ALBERTO, José Casado. Segundo a lei da arma. Chiado Editora, 2015. 206 p.Sinopse: O Corvo sobrevoava o deserto do Novo México. Atraído pelo chamamento do sangue, chegou a uma solitária montanha pintada em tons alaranjados. Abaixo, três figuras: um fora da lei, um ranger e um caçador de recompensas— três representantes do melhor e do pior que a espécie humana tem para oferecer— dançavam uma dança tão antiga como a própria existência: a dança da morte. Texas Red. Filho perdido do povo Navajo e criminoso sanguinário, produto das tragédias que assolaram o seu povo. Olhos-Azuis. Personificação estóica do velho oeste e da ideia de que as leis apenas existem porque homens poderosos asseguram a sua existência. Forasteiro de Negro. Sádico e desprovido de quaisquer escrúpulos. Ele cospe na face das leis da sociedade e obedece apenas ao seu depravado e rígido código moral. No final do dia, estes três homens demonstrarão que quando o homem despe as ilusões efémeras da sociedade apenas uma lei sobrevive— A Lei da Arma. (Skoob)
Na minha forma de pensar, quando se gosta de escrever, quando se ama escrever, o principal é escrever para você mesmo. Isso quer dizer, sentir prazer com a história que está contando e deixar em segundo lugar o que o leitor gostaria de ler. Isso é ser egoísta? Não! Porque nenhum autor, inclusive os que pensam primeiro no leitor, irá conseguir agradar a todos. Não existe história que agrade a todos. Então, quando o autor se preocupa mais em criar algo para os outros lerem e deixa seu próprio prazer, seu desejo, em segundo lugar, ele está criando para quem, se ele não sabe quem irá gostar?
Existe outro fator que corrobora o que penso: quando o autor escreve primeiro para ele mesmo, ele está criando com total satisfação, ele está escrevendo o que ele gosta, da forma que ele gosta. No fim do trabalho, ele terá uma obra que o deixará plenamente satisfeito. De seu ponto de vista, uma obra perfeita. Da outra forma, a obra será perfeita para alguém, menos para ele.
Foi isso que encontrei em Segundo a lei da arma. Já vi muitos filmes de faroeste, já li gibis de faroeste, mas nunca havia lido um livro de faroeste. E duas coisas me surpreenderam nessa aventura. A primeira, é reconhecer a coragem do autor em apostar em um gênero literário inexistente no Brasil (essa afirmação é um pouco errada, mas explico mais para a frente). A segunda, é sentir como ele se divertiu ao escrever essa história. Por isso, fiz os dois parágrafos de introdução. José Casado Alberto não apenas escreveu algo fora do habitual, como fez isso tendo como prioridade o prazer em contar a história que ele queria contar, independente do público que iria recebê-la.
E ele conta essa história de forma criativa. Os acontecimentos são narrados por três personagens: o índio, o ranger e o pistoleiro. Três homens motivados em terminar sua missão, que, por conta do destino, se torna conflitante.
Texas Red, o índio, teve sua tribo devastada pelo exército americano. Sua família, ou o que sobrou dela, está sob o cárcere de um capitão corrupto. Sua chance de resgatá-la, é juntar uma quantia absurda de dinheiro para pagar pela liberdade deles. A forma que conseguiu para isso, é realizar roubos em diligências e bancos.
O ranger tem a missão de parar Texas Red.
O pistoleiro tem a missão de matar Texas Red.
O duelo está armado. A história começa sob o ponto de vista do índio, depois continua sob o ponto de vista do ranger e, finalmente, termina sob o ponto de vista do pistoleiro. Isso cria uma expectativa absurda, uma vez que conhecemos com detalhes a motivação de cada homem. E como cada um deles é mortal no que faz.
Não existe certo ou errado nessa história. O que existe, é a brutalidade em uma região sem lei, onde, sem trocadilho, o que manda é a arma que cada um carrega, e a rapidez com que ela é usada.
Lá em cima, citei que o gênero faroeste não existe no Brasil, e é correto, mas José Casado Alberto é português. Então, acredito que ele pensou primeiro no mercado de Portugal e não no do Brasil. De qualquer forma, não pense que terá dificuldade na leitura de Segundo a lei da arma. Praticamente não existem palavras ou termos desconhecidos, e a leitura é incrivelmente tranquila, rápida e prazerosa.
Nesse ponto, vale um parabéns à forma perfeita que o autor usa na gramática e ortografia. A escrita é irrepreensível, sem qualquer erro.
Infelizmente, preciso fazer uma ressalva: não gostei do final da história. Não propriamente pelo que acontece, mas pelo que não acontece. Faltaram páginas a serem escritas. Havia muito a ser dito, personagens secundários cujo destino ficamos sem conhecer, e isso deixou uma grande frustração. Queria, sinceramente, que Alberto tivesse escrito um pouco mais, continuado a história por mais alguns capítulos. Eu queria ler mais!
Bem, se serve de consolo, quando o leitor se sente frustrado por a história ser curta, quer dizer que o que leu é terrivelmente bom! ;)
Existe outro fator que corrobora o que penso: quando o autor escreve primeiro para ele mesmo, ele está criando com total satisfação, ele está escrevendo o que ele gosta, da forma que ele gosta. No fim do trabalho, ele terá uma obra que o deixará plenamente satisfeito. De seu ponto de vista, uma obra perfeita. Da outra forma, a obra será perfeita para alguém, menos para ele.
Foi isso que encontrei em Segundo a lei da arma. Já vi muitos filmes de faroeste, já li gibis de faroeste, mas nunca havia lido um livro de faroeste. E duas coisas me surpreenderam nessa aventura. A primeira, é reconhecer a coragem do autor em apostar em um gênero literário inexistente no Brasil (essa afirmação é um pouco errada, mas explico mais para a frente). A segunda, é sentir como ele se divertiu ao escrever essa história. Por isso, fiz os dois parágrafos de introdução. José Casado Alberto não apenas escreveu algo fora do habitual, como fez isso tendo como prioridade o prazer em contar a história que ele queria contar, independente do público que iria recebê-la.
"Armado com o seu fiel revólver de longa data, marcado vinte vezes pelas vinte vezes que tinha sido usado para fins mortais, Red tomou a cabeça submergindo do ex-professor como alvo e engatilhou a arma com o polegar.
- Mas, acima de tudo, faço-o porque não me conseguiste impedir. Aleluia!
Premiu o gatilho e apagou a pouco luta que ainda restava do velho reverendo, seu maior professor, herói santificado do culto da arma. O trovejar do revólver levou a multidão a um frenesim quase animalesco."
E ele conta essa história de forma criativa. Os acontecimentos são narrados por três personagens: o índio, o ranger e o pistoleiro. Três homens motivados em terminar sua missão, que, por conta do destino, se torna conflitante.
Texas Red, o índio, teve sua tribo devastada pelo exército americano. Sua família, ou o que sobrou dela, está sob o cárcere de um capitão corrupto. Sua chance de resgatá-la, é juntar uma quantia absurda de dinheiro para pagar pela liberdade deles. A forma que conseguiu para isso, é realizar roubos em diligências e bancos.
O ranger tem a missão de parar Texas Red.
O pistoleiro tem a missão de matar Texas Red.
O duelo está armado. A história começa sob o ponto de vista do índio, depois continua sob o ponto de vista do ranger e, finalmente, termina sob o ponto de vista do pistoleiro. Isso cria uma expectativa absurda, uma vez que conhecemos com detalhes a motivação de cada homem. E como cada um deles é mortal no que faz.
Não existe certo ou errado nessa história. O que existe, é a brutalidade em uma região sem lei, onde, sem trocadilho, o que manda é a arma que cada um carrega, e a rapidez com que ela é usada.
Lá em cima, citei que o gênero faroeste não existe no Brasil, e é correto, mas José Casado Alberto é português. Então, acredito que ele pensou primeiro no mercado de Portugal e não no do Brasil. De qualquer forma, não pense que terá dificuldade na leitura de Segundo a lei da arma. Praticamente não existem palavras ou termos desconhecidos, e a leitura é incrivelmente tranquila, rápida e prazerosa.
Nesse ponto, vale um parabéns à forma perfeita que o autor usa na gramática e ortografia. A escrita é irrepreensível, sem qualquer erro.
Infelizmente, preciso fazer uma ressalva: não gostei do final da história. Não propriamente pelo que acontece, mas pelo que não acontece. Faltaram páginas a serem escritas. Havia muito a ser dito, personagens secundários cujo destino ficamos sem conhecer, e isso deixou uma grande frustração. Queria, sinceramente, que Alberto tivesse escrito um pouco mais, continuado a história por mais alguns capítulos. Eu queria ler mais!
Bem, se serve de consolo, quando o leitor se sente frustrado por a história ser curta, quer dizer que o que leu é terrivelmente bom! ;)
Nunca li nenhum livro desse gênero, na verdade não gosto muito. Mas essa resenha despertou minha curiosidade, achei muito bem escrita :) Apesar de vc falar que o final precisava ter sido explorado de forma melhor acho que vou reservar um tempo para ler.
ResponderExcluirOi Carlos, confesso que a sinopse não me chamou a atenção esse não é o tipo de gênero literário que eu costumo ler bjs.
ResponderExcluirOI Carlos
ResponderExcluirAinda não li livros desse gênero, mas confesso que o diferente me deixa curiosa. Gostei da sua resenha.
Beijos
http://diariodeincentivoaleitura.blogspot.com.br/
olha, gostei! não conhecia o autor e nem o livro, mas amei o equilíbrio que ele mantem na escrita, a história é segura e mesmo faltando algo no final, não perde aquilo que o livro propõe. acho que o gênero é quase como um suspense policial, tem todos os ingredientes. eu tenho que dizer que AMEI a capa. bem feita, com um toque de suspense, "fatal" adorei! vou procurar por esse livro com certeza!
ResponderExcluirCarlos!
ResponderExcluirAcredito que o autor era fã (assim como eu) dos HQs do TEX, porque até o nome de um dos protagonistas é bem parecido.
Também nunca vi nenhum livro de faroeste no BRasil, espero que seja muito bom.
“O segredo da criatividade é saber como esconder as fontes.” (Albert Einstein)
cheirinhos
Rudy
http://rudynalva-alegriadevivereamaroquebom.blogspot.com.br/
Participe do TOP COMENTARISTA de Janeiro, são 4 livros e 3 ganhadores!
Não costumo me interessar pela leitura de livros desse gênero no entanto, o trama me pareceu bastante envolvente, e por isso quem gosta desse tipo de livro, vai com certeza se interessar pela leitura do livro.
ResponderExcluirUma gênero nunca lido por mim. Adorei saber que existem livros bons sobre faroeste, eu particularmente, não gosto de ver filmes do gênero. Gostei do enredo e talvez, quem sabe, eu dê uma chance a um gênero que nunca li :)
ResponderExcluirOi, Carlos!
ResponderExcluirApesar de ter gostado muito da sua resenha, não me identifiquei com a historia do livro, não faz o meu gênero.
Beijos!
Já estava bastante interessada em ler esse livro só pela sinopse, e agora depois de ver essa resenha fiquei ainda mais curiosa em conferi essa história.
ResponderExcluirOi Carlos!
ResponderExcluirEu te falei lá no grupo que tava morrendo de medo de ler esse livro só porque o autor é português, né... Ainda bem que você me acalmou. Por mais que não seja meu estilo, acho que uma história bem construída e uma escrita boa tem o seu valor, viu. É uma pena você não ter gostado do final, sei bem como é essa sensação de quero mais. hahahaha
Beijo!
http://www.roendolivros.com
Ainda não li nenhum livro desse gênero, só assisti filmes. Que pena que o final faltou mais acontecimentos. Li um livro que o final foi assim, fiquei como assim acabou e o resto? Mas o bom é que você gostou do livro ele parece ser muito bom, agora o que li não gostei.
ResponderExcluirOi!
ResponderExcluirAinda não assisti nada nem li nada com o tema de faroeste por isso achei essa historia bem interessante, gostei muito de termos três narradores tão diferentes mais com uma missão em comum e também que é uma historia criativa me deixando curiosa !!
Infelizmente esse livro não me desperto interesse mas eu gostei muito da sua resenha e me desanimou mas ainda que vi que você não gostou do final mas quem sabe no futuro eu tentei ler ele.
ResponderExcluirBjss
Olá!
ResponderExcluirInfelizmente acho que por ter um pai adepto a coisas de faroeste acabei não me encantando com obras que tratam sobre isso, mas realmente livros que despertam um querer mais no leitor quer dizer que ele realmente foi bom.
Gostei da resenha ;)
lereliterario.blogspot.com
eu nunca li nada dessa temática, na verdade faroeste não é uma das minhas temáticas favoritas. mas, um livro que deixa aquela sensação de quero mais é sempre muito bom né?
ResponderExcluirse um dia eu me interessar pela temática ele vai está na minha lista
A premissa é bem interessante, algo totalmente desconhecido p/ mim :D Que pena terem faltado páginas, é bem frustante mesmo quando o livro termina sem deixar muitas explicações. Enfim, quem sabe um dia eu leia. Abraços
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