TROTTA, F. P. Intergaláctica. Livros Ilimitados, 2015. 279 p.Sinopse: Uma conspiração para controlar o rumo da mais importante expedição espacial da história da humanidade. 3 de Maio de 2031 - No dia de lançamento da aguardada expedição da NASA para explorar a lua de Júpiter, uma das candidatas para habitar vida extraterrestre, a psiquiatra Amanda Collins acorda de um coma após meses batalhando contra uma meningite aguda.Junto com seus pacientes Stryker, Ripley e sua amiga Lina, eles descobrem que fazem parte de um crescente quebra-cabeça envolvendo uma corporação geopolítica underground chamada A Firma, que planeja sabotar a missão, usufruindo de uma nova tecnologia para saquear a nave e destiná-la para um planeta habitável localizado dezessete anos luz da Terra. O quarteto então inicia uma operação para descobrir a verdade por trás da conspiração, mergulhando de cabeça na maior expedição planetária da história da humanidade. (Skoob)
Acho que todos sabem que uma das perguntas que assombra o ser humano, é: estamos sozinhos no Universo? Ou seja, existe vida inteligente em outro planeta? Engana-se quem pensa ser uma questão de pouco importância, que não possui qualquer peso significativo na nossa forma de viver.
Todas as religiões tomam por base a existência de um deus, cujo limite de ação se concentra no ser humano. Descobrir um outro planeta com vida inteligente, dependendo do ponto de vista, joga por terra essa premissa. Claro que se pode abstrair o problema de outra forma. As religiões foram criadas dentro de um conceito onde o universo não era considerado, ou, se era, servia apenas como mapa para o entendimento de características humanas.
Pessoalmente, não vejo motivo para criar descrença, em qualquer religião, apenas pela descoberta de vida fora da Terra. Um deus que pode criar vida, que pode criar a Terra, pode, perfeitamente, fazer o mesmo em qualquer outra parte do Universo. O fato de não termos conhecimento disso, não invalida sua existência.
Essa seria a base da história em Intergaláctica. A busca por uma prova de vida em uma das luas de Júpiter, e a viagem a um planeta semelhante à Terra, com total capacidade de habitar vida. Em meio a isso, a revolta dos religiosos por considerarem essa busca uma heresia, ou com medo de que com ela, a própria religião perca o significado.
Entretanto, essa linha de pensamento fica em segundo plano, e acabamos por acompanhar Amanda, a personagem principal, em uma luta contra o vilão da história, Oswald, seu pai, seu plano absurdo e homicida, e a descoberta do que realmente existe nesse planeta semelhante à Terra. Isso não desmerece em nada a história, mesmo porque ela muda o foco por duas vezes durante a leitura. O que poderia ser bom, se o novo foco não fosse menos interessante do que o anterior.
A parte final, quando o leitor descobre que foi ludibriado em quase metade do livro, da mesma forma que Amanda e seus amigos, surpreende. Não propriamente pela qualidade, mas pelo resultado do que ela significa. Particularmente, achei que o livro passou a seguir a mesmice dos heróis contra os vilões e abandonou definitivamente o pensamento ideológico do que descobertas desse nível representam.
De qualquer forma, é um prazer ter acesso a literatura nacional, cujo gênero seja a ficção-científica, com viagens espaciais, descoberta de planetas e seres fantásticos. Intergaláctica é apenas o primeiro livro de uma série. Por isso, várias pontas ficam soltas, e a aventura de Amanda é interrompida em um momento que deixa o leitor ávido pela continuação.
Todas as religiões tomam por base a existência de um deus, cujo limite de ação se concentra no ser humano. Descobrir um outro planeta com vida inteligente, dependendo do ponto de vista, joga por terra essa premissa. Claro que se pode abstrair o problema de outra forma. As religiões foram criadas dentro de um conceito onde o universo não era considerado, ou, se era, servia apenas como mapa para o entendimento de características humanas.
“Ela olhou para o objeto que segurava e viu que as vinhas espirais pareciam ter começado a brilhar num tom diferente de roxo, mais escuro e avermelhado. Ela olhou para seu pai e então de volta ao Órbita, quando uma forte corrente de vento começou a soprar. Por atrás do laboratório Amanda viu dois imensos helicópteros de combate levantarem voo por dentro da floresta Hallo e Oswald correu em sua direção, com os braços balançando no ar para sinalizar aos helicópteros a abortarem a missão.”
Pessoalmente, não vejo motivo para criar descrença, em qualquer religião, apenas pela descoberta de vida fora da Terra. Um deus que pode criar vida, que pode criar a Terra, pode, perfeitamente, fazer o mesmo em qualquer outra parte do Universo. O fato de não termos conhecimento disso, não invalida sua existência.
Essa seria a base da história em Intergaláctica. A busca por uma prova de vida em uma das luas de Júpiter, e a viagem a um planeta semelhante à Terra, com total capacidade de habitar vida. Em meio a isso, a revolta dos religiosos por considerarem essa busca uma heresia, ou com medo de que com ela, a própria religião perca o significado.
“Amanda e Lina olharam maravilhadas para a praia alienígena à frente, ouvindo o barulho de cada onda que chegava da maré. O oceano parecia infinito e elas olhavam para o céu laranja contrastando com a mudança do verde do mar.”
Entretanto, essa linha de pensamento fica em segundo plano, e acabamos por acompanhar Amanda, a personagem principal, em uma luta contra o vilão da história, Oswald, seu pai, seu plano absurdo e homicida, e a descoberta do que realmente existe nesse planeta semelhante à Terra. Isso não desmerece em nada a história, mesmo porque ela muda o foco por duas vezes durante a leitura. O que poderia ser bom, se o novo foco não fosse menos interessante do que o anterior.
A parte final, quando o leitor descobre que foi ludibriado em quase metade do livro, da mesma forma que Amanda e seus amigos, surpreende. Não propriamente pela qualidade, mas pelo resultado do que ela significa. Particularmente, achei que o livro passou a seguir a mesmice dos heróis contra os vilões e abandonou definitivamente o pensamento ideológico do que descobertas desse nível representam.
De qualquer forma, é um prazer ter acesso a literatura nacional, cujo gênero seja a ficção-científica, com viagens espaciais, descoberta de planetas e seres fantásticos. Intergaláctica é apenas o primeiro livro de uma série. Por isso, várias pontas ficam soltas, e a aventura de Amanda é interrompida em um momento que deixa o leitor ávido pela continuação.
Oie
ResponderExcluirGosto muito de livros com este pano de fundo, e curto ficção cientifica. Ainda não conhecia este, mas fiquei bem curiosa para ler.
Beijos
http://diariodeincentivoaleitura.blogspot.com.br/
Oie Carlos =)
ResponderExcluirConfesso que gosto mais de ficção científica em filme s ou séries do que em livros. Acho o gênero muito complexo e se o autor não souber trabalhar ele bem, pode deixar a leitura um tanto confusa.
Não conhecia esse livro e nem o autor, mas a premissa me deixou bem curiosa.
Dica anotada ^^
Beijos;***
Ane Reis.
mydearlibrary | Livros, divagações e outras histórias...
@mydearlibrary
Oii,
ResponderExcluirA sinopse não despertou muito o meu interesse, mas é sempre bom ver a literatura nacional crescendo em todos os gêneros!
Oi, curto muito o gênero ficção-científica e essa resenha me deixou bastante interessada e curiosa em conferi essa história.
ResponderExcluirAcho que todos sabem que uma das perguntas que assombra o ser humano, Verdade a pergunta "estamos sozinhos no Universo?" assombra o ser humano, cada grupo por um motivo diferente, acho que por isso gosto tanto de livros que abordam esse tema . e pelo que percebi na sua resenha a questão religiosa e o medo de suas crenças caírem por terra é um tema forte no livro. Foi a primeira resenha que li sobre ele e me despertou um interesse muito grande!!
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