CARBONERA, Jim. Royal 47. Giostri, 2015. 152 p.Sinopse: Nesta obra, Jim Carbonera mantém sua narrativa infame e vil dos livros anteriores. Nomeia cada capítulo como se estivesse homenageando-os e transforma Royal 47 em um romance feroz e corrosivo. Seu protagonista, Rino Caldarola, deixa de morar com os pais e muda-se para um ambiente conturbado e efervescente. Uma nova visão sobre o mundo está prestes a nascer das teclas de sua primeira máquina de escrever que, além de auxiliá-lo em seu novo objetivo — de escrever um romance datilografado —, se transforma em sua principal companhia. Rino, sem receio algum, mantém-se o bon vivant inconsequente de outrora e utiliza-se da insensatez como válvula de escape para enfrentar os desígnios da vida. Jim Carbonera expõe explicitamente um personagem que desdenha a sobriedade civil, inspira-se e deleita-se em tudo que o cerca e, definitivamente, utiliza a sociedade como seu espelho transgressor. (Skoob)
O nova obra de Jim Carbonera dá sequência aos eventos narrados em Verme! Rino sai das casas dos pais e se muda para um pequeno apartamento alugado, em um bairro boêmio de Porto Alegre. Logo nos primeiros dias de ócio, enquanto busca inspiração para escrever seu novo livro, ele assiste a um filme sobre a relação de Ernest Hemingway com a correspondente de guerra, Martha Gellhorn. Na película, Hemingway utiliza um máquina de escrever para a criação de suas histórias, uma Royal Quiet De Luxe de 1947, ou a Royal 47 do título.
Rino, convencido de que terá mais inspiração se escrever com uma máquina igual, sai em busca pelas lojas de antiguidade da cidade. Para sua surpresa e contentamento, ele não encontra uma semelhante, mas, sim, uma exatamente igual. É curioso ver como Rino, mesmo diante de algo que deseja muito, não perde suas convicções e pechincha com o vendedor pelo preço da Royal 47, mesmo com o risco de não a comprar.
Aliás, todas as atitudes de Rino, mantém sua insistência em ser autêntico, sem qualquer medo com o que as outras pessoas irão pensar. Por isso, não é de se estranhar sua honestidade ao reconhecer o medo diante do início da amizade com um motociclista particularmente perigoso, nem a sua aceitação ao transar com uma mulher de meia-idade e descrevê-la de forma mais honesta possível, indicando seus defeitos físicos, sem repudiá-los. E nem quando aceita um trabalho que muitos recusariam: escrever uma coluna sobre funerais. O empenho dele, ou a tentativa de sempre entregar algo bem feito, está presente até nesses trabalhos, e é divertido acompanhar suas idas a enterros e o que acontece neles. Aliás, é mais divertido ver o destino que ele dá a um brinquedo sexual, quando decide devolvê-lo a sua antiga namorada, ou quando aceita ganhar um dinheiro extra sendo acompanhante de luxo.
Em Royal 47, temos uma ênfase nos casos amorosos de Rino, alguns descritos com detalhes tão crus, tão diretos e sinceros, que fica difícil não imaginar que realmente aconteceram. Inclusive, somos brindados com um exemplo dos contos que Rino escreve, e é perceptível a lascívia de sua mente, quando ele descreve o relacionamento de seu personagem com três garotas, que deixarão o leitor com inércia moral, sem saber bem o que pensar, mas com um sorriso no rosto.
E é exatamente esse tipo de narrativa que conquista na leitura das obras de Jim Carbonera. A forma como o cotidiano de Rino é contado, apesar de não ter nada diferente que outros milhares de homens, é tão natural, tão direto, sem firulas, que parece que estamos lendo a conversa que tivemos com algum amigo em um bar da esquina. Somos levados, capítulo após capítulo, a uma leitura que nos emerge em situações mundanas, mas narradas de uma forma tão contagiante, que acompanhamos como se fosse algo extremamente único.
Royal 47 é um livro pequeno, que você lê em uma tarde, mas que se torna obrigatório para quem já leu Verme!, e indicado para quem não leu. E para esses que já leram, existe uma surpresinha na última página do livro. Algo que pode confirmar o que muitos suspeitavam sobre Rino. ;)
Rino, convencido de que terá mais inspiração se escrever com uma máquina igual, sai em busca pelas lojas de antiguidade da cidade. Para sua surpresa e contentamento, ele não encontra uma semelhante, mas, sim, uma exatamente igual. É curioso ver como Rino, mesmo diante de algo que deseja muito, não perde suas convicções e pechincha com o vendedor pelo preço da Royal 47, mesmo com o risco de não a comprar.
Aliás, todas as atitudes de Rino, mantém sua insistência em ser autêntico, sem qualquer medo com o que as outras pessoas irão pensar. Por isso, não é de se estranhar sua honestidade ao reconhecer o medo diante do início da amizade com um motociclista particularmente perigoso, nem a sua aceitação ao transar com uma mulher de meia-idade e descrevê-la de forma mais honesta possível, indicando seus defeitos físicos, sem repudiá-los. E nem quando aceita um trabalho que muitos recusariam: escrever uma coluna sobre funerais. O empenho dele, ou a tentativa de sempre entregar algo bem feito, está presente até nesses trabalhos, e é divertido acompanhar suas idas a enterros e o que acontece neles. Aliás, é mais divertido ver o destino que ele dá a um brinquedo sexual, quando decide devolvê-lo a sua antiga namorada, ou quando aceita ganhar um dinheiro extra sendo acompanhante de luxo.
"O grande problema é que, quando se namora, possuir brinquedos sacanas não tem importância. Entretanto, solteiro, não iria colar. Pensei por um instante sobre o que faria com cada objeto. Decidi que os dados eu guardaria e levaria para minha quitinete, pois presentearia um casal de amigos. O pouco que restou do K-Y, enrolei num papel higiênico e atirei na lata de lixo do banheiro. E com Jonas, o que fazer?"
Em Royal 47, temos uma ênfase nos casos amorosos de Rino, alguns descritos com detalhes tão crus, tão diretos e sinceros, que fica difícil não imaginar que realmente aconteceram. Inclusive, somos brindados com um exemplo dos contos que Rino escreve, e é perceptível a lascívia de sua mente, quando ele descreve o relacionamento de seu personagem com três garotas, que deixarão o leitor com inércia moral, sem saber bem o que pensar, mas com um sorriso no rosto.
E é exatamente esse tipo de narrativa que conquista na leitura das obras de Jim Carbonera. A forma como o cotidiano de Rino é contado, apesar de não ter nada diferente que outros milhares de homens, é tão natural, tão direto, sem firulas, que parece que estamos lendo a conversa que tivemos com algum amigo em um bar da esquina. Somos levados, capítulo após capítulo, a uma leitura que nos emerge em situações mundanas, mas narradas de uma forma tão contagiante, que acompanhamos como se fosse algo extremamente único.
"A vizinha se levantou e começou a se vestir. Disse que estava indo embora. Agachou-se e beijou minha boca com a língua e tudo. Avisei-a para bater a porta que depois eu chaveava. Fiquei ali sobre o colchão, feliz por ter economizado uma grana. Se tivesse que pagar alguém para foder, abriria o bolso, pois seria exigente. O mesmo não posso dizer sobre a parceira de hoje. Nada de enaltecimento quanto à sua beleza física. Bom, mas isso não importa. Às vezes o essencial não é a beleza da fruta, mas sim estar madura."
Royal 47 é um livro pequeno, que você lê em uma tarde, mas que se torna obrigatório para quem já leu Verme!, e indicado para quem não leu. E para esses que já leram, existe uma surpresinha na última página do livro. Algo que pode confirmar o que muitos suspeitavam sobre Rino. ;)
Nunca tinha ouvido falar desse livro, mas fiquei bem curiosa. Gosto de ler livros com alta dose de realidade, e esse parece ter realidade de sobra.
ResponderExcluirOi Carlos nunca ouvi falar desse escritor e nem desse livro achei a sinopse bem interessante parece ser um livro que te prende do começo ao fim já está na minha lista de leitura obrigada pela dica bjs.
ResponderExcluirÉ a primeira vez que vejo falar desse livro, parece ser ótimo, ainda não li Verme! fiquei bastante interessada em conferi essa história.
ResponderExcluirNunca ouvi falar de nenhum desses livros e do autor. Gostei bastante da historia, já o adicionei em minha lista. Confesso na imaginar o enredo, pensei ser algo que falasse somente sobre carros e me surpreendi.
ResponderExcluirBjss
Carlos!
ResponderExcluirTive oportunidade de ler VErme e gostei da forma como o Jim escreve, sem rodeios e bem realista.
Imagino que este livro siga a mesma linha e seria uma boa leitura para se apreciar.
Desejo um 2016 carregado de saúde, realizações e muito sucesso em tudo que empreender.
“Que as conquistas no Ano Novo, cheguem na sua vida como confetes: Abundantes, Alegres e festivas...FELIZ SEMPRE!!” (Ana Marise)
cheirinhos
Rudy
http://rudynalva-alegriadevivereamaroquebom.blogspot.com.br/
Não conhecia os livros, mas parece ser muito bom, primeira vez que vejo algo assim, alguém que escreve em uma coluna sobre funerais. E também é acompanhante de luxo, acredito que as historias que Rino tem para contar sejam bem engraçadas com esses brinquedos sexuais rsrs.
ResponderExcluirNão vou negar que eu nunca tinha ouvido falar antes nesse livro, muito menos no autor, acho que é pelo fato do gênero literário não ser do que eu costumo ler, mas a trama parece ser bem interessante, para quem gosta vai adora a indicação de leitura.
ResponderExcluirA história parece ser instigante e com fácil raciocínio. Espero poder lê-la. Bjs
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