Uma dobra no tempo - Madeleine L'Engle

Um clássico da fantasia e da ficção científica emerge! Era uma noite escura e tempestuosa; a jovem Meg Murry e seu irmão mais novo, Charles Wallace, descem para fazer um lanche tardio quando recebem a visita de uma figura muito peculiar. “Noites loucas são a minha glória”, diz a estranha misteriosa. “Foi só uma lufada que me pegou de jeito e me tirou da rota. Descansarei um pouco e seguirei meu rumo. Por falar em rumos, meu doce, saiba que o tesserato existe, sim.” O que seria um tesserato? O pai de Meg bem andava experimentando com a quinta dimensão quando desapareceu misteriosamente... Agora, com a ajuda de três criaturas muito peculiares, chegou o momento de Meg, seu amigo Calvin e Charles Wallace partirem em uma jornada para resgatá-lo. Uma jornada perigosa pelo tempo e o espaço. Uma dobra no tempo é uma aventura clássica, que serviu de inspiração para os mestres da fantasia e da ficção científica do mundo, agora adaptada para os cinemas pela Disney. Junte-se à família Murray nesta jornada, entre criaturas fantásticas e novos mundos jamais imaginados. (Skoob)
L'ENGLE, Madeleine. Uma dobra no tempo. Uma dobra no tempo #1. HarperCollins Brasil. 2017. 240 p.


Em Uma dobra no tempo, Meg Murry não tem contato com seu pai há um tempo. Ele é um cientista que trabalha para o governo e não existe notícias dele, nenhuma mensagem, nenhuma informação, nada. Todos na cidade pensam que Dr. Murry abandonou a família, mas Meg, sua mãe, seus irmãos gêmeos e o excêntrico Charles Wallace, seu irmãozinho, sabem que não.

Um dia, uma estranha senhora aparece na sua casa, é a Sra. Quequeé. E, no outro dia, Meg parte com Charles Wallace e um colega da escola chamado Calvin, com a orientação das Senhoras Quequeé, Quem e Qual, numa missão para encontrar seu pai e enfrentar Aquele, uma força sombria e assustadora, que corrompe a tudo e a todos.

"-Mostre o caminho, bobão! - gritou Calvin, alegremente. - Nunca cheguei a ver onde vocês moram, mas eu tenho a estranha sensação de que é a primeira vez na vida que vou para casa!"

Eu gostei do livro e, talvez, se não houvesse assistido o filme antes, eu teria gostado mais. Será para sempre um mistério. O filme tem mais diversidade nos personagens e eu esperava encontrar isso na leitura e acabei me decepcionado, porque no livro são todos brancos e há muita gente ruiva; além disso, o filme traz uma melhor apresentação do ponto central da trama, ficando mais fácil visualizar os acontecimentos.

Uma coisa do livro, e somente dele, que eu não gostei, foi a apresentação excessiva do cristianismo e socialismo, exaltando o primeiro e discriminando o outro. Eu fiquei me perguntando enquanto lia se eu estava sendo muito crítica e vendo coisas que não existiam ou não, todavia existe uma "carta" no final que aborda justamente isso, que enrola e enrola e tenta justificar, mas que não me convenceu.

Eu sou cristã (tecnicamente, porque minhas crenças são uma confusão e esse é o jeito fácil de exemplificar) e sempre que me encontro frente a um livro que aborda religião, eu gosto de aprender sobre ela e não tê-la apenas jogado lá, como se dissesse "sim, é assim, eu estou certa e aceite", desmerecendo as demais. Com Uma dobra no tempo, eu não aprendi nada; no final, ter ou não ter os acréscimos religiosos não faria diferença.

"-(...) não é porque não entendemos alguma coisa que essa explicação não existe."

Não que o livro seja uma negação e perca em tudo quando comparado ao filme. Na caracterização dos personagens, houve um aprofundamento neles que os tornou real, mostrando suas imperfeições, enquanto que o filme foi tão colorido e brilhante que pareceu um pouco falso, toda aquela inocência. Embora eu esteja suspirando por essa inocência, porque ele foi visualmente agradável.

Meg é uma personagem inteligente e insegura, que no decorrer da trama cresce; Calvin é um companheiro anômalo que promete crescimento, porque não houve muito foco nele nesse primeiro livro, embora tenha um ótimo fundo a se trabalhar nos livros posteriores; e a estrela do livro (e do filme) é Charles Wallace, porque ele é adorável e excêntrico, é aquele irmãozinho fofo que você quer proteger do mundo, quer impedir de crescer para não ser corrompido por Aquele.

"-(...) não podemos receber todo o crédito por nossos talentos. O que conta é como nós o usamos."

Eu gosto dessa ordem de filme primeiro e livro depois, porque o livro é muito mais completo e eu sempre posso me surpreender lendo apesar de já conhecer a história. Uma dobra no tempo é um bom exemplo disso, porque é uma história igual e totalmente nova. Algumas coisas estão lá e você pode reconhecê-las, mas ainda é algo a parte, diferente. Os personagens são diferentes e alguns dos acontecimentos também.

Livro versus Filme? Em relação à Uma dobra no tempo, eu escolho o filme. Foi um pouco surpreendente para mim, porque eu tinha expectativas altas no livro e, embora seja um bom livro, acredito que a autora poderia ter retratado mais profundamente os temas referentes a esconder quem realmente é e ser quem os outros esperam que você seja.
Yuki Kurohime
Yuki Kurohime

10 comentários:

  1. Não tem jeito, se assistir primeiro o filme, a leitura se torna razoável. Por conta disso até prefiro ler primeiro do que assistir; prefiro não gostar do filme do que do livro. Haha
    Esse é um livro que não me chama atenção, não sei, acho que o gênero não me agrada.

    Beijos

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  2. Então..eu acabei vendo o filme também e não curti tanto assim. Apesar de todos os efeitos visuais(maravilhosos diga-se de passagem) o enredo não me prendeu tanto.
    Por isso, tenho esperança de ler o livro e mudar essa ideia!
    Já que como você citou, no livro as coisas sempre são mais detalhadas, mais aprofundadas.
    Ainda lerei!
    Beijo

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  3. Oi!
    Leio pouca ficção científica e são poucos livros do gênero que me prende ... A resenha está ótima, mas infelizmente não é um enredo que me prende.
    Achei que a história não condiz com a idade dos personagens e já havia reparado isso em uma outra resenha..
    Gostei do trailer, quero assistir a adaptação, quem sabe não fico com vontade de ler o livro depois, até porque, pelo visto ela é melhor, o que é raro, rs.
    Bjs

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  4. Eu ganhei esse livro em um sorteio, mas ainda não li, mas assisti o filme e confesso que não gostei, esperava mais. Ao contrario de você prefiro ler primeiro para depois assistir rs. É uma pena que a leitura deixou a desejar, mas pretendo ler assim mesmo, achei estranho todos os personagens serem brancos e super estranho e engraçado o nome das senhoras rs.

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  5. Acabei vendo o filme também e não curti . Apesar de todos os efeitos visuais,
    maravilhosos o enredo não funcionou pelo menos não no filme.
    Por isso, tenho esperança de ler o livro e mudar essa ideia,
    mas o genero dele não me agrada muito,atiça a curiosidade mas não me prende .
    Gostei muito da resenha principalmente pelos detalhes muitos deles passariam pelo menos por mim desapercebidos ...

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  6. Bela !
    Bom ver que a cada nova página virada, foi um descoberta e emoção.
    Amo ficção científica e ver um livro bem escrito, com detalhes e envolvente é fascinante.
    Adoro tema como viagem no tempo, parece que viajo junto.
    Adorei a resenha.
    Assisti o filme e espero poder ler o livro.
    cheirinhos
    Rudy

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  7. Olá! Muito difícil eu ver primeiro o filme, normalmente quando assisto já li o livro, é bem raro o filme ser melhor que o livro, mas de vez em quando acontece, conheço alguns, o filme ainda não assisti e nem li o livro, mas pretendo em breve, fazer as duas coisas.
    Bjs

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  8. Oi, Bela
    Ainda não assisti o filme, mas quero muito poder ler essa série.
    Gosto de ler o livro primeiro para depois assistir ao filme e acontece do filme ser melhor que o livro ou vice e versa, vai do gosto de cada um.
    Mas eu gostei do enredo e dos temas que a autora aborda no livro e se tratando de série muita coisas vamos entender nos outros livros.
    Beijos

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  9. É um livro com muita fantasia, por isso não tinha muita vontade de ler, agora o filme eu tenho a curiosidade. Entendi seus pontos negativos e concordo, creio que a autora colocou algo que não era necessário, talvez para conhecimento, mas a realidade não houve contribuição para a leitura, isso é desanimador.

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  10. Gosto de fantasia mas não curto ficção científica, sem falar que livros que abordam religião e acabam exaltando um e discriminando o outro é algo bastante negativo pra mim, por isso evito ler livros que abordam esse tema...
    Eu não assisti ao filme mas tenho curiosidade em ver, quem sabe depois de assisti-lo eu acabe arriscando a leitura de Uma dobra no tempo?!
    Abraços.

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