Diários do Vampiro - O Despertar - L.J. Smith

Sinopse: Em Fell Church, uma cidade pacata em West Virginia, a garota mais popular da escola Robert E. Lee apaixona-se por um vampiro com quatrocentos anos. Com a ajuda das amigas, Meredith e Bonnie, Elena fará tudo para seduzir Stefan. E Stefan fará tudo para proteger Elena… dele mesmo. O adolescente de olhos verdes, rosto clássico escondem um passado sombrio e uma sede que não consegue controlar. Com ele, arrasta a memória de um amor perdido e um irmão que apenas deseja vingança. Em Florença, no Renascimento, Stefan e Damon Salvatore lutaram pelo amor da mesma mulher. Séculos mais tarde, voltarão a fazê-lo. Diários do Vampiro – O Despertar é a introdução a um triângulo amoroso arrepiante: a história de dois irmãos vampiros que se odeiam e de uma garota que se vê dividida entre os dois. (Skoob)
SMITH, L. J. O Despertar. Diários do Vampiro #1. Galera Record: 2009. 240 p.

Primeiro volume da série Diários do Vampiro, O Despertar narra a chegada dos irmãos Stefan e Damon Salvatore à cidade de Fell's Church.

Stefan não sabe o motivo que o leva a escolher a cidade como local para viver, mas está resolvido a estar junto aos humanos e, como tinha respeito pelo passado, sabia que os fantasmas da Guerra Civil ainda viviam ali.

"De jeans e camiseta, Stefan Salvatore parecia exatamente um aluno normal do ensino médio.
Mas não era.
Imerso no bosque, ele foi se alimentar. Agora lambia meticulosamente os lábios, para se assegurar de não ter deixado nenhuma mancha. Este embutre já seria difícil o suficiente sem isso.
Por um momento, ele se perguntou, mais uma vez, se devia desistir de tudo. Talvez devesse voltar à Itália, a seu esconderijo. O que o fazia pensar que podia voltar ao mundo da luz do dia?
Mas ele estava cansado de viver nas sombras. Estava cansado da escuridão e das coisas que viviam nela. Acima e tudo, estava cansado de ficar só."

Stefan, no entanto, se depara com o que ele menos esperava encontrar: Elena, tão semelhante à sua amada Katherine, que desperta nele as emoções há tanto guardadas, as mágoas consigo mesmo e com seu irmão e o sofrimento que seu amor por ela causou a ambos.

O livro, publicado no Brasil pela editora Galera Record, foi lançado originalmente em 1991. Achei essa data interessante, pois só soube da série mais ou menos na época em que lançaram a série de televisão. Não há, entretanto, muito o que falar do livro. A história tem um contexto interessante, mas foi colocada de maneira um pouco forçada.

Elena, a "rainha da escola" é irritante, e acredito que ninguém ficaria tão segura de si mesma depois de levar tantos foras. Já li em outra resenha que ela só se sentiu interessada pelo Stefan, em um primeiro momento, pois ele era o garoto novo e, depois, por que ele se tornou um desafio, e tenho que concordar inteiramente com isso. Acredito que, principalmente por causa da perda de seus pais, fato que ela não parecia se importar tanto assim, alguma mudança teria se dado nela, mas tudo o que vi foi uma garota fútil, que queria que o mundo todo estivesse aos seus pés.

Stefan é aceitável, mesmo que pareça fraco demais, sensível demais. Quando ficou com Elena, me peguei pensando "Como assim? Assim tão rápido?", pois não consegui torcer pelo casal, e o romance não encaixou, de jeito nenhum. Especialmente por que todo interesse dele em Elena veio por causa da semelhança dela com Katherine.

Outro ponto, que achei extremamente forçado no livro, foi a aceitação rápida da Elena quando descobriu a verdadeira natureza de Stefan. Seria impossível alguém agir com tanta calma  ao descobrir que seu namorado é um ser que até então pensava existir apenas em lendas, principalmente quando não houve nenhuma desconfiança sobre o assunto que facilitasse digerir o fato. O pequeno momento de raiva da personagem para mim foi insignificante, pois passou depressa demais.

Damon, nesse livro, é apresentado como vilão da história, que se fortalece de sangue humano e é muito mais poderoso que seu irmão. Matt, ex-namorado de Elena, é o mais sensato e fofo, mas só existiria mesmo em livros ou novelas.

Apesar de ver esses vários pontos fracos e por não ser de desistir fácil, continuarei lendo a série. Espero, sinceramente, que melhore.

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O Pão da Amizade - Darien Gee

Crédito da Imagem: Alma Crítica

Sinopse: Um presente anônimo conduz uma mulher a uma jornada que ela jamais poderia imaginar. Certa tarde, Julia Evarts e Gracie, sua filha de cinco anos, chegam em casa e encontram um presente na varanda da frente: um pão da amizade com o simples bilhete "espero que você goste". Junto, há um pacote de farinha, instruções de como fazer o pão e um pedido para que ele seja compartilhado com outras pessoas.
Ainda abalada pela tragédia que a distanciou da irmã, antes sua melhor amiga, Julia continua perdida quanto aos rumos de sua vida. Ela jogaria fora o presente anônimo, mas, para alegrar Gracie, concorda em assar o pão.
Quando Julia conhece duas recém-chegadas a pequena cidade de Avalon, Illinois, ela desencadeia uma ligaçao ao oferecer a elas uma parte da massa. A viúva Madeline Davis esta trabalhando para manter aberto o seu salão de chá, enquanto a famosa violoncelista Hannah Wang de Brisay esta numa encruzilhada, com o fim da carreira e o do casamento. Na cozinha do salão de chá de Madeline, as três mulheres firmam uma amizade que mudará suas vidas para sempre.
Não demora para que todos em Avalon estejam assando o pao em suas cozinhas. Mas este momento feliz e as novas amizades também apresentam um novo desafio: a necessidade de reencontrar a irmã e lidar com uma situação que ela preferia esquecer.
O pão da amizade conta uma historia espiritual e comovente sobre vida, amizade, dores e dificuldades, comida e família, mas também sobre a necessidade de mantermos acesa a esperança. (Skoob)
GEE, Darien. O pão da amizade. Lua de Papel: 2011. 392 p.

Um simples presente deixado na porta de Julia faz com que sua vida tome rumos que não poderia esperar. É um pão da amizade, junto a um saco de massa e instruções, e um pedido de que o pão seja compartilhado.
Cinco anos antes, um acidente causou a morte do filho de Julia, Josh, e nada em sua vida, desde então, teve sentido. Nem mesmo sua pequena filha Gracie, que já estava à caminho na época, ou o amor de Mark, quem esteve sempre ao seu lado, tentando tornar tudo mais fácil. A linda relação que teve por toda a vida com sua irmã Livvy foi a mais abalada, e Julia se fechou então em um mundo alheio a tudo o mais.
Mas é compartilhando a massa que ela conhece Hannah e Madeline, e vê na amizade das duas um ponto de onde recomeçar. O pão da amizade, assim, começa a se espalhar pela cidade de Avalon, como uma corrente em que cada pessoa divide a massa com outras pessoas, o que modifica, de uma maneira ou de outra, a vida de cada uma delas.

O Pão da Amizade, em uma palavra, é uma história doce. O enredo é simples, narrando a vida das pessoas da cidade após a chegada do pão, mas complexo de uma forma inestimável. A complexidade se deve, principalmente, pelas características tão realísticas dos personagens, que têm as imperfeições necessárias para nos convercer da possibilidade de verdade da história. Como se aquelas pessoas pudessem realmente existir.

Cada personagem tem que enfrentar sua dor, seu pesar, e somos possibilitados de conhecer a fundo cada um deles. Mesmo com a profundidade com que são mostradas as tristezas que carregam, Darien Gee consegue colocar isso de uma maneira tão leve que permite perceber como todos são movidos pelo amor.

Para mim, o mais encantador da história, foi a maneira como a autora colocava - entre os capítulos principais da história - diversos capítulos secundários, mostrando as transformações que o pão da amizade provoca em todas as famílias da cidade. Eram apresentados nesses capítulos diversos personagens, até então estranhos, que me comoviam pela simplicidade e solidariedade, ou provavam que muitas vezes falta apenas um empurrãozinho para tomarmos atitudes que desejamos ter há algum tempo, mas que não temos coragem para isso. Além disso, algumas passagens engraçadas, como quando Edie e Livvy descobrem que estão grávidas, dão um toque divertido à história.

Apesar de uns poucos erros de digitação, talvez por ser ainda uma cópia não revisada do livro, não percebi detalhes relevantes que atrapalhassem o contexto. É um livro lindo, que vale muito a pena conhecer, por trazer mensagens que devemos carregar conosco sempre.

De acordo o com site da editora Lua de Papel, o lançamento do livro está previsto para o final desse mês de julho.


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A Menina que Roubava Livros - Markus Zusak

Fonte da Imagem: Tresloucado
Sinopse: A trajetória de Liesel Meminger é contada por uma narradora mórbida, surpreendentemente simpática. Ao perceber que a pequena ladra de livros lhe escapa, a Morte afeiçoa-se à menina e rastreia suas pegadas de 1939 a 1943. Traços de uma sobrevivente: a mãe comunista, perseguida pelo nazismo, envia Liesel e o irmão para o subúrbio pobre de uma cidade alemã, onde um casal se dispõe a adotá-los por dinheiro. O garoto morre no trajeto e é enterrado por um coveiro que deixa cair um livro na neve. É o primeiro de uma série que a menina vai surrupiar ao longo dos anos. O único vínculo com a família é esta obra, que ela ainda não sabe ler.
Assombrada por pesadelos, ela compensa o medo e a solidão das noites com a conivência do pai adotivo, um pintor de parede bonachão que lhe dá lições de leitura. Alfabetizada sob vistas grossas da madrasta, Liesel canaliza urgências para a literatura. Em tempos de livros incendiados, ela os furta, ou os lê na biblioteca do prefeito da cidade.
A vida ao redor é a pseudo-realidade criada em torno do culto a Hitler na Segunda Guerra. Ela assiste à eufórica celebração do aniversário do Führer pela vizinhança. Teme a dona da loja da esquina, colaboradora do Terceiro Reich. Faz amizade com um garoto obrigado a integrar a Juventude Hitlerista. E ajuda o pai a esconder no porão um judeu que escreve livros artesanais para contar a sua parte naquela História. A Morte, perplexa diante da violência humana, dá um tom leve e divertido à narrativa deste duro confronto entre a infância perdida e a crueldade do mundo adulto, um sucesso absoluto - e raro - de crítica e público. (Skoob).
ZUSAK, Marcus. A menina que roubava livros. Intrínseca: 2007. 480 p.

Primeiramente, conforme manda a etiqueta, começo com a minha apresentação. Não sou a Julia. Na verdade, sou sua irmã convidada para escrever essa resenha, e que aos poucos poderão observar individualidades e particularidades. Há muitas diferenças entre mim e ela. Confesso que o seu jeito de amar e se amarrar nas histórias me conquista e a destaco como a pessoa que aumenta a média nacional de leituras! Sou antes de qualquer coisa, uma admiradora de seu talento, e uma puxa-saco declarada.

Acredito que o livro resenhado hoje é conhecido por muitos, mas nunca todos. Fico feliz em compartilhar a minha visão e principalmente em rememorar a própria leitura.

Escrito por Markus Zusak e publicado pela Editora Intrínseca em 2007, A menina que roubava livros é docemente narrado pela morte. Me despertou os sentimentos mais inusitados e nada como as cores para descrever tamanha desgraça de maneira sutil e infantil.

Liesel Meminger - quem roubava os livros - vive na Alemanha da segunda guerra mundial e sofre as consequências do momento civil de seu país com muita desenvoltura e inocência. A morte, a encontra diversas vezes, e narra sua história pelo apaixonante modo de levar e ver a vida mesmo diante de tamanho caos. O vício pela leitura, faz com que muitos de nós nos identifiquemos com a personagem. Ela vê também em seus livros uma fuga de temores além do delicioso prazer de abrir uma página e entender aquelas pequenas letrinhas. Nota-se, ao decorrer da história, o poder das palavras. Aquelas que podem calar, destruir ou salvar. As ama e as odeia.

Quanto aos personagens, até mesmo Hitler aparece, mas não é ele quem tem destaque na vida da menina: existem pessoas que a colorem de maneira muito mais bonita e feliz. A fofura de papai me encantou desde o primeiro dia, quando a menina chegou à Rua Himmel. Como ela mesma descreve, afinal, "Quem mais pintaria pelo preço de meio cigarro?". Cheguei a sentir durante a leitura o cheiro de tinta ou o gosto do champagne, mas principalmente, mergulhei profundamente nos olhos prateados do papai, em meio a suas rugas em forma de acordeão.

Mamãe, com seus lábios de papelão, fez eu me sentir protegida a amada. Porque Saumensch pode ser um elogio quando dito pela pessoa certa. O seu bondoso coração estava muito bem guardado em seu corpo de guarda-roupa, mas em meio a tantas prateleiras é impossível não a amar.

O menino do cabelo cor de limão, querido Rudy Steiner, me faz perguntar quem mais poderia despertar a primeira paixão que não seu companheiro de glória e desgraça? Inesquecível que em meio aos preconceitos ainda desejasse ser como Jesse Owens. Só mesmo um herói. O cenário da história se completa com o judeu. Primeiro adormecido, depois lutador, talvez um escritor. O amigo oculto.
Há também doces personagens, que abrem portas e janelas para que a leitura da pequena menina. O autor foi muito feliz em escrever uma história ''normal'', sem nada fantástico, com uma narrativa que só uma menina de 12 anos poderia viver e a morte a transcrever. Afinal, quem mais daria a metereologia daquele jeito ou juntaria presentes para um judeu? Não segue meu padrão de leituras, mas ainda assim, o recomendo, por a mesma história ter o poder de desencadear paixões, sofrimento, compaixão, carinho e o sentimento de perda. Declaro, finalmente, que o poder das palavras me amedronta e me encanta, assim como a Liesel Meminger.
Abraços da irmã convidada, Fe ;)

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A Hospedeira - Stephenie Meyer

Fonte da Imagem: Pássaros Feridos
Sinopse: Nosso planeta foi dominado por um inimigo que não pode ser detectado. Os humanos se tornaram hospedeiros dos invasores: suas mentes são extraídas, enquanto seus corpos permanecem intactos e prosseguem suas vidas aparentemente sem alteração. A maior parte da humanidade sucumbiu a tal processo. Quando Melanie, um dos humanos "selvagens" que ainda restam, é capturada, ela tem certeza de que será seu fim. Peregrina, a "alma" invasora designada para o corpo de Melanie, foi alertada sobre os desafios de viver dentro de um ser humano: as emoções irresistíveis, o excesso de sensações, a persistência das lembranças e das memórias vívidas. Mas há uma dificuldade que Peregrina não esperava: a antiga ocupante de seu corpo se recusa a desistir da posse de sua mente. Peregrina investiga os pensamentos de Melanie com o objetivo de descobrir o paradeiro dos remanescentes da resistência humana. Entretanto, Melanie ocupa a mente de sua invasora com visões do homem que ama: Jared, que continua a viver escondido. Incapaz de se separar dos desejos de seu corpo, Peregrina começa a se sentir intensamente atraída por alguém a quem foi submetida por uma espécie de exposição forçada. Quando os acontecimentos fazem de Melanie e Peregrina improváveis aliadas, elas partem em uma busca incerta e perigosa do homem que ambas amam. (Skoob).
MEYER, Stephanie. A Hospedeira. Intríseca: 2009. 557 p.

Acredito que a maior parte das pessoas já leu esse livro. Eu, inclusive, já o li há alguns meses. Isso, no entanto, não tira o mérito da narrativa. A hospedeira é uma ficção científica que nos imerge em uma história totalmente diferente e envolvente.

Publicado pela Editora Intrínseca em 2009, o livro é ambientado em um futuro próximo, quando a Terra é invadida por uma espécie alienígena, conhecidos como Almas. Para que as Almas vivam no planeta, elas precisam habitar um corpo humano, que se torna, assim, um hospedeiro.

No início, essa invasão é silenciosa. Mesmo com a mente humana desativada, as Almas retomam a vida cotidiana de seus hospedeiros, o que impede que os humanos percebam imediatamente. Após se darem conta do que acontecia, entretanto, os humanos restantes começaram a resistir.

Os humanos são os hospedeiros mais complexos que as Almas já ocuparam. As emoções intensas, o bombardei de sensações por todos os sentidos, as lembranças e memórias. E é com tudo isso que Peregrina tem que lidar quando é designada para habitar o corpo de Melanie. O que ninguém sabia, porém, era que Melanie não desistiria fácil da posse de sua mente.

"Eu nada sabia sobre o que era considerado beleza entre essas criaturas estranhas, mas, ainda assim, sabia que aquele rosto era bonito. [...]
Meu, disse o pensamento alienígena que não devia existir.
Outra vez, fiquei paralisada, atordoada. Não deveria haver ninguém aqui, exceto eu. E, contudo, o pensameto foi muito forte e muito consciente!
Impossível. Como ela podia ainda estar aqui? Era eu agora.
Meu, repreendi-a, o poder e a autoridade que só a mim pertenciam fluindo pela palavra. Tudo é meu.
Então por que estou respondendo? Perguntava-me, quando as vozes interromperam meus pensamentos."

Melanie bloqueia em sua mente tudo que seja possível sobre sua vida, para impedir que as Almas busquem por sua família. Só aos poucos vai mostrando à Peregrina acontecimentos importantes, até que o sentimento de ambas se confundem:

"Chega - digo em voz alta, esquivando-me da chicotada da dor - Chega! Você já deixou claro! Eu não posso viver sem eles agora. Está satisfeita?"

Melanie percebe então que pode confiar em Peregrina, e mostra a ela onde Jamie e Jared podem estar abrigados. Peregrina deixa de lado tudo a que foi designada, e parte em sua busca por aqueles que amam.

A trama escrita por Stephenie Meyer, em minha opinião, confirma a que a autora veio. O enredo criado nesta obra em nada se assemelha com a série que a consagrou, mas não deixa de ser tão surpreendente e arrebatador quanto. Os personagens são bem estruturados e bem colocados na história, cada um com suas características marcantes, mas com facetas diversas, como todo ser humano realmente é.

Jamie é um fofo, o irmão que qualquer um adoraria ter. Jared, que demora até ceder à verdade em Peregrina, é uma mistura de homem maravilhoso e escroto, mas que, no contexto da história, tem seus motivos para ser dessa forma. Não posso falar mais dos outros personagens, por ser bem provável que solte um spoiler.

O que mais me marcou na história, no entanto, foi o motivo pelo qual ocorreu a invasão. As Almas são inteiramente boas, e só desejam impedir os humanos de destruir o planeta, tentando torná-lo melhor. Mas é exatamente nessas circunstâncias que surge a solidariedade, a união, e o amor.

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Memórias de um Sargento de Milícias - Manuel Antônio de Almeida



Sinopse: Na história de Leonardo - que gosta muito mais de se divertir do que de trabalhar - o autor faz uma irresistível e bem-humorada crônica sobre o cotidiano das classes baixas do Rio de Janeiro na época de dom João VI. (Skoob)

Um dos clássicos da literatura brasileira, Memórias de um Sargento de Milícias foi publicado inicialmente em 1852 em folhetins semanais do jornal Correio Mercantil. O livro, apresentado pela primeira vez nesta forma em 1854, narra a história de Leonardo, e os fatores de sua vida que o levam a se tornar um Sargento de Milícias. A história se passa na época do Brasil Colônia, após a vinda do Rei D. João VI para o Brasil.

Os pais de Leonardo - o qual era tratado apenas como o menino no início do livro -, portugueses, se conheceram durante a viagem para o Brasil e logo providenciaram o filho. Alguns anos após o nascimento, uma traição separa-os, e o menino é deixado sob cuidados do padrinho.

O que o menino sabia fazer de melhor, desde que nascera, era aprontar. Suas "diabruras" aflingiam a todos, mas o padrinho pouco se importava - pelo contrário, achava graça e nada fazia a respeito, além das vontades do menino. Tal postura influenciou o comportamento de Leonardo adulto: "constituiu-se um completo vadio, vadio mestre, vadio-tipo".

Então, já jovem, algumas coisas começam a mudar na vida de Leonardo. Ao conhecer Luisinha, um novo e bom sentimento é despertado no rapaz. Esse sentimento, porém, vem acompanhado de um sentimento não tão bom: o ciúme de José Manoel, outro pretendente de sua amada. A perda de seu padrinho também é um dos pontos que mais influencia as muitas mudanças que ocorrerão na vida de Leonardo.

Me surpreendi por gostar tanto da história. Normalmente leio os clássicos por achar os enredos interessantes, mas me peguei ansiosa para continuar a leitura e saber o que aconteceria na sequência.

No primeiro terço do livro, achei a narração cansativa, por contar, com detalhes, a infância de Leonardo e as diversas peças que o mesmo pregava, sendo um pouco repetitiva. Além disso, o autor desvia várias vezes do foco principal para contar as histórias paralelas da vida de quase todos os personagens, o que permite ver que todas elas estão amarradas umas às outras.

Como não suporto deixar um livro pela metade, persisti. E valeu muito a pena. A partir do momento em que a narração foca a juventude de Leonardo, a história fica mais movimentada. Os romances, e os constrangimentos em virtude desses, são fofos e divertidos. O que eu mais achei interessante foi a malícia quase inocente de narrar os namoricos, ao supor algo nas entrelinhas, para livre interpretação do leitor.

A linguagem é muito fácil, apesar de ter sido escrito há quase 160 anos. Isso ocorre em virtude de ter-se utilizado o linguajar coloquial da época, havendo dificuldades apenas nas expressões e algumas gírias usadas que, no caso do livro que dispus para ler, eram resolvidas com base em notas de rodapé.

Gostei muito do livro, mesmo. Tive vontade de dar uns cascudos no Leonardo algumas vezes, mas acabei sendo conquistada por ele. Para quem gosta de livros do gênero, sem tantos mistérios e com nada de fantasia, recomendo muito.

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Vencendo o Passado - Zibia Gasparetto

Sinopse: Quantas vezes você se atormenta recondando acontecimentos desagradáveis do dia-a-dia que gostaria de se esquecer, mas que reaparecem como fantasmas interioes ? Neste livro, os protagonistas enfrentam esse desafio com sucesso. Mas você terá ainda de enfrentar os seus. (Skoob)
GASPARETO, Zibia. Vencendo o passado. Vida e Consciência: 2008. 388p.

Antes de começar a resenha, gostaria de fazer algumas observações.
Como a maioria dos que lêem o blog, sempre gostei de ler. Isso não é novidade. E é claro que tenho meus livros, séries e estilos literários favoritos. Mas nem por isso, nunca fui preconceituosa com algum livro. Quer dizer, não gosto muito de autoajuda. Não compro, nem procuro em bibliotecas, mas já li, e posso voltar a ler. O que estou querendo mostrar é que leio todos os livros que tenho oportunidade, sempre que tenho acesso, independente de gostar da sinopse ou da capa. Faço isso, porque já descobri histórias fantásticas lendo livros sem tantos "atrativos", ao tempo em que me decepcionei com outros que tinham tudo para ser fabulosos. Então gostaria de pedir que não estranhem se eu vir a resenhar livros que a maioria diria que não tem vontade de ler. Como é o caso, acredito eu, do livro que posto hoje.

Vencendo o Passado, de Zibia Gasparetto narra a história de uma família que vivia em meio a problemas. Carolina e Adalberto, filhos de Ernestina e Augusto César, tinham uma relação complicada com os pais, e também um com o outro. Os problemas eram, em sua maior parte, silenciosos. Não havia diálogo dos pais com os filhos. Carolina não aceitava as imposições de seu pai, e mal aturava a submissão de sua mãe, o que lhe rendia castigos. Ao mesmo tempo, Adalberto fingia aceitar todas as ordens que recebia, enquanto fazia o que bem entendesse quando estava sozinho. O que importava era que as aparências fossem mantidas.

Mas tudo começa a mudar quando o avô de Carolina fica muito doente. Com sua morte, a família sai da pequena cidade de Bebedouro para ficar alguns dias com Guilhermina e Odete, mãe e irmã de Augusto César, na capital. A tristeza, no entanto, abate muito as duas e, quando volta para casa, Augusto César resolve deixar Carolina na cidade, para lhes fazer companhia.

Durante o tempo que passa com a avó e a tia, Carolina encontra um rapaz... O rapaz que já tinha encontrado outras vezes, quando seu espírito deixava seu corpo. O rapaz que se apresentara como Marcos - e que agora dizia se chamar Sérgio.

Aos poucos Carolina percebe, então, que as situações que vive no presente são consequências de atos seus em outras vidas;  tanto o comportamento incompreensível de seus pais ou o amor que sente por Sérgio. E percebe que as coisas são do jeito que são por um motivo: ela deve consertar seus erros do passado para ser feliz.

Os livros de Zibia Gasparetto, como todos bem sabem, tem por base para todas as histórias o espiritismo. Para quem acredita, a leitura fluirá facilmente. Para quem não acredita, é como se fosse todo um novo mundo criado por Zibia, como ocorre em tantos outros livros por aí.

A história é ótima, leve, e mesmo nos momentos mais "sombrios" - quando Carolina descobre a razão de viver como vive - a forma como a autora coloca no texto não nos causa más impressões. Por ser um livro com tal toque religioso, há muita inocência nos personagens, que buscam sempre o bem, mesmo quando agem de maneira equivocada, e que aprendem a aceitar uns aos outros com o passar das páginas.

O que mais estranhei no livro foi a maneira superficial com que as situações são narradas, os poucos detalhes que se dão sobre os personagens, e os diálogos que pareciam um pouco repetitivos. Não que isso atrapalhasse a leitura, pelo contrário. Mas é um pouco diferente dos livros que leio normalmente, que dão detalhes o suficiente para dar mais convicção à história.

Foi uma leitura realmente diferente. Não, não entrou para os meus favoritos. Mesmo assim eu gostei. E, para quem gosta desse tipo de leitura, ou até quem gosta de diversificar, eu recomendo.

Beijos, e bom feriado! ;)

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Aura Negra - Richelle Mead

Sinopse: A Escola São Vladimir está em alerta após um ataque dos sanguináreos Strigoi. Os Guardiões admirados por suas habilidades e seus grandes feitos, se preparam para entrar em ação. A escola envia seus alunos para um hotel de luxo e bem protegido, porém um imprevisto obriga Rose a deixar a segurança de seu lar e impedir que o pior aconteça. Apenas quando a vida de seus amigos está por um fio é que a heroína descobrirá força dentro de si. (Skoob)
MEAD, Richelle. Aura Negra. Academia de Vampiros #2. Nova Fronteira: 2010. 304 p.

Obs.: Para aqueles que ainda não leram O beijo das Sombras, este post contém spoilers.

"As coisas morrem. Mas nem sempre elas permanecem mortas. Acreditem em mim, eu sei do que estou falando."

Após perceber que Victor Dashkov gostaria de utilizar os poderes de Lissa de maneira egoísta e equivocada, usando meios radicais para isso e incentivando, inclusive, sua filha Natalie a se tornar Strigoi para ajudá-lo, finalmente a rotina de Rose volta ao normal. Lissa está tomando remédios que impedem os efeitos colaterais de sua magia e mantém sua mente estável.
Rose agora precisa fazer o exame que perdeu quando fugia da escola São Vladimir. Dimitri, seu instrutor, a leva para fora do campus, em um encontro com um dos grandes exterminadores de Strigoi da história, mas o que encontram no local é uma cena devastadora, que estremece todas as crenças do mundo Moroi. Há humanos trabalhando ao lado dos Strigoi. 

"Isso muda tudo, não é? - perguntei.
Muda, sim - disse ele. - Muda tudo."

A luz do dia já não é mais segura. As magias protetoras, agora podem ser quebradas. O clima de medo e pânico atinge a todos, e levanta questões sobre os costumes que até então eram ignoradas. Deve a magia dos Moroi ser usada para ataque?

Em razão do caos que se instaurou na sociedade Moroi, os alunos da escola e suas famílias deverão passar as férias de inverno em uma estação de esqui em Idaho. A união de todos os guardiões em um só lugar será a maneira mais eficiente de manter todos a salvo.

Para Rose, no entanto, isso não significa ficar fora de problemas. Além de ter que encarar sua mãe, Janine Hathaway, de quem guarda profundo ressentimento, o não-relacionamento com Dimitri, os ciúmes dele com Tasha, e uma tentativa falha de namoro com seu amigo Mason, Rose acaba deixando escapar informações importantes que levam Mason a tomar uma atitude arriscada: juntar um grupo de amigos e partir na busca de Strigoi.

O livro é emocionante e rico em detalhes. Li ele há algum tempo, mas ao relê-lo, pude perceber pequenos aspectos que antes não havia dado tanta atenção e que realçam ainda mais a ligação de toda a história da série. A autora não deixou de comentar os aspectos vampirescos, mas isso é apenas uma peça que ajuda a tornar toda a trama plausível, e não a característica central dela. Lissa aparece mais como um plano de fundo, principalmente por estar um pouco afastada de Rose. Alguns personagens novos aparecem, como Janine, Tasha e Adrian, que conseguem nos provocar sentimentos ambíguos.  Nesse livro Adrian, me passou a impressão de ser um cara metido, arrogante, e não gostei quase nada dele. (Essa impressão, entretanto, muda mais tarde.)

O enredo do livro é muito mais emocionante e apaixonante se comparado ao primeiro, e alguns acontecimentos, importantíssimos e, por vezes, tristes demais, modificarão para sempre a vida de nossos queridos personagens. Richelle Mead fez um trabalho maravilhoso ao escrever Aura Negra e outro ainda melhor com Tocada pelas Sombras, próximo livro da série, que comentarei aqui em breve.

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O Filho Eterno - Cristovão Tezza

Fonte da Imagem: Livro sem Capa
Sinopse: Em "O Filho Eterno", Tezza expõe as dificuldades, inúmeras, e as saborosas pequenas vitórias de criar um filho com síndrome de Down. Aproveita as questões que aparecem pelo caminho nestes 26 anos de seu filho Felipe para reordenar sua própria vida: a experimentação da vida em comunidade quando adolescente, a vida como ilegal na Alemanha para ganhar dinheiro, as dificuldades de escritor com trinta e poucos anos e alguns livros na gaveta, a pretensa estabilidade com o cargo de professor em universidade pública. (Skoob)
TEZZA, Cristóvão. O filho eterno. Record: 2007. 222 p.

Muito diferente da maior parte dos livros que já li, O Filho Eterno, de Cristovão Tezza, publicado em 2007, não é, por isso, menos interessante. Tenho que admitir que não se trata de um livro que nos faz perder o sono de curiosidade, mas o aspecto extremamente sincero dos relatos do autor nos faz querer entender qual o propósito daquilo que escreve.

A história, apesar de classificada como romance e de ser narrada em terceira pessoa, é dita por muitos como um relato auto biográfico de Tezza. A narração em terceira pessoa, em razão disso, serve como um amparo à imagem do autor: é que o livro nos mostra, sem pudores, os pensamentos mais sombrios de um pai em relação às consequências do nascimento de um filho com síndrome de Down.

O início se dá no momento do nascimento - a ideia do pai de que sua vida está começando naquele momento, os planos para um futuro com o filho, a ansiedade na sala de espera. Despido de máscaras, Tezza narra as ações automáticas que o pai espera de todos à sua volta, a vida que leva quase como um espectador, a falta de saber como reagir com a notícia de um filho - como era chamado até então - mongol. Conta também sobre o fato de ser escritor que tem seus escritos diversas vezes recusados pelas editoras, de continuar tentando mesmo assim, e de ser sustentado pela mulher, ao tempo em que lembra seus ideais da juventude e o que esperava para si próprio.

O pai aprende, entretanto, que nada disso é fácil, mas é recompensante. Percebe que ama o filho independente das diferenças, e conta que, mesmo com a mentalidade sempre infantil e a ingenuidade de Felipe, ambos descobrem um gosto em comum: o futebol.

Em razão de ser um livro totalmente introspectivo, há momentos em que temos que voltar para ler um trecho novamente, principalmente considerando algumas figuras de linguagem pouco comuns utilizadas pelo autor. É exatamente por isso, contudo, que o texto se torna tão intenso e único. Uma leitura diferente, mas que vale a pena conferir.

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Marcada - P.C. Cast e Kristin Cast

Sinopse: No primeiro volume da série House of Night, começa com a protagonista Zoey Redbird, que era uma garota comum, de 16 anos, até ser marcada pela Deusa Nyx. Esse mundo é igualzinho o nosso, mas os vampiros existiam desde antigamente e conviviam pacíficamente com humanos até agora. A partir daí, sua vida muda completamente e ela tem que ir morar na House of Night, porque se não, seu corpo pode rejeitar a transformação, e ela irá morrer. Porém, ela era diferente dos outros calouros (vampiros antes de completar a transformação), pois sua marca de lua crescente era completa, e tem uma estranha conexão com a Deusa Nyx.
Zoey vai descobrir que mesmo não sendo mais humana, sua vida estará longe de ser fácil, pois terá que aprender a controlar poderes que nem sabia que tinha, mas agora, com novos amigos e uma nova vida a apoiando. O que ela não conta é com um novo inimigo misterioso e poderoso, que está mais próximo do que Zoey imagina. (Skoob)
  CAST, P.C. CAST, Kristin. Marcada. House of Night #1.

Enquanto espero ansiosamente pelo lançamento do oitavo livro da série The House of Night, gostaria de apresentar, àqueles que não conhecem, o primeiro livro: Marcada.

Descendente Cherokee, Zoey Redbird tem dezesseis anos quando é marcada como vampira pela deusa da Noite, Nyx. Torna-se vital para ela que vá para a Morada da Noite - ficar perto de vampiros adultos até que possa se transformar, ou morrer, caso seu corpo rejeite a transformação - deixando tudo o que foi a sua vida até ali para trás.

A deusa vampírica marca Zoey de uma maneira especial, e lhe confere poderes que ela nunca poderia imaginar, permitindo que domine os cinco elementos: terra, água, fogo, ar e espírito.

"Acredite em si mesma, Zoey Redbird. Eu a marquei como minha. [...] Você é especial. Aceite isso sobre si mesma, e começará a entender que há um verdadeiro poder em sua singularidade."

Deixando os problemas familiares e a escola onde nunca se encaixou, Zoey encontra amigos na Morada da Noite, junto com os quais passará a enfrentar desafios ainda maiores do que poderia imaginar.

Não é necessário muito para se prender ao livro. O primeiro capítulo já cumpre essa função perfeitamente. A narração, feita em primeira pessoa, confere ao leitor a visão de Zoey sobre sua vida até ser marcada, sua família, o carinho pela sua avó, o namorado humano que muda de atitude durante a trama e prova que a ama, um garoto novato, novo foco de seu interesse que lhe traz ainda mais confusão, e os amigos, que mostram estar sempre dispostos a ajudá-la. O que mais atrai o gosto pela personagem principal é o fato de ela não ser perfeita, e errar - muito.

Além de vampiros, a história apresenta fantasmas e outros seres sobrenaturais sem, no entanto, perder o foco. As autoras também não criam situações fora do contexto para que a trama fique bem amarrada, apenas utilizam aquilo que já foi apresentado ao leitor, desde o primeiro livro, que permite que exista sentido em toda a série.

Como o livro aborda a força e amor da deusa como da luz, ele não exclui existir também forças das trevas. Em razão disso, algumas passagens me deixaram "tensa", em razão de não saber o que esperar de tais forças, que são apresentadas lentamente durante a série.

Outro ponto interessante é que, como primeira impressão, acredita-se que Marcada trata-se de uma mistura entre histórias de vampiros diversas e elementos da série Harry Potter, em razão da magia utilizada pelos vampiros. Essa semelhança, entretanto, se esvai aos poucos, na velocidade em que novas idéias nos são propostas.

Marcada oferece uma ótima leitura, muito envolvente e, o que é melhor, com um enredo totalmente fora da realidade.

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O Beijo das Sombras - Richelle Mead

Crédito da Imagem: Nuvem Literária

Sinopse: Lissa Dragomir é uma adolescente especial, por várias razões: ela é a princesa de uma família real muito importante na sociedade de vampiros conhecidos como Moroi. Por causa desse status, Lissa atrai a amizade dos alunos Moroi mais populares na escola em que estuda, a São Vladimir. Sua melhor amiga, no entanto, não carrega consigo o mesmo prestígio: meio vampira, meio humana, Rose Hathaway é uma Dampira cuja missão é se tornar uma guardiã e proteger Lissa dos Strigoi - os poderosos vampiros que se corromperam e precisam do sangue Moroi para manter sua imortalidade.
Pressentindo que algo muito ruim vai acontecer com Lissa se continuarem na São Vladimir, Rose decide que elas devem fugir dali e viver escondidas entre os humanos. O risco de um ataque dos Strigoi é maior, mas elas passam dois anos assim, aparentemente a salvo, até finalmente serem capturadas e trazidas de volta pelos guardiões da escola.
Mas isso é só o começo. Em O Beijo das Sombras, Lissa e Rose retomam não apenas a rotina de estudos na São Vladimir como também o convívio com a fútil hierarquia estudantil, dividida entre aqueles que pertencem e os que não pertencem às famílias reais de vampiros. São obrigadas a relembrar as causas de sua fuga e a enfrentar suas temíveis consequências. E, quem sabe, poderão encontrar um par romântico aqui e outro ali. Mais importante, Rose descobre por que Lissa é assim tão especial: que poderes se escondem por trás de seu doce e inocente olhar? (Skoob)
MEAD, Richelle. O Beijo das Sombras. Academia de Vampiros #1. Nova Fronteira: 2009. 320 p.

Richelle Mead dá uma nova face à literatura vampiresca com este romance: mais ácida, apimentada e inteligente do que nunca, a saga dos Moroi e seus guardiões surpreende pelas reviravoltas e pela ousadia desses cativantes personagens.

Algumas vezes encontramos histórias que nos encantam de tal forma, que sentimos como se fizéssemos parte delas. Livros com enredos tão fantásticos, que não conseguimos acreditar que fosse realmente possível alguém pensar em algo assim - mas alguém teve que pensar para poder escrever, concluímos.

Foi exatamente assim que me senti com a série Academia de Vampiros, da autora Richelle Mead. O primeiro livro - O Beijo das Sombras, sobre o qual falarei hoje - não é assim tão incrível. Mas a continuação da série é completamente surpreendente e apaixonante e vale, portanto, comentar desde o início.

Rose e Lissa são amigas desde a infância. A primeira é dampira, uma mistura entre humanos e vampiros, mais forte fisicamente, que treina, desde muito nova, para ser a guardiã de Lissa quando se formar, a fim de protegê-la de Strigois. A segunda, é uma vampira Moroi, que se especializa num elemento nunca antes descoberto: o espírito.

"Não importa o que aconteça no nosso mundo, algumas verdades básicas sobre vampiros não mudam jamais. Os Moroi são vivos; os Strigoi são mortos-vivos. Os Moroi são mortais; os Strigoi são imortais. Os Moroi nascem; os Strigoi se transformam em Strigoi.

E há duas maneiras de se transformar num Strigoi. Os Strigoi podiam transformar humanos, dampiros ou vampiros com uma só mordida. Os Moroi, tentados pela promessa de imortalidade, podiam se transformar em Strigoi por livre escolha, se eles propositadamente matassem uma pessoa enquanto se alimentavam. [...] Os Moroi que escolhiam esse caminho do mal perdiam a capacidade de se conectarem com a magia de manipular os elementos e outros poderes do mundo. Era por isso que não podiam mais se expor ao sol."

Um laço entre as duas permite que Rose sinta as emoções de Lissa, veja pelos olhos dela, saiba o que está acontecendo com a amiga sem precisar de palavras, sem que isso, no entanto, seja recíproco. Depois de fugir por dois anos, as duas são levadas de volta para a Escola São Vladimir, onde passaram a maior parte de suas vidas, e para onde devem voltar para enfrentar acontecimento sombrios atormentaram ambas no passado.

A história, narrada por Rose, acontece na velocidade ideal para degustarmos cada novidade apresentada pela autora, para digerirmos as surpresas expostas, e para tentarmos desvendar os mistérios, mantidos até o momento certo para aumentar as expectativas de quem lê. Há um pouco de dramas da adolescência, com um amadurecimento perceptível das personagens durante a trama, além de uma pitada, na medida exata, de um romance impecável.

Vale a pena cada minuto de sono a menos para aproveitar a companhia dessa ótima ficção.

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