Semana Especial O Regresso: Livro x Filme

Um dos filmes mais comentados nos últimos dias, sem sombra de dúvidas, é O Regresso, que finalmente deu a Leonardo Dicaprio o Oscar de Melhor Ator. Por conta dessa movimentação sobre a história, somada ao recente lançamento do livro que deu origem ao filme, a Editora Intrínseca convidou os parceiros para participar da #SemanaEspecialORegresso. A semana especial começou na segunda-feira, mas em decorrência do cronograma semanal do blog não consegui participar naquele dia. Hoje, diferentemente, vou comentar as semelhanças e diferenças entre livro e filme.

Em uma expedição pelo território selvagem americano por conta do comércio de peles, interrompido por atritos com tribos indígenas, Hugo Glass foi brutalmente atacado por um urso. Extremamente ferido, foi deixado para trás por seus companheiros de viagem, que roubaram ainda seus pertences e suas armas. De maneira surpreendente, Hugo Glass conseguiu se recuperar e seguiu atrás daqueles que o prejudicaram, com imenso desejo de vingança.

A diferença mais gritante entre livro e adaptação é a existência de Hawk, filho de Glass. No livro, ele não tinha um filho, por isso é uma grande surpresa essa inclusão no filme. Acredito que, além de ilustrar o período que Glass viveu com os Pawnee, essa liberdade criativa serviu para tornar os motivos para a vingança de Glass mais fortes. No livro, ele quis se vingar por ter sido abandonado à própria sorte apenas. No filme, os motivos foram além dele. Por outro lado, isso tornou a versão cinematográfica mais dramática e dolorosa, o que causa certa revolta, por termos que digerir uma história que já era dura o bastante sem isso.

O desenvolvimento do enredo se dá de forma semelhante nas duas versões. Não há muitos diálogos e, enquanto no livro as descrições ocupam a maior parte do texto, no filme há mais acontecimentos do que falas. Claro que e trata de uma versão hollywoodiana, que inclui queda a cavalo do penhasco, por exemplo, enquanto a versão literária demandava páginas e mais páginas para narrar a fome de Glass e sua dificuldade em conseguir comida. Ação e aventura foram incluídas em boa dose no filme, o que não significa que estavam igualmente presentes no livro.

A maquiagem e a fotografia do filme são impecáveis, apesar de terem poupado o rostinho bonito do Leo. rsrs No livro, Glass fica cheio de cicatrizes na face, no couro cabeludo, no pescoço, e muito pouco do descrito no livro aparece no personagem do filme.

Claro que Hollywood tem suas artimanhas para tornar um filme mais atrativo aos espectadores, então vários momentos do filme se afastaram do que o livro propunha. De qualquer forma, gostei de poder conhecer as duas versões, e indico, tanto o livro quanto o filme, para aqueles que desejam conhecer a história desse homem que virou mito.