A longa viagem a um pequeno planeta hostil - Becky Chambers

Sinopse: O livro de Becky Chambers é um marco recente no universo da ficção científica. Lançado originalmente através de financiamento coletivo pela plataforma Kickstarter, ele conquistou a crítica especializada e os ainda mais exigentes fãs do gênero, sendo indicado para prêmios respeitados, como o Arthur C. Clarke Award e o Hugo Award. Um dos motivos do sucesso de A Longa Viagem a um Pequeno Planeta Hostil é a abordagem da história. Elementos essenciais em qualquer narrativa sci-fi estão muito bem representados, como a precisão científica e suas possíveis implicações políticas. O gatilho principal é a construção de um túnel espacial que permitirá ao pequeno planeta do título participar de uma aliança galáctica. Mas o que realmente torna único esse romance on the road futurístico e muito divertido são seus personagens. Instigantes, complexos, tridimensionais. A autora optou por contar a história de gente como a gente — ainda que nem todos sejam terráqueos, ou mesmo humanos. A tripulação da nave espacial Andarilha é composta por indivíduos de planetas, espécies e gêneros diferentes, incluindo uma piloto reptiliana, uma estagiária nascida nas colônias de Marte e um médico de gênero fluido, que transita entre o masculino e o feminino ao longo da vida. Temas como amizade, racismo, poliamor, força feminina e novos conceitos de família fazem parte do universo do livro, assim como cada vez mais fazem parte do nosso mundo. (Skoob)
CHAMBERS, Becky. A longa viagem a um pequeno planeta hostil. Editora Darkside, 2017. 352 p.

A longa viagem a um pequeno planeta hostil é uma space trip, onde acompanhamos os relacionamentos entres os tripulantes de diferentes raças e gêneros. É uma narrativa feita sem pressas, sem acontecimentos que causem impacto, sem aventuras ou surpresas, e com diálogos casuais, que tentam criar uma empatia com o leitor. A autora consegue? Acho que sim, principalmente com uma personagem que não está viva, Lovey, a inteligência artificial. É do relacionamento dela com Jenks, o técnico em computação, que surgem os momentos mais emotivos, e é o destino dela que causa uma emoção maior ao final do livro, principalmente porque ela faz uma escolha baseada no bem de outra pessoa, em detrimento do seu próprio bem.

Aqui, preciso fazer uma pausa para evidenciar algo que li constantemente em resenhas de outros blogs e canais, que não condizem com a verdade, talvez por interesses em se evidenciarem para a editora, talvez por desconhecimento (o que acho improvável, vindo de pessoas que leem bastante), enfim, por qualquer que seja o motivo deles.

O problema reside no fato dessas resenhas realçarem a diversidade de gêneros e raças dos personagens como um destaque para a obra, como se a história trouxesse algo de diferente e novo para a ficção-científica. Bem, isso não é verdade. Grandes obras como Duna, O mochileiro da galaxia, Star Wars, Star Trek, A Fundação, A Máquina do Tempo, além de outras mais atuais, como A Guerra do Velho, por exemplo, já possuem esse tipo de diversidade e trazem discussões sobre gêneros de forma tão, ou mais, instigantes quanto A longa viagem a um pequeno planeta hostil.

Em um dos debates que aconteceram, várias pessoas disseram que conheciam essas outras obras e sabiam que elas já tratavam do assunto, ou seja, essa necessidade de destacar em um livro algo que não é novo, não pode ser justificado pelo desconhecimento. A partir do momento que uma pessoa escreve um texto evidenciando algo e ignora referências de outras obras que já fizeram o mesmo há muitas décadas atrás, ela dá a entender que não as conhece, ou se as conhece, então está forçando um ponto de vista apenas como propaganda para dar um merecimento que o livro não possui. Para escrever sobre algo, você precisa dar ao leitor o mínimo de informações necessárias para que ele possa formar uma opinião correta. Quando você não faz isso, você está sendo displicente, ou interesseiro.

A longa viagem a um pequeno planeta hostil é um bom livro, não para qualquer leitor, apesar de não ser a novidade que estão exaltando por aí, e quem está, apenas o faz para ficar bem visto com a editora que vende a obra, ou então porque nunca leu ficção-científica.
Carl
Carl

10 comentários:

  1. Ola, não curto muito livro de ficção científica, mas achei interessante a interação de diferentes raças e gêneros, não conhecia a autora essa é primeira resenha que leio do livro, mas realmente não me chamou a atenção!!

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  2. Primeiramente sou leiga neste assunto de livros deste gênero, então se eu pegasse esta obra, tudo de uma forma geral seria novidade, só não te garanto que me agradaria, porque acredito que não, pois vou ficar perdida em muito dos assuntos abordados. Acredito que quem tem costumo de ler este estilo de livros deveria dar uma chance até pelo fato da premissa ser interessante, porém eu deixo passar. Talvez quem saiba futuramente dou uma chance a leitura.

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  3. Gosto muito de ler livros de ficção científica, no entanto, não li muitos livros deste gênero, e não li muitas resenhas referentes a este livro, mas a história dele parece ser boa, e acabei ficando curiosa para ler este livro, então pretendo ler A longa viagem a um pequeno planeta hostil.

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  4. Gosto bastante de ficção científica, mas não tenho muito costume de ler.
    Não entendo muito desses assuntos, então não ia saber opinar mas as resenhas que tenho visto sobre o livro tem sido positivas.
    Gostei da sinceridade da resenha, parabéns!

    beijos

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  5. Parece que o livro não tem nada de mais, então não me despertou interesse, como assim sem aventuras ou surpresas que são partes que mais gosto nas historias rs. Deve deixar uma reflexão em relação a escolha da personagem de escolher o bem de outra pessoa ao invés do próprio.

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  6. Estou bastante interessada em ler esse livro, curto muito ficção-científica e essa resenha me deixou ainda mais curiosa em conferi isso tudo que foi dito aqui.

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  7. CARL!
    Gosto muito de livros de ficção científica e cOm autora tão renomada, deve ser uma delícia a leitura. Sem contar com a grande lição contra o preconceito e com a convivência de humanos com povos de vários planetas diferentes, deve ser uma verdadeira viagem carregada de ação e emoção. Fiquei bem interessada pela leitura, mesmo com a observação do Carl em dizer que o livro talvez não seja uma ficção pura... Agora que fiquei intrigada para poder conferir.
    “Todo o nosso saber se reduz a isto: renunciar à nossa existência para podermos existir.” (Johann Goethe)
    Cheirinhos
    Rudy
    TOP COMENTARISTA DE OUTUBRO 3 livros, 3 ganhadores, participem.

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    Respostas
    1. Oi, Rudy! O livro é uma ficção-científica pura, sim. O que eu disse, é que ele não traz nenhuma novidade para o gênero, como muitas pessoas andam alardeando. ;)
      Bjos

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  8. Olá! Tudo bem?
    Adorei a capa do livro, muito linda!
    Adoro ficção e gostei de saber que os humanos se misturam com outras espécies e gostaria de saber como são esses relacionamentos. Gostei demais da premissa e sobre essa viagem a um planeta.
    Já adicionei na minha listinha e espero ler em breve!
    Beijos.

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  9. Eu sou apaixonada por essa capa. Compraria SUPER só pela capa. Mas o complemento "história" conta demais. Amo tudo relacionado ao universo, livros com um cenário puxado para este lado me encantam demais (alô George é o Segredo do Universo). E gente, para tudo. O cara se apaixona pela inteligência artificial? Que louco. Só me faz querer mais.
    Confesso, não sou leitora ávida de ficção científica, li uma só esse ano e achei meia-boca, mas esse livro... ah esse livro! Me encanta tudo sobre ele assim como as obras do Stephen Hawking. Será que a trama encantará também?

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