Créditos da Imagem: blog Pétalas de Liberdade |
Sinopse: Decorria o ano da graduação e Lívia achava que a vida estava completa. Com 23 anos se formaria e ganharia o mundo. Mas, em meio a turbulências emocionais, a vida e os sonhos ganharam outro rumo.
Às vezes, mutilações internas são as maiores tempestades. Precisamos nos adaptar e reaprender a viver. Tudo depende do esforço de cada um, no sentido de ampliar o olhar sobre questões que estão além da materialidade, que transcendem o EU, na busca incessante do amor à vida. Não devemos desperdiçar nosso tempo, independentemente da idade, o que precisamos é seguir superando obstáculos.
Em muitos momentos, somos chamados a vencer as vicissitudes da vida. A vontade de continuar deve ter alicerce num contínuo caminhar em busca do aprimoramento moral, espiritual e intelectual. (Skoob)Livro recebido em parceria com a Editora
SCHEIBEL, Zeli. Posso te amar. Ler Editorial, 2018. 304 p.
Posso te amar me chamou atenção pela capa, pelo que prometia e pelo tema, já que envolve questões espirituais, então não hesitei quando tive oportunidade de ler. Fico muito triste em dizer que a leitura se tornou daquele tipo que poderia ter sido muito boa, mas não foi. Logo quando eu achei que a autora não optaria por seguir o caminho do senso comum, foi esse o rumo que ela tomou e, entre outras coisas, isso acabou me desanimando com a trama.
No começo do livro Lívia espera se formar na faculdade e realizar seu sonho de trabalhar com idosos, para mostrar a eles que a vida pode ser boa em qualquer idade. Seu sonho de liberdade se aproxima, mas a jovem nem imagina o quanto as coisas mudarão em sua vida quando ela encontra um idoso em coma, com quem ela sente uma forte ligação.
É interessante ver que, a princípio, o foco do livro não é o romance, embora ele esteja presente desde as primeiras páginas. Na verdade, o objetivo da trama é abordar os mistérios que envolvem Otávio, a afinidade que Lívia sente em relação a ele e os fatos espirituais que rondam o enredo. Nesse ponto, gostei bastante da forma como a autora conseguiu demonstrar que as coisas acontecem sempre por alguma razão e que tudo se encaixa quando tem que acontecer, é só ter paciência e saber esperar.
Por outro lado, em outros pontos a história me deixou um pouco chateada. Não que se tratem de aspectos negativos, mas foram detalhes que acabaram por me afastar da protagonista e impedir meu envolvimento com a obra.
O primeiro deles, por exemplo, é sobre o trabalho que Lívia pretendia fazer no Hospital. Eu achei aquela ideia incrível e adoraria ver isso melhor explorado durante o enredo, mas a autora se limitou a mostrar Lívia com Otávio. Vou tentar explicar melhor o motivo da minha frustração: o trabalho com idosos não aconteceu, não foram citadas outras pessoas nessa condição, apenas Otávio, que estava em coma. Acho que esse ponto poderia ter sido melhor abordado, ainda que fosse uma abordagem superficial.
A própria protagonista me causou antipatia e não me convenceu. Ela se mostrou chata, birrenta e indecisa. Um exemplo disso era a forma como ela tratava sua mãe – em especial quando disse que queria saber quais mistérios a mãe escondia, mas quando a mãe tentou contar, saiu bradando que não queria ouvir e descobriria sozinha. Também me estranhou o fato de que ela aceitou muito bem sua origem e quis deixar tudo para trás, inclusive mudar seu sobrenome sem nem refletir a respeito – o que me pareceu, na verdade, uma forma de aproveitar tudo o que o nome poderia lhe dar, mas não um desejo genuíno.
Por fim, o romance também não foi o que eu esperava. Achei que a protagonista se apaixonou rápido demais e, como leitora, não consegui me vincular a esse sentimento. Ela viu Caio e, só com isso, já sabia que ele era o homem da sua vida. O que mais me chateou, porém, foi o final, como se Lívia só pudesse ser feliz com Caio ao seu lado, mesmo que tivesse uma família incrível e cheia de amor, com seus sonhos tornados reais e sua realização profissional.
De qualquer forma, a trama tem mensagens bonitas e um enredo cheio de mistérios, que faz o leitor querer acompanhar a história. No meu caso, se tornou uma leitura agradável e que funcionou como uma boa companhia, mas que infelizmente não trouxe algo de memorável.