Sinopse: Você conseguiria imaginar o que a pessoa ao lado está vivenciando? Alguma pessoa já conseguiu dominar os seus sentimentos e as suas atitudes? Você já fez isso com alguém? Até que ponto a brutalidade de um homem pode ser dominada pela simplicidade de uma mulher? Beleza, um corpo esbelto ou popularidade seriam pontos fortes ou sinais de fraqueza? Quem está em vantagem no jogo da sedução? Perguntas como essas são respondidas nesta obra, que aborda as coisas simples desses confrontos cotidianos, de maneira crua e por muitas vezes obsceno. Descaso, confiança, amor, sedução e sexo são coisas tão banais e tão presentes em nossas vidas que, quando fogem ao nosso controle, nos perguntamos onde erramos. Contudo, na verdade, sem querer, permitimos que elas estivessem sempre a nossa frente. (Skoob)
NEVES, G.C. No centro da terceira fileira. Editora Chiado, 2015. 278 p.
Eu demorei um pouco pensando no que dizer sobre No centro da terceira fileira. Em diversos momentos, a forma como a história é conduzida, lembrou-me bastante um outro livro: AFTER. Quando falo que os dois livros são parecidos, não me refiro ao que acontece, ou aos personagens, mas especificamente à repetição exaustiva de uma mesma ação, à falta de amor próprio dos personagens e à falta de uma história em si.
Rob é um garoto que se fechou em um mundo onde enxerga apenas os estudos, mesmo ele tendo um porte atlético, andar de bike, se bronzear e ser bonito. Isso até Bel, uma colega da sala, entrar em sua zona de conforto, tentando pegar a cadeira do centro onde se senta desde o início do ano. Isso faz com que Rob preste atenção nela, e nas três amigas: Gisa, Rê e Val. Ao mesmo tempo, Rob cria uma amizade com Zero Um, um outro colega da sala. A partir daí, acompanhamos as paqueras que ocorrem entre esses personagens, capítulo atrás de capítulo, tudo dentro da sala, com repetição de situações, conversas, pensamentos, etc.
No início, eu pensei que Rob se tornaria uma pessoa mais interessante, sairia de seu pequeno mundo egocêntrico, mas o que aconteceu, foi ele se tornar totalmente dependente de Gisa, uma espécie de garota manipuladora, que adora humilhar e brincar com os sentimentos dos homens. Não que os homens deste livro não mereçam. Rob e Zero Um são homofóbicos, racistas, machistas e egoístas. As conversas entre os dois são carregadas de desprezo pelo sexo oposto, a não ser quando elogiam a bunda ou os seios de alguma garota.
Rob é totalmente volúvel, o retrato da maioria dos homens. Ao mesmo tempo que ele jura amores por Gisa, ele analisa a bunda da Bel, sonha em transar com Rê e volta para Gisa. Mas as garotas tem um comportamento igual. Dependendo da página do livro, Gisa e Bel dão indícios de gostarem de Rob, para na página seguinte, dizerem o contrário. Isso até começar o capítulo seguinte, onde tudo se repete.
Rob é tão sem amor próprio, que mesmo quando ele tem provas concretas de quem realmente é a garota que ele diz amar, ele joga tudo para cima e continua atrás dela. Já Bel faz o mesmo. Sabendo que o namorado a trai constantemente, ela permanece com ele, chorando suas mágoas, mas não toma nenhuma atitude para mudar isso.
A falta de caráter dos personagens vai mais além. Bel sabe a história de Gisa. E mesmo quando diz ser amiga de Rob, e não concordando com as atitudes de Gisa, ela mantém o segredo, e esconde de Rob, por todo o livro, o comportamento da outra.
Minha relutância para escrever esta resenha, não se deveu apenas ao fato de eu considerar a obra bastante rasa, mas, sim, porque, por mais difícil que seja acreditar, as conversas racistas, homofóbicas, machistas que citei acima, condizem fielmente com nossa realidade. Na idade dos personagens, tudo isso é normal em qualquer colégio e pré-vestibular. Quer dizer, normal não é, mas é rotineiro. Entretanto, o que torna a obra pouco atrativa, é o fato de não existir uma moral, um direcionamento para o que é certo e o que é errado. A forma como a narrativa é conduzida, passa a mensagem de que tudo o que existe de condenável nos personagens, em termos de comportamento e caráter, não é errado, é assim mesmo, é aceitável. Mas é exatamente o contrário. Não é aceitável.
No centro da terceira fileira sofre do mesmo mal de After: uma história recheada de futilidades, realçada pelas repetições de uma mesma situação, apenas para criar interesse em um leitor ávido por sentimentos depreciativos. Uma pena.
Rob é um garoto que se fechou em um mundo onde enxerga apenas os estudos, mesmo ele tendo um porte atlético, andar de bike, se bronzear e ser bonito. Isso até Bel, uma colega da sala, entrar em sua zona de conforto, tentando pegar a cadeira do centro onde se senta desde o início do ano. Isso faz com que Rob preste atenção nela, e nas três amigas: Gisa, Rê e Val. Ao mesmo tempo, Rob cria uma amizade com Zero Um, um outro colega da sala. A partir daí, acompanhamos as paqueras que ocorrem entre esses personagens, capítulo atrás de capítulo, tudo dentro da sala, com repetição de situações, conversas, pensamentos, etc.
No início, eu pensei que Rob se tornaria uma pessoa mais interessante, sairia de seu pequeno mundo egocêntrico, mas o que aconteceu, foi ele se tornar totalmente dependente de Gisa, uma espécie de garota manipuladora, que adora humilhar e brincar com os sentimentos dos homens. Não que os homens deste livro não mereçam. Rob e Zero Um são homofóbicos, racistas, machistas e egoístas. As conversas entre os dois são carregadas de desprezo pelo sexo oposto, a não ser quando elogiam a bunda ou os seios de alguma garota.
Rob é totalmente volúvel, o retrato da maioria dos homens. Ao mesmo tempo que ele jura amores por Gisa, ele analisa a bunda da Bel, sonha em transar com Rê e volta para Gisa. Mas as garotas tem um comportamento igual. Dependendo da página do livro, Gisa e Bel dão indícios de gostarem de Rob, para na página seguinte, dizerem o contrário. Isso até começar o capítulo seguinte, onde tudo se repete.
Rob é tão sem amor próprio, que mesmo quando ele tem provas concretas de quem realmente é a garota que ele diz amar, ele joga tudo para cima e continua atrás dela. Já Bel faz o mesmo. Sabendo que o namorado a trai constantemente, ela permanece com ele, chorando suas mágoas, mas não toma nenhuma atitude para mudar isso.
A falta de caráter dos personagens vai mais além. Bel sabe a história de Gisa. E mesmo quando diz ser amiga de Rob, e não concordando com as atitudes de Gisa, ela mantém o segredo, e esconde de Rob, por todo o livro, o comportamento da outra.
Minha relutância para escrever esta resenha, não se deveu apenas ao fato de eu considerar a obra bastante rasa, mas, sim, porque, por mais difícil que seja acreditar, as conversas racistas, homofóbicas, machistas que citei acima, condizem fielmente com nossa realidade. Na idade dos personagens, tudo isso é normal em qualquer colégio e pré-vestibular. Quer dizer, normal não é, mas é rotineiro. Entretanto, o que torna a obra pouco atrativa, é o fato de não existir uma moral, um direcionamento para o que é certo e o que é errado. A forma como a narrativa é conduzida, passa a mensagem de que tudo o que existe de condenável nos personagens, em termos de comportamento e caráter, não é errado, é assim mesmo, é aceitável. Mas é exatamente o contrário. Não é aceitável.
No centro da terceira fileira sofre do mesmo mal de After: uma história recheada de futilidades, realçada pelas repetições de uma mesma situação, apenas para criar interesse em um leitor ávido por sentimentos depreciativos. Uma pena.
Oi Carl!
ResponderExcluirAcompanhei a resenha lá no blog, por um lado gostei e por outro não...
Gostei pq parece bem escrito, mas os assuntos relacionados, não em deixam mto á vontade pra ler...
Bjs
Parece ser um livro muito repetitivo pela resenha. Acho que eu não iria curtir muito a leitura do livro.
ResponderExcluirNão curti nenhum um pouco a história.
ResponderExcluirNão gosto de personagens que tem essa estrutura e por ser um livro que se passa no colegial ( não tenho mais saco pra isso).
Nunca li After justamente por causa dessas características de personagens.
Não consegui me motivar a ler mesmo. :/
Gosto de ler livros que alegra, que dá vontade de ler mais, que a trama seja bem envolvente, este eu não vi nada disso pela sua resenha, vou deixar passar, não quero ler. Também não li After.
ResponderExcluirronida_sindi@hotmail.com
Carl!
ResponderExcluirAchei que o livro traria maior profundidade, principalmente por abordar comportamentos adolescência e tornar banal coisas como: racismo, homofobia e machismo, é no mínimo repreensível para o autor e inaceitável de qualquer forma.
Não tenho interesse algum pela obra...
Boas festas juninas!!!!
“O que importa afinal, viver ou saber que se está vivendo?” (Clarice Lispector)
Cheirinhos
Rudy
TOP COMENTARISTA DE JUNHO 3 livros, 3 ganhadores, participem.
http://rudynalva-alegriadevivereamaroquebom.blogspot.com.br/
Não despertou meu interesse não gosto quando a historia é repetitiva e não tem conteúdo que faz o leitor refletir passando algum ensinamento. É uma pena, se fosse melhor trabalhada quem sabe leria pois tem muitos jovens assim na vida real.
ResponderExcluirOlá Carlos!!!
ResponderExcluirO livro já pela sua sinopse já não era atrativo para mim, mas a resenha me fez crer que não é algo que leria.
Poxa! Uma pena o livro não ser tão interessante para dar uma chance para ele.
lereliterario.blogspot.com