Sinopse: Suas vidas logo passaram a depender da proteção da Torre, aquela que controla os armamentos e a tecnologia que restaram. Cinquenta anos se passam, na megacidade Rio-Aires, Beca vive do resgate de recursos há muito abandonados nos andares inferiores, junto com seu pai e seu irmão. A profissão, perigosa por natureza, torna-se ainda mais letal quando ela participa de uma negociação traiçoeira e se vê cada vez mais envolvida em perigos e segredos que ameaçam muito mais do que sua vida ou a de sua família. (Skoob)
SPINDLER, Roberta. A Torre Acima do Véu. Giz Editorial: 2014. 272 p.
Após o surgimento do véu, uma nuvem de origem desconhecida que matava ou transformava quem a respirava em horríveis monstros disformes chamados de sombras, as pessoas passaram a viver no alto de arranha-céus, longe da nuvem, mas limitados aos recursos que sobraram.
“Foi assim que a Nova Superfície começou. Graças à Torre, temos uma sociedade organizada, os sequestros no nosso território diminuíram consideravelmente e, mesmo com todas as dificuldades, resistimos. Os magaedifícios são nossas fortalezas, os arranha-céus, nossos postos de observação, prevaleceremos enquanto continuarmos unidos sob a liderença insubstituível que nos devolveu a esperança.”
Mas a névoa também modificou quem fugiu dela. Alguns dos que nasceram depois, ganharam habilidades e poderes, como aumento da agilidade, ou velocidade, ou força, ou premonição, ou até mesmo a possibilidade de teleporte.
Beca é uma dessas pessoas. Ela tem sua habilidade aumentada e trabalha com Lion e Edu, seu pai e seu irmão adotivos, em missões de procura e recuperação de itens perdidos nos andares próximos à névoa a pedido de clientes, que pagam por essas missões.
Lion consegue os clientes; Edu é o especialista em auxiliar no planejamento das missões e guiar Beca dentro do labirinto de prédios abandonados; e Beca cria toda a ação, escapando de cães transformados pela névoa, pássaros assassinos, os sombras e agentes concorrentes.
Outras missões são em proveito próprio, quando Rato, um informante amigo, ou não, de Beca, encontra algum item valioso que pode ser vendido ou trocado por mantimentos à Torre, o edifício mais alto e que abriga a facção mais poderosa após a queda dos governos.
Em uma dessas missões, algo dá errado e Edu cai dentro da névoa. Rato descobre que ele pode estar vivo, e assim Beca e Lion cobram todos os favores à torre e a outros grupos para criarem uma equipe de resgate, que terá de entrar na névoa e enfrentar seus horrores para resgatar Edu. Mas nada é o que parece. Inclusive acima do véu.
“Usando toda a rapidez que suas habilidades concediam, ela conseguiu chegar perto do garoto com cinco longas passadas. Entretanto, ter que perseguir um teleportador era uma competição mais do que desleal. Quando quase agarraou seu pescoço, ele desapareceu com uma lufada de vento, materializando-se no corredor, fora do ninho.”
Roberta Spindler criou uma distopia fascinante, que não fica em nada, nada mesmo, a dever às trazidas do exterior pelas grandes editoras brasileiras. A ação ininterrupta se assemelha bastante a Maze Runner, inclusive a narrativa mais fria e direta. Entretanto, Spindler consegue descrever toda a ação, e seus envolvidos, de forma mais clara e visual do que o livro de James Dashner. Curioso é que Spindler também cria um romance que não convence, exatamente como o de Maze Runner, devido à sua narrativa mecânica. Mas isso não compromete a leitura e a apreciação da obra.
O resultado de A Torre Acima do Véu me surpreendeu bastante. Vou ser sincero: nunca havia lido nenhum livro nacional com tanta ação, e tão bem narrada. Spindler prende a leitura, cria detalhes muito interessantes para explicar a forma caótica a que as pessoas foram obrigadas a viver após a névoa, convence na composição de cada personagem, que são em número exato para explicar a história e cativar o leitor.
Por isso mesmo, fico decepcionado por um livro de tanta qualidade ser praticamente desconhecido. Não sei dizer se o motivo é uma falta de marketing por parte da Giz Editorial, ou se é apenas preconceito quanto a livros de ação nacionais. A perda é única do leitor, que deixa de ler um dos melhores livros de distopias nas livrarias.
Conheço a Roberta por ter ir em eventos aqui em Belém e ela estar sempre neles <3 Quando ela falou desse seu livro, ele ainda iria ser lançado, mas já tinha fãs, pelo menos aqui em Belém, deles. Sigo ela no Facebook e vejo muitas pessoas comentando e falando sobre A Torre Acima do Véu, mas ainda são poucas mesmo. Deveria ter um reconhecimento nacional por vários blogs e esse é o primeiro que vejo uma resenha desse livro dela. Fiquei muito curiosa com o livro e fico contente em ler uma resenha tão positiva de uma obra da escritora paraense <3
ResponderExcluirBeijos
http://mon-autre.blogspot.com/
Oi, Jeniffer!
ExcluirAcho que ela está para lançar outro, só não sei do que fala. Mas leia esse, sim!
Abs
Um dos melhores livros nacionais atuais sobre ficção e distopia que já li.
ResponderExcluirRecomendadíssimo para quem curte Distopia.
Sem dúvida, Thyago! Super recomendado!
ExcluirCarlos, também li um livro da Roberta - não consigo lembrar o nome agora - que gostei muito, também tinha essa ação, esse envolvimento que nos faz mergulhar de cabeça no mundo criado pela autora. Só que era fantasia, mas bom do mesmo jeito ;)
ResponderExcluirBeijos
Oi, Julia!
ExcluirEla tem alguns contos publicados, que não sei se tem a mesma qualidade, mas acho que só comprando com ela diretamente. Ela também tem um blog e um canal no YouTube, mas não sigo por falta de tempo...rssss
Abs
Oi Carlos!
ResponderExcluirEu acho que um dos problemas dos livros nacionais é falta de investimento das editoras mesmo... Eu nunca encontro esses livros em livrarias físicas. Tanto é que nem conhecia esse livro, e eu adoro distopias. Gostei bastante da história que você descreveu e quero ler!
Beijos,
Sora - Meu Jardim de Livros
Oi, Sora!
ExcluirTambém acho isso, mas ainda bem que existem os blogs literários para divulgar essas obras ;)
Abs
Oie
ResponderExcluirtambém não conhecia o livro, mas pelos seus comentários o livro parece ser ótimo. Eu não ando lendo muito histórias como essa, mas quem sabe. Gostei muito.
Beijos