A mulher na janela - A.J. Finn

Anna Fox mora sozinha na bela casa que um dia abrigou sua família feliz. Separada do marido e da filha e sofrendo de uma fobia que a mantém reclusa, ela passa os dias bebendo (muito) vinho, assistindo a filmes antigos, conversando com estranhos na internet e... espionando os vizinhos. Quando os Russells – pai, mãe e o filho adolescente – se mudam para a casa do outro lado do parque, Anna fica obcecada por aquela família perfeita. Até que certa noite, bisbilhotando através de sua câmera, ela vê na casa deles algo que a deixa aterrorizada e faz seu mundo – e seus segredos chocantes – começar a ruir. Mas será que o que testemunhou aconteceu mesmo? O que é realidade? O que é imaginação? Existe realmente alguém em perigo? E quem está no controle? Neste thriller diabolicamente viciante, ninguém – e nada – é o que parece. "A Mulher Na Janela" é um suspense psicológico engenhoso e comovente que remete ao melhor de Hitchcock.

Livro recebido em parceria com a Editora

FINN, A.J. A mulher na janela. Arqueiro, 2018. 352 p.

Anna Fox é uma psicóloga que vive reclusa em sua casa devido a uma doença chamada agorafobia. A doença se desenvolveu após um grande trauma sofrido pela protagonista e já faz mais de 10 meses que ela não sai de casa. Seu marido e sua filha por algum motivo que não é explicado no começo, não moram com ela, eles só conversam por telefone, quase que diariamente. Ela passa os dias bebendo muito vinho, vendo filmes antigos e observando seus vizinhos através das janelas com o auxilio de sua câmera.

Para uma dessas casas que Anna observa, mudou-se há pouco tempo a família Russell, uma família estranha, composta por um casal e seu filho. Alistair é o pai, é um homem que se mostra agressivo e controlador. Jane, a mãe, parece ter vários segredos e Ethan, que é um garoto triste e parece estar sempre infeliz com a sua vida, com os seus pais.

Certa noite, Anna ouve um grito vindo da casa dos Russell e corre para saber o que pode ter acontecido. Ao olhar pela janela, ela se depara com a imagem de Jane sangrando, com uma ferida em seu peito. Anna imediatamente liga para a polícia e corre para tentar salvar Jane, mas desmaia no caminho e só acorda no hospital. Lá, ela é informada de que Jane está bem, nunca foi ferida. Como saber se ela viu ou não a mulher sendo morta? 

Tenho lido muita coisa boa ultimamente, mas creio que este livro foi um dos melhores livros que li esse ano. A história é envolvente e os personagens são muito bem trabalhados, principalmente a protagonista e, para fechar, nos deparamos com vários mistérios que me deixaram de queixo caído.

O livro é narrado em primeira pessoa por Anna, que não é uma personagem muito confiável, e eu gosto disso. Geralmente rende boas histórias, pois fazem o leitor criar várias hipóteses e na maior parte das vezes, não chega nem perto do que realmente é. Neste caso, não foi diferente, durante todo o livro não conseguia ter certeza se ela tinha visto ou não sua vizinha sendo assassinada, me deixando cada vez mais curiosa para saber a verdade.

Ela passava os dias bebendo litros e mais litros de vinho, e acabava misturando com os medicamentos que tomava para tratar sua doença. Com isso, era muito provável que tivesse alucinações, fazendo com que a polícia não desse a devida atenção para sua história. Durante toda a leitura senti vontade de entrar no livro e falar: - Moça, por favor, para de misturar vinho com os remédios! Você vai acabar se matando!

"– Você não acha que está sendo um pouquinho paranoica?

Antes que ele possa dizer mais alguma coisa, disparo:

– Não é paranoia se está realmente acontecendo."

A narrativa do autor é incrível, foi capaz de prender o leitor até o fim, é uma leitura de tirar o fôlego de qualquer um. Os capítulos são curtinhos e alguns deles são flashbacks, que explicam o motivo pelo qual Anna não sai mais de casa e por que sua família não mora com ela. Com esse formato, tudo ficou muito bem explicado e tornou a leitura ainda mais envolvente.

Posso dizer que o final foi fantástico, creio que poucas pessoas descobrem o que está por vir. O autor não deixou as revelações só para o final, em diversos momentos da história havia aquele trecho que dava um gostinho do que estava por vir, mas ainda assim, não consegui adivinhar até o autor contar todo o mistério... São tantas reviravoltas! Quando não achava que tinha mais para onde ir, o autor brincou um pouco mais, levando a história para outro caminho. Foi realmente um livro surpreendente até o final. Se você não costuma ler thrillers, comece por esse, você não vai mais querer largar esse gênero, e se você já lê, divirta-se!