DELANEY, Luke Brutal. Editora Rocco, 2015. 416 p.Sinopse: O que levaria alguém a golpear outra pessoa na cabeça e, na sequência, esfaqueá-la 77 vezes? O garoto de programa Daniel Graydon jamais imaginaria que encontraria tamanha perversão nos clientes com quem saía. Mas viu seu fim se aproximar ao ir contra sua regra de ouro: nunca levar os homens para casa. Seu parceiro sexual e algoz, porém, tinha algo de sedutor e era difícil recusar a proposta de uma noite regada a sexo, e muito bem paga. Daniel tornara-se apenas uma das vítimas de um personagem sombrio, cuja pulsão pela morte o levava a matar com regularidade e método. Cada morte representando um passo adiante no aperfeiçoamento da macabra arte de tirar vidas: cruel, dolorosa, limpa e sem pistas. Um desafio para a polícia de Londres e sua divisão de Crimes Graves do Grupo Sul, liderada pelo atormentado detetive-investigador Sean Corrigan. (Skoob)
A partir do assassinato de um garoto de programa, o detetive Sean Corrigan se depara com pistas de outros assassinatos que compravam a existência, há anos, de um serial killer extremamente inteligente, meticuloso e cruel. Começa, então, uma corrida para impedir que o assassino mate novamente. Essa é a premissa básica de Brutal, mas seu conteúdo é muito mais abrangente.
Delaney conseguiu criar dois trunfos enormes em sua obra: o primeiro, é que o autor já fez parte da força policial metropolitana de Londres, o que lhe rendeu bagagem suficiente para descrever, minuciosamente, como as coisas funcionam durante a investigação de um assassinato; o segundo trunfo, é que o livro tem sua narrativa principal feita em terceira pessoa, mas quando o assassino age, a narrativa passa para primeira pessoa. Isso cria um mistério, por não sabermos quem é o narrador, ou seja, o assassino, como também causa uma ânsia maior pela forma cruel com que ele escolhe e mata suas vítimas.
E essa parte, a das mortes, é particularmente angustiante. Delaney não economiza nos detalhes, no sangue, em nada. O leitor acompanha o assassino desde o início de seu planejamento, até a execução do ato. E quando começa a perpetuar o crime, ele compartilha seus pensamentos, seus sentimentos, por mais grotescos e nojentos que sejam. A repulsa é enorme!
"Se vocês fossem sequer capazes de entender a beleza e a clareza do que estou fazendo. Vejam só, meu próprio ser é um testamento à Natureza. A seu caráter impiedoso. Sua completa falta de compaixão. Sua violência. Vocês precisam deixar de lado as regras da Natureza e escolher viver segundo outras leis. Moralidade. Moderação. Tolerância. Eu não."
Sean Corrigan e o assassino são dois personagens inteligentes, que sabem perfeitamente como cada um deles age. Mesmo assim, eles não são infalíveis, nem são gênios do crime. Por isso, o leitor consegue acompanhar o que cada um faz, como faz e compreender como um deles consegue escapar e o outro procurar por pistas. Ou seja, o autor permite que o leitor consiga, por si só, descobrir as coisas.
Embora a narrativa seja detalhista, ela o é apenas em um nível necessário para o entendimento do que acontece. Na verdade, ela é bastante interessante, principalmente para quem não conhece como funciona a burocracia policial, ou como pensa um psicopata.
Mesmo assim, o que senti falta foi um pouso mais de suspense. Isso deve ao fato de que nenhum dos personagens principais, com exceção na parte final, corre risco de vida direto. O que senti durante a leitura, foi curiosidade e necessidade de chegar logo à prisão do assassino. Isso não chega a ser um ponto negativo, mas que poderia ter sido melhor explorado.
E o final de Brutal chega a ser surpreendente, não pela descoberta de quem é o assassino, porque o leitor consegue fazer isso antes do clímax, mas porque surge uma competição de egos entre o detetive e um outro personagem, que não termina, mas se prolonga para além do fim da história. Como Brutal é a primeira aventura de Sean Corrigan, acredito que essa rixa irá continuar no próximo volume da série. E isso é muito bom!
Delaney conseguiu criar dois trunfos enormes em sua obra: o primeiro, é que o autor já fez parte da força policial metropolitana de Londres, o que lhe rendeu bagagem suficiente para descrever, minuciosamente, como as coisas funcionam durante a investigação de um assassinato; o segundo trunfo, é que o livro tem sua narrativa principal feita em terceira pessoa, mas quando o assassino age, a narrativa passa para primeira pessoa. Isso cria um mistério, por não sabermos quem é o narrador, ou seja, o assassino, como também causa uma ânsia maior pela forma cruel com que ele escolhe e mata suas vítimas.
E essa parte, a das mortes, é particularmente angustiante. Delaney não economiza nos detalhes, no sangue, em nada. O leitor acompanha o assassino desde o início de seu planejamento, até a execução do ato. E quando começa a perpetuar o crime, ele compartilha seus pensamentos, seus sentimentos, por mais grotescos e nojentos que sejam. A repulsa é enorme!
"Se vocês fossem sequer capazes de entender a beleza e a clareza do que estou fazendo. Vejam só, meu próprio ser é um testamento à Natureza. A seu caráter impiedoso. Sua completa falta de compaixão. Sua violência. Vocês precisam deixar de lado as regras da Natureza e escolher viver segundo outras leis. Moralidade. Moderação. Tolerância. Eu não."
Sean Corrigan e o assassino são dois personagens inteligentes, que sabem perfeitamente como cada um deles age. Mesmo assim, eles não são infalíveis, nem são gênios do crime. Por isso, o leitor consegue acompanhar o que cada um faz, como faz e compreender como um deles consegue escapar e o outro procurar por pistas. Ou seja, o autor permite que o leitor consiga, por si só, descobrir as coisas.
Embora a narrativa seja detalhista, ela o é apenas em um nível necessário para o entendimento do que acontece. Na verdade, ela é bastante interessante, principalmente para quem não conhece como funciona a burocracia policial, ou como pensa um psicopata.
Mesmo assim, o que senti falta foi um pouso mais de suspense. Isso deve ao fato de que nenhum dos personagens principais, com exceção na parte final, corre risco de vida direto. O que senti durante a leitura, foi curiosidade e necessidade de chegar logo à prisão do assassino. Isso não chega a ser um ponto negativo, mas que poderia ter sido melhor explorado.
E o final de Brutal chega a ser surpreendente, não pela descoberta de quem é o assassino, porque o leitor consegue fazer isso antes do clímax, mas porque surge uma competição de egos entre o detetive e um outro personagem, que não termina, mas se prolonga para além do fim da história. Como Brutal é a primeira aventura de Sean Corrigan, acredito que essa rixa irá continuar no próximo volume da série. E isso é muito bom!
Gostei muito da resenha, amo livros policiais e os últimos que li do gênero não deixaram nada a desejar, então estou bem empolgada com o tema. Mas nem tudo é perfeito e fiquei desanimada quando vi que o livro vai ter sequência, estou tentando ao máximo evitar series por enquanto.
ResponderExcluirOie Carlos =)
ResponderExcluirNão conhecia o livro, mas achei a premissa interessante e até mesmo um pouco original. Uma pena não ser livro único, por que de verdade ando cansada de séries.
Beijos;***
Ane Reis.
mydearlibrary | Livros, divagações e outras histórias...
@mydearlibrary
Olá.
ResponderExcluirGostei muito da sua resenha, bem explicada e clara em relação aos pontos do desenvolvimento do enredo. Gosto muito do gênero policial. Esse livro, por tudo que você comentou, com certeza é uma boa leitura, forte e intensa. E acho mais interessante ainda se for uma série de livros. Ótima dica. Obrigada. Abraços.
Oii!
ResponderExcluirAdorei! Esse gênero sempre me surpreende, ainda mais qdo o autor sabe como prender o leitor nessas histórias de suspense!
Qroo ler!!
Gosto de historias assim que envolve assassinatos e o mistério que ronda sobre o assassino, mas esse é diferente o leitor descobre quem é pensei que o autor deixaria para o final. Deve ser angustiante a parte que ele comete os assassinatos, já que o autor não economiza nas descrições. Adoro finais que surpreende.
ResponderExcluirJá estava bastante interessada em ler esse livro só pela sinopse, e agora depois de ver essa resenha fiquei ainda mais curiosa em conferi essa história, curto muito investigação, policial, suspense.
ResponderExcluirSomente a premissa do livro me ganhou :)
ResponderExcluirSei que sempre fico impressionada quando leio livros com serial killer e com banho sangue. Estar dentro da cabeça do assassino é fascinante ao mesmo tempo que acho aterrorizante e até repulsivo como você citou. Como o livro faz parte de uma serie vou colocar em uma lista de "talvez um dia" :)
Esse livro faz muito o meu gênero.Gosto muito de filmes e livros policiais e fiquei cheia de curiosidade em ler esse.
ResponderExcluirPena que faltou um suspense... Faz toda a diferença nesse estilo de livro.
Valeu pela ótima dica!!!
Já vi esse livro, mas nunca me interessei em ler. Mas quem sabe um dia, né?
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