HALBROOK, Kristin. Adeus, promessas. Editora Plataforma21, 2016. 296 p.Sinopse: Um menino está morto. Outro está ferido. E, aparentemente, a culpa é de Kayla. Ela presenciou algo que não devia. Mas não contou nada para ninguém. Ninguém sabe o que realmente aconteceu naquela noite: o porquê de ela estar dirigindo um carro que caiu numa vala depois da festa de sua melhor amiga; do que viu nas horas que antecederam o acidente, e da promessa que ela fez para sua amiga Bean antes de sair de férias. Agora, Kayla está voltando para casa para terminar o Ensino Médio. Se ela ficar calada, pode até recuperar a sua antiga vida de volta. Mas, se contar a verdade, corre o risco de perder tudo – e todos – que já amou na vida. Adeus, promessas é um romance emotivo e provocante sobre uma garota que precisa decidir entre o silêncio ou admitir ter sido testemunha de uma terrível agressão. Uma narrativa que trata dos limites entre o segredo e a mentira em uma sociedade predominantemente machista. (Skoob)
Estupro não é cometido apenas por marginais ou pessoas mentalmente insanas. Estupro é cometido, também, por quem se acha seguro de que não será punido, que se acha superior, que é machista, que acha que qualquer garota, no fundo, gosta de sexo não consensual, e se não gosta, o problema é unicamente dela.
É assim que alguns garotos, de uma pequena cidade do interior dos EUA, pensam. Filhos de pais ricos e influentes, jogadores de futebol americano no colégio, bonitos, fortes, admirados por quase todos, eles se acham acima da moral e da vontade. Mas não fazem isso abertamente. Fazem pelas sombras, onde não podem ser vistos, onde não existem testemunhas, e certos de que as vítimas não terão coragem de os delatar.
Kayla tem como melhores amigas, o trio: Jen, Selena e Bean. Andam sempre juntas. Isso, até que Kayla, no meio de uma festa de fim de semana, presencia um desses estupros, justamente com uma de suas amigas. Presa, ameaçada e levada por dois dos rapazes, para dentro de um carro, ela é obrigada a dirigir. E, então, faz o que pensa ser possível para se proteger, e proteger a amiga: joga o carro em uma vala, e mata um dos rapazes.
A partir desse ponto, acompanhamos as consequências de seus atos, e dos estupradores, através de uma narrativa em primeira pessoa, que viaja, em capítulos alternados, entre o passado e o presente. Vamos, aos poucos, entendendo o que aconteceu, como aconteceu, ao mesmo tempo que presenciamos o que Kayla terá que suportar, enfrentar e aceitar após o que fez.
O interessante de Adeus, promessas, além, claro, da mensagem que passa sobre estupro, é o clima de alegria presente nos capítulos que contam o passado, e o clima tenso, pesado, esmagador, dos capítulos que contam o presente.
O leitor pode ter uma ideia clara de como as coisas que parecem certas, na verdade podem não ser assim tão certas. De como algumas pessoas, no caso os garotos, podem parecer príncipes maravilhosos, belos, invencíveis, quando, na verdade, são monstros insensíveis, que podem destruir a vida de garotas, pelo único objetivo de transar.
É através dessa alternância que você vê o comportamento alegre de um personagem em um capítulo, para, no capítulo seguinte, ver sua verdadeira face. É uma paralelo incrível, e totalmente crível. É isso que muitas garotas vivenciam nas suas escolas, nos seus trabalhos, na rua, em qualquer lugar.
Por natureza, todos os homens, e, sim, estou generalizando, porque, como homem, sei que é verdade, são machistas e autoritários em relação à mulher. O caráter é o que nos impede de sermos monstros abusadores e agressores. É como se nós fossemos culpados desde que nascemos, e nossos atos é que nos salvam de uma condenação.
Isso também é demonstrado em Adeus, promessas, através de Noah, um garoto que sofre preconceito por ser das Filipinas, e que é o único que se aproxima de Kayla após o acidente. Ele desconfia do que aconteceu de verdade, mas não tem certeza. Mas ele sabe que pode ser verdade. Ele conhece sua raça. E quando tem certeza, sua reação é ambígua. Como se pudesse existir alguma culpa por parte da garota estuprada. Afinal, essa é a desculpa da maioria das pessoas que não acredita, inicialmente, que o estupro acontece por culpa do homem, mas porque a garota se veste de forma provocante, que atiça os garotos, que a culpa é dela por ser bonita e por os garotos não conseguirem se controlar.
Apesar de tudo isso, Adeus, promessas não chega a ser tão impactante quando eu esperava. Ele parece ter sido escrito para mostrar uma ferida aberta da sociedade, mas de forma a não tocar nessa ferida com o dedo. Ele reflete mais uma realidade da classe média-rica americana, onde esses crimes são tratados com sutilezas.
Ao final do livro, a autora conversa com o leitor sobre o estupro, e incentiva as garotas a tomarem uma atitude se forem molestadas e sofrerem algum tipo de abuso. Acho isso muito válido e importante. Conversar sobre estupro, nunca é demais. Assim como ler obras deste tipo.
É assim que alguns garotos, de uma pequena cidade do interior dos EUA, pensam. Filhos de pais ricos e influentes, jogadores de futebol americano no colégio, bonitos, fortes, admirados por quase todos, eles se acham acima da moral e da vontade. Mas não fazem isso abertamente. Fazem pelas sombras, onde não podem ser vistos, onde não existem testemunhas, e certos de que as vítimas não terão coragem de os delatar.
Kayla tem como melhores amigas, o trio: Jen, Selena e Bean. Andam sempre juntas. Isso, até que Kayla, no meio de uma festa de fim de semana, presencia um desses estupros, justamente com uma de suas amigas. Presa, ameaçada e levada por dois dos rapazes, para dentro de um carro, ela é obrigada a dirigir. E, então, faz o que pensa ser possível para se proteger, e proteger a amiga: joga o carro em uma vala, e mata um dos rapazes.
A partir desse ponto, acompanhamos as consequências de seus atos, e dos estupradores, através de uma narrativa em primeira pessoa, que viaja, em capítulos alternados, entre o passado e o presente. Vamos, aos poucos, entendendo o que aconteceu, como aconteceu, ao mesmo tempo que presenciamos o que Kayla terá que suportar, enfrentar e aceitar após o que fez.
O interessante de Adeus, promessas, além, claro, da mensagem que passa sobre estupro, é o clima de alegria presente nos capítulos que contam o passado, e o clima tenso, pesado, esmagador, dos capítulos que contam o presente.
O leitor pode ter uma ideia clara de como as coisas que parecem certas, na verdade podem não ser assim tão certas. De como algumas pessoas, no caso os garotos, podem parecer príncipes maravilhosos, belos, invencíveis, quando, na verdade, são monstros insensíveis, que podem destruir a vida de garotas, pelo único objetivo de transar.
É através dessa alternância que você vê o comportamento alegre de um personagem em um capítulo, para, no capítulo seguinte, ver sua verdadeira face. É uma paralelo incrível, e totalmente crível. É isso que muitas garotas vivenciam nas suas escolas, nos seus trabalhos, na rua, em qualquer lugar.
Por natureza, todos os homens, e, sim, estou generalizando, porque, como homem, sei que é verdade, são machistas e autoritários em relação à mulher. O caráter é o que nos impede de sermos monstros abusadores e agressores. É como se nós fossemos culpados desde que nascemos, e nossos atos é que nos salvam de uma condenação.
Isso também é demonstrado em Adeus, promessas, através de Noah, um garoto que sofre preconceito por ser das Filipinas, e que é o único que se aproxima de Kayla após o acidente. Ele desconfia do que aconteceu de verdade, mas não tem certeza. Mas ele sabe que pode ser verdade. Ele conhece sua raça. E quando tem certeza, sua reação é ambígua. Como se pudesse existir alguma culpa por parte da garota estuprada. Afinal, essa é a desculpa da maioria das pessoas que não acredita, inicialmente, que o estupro acontece por culpa do homem, mas porque a garota se veste de forma provocante, que atiça os garotos, que a culpa é dela por ser bonita e por os garotos não conseguirem se controlar.
Apesar de tudo isso, Adeus, promessas não chega a ser tão impactante quando eu esperava. Ele parece ter sido escrito para mostrar uma ferida aberta da sociedade, mas de forma a não tocar nessa ferida com o dedo. Ele reflete mais uma realidade da classe média-rica americana, onde esses crimes são tratados com sutilezas.
Ao final do livro, a autora conversa com o leitor sobre o estupro, e incentiva as garotas a tomarem uma atitude se forem molestadas e sofrerem algum tipo de abuso. Acho isso muito válido e importante. Conversar sobre estupro, nunca é demais. Assim como ler obras deste tipo.
Não conhecia esse livro, estupro é um assunto que deve ser tema de conversa sempre, em casa, na escola, no trabalho, pois infelizmente ainda hoje a maioria dos homens não respeitam as mulheres, as tratam como um objeto sem vontade própria, quero muito ler esse livro, foi pra lista de leitura.
ResponderExcluirOi, Carlos!!
ResponderExcluirNão lembro de recentemente ter lido um livro com o tema falando sobre o estupro, pelo que vi o livro é muito interessante. Não lembro de ter visto alguma outra resenha sobre esse livro. Adorei a indicação.
Beijoss
Carl!
ResponderExcluirInfelizmente não é apenas nos EUA que se tem o conceito de que o homem pode abusar e estuprar uma mulher e sair ileso, jogando toda culpa para ela.
Deve ser um livro carregado de dilemas e muito preconceito, mas é bem como falou mesmo, temos de discutir o assunto cada vez mais e livro como esse dão essa oportunidade.
Desejo uma semana de alegria!
“Saber encontrar a alegria na alegria dos outros, é o segredo da felicidade.” (Georges Bernanos)
cheirinhos
Rudy
http://rudynalva-alegriadevivereamaroquebom.blogspot.com.br/
TOP Comentarista de FEVEREIRO, livros + KIT DE MATERIAL ESCOLAR e 3 ganhadores, participem!
Oi Carl!
ResponderExcluirEstou mto interessada nesse livro, pelo enredo parece bom, vai pra lista!
Bjs
Uau, esse livro deve ser meio pesado por conta dos fatos (ainda mais se contar detalhes), mas por incrivel que pareça é algo que eu gosto! Gosto de livros que mostram a realidade que a sociedade esconde, gosto de livros dessa forma. Já marquei na minha lista de compras e espero que o final da história não me decepcione.
ResponderExcluirNao conhecia o livro, mas o tema q ele aborda é muito forte, é algo que acontece muito nos dias de hoje, o livro é bem interessante e achei bastante legal no final a autora conversar com o leitor sobre o estupro, fiquei bastante interessada em ver como kayla lida com tudo isso e se o outro estuprador se safa ou não.
ResponderExcluirInteressante abordar não só o tema de estupro, mas também como os filhinhos de papai ficam impunes, apesar que não é só eles que estupram pode ser qualquer um independente da classe social. Gostei do livro e tenho vontade de ler diz muito a verdade, principalmente quando dizem que a culpa é sempre da mulher da sua roupa e muito mais, um absurdo isso, os homens deveriam ter respeito por todas independente de sua vestimenta.
ResponderExcluirEsses livros mais fortes e com conteúdo mais pesado me deixam bem curiosa. Ver como o preconceito e o estupro são trabalhados pela autora, ainda mais na adolescência, onde tudo é bem complexo
ResponderExcluirAo mesmo tempo que Kayla é considerada uma criminosa ela também é uma vítima, ela só quis defender a amiga. Como culpá-la? De quem é a culpa? Mesmo a trama não sendo tão profunda achei realmente válida, tudo que trata sobre esse assunto é válido e importante. Gostei da resenha e dica.
ResponderExcluirAbraço!
A Arte de Escrever