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Créditos da imagem: Blog Redatora de Merda. |
Psicose, o clássico de Robert Bloch, foi publicado originalmente em 1959, livremente inspirado no caso do assassino de Wisconsin, Ed Gein. O protagonista Norman Bates, assim como Gein, era um assassino solitário que vivia em uma localidade rural isolada, teve uma mãe dominadora, construiu um santuário para ela em um quarto e se vestia com roupas femininas. Uma história curiosa envolvendo o livro é que Alfred Hitchcock adquiriu anonimamente os direitos de Psycho e depois comprou todas as cópias do livro disponíveis no mercado para que ninguém o lesse e, consequentemente, ele conseguisse manter a surpresa do final da obra.
BLOCH, Robert.
Psicose. Rio de Janeiro: DarkSide Books, 2013. 240 p.
Acho que não há uma pessoa nesse mundo que não tenha, no mínimo, ouvido falar da famosa
cena do chuveiro de Alfred Hitchcock. Até eu que nunca assisti ao filme conheço. É mais provável que não saibam que o filme é, na verdade, uma adaptação do livro homônimo. Também pudera! O cineasta achou a obra tão incrível que comprou as três mil cópias disponíveis e trancafiou todas em um porão, tudo para que não descobrissem o final da trama.
A maioria de vocês, leitores, deve conhecer a trama. Mary Crane é noiva de Sam há muito tempo e vê seu casamento cada vez mais distante devido a uma dívida de seu companheiro. Surge então uma oportunidade e Mary rouba 40 mil dólares da empresa onde trabalha e foge, indo ao encontro do noivo. Porém, as coisas começam a dar errado quando se vê perdida e exausta, após 18 longas horas de viagem. Ter errado a rota acabou levando a moça para o Bates Motel, um estabelecimento decadente de propriedade de Norman Bates. É óbvio que descansar, naquela altura do campeonato, seria perfeito. Então, Mary decide ficar no hotel aquela noite.
Tudo parece extremamente normal, inclusive Norman convidá-la para jantar em sua casa. Eles conversam bastante e Norman, que tem uma relação estreita com a mãe (como o
Complexo de Édipo), conta para Mary alguns apertos que passa com ela, o que gera uma terrível discussão. Quando Mary retorna ao seu quarto depois do longo dia e vai tomar banho, é morta a sangue frio pela mãe do dono do hotel. O sumiço de Mary leva sua irmã, Lila, e Sam a uma constante busca por ela, o que desencadeia vários acontecimentos.
Claro, o tempo é relativo. Einstein disse isso, e ele não fora o
primeiro a descobrir — os antigos também sabiam, assim como
alguns místicos modernos, como Aleister Crowley e Ouspensky. Tinha lido todos,
tinha até alguns livros deles. A Mãe não aprovava; dizia que
essas coisas eram contrárias à religião. Mas esse não era o verdadeiro
motivo. Era porque, quando ele lia esses livros, não era mais o
filhinho dela. [...] Quando pensava na Mãe, ele voltava a ser
criança, usava vocabulário de criança, referências e reações infantis.
Mas quando estava sozinho, não; em verdade, não sozinho, mas
afundado em um livro, era um indivíduo maduro.
Psicose é um clássico do terror que é consagrado até hoje. Confesso que morria de medo de ler o livro justamente por se tratar de um terror, mas durante a leitura percebi que o ponto alto do livro não é o assassinato em si, mas sim o entendimento da cabeça do personagem principal. Tudo indica que essa relação doentia entre mãe e filho é a principal causadora dos distúrbios psicológicos de Norman.
Porém, eu realmente acho que Norman já nasceu com alguma coisa maligna dentro dele e que isso foi aflorado com o relacionamento que mantinha com a mãe. Mesmo com todos os abusos psicológicos que sofria, em sua biblioteca pessoal constava alguns livros sobre ocultismo, psicologia anormal e teosofia, o que me leva a acreditar seriamente que ele era mau por natureza.
É bem difícil falar sobre Psicose sem ter medo de estragar um pouquinho a história. Como eu não sabia nada sobre ela (não assisti ao filme por motivos de medo mesmo, hahaha), tive uma grande surpresa com o final. O livro flui com tanta facilidade que o li em pouco mais de duas horas. É claro que eu não podia deixar de comentar sobre o trabalho gráfico da Darkside, que mandaram super bem na diagramação. Tem até uma foto da cena do chuveiro! Creio que não há livro melhor no mundo para quem gosta de thriller psicológico, super recomendado.
Créditos da imagem: Blog Redatora de Merda.
Psicose, o clássico de Robert Bloch, foi publicado originalmente em 1959, livremente inspirado no caso do assassino de Wisconsin, Ed Gein. O protagonista Norman Bates, assim como Gein, era um assassino solitário que vivia em uma localidade rural isolada, teve uma mãe dominadora, construiu um santuário para ela em um quarto e...