dizia, então não perdi os bons detalhes omitidos na hora de traduzir.
 
Algumas perguntas eu achei muito legais, ainda mais pelas respostas. Perguntaram se ela saiu para dar uma volta na cidade durante a tarde, e o que ela achou, ao que ela respondeu que sim, que almoçou na Barra da Lagoa e adorou. Disse que já ouvira falar que Florianópolis era linda, mas só estando aqui para saber :D Contou que já conhecia o Brasil, pois sua Lua de Mel foi aqui, passando pelo Rio de Janeiro, Buzios e Bahia.

Para escrever a história da série Fallen, e no porquê de anjos, ela disse que escreve, acima de tudo, sobre o amor; os anjos vieram como uma forma de expressar isto. Ela citou ainda que levou alguns anos para terminar seu primeiro livro (que não disse se foi publicado ou não), mas escreveu Fallen em três meses, levando mais três para revisar.

A melhor coisa de ser escritora, segundo Lauren, é simplesmente "this", ou seja, estar no meio de seus leitores. Comentou que os brasileiros são os leitores que mais se envolvem nas histórias, que se identificam com os personagens, e que essa é uma das características que ela mais gostou.

Quando perguntaram sobre os anunciadores, ela respondeu: "Todos os brasileiros perguntam sobre isso", mas complementou dizendo que eles eram uma forma de ligar Luce ao sobrenatural (ou algo assim, eu esqueci).

A resposta da Lauren que eu mais gostei, foi sobre a inspiração para os personagens: a Luce foi inspirada em uma das melhores amigas dela; o Daniel, veio como um complemento para Luce, como uma outra parte dela que faltava; e o Cam foi inspirado no marido dela. Isso me deixou bem mais animada com o futuro da série, porque eu ainda sou mais o Cam.

Sobre o livro que ela mais gosta, ela disse que é Paixão, pois a tendência do escritor é sempre gostar mais da última obra. Quanto ao futuro dos personagens (perguntaram se ela mataria a Luce ou também se esta se casaria com Daniel) ela disse, com um sorriso no rosto: "não vou contar, porque, na verdade, vocês não querem saber. Verão na continuação".

E entre tantas outras coisas, Lauren disse que não conseguia precisar quantos livros já vendeu, mas que eles estão em 35 países e que o Brasil foi onde vendeu mais.
 
Depois da conversa com Lauren, os organizadores começaram a chamar para os autógrafos nas ordens da senha. Como eu precisava ir embora, dependendo de ônibus, não pude esperar até chegar minha vez, senha 88. Mesmo assim, encontrei uma conhecida com a senha 15, e pedi para ela autografar um dos livros para mim. Não pude tirar foto com a Lauren, mas saí feliz e contente com meu autógrafo. ;D

Leia Mais
18 comentários
Compartilhe: