#Fui - Viviane Maurey

Sinopse: Lully vai viajar!
E não é uma viagem qualquer: ela vai passar quatro meses em um intercâmbio nos Estados Unidos e mal pode aguentar tanta ansiedade. Vai ser a primeira vez que ela vai passar tanto tempo longe de casa, ver neve e aproveitar todas as maravilhas que o País do Cheesebúrguer pode oferecer… A única parte difícil é esconder toda essa animação de seu namorado, Eric, que está compreensivelmente enciumado e nada satisfeito com o fato de a namorada ir viver tanta coisa nova longe dele.
Logo nos primeiros dias em Lake Tahoe, Lully já descobre qual será sua rotina: MUITA neve no hotel onde vai morar, MUITA neve na estação de ski onde vai trabalhar e MUITA neve para gelar as cervejas das festas que os novos amigos não cansam de organizar. É tudo muito diferente da
vida que levava no Brasil, mas, apesar de às vezes parecer difícil se adaptar, Lully está se dando muito bem.
Mas isso é só até ela se ver obrigada a fazer uma escolha determinante para o resto de sua vida. A viagem acaba revelando o quanto suas certezas e seguranças podem ser frágeis, e que quem parte em uma grande jornada, dificilmente voltará a ser a mesma pessoa de antes…(Skoob)
MAUREY, Viviane. #Fui. Globo Alt, 2017. 360 p.


Solicitei #Fui sem saber muito sobre o livro além do que diz a sinopse. Não tinha visto nenhuma resenha ou comentário que pudessem embasar minha escolha, mas, sinceramente, a capa já tinha me convencido. A trama tinha um potencial enorme e um enredo envolvente, mas a leitura não foi tão boa quanto eu esperava.

O livro conta a história de Lully, que está empolgada para viajar em um intercâmbio para Lake Tahoe, nos Estados Unidos. É a primeira vez que ela vai ter que se virar sozinha e ficar tanto tempo longe de casa, mas só o fato de sentir frio e ver neve de verdade a deixam ansiosa pela experiência. O problema é ter que deixar Eric, seu namorado, que está visivelmente desconfortável com essa viagem.

"- Tá ansiosa? - pergunta Eric.
Esboço um sorriso gentil e faço que sim com a cabeça. É difícil estar animada e tentar não demonstrar. É como ser o primeiro em uma competição, querer comemorar e, ao mesmo tempo, tentar não ser indelicado com os outros participantes, sabe?"


Meu maior problema durante a leitura foi, sem dúvida alguma, a protagonista, por três principais motivos. O primeiro deles é que Lully tentava ser engraçadinha o tempo todo e falhava miseravelmente. No meio de uma narrativa, era comum ela se interromper para fazer uma piadinha, quase sempre sem graça. E não era nem por ser piadinha nerd (que eu gosto, aliás), mas por ser irrelevante e de humor forçado. Sabe aquele cara da turma que tenta ser engraçado e se torna chato? Então. Eu gosto do humor espontâneo, daquele que nem sempre se vê de cara, é esse que me diverte.

A segunda razão para meu bloqueio com a protagonista é que ela se achava a diferentona - a única nerd do grupo, a única que conhecia livros, a única que acompanhava séries ou filmes, a única que não curtia balada, e por aí vai. E o pior era quando ela fazia referências sobre filmes e séries e, achando que o leitor não iria entender, mandava "dar um google", e isso ocorre algumas vezes durante o livro. Ou ela subestima o leitor, ou se acha mesmo nesse aspecto, porque entendi todas as referências sem precisar pesquisar e nem me acho nerd.

Por fim, Lully era um bocado reclamona e, minha nossa, que coisa chata! Era o aquecedor que não estava bom, era a louça que não estava lavada, era o mundo que não gostava dela, e por aí vai. A garota criticava o comportamento de todo mundo como se o dela fosse o correto e achava que todo mundo tinha que mudar, menos ela. Era a vítima em tudo, mesmo quando o assunto não tinha nada a ver com ela.

Por isso, quando essas três coisas apareciam no texto, eu não tinha nem dúvidas: passei a pular os parágrafos (ou páginas) sem dó, e não fizeram falta alguma na leitura. Não tenho paciência para mimimi.

"- Você acha que vamos ser muito diferentes daqui a quatro meses? - pergunto, fazendo Blue levantar a sobrancelha.
[...]
- Não tenho dúvidas. Acho que não tem como não mudar. Não só porque estamos longe de casa, mas porque a gente muda o tempo todo. A diferença é que, quando convivemos com alguém todos os dias não percebemos muito essa mudança, só, de repente, quando surge algum assunto que não é tocado há muito tempo e a resposta da pessoa te surpreende de alguma forma, aí você para e pensa: 'Nossa! Como o fulano mudou!'. Mas a mudança sempre esteve ali, na nossa cara. A gente que não presta atenção"

Por outro lado, preciso ser justa, o livro tem coisas boas também. A escrita de Viviane Maurey é rica, detalhada na medida, o suficiente para nos envolver no mundo de Lully sem tornar a leitura cansativa. Apesar de não gostar de frio e nem me imaginar na neve, consegui sentir como se estivesse em Lake Tahoe.

Além disso, adorei as cenas românticas escritas pela autora. Acho incrível quando a narrativa nos permite sentir o mesmo que os personagens, coração acelerando e tudo o mais, e Viviane consegue imprimir isso no seu texto.

"- E se eu me perder no caminho?
- Lully, se tem uma coisa que eu aprendi na vida, e olha que sou bem mais velho que você, é que a única coisa que realmente vale a pena é se perder. Não sei se é o sentido da vida, do universo e todo o mais, mas andar pelos caminhos seguros e previsíveis nunca levou ninguém a nada. Se encontrar é que é a questão."

O que mais gostei, porém, foi o crescimento da personagem durante a história. Lully saiu de casa como uma menina insegura, frágil, que preferia não falar para não se incomodar, mas acabou ganhando força com o decorrer dos acontecimentos, se tornou mais independente e proativa. E, no fim das contas, ganhou ainda um final fofinho e cheio de romance.

#Fui tem seus altos e baixos, mas é uma leitura despretensiosa sobre crescimento e mudanças, sobre as possibilidades do caminho, com um toque de romance para os mais apaixonados. A Edição ainda é uma graça, cheia de detalhes e divisões que tornam o livro lindo.

Ju
Ju

Apaixonada pela leitura desde a infância, tantos livros lidos que é impossível quantificar. Alguém que vê os livros como uma forma de viajar o mundo e lugares mais incríveis que possam ser criados pela imaginação, sem precisar sair do lugar. Tem o blog como uma forma de dividir experiências e, principalmente, as emoções que as leituras despertaram, para compartilhar idéias e aproveitar sugestões de leitura, envolvendo mais e mais pessoas em um mundo onde a imaginação não tem limites.

8 comentários:

  1. Olá!!
    Gostei muito da resenha e tenho que dizer que essa coisa de mimimi também me incomoda e muito, mas como você disse é um livro despretensioso e eu acho que eu conseguiria ler em uma tarde.
    Pretendo ler o livro, Bjos!

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  2. Ju!
    Achei que seria um livro mais voltado para facilitar quem consegue esses intercâmbios internacionais e não apenas em relação a convivência com pessoas totalmente alheias a sua realidade.
    Uma pena que o livro tem seus altos e baixos, embora os trechos românticos tenham sido bem escritos.
    Bom final de semana!
    “Ciência é conhecimento organizado. Sabedoria é vida organizada.” (Immanuel Kant)
    Cheirinhos
    Rudy
    TOP COMENTARISTA DE JULHO 3 livros, 3 ganhadores, participem.
    http://rudynalva-alegriadevivereamaroquebom.blogspot.com.br/

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  3. Achei essa capa uma fofura. Eu sou uma pessoa avessa a mudanças, por isso acho que esse livro seja indicado para mim hehe. Mas isso de não conseguir se conectar com a protagonista é bem chato mesmo. Acabei de ler um livro que passei por isso. Não sei se estou velha, mas achei as atitudes deles tão infantis que acabei desgostando um pouco do livro

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  4. Olá Ju! Essa é a primeira resenha que leio desse livro, achei a trama interessante, fiquei bastante curiosa em conferi essa história, achei a capa super fofa.
    Bjs

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  5. Já li alguns comentários não muito positivos sobre este livro, o que fez eu não me interessar muito em ler ele. Acho que também me incomodaria o humor forçado da personagem, em querer ser sempre engraçada, por se achar a diferentona. Lendo mais sobre este livro em sua resenha, percebi que eu não iria gostar da história, então não pretendo ler este livro.

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  6. Que livro mais fofo, gostei, é um livro que eu amaria ler, lembra um pouco o sendo livro da serie Fazendo meu filme da Paula Pimenta, por causa do intercambio. Falando nisso acho que esta seria uma ótima opção de leitura para mim, estou pensando em fazer intercambio daqui alguns anos.

    Visitem meu blog!
    garotaeraumavez.blogspot.com.br
    Obrigada!

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  7. Oi Ju!!
    Sempre bom ver o ponto de vista de cada um e saber o que podemos ou não esperar do enredo, eu qro ler e conhecer mais da escrita da autora, espero não me decepcionar.
    Bjs

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  8. Fiquei sem vontade de ler esse livro, pois odeio mimimi e a personagem parece ser muito chata, mimada e não gosto de personagens que se acham, é bom que ela amadurece mas não vou ter paciência para chegar até essa parte kk. Pelo menos o romance parece ser legal.

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