Five Nights at Freddys: Olhos Prateados - Scott Cawthon e Kira Bredd-Wrisley

Sinopse: No popular videogame criado por Scott Cawthon, o jogador assume o papel de um segurança contratado para tomar conta de uma pizzaria durante a noite, enquanto os animatrônicos perambulam e ganham ímpeto violento. Mas o mistério por trás dessas criaturas e dos assassinatos que ocorreram ali nunca foi desvendado... até agora. Olhos prateados extrapola o universo que conquistou fãs no mundo todo e traz à tona os medos mais obscuros que só brinquedos sinistros são capazes de provocar. O primeiro livro da trilogia Five Nights at Freddy’s leva o leitor ao mundo de Charlie, uma adolescente que volta para sua cidade natal quando é convidada para participar de uma homenagem a um de seus amigos de infância, morto dez anos atrás, em circunstâncias misteriosas, dentro da pizzaria do pai dela. Tomados pela nostalgia e determinados a desvendar o crime jamais solucionado, Charlie e seus amigos acabam voltando à pizzaria, agora totalmente abandonada. Eles logo vão descobrir que as coisas lá dentro não são mais as mesmas. Os quatro animatrônicos mudaram. Os bonecos que antes encantavam as crianças agora guardam um segredo sombrio... e um plano mortal. (Skoob)
CAWTHON, Scott e BREED-WRISLEY, Kira. Five Nights at Freddy's: Olhos Prateados. Editora Intrínseca, 2017. 368 p.


Eu não costumo me interessar por adaptações de jogos para o formato literário. Dos que li, nenhum foi bom. Mesmo assim, resolvi me arriscar com Five Nights at Freddy's, mais por ser um terror juvenil e por se tratar de um enredo relativamente simples. O resultado é que tem mais pontos positivos do que negativos.

Algumas crianças desaparecem dentro da pizzaria Freddy Fazbear e nunca mais são encontradas. Dez anos mais tarde, as famílias fazem uma homenagem aos desaparecidos. Por causa disso, Charlie, a filha do dono da pizzaria, retorna à cidade e reencontra seus amigos da época: Jéssica, Carlton, John, Lamar, Marla e Jason.

Juntos, rodeados por recordações incertas, eles resolvem voltar à pizzaria, agora abandonada e escondida dentro das construções inacabadas de um shopping. Nela, reencontram os quatro animatrônicos que encantavam as crianças: Freddy, um urso; Bonnie, um coelho; Chica, uma galinha; e Foxy, uma raposa. Mas eles estão parcialmente destruídos pelo tempo, e agora não possuem mais aquela aparência convidativa. Ah, sim, eles também criaram vida e matam! Rsssss

Vamos começar pelo que é bom, ok? A maior parte do livro se concentra em estabelecer as relações entre os sete amigos, principalmente no trauma de Charlie por causa de tudo o que aconteceu com a pizzaria e o pai dela, mais o relacionamento amoroso que tem com John. São bem macabras as recordações que ela tem da infância, quando dividia seu lar com os bonecos construído pelo pai. Em muitos trechos, o leitor não sabe se essas recordações realmente aconteceram, ou se foi a imaginação fértil de uma criança de sete anos de idade.

Muitas coisas do passado ficam em suspenso, não são explicadas. Acredito que seja proposital, uma vez que Olhos Prateados é o primeiro livro de uma trilogia. Então, fica a expectativa de que a história evolua e responda o que fica em aberto sobre o que aconteceu. Já quanto ao presente, o relacionamento dos sete é convincente, dá ao leitor a credibilidade de que eles realmente são amigos e se importam uns com os outros.

Todos os diversos ambientes da pizzaria, bem como as partes em que cada um dos jovens fica em perigo, são bem construídas, as descrições suficientemente claras para que o leitor consiga visualizar o que está acontecendo, e isso é muito importante para que o clima de terror seja repassado. Fica impossível sentir medo de algo que não se compreende.

As partes em que os bonecos começam a atacar, seus movimentos, suas feições, enfim, tudo o que fazem, também consegue transmitir um certo horror, principalmente se o leitor já tiver visto bonecos semelhantes em parques de diversão. Os olhos, principalmente eles, sempre são o que mais incomoda, porque fica a dúvida se eles estão se mexendo ou não. Certo?

No começo da resenha, citei que o enredo é relativamente simples, e esse é o problema em Olhos Prateados. Exatamente por não existir muito para ser explicado, existem páginas e mais páginas narrando coisas que não importam para a história. Conversas que não explicam nada, além de várias idas e vindas à pizzaria sem uma real necessidade. Tanto, que o terror propriamente dito, só começa depois de dois terços da leitura.

Ah, e também faltou um pouco de sangue. Para quem está acostumado a assistir a filmes americanos de adolescentes que são mortos por um maníaco a cada cinco minutos de projeção, irá se decepcionar um pouco.

Mesmo com isso, eu gostei da leitura. Livros com informação em demasia não me incomodam, basta pular alguns parágrafos. O que importa, realmente, é se as partes que fazem a diferença, se são boas. E isso, elas são. Então, se gosta de jogos, se gosta de terror, pegue logo seu exemplar e se divirta! Ah, sim, e se arrisque no jogo, também. É muito divertido!
Carl
Carl

8 comentários:

  1. Ultimamente tenho estado por fora desta temática de jogos, por isto ainda não conhecia este, outro ponto e que também não costumo ler livros deste gênero, ainda mais quando são passados de jogo para livro. Mas ultimamente tenho dado chances a novos gêneros, e por este se tratar de terror juvenil, onde não há muito sangue, com uma narrativa simples, porém envolvente, isto já foi suficiente para me chamar a atenção, e fazer com que eu me interesse pela leitura.

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  2. Olá, nunca li nenhuma adaptação de jogos para o formato literário, parece bem interessante, essa sua resenha me deixou bem curiosa em conferi esse livro.

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  3. Não gosto muito de adaptação de jogos, mas gosto do gênero de terror.
    Estava curiosa para ler o livro que parece ter uma premissa interessante, mas confesso que estou bem chateada por saber que não tem muito sangue, já que isso sempre acontece bastante quando é sobre maníacos.
    Mas irei dar uma chance a leitura!

    beijinhos
    She is a Bookaholic

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  4. Já joguei o jogo e quando vi resenhas sobre o livro fiquei muito animada para ler e li. Claro, não me decepcionei. A premissa é muito boa, um livro envolvente com um suspense e terror que vc não quer terminar de ler, fiquei dias sonhando com charlie rsrs. Está entre meus favoritos.

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  5. Já tinha visto esse livro e me interessado gosto de historias de terror e suspense, achei que teria mortes e muito sangue, mas parece que pega leve nesse quesito rs. Achei essa capa sinistra e realmente esses bonecos dão uma certa cisma esses olhos deles não são fáceis de encarar rs. Como não sou de jogar não sabia do jogo.

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  6. Oi, tudo bem?
    Nunca li nada nesse estilo, de adaptação de jogos, mas gosto do gênero, então, fiquei curiosa!
    Sua resenha, como sempre, muito bem escrita.
    Talvez, uma hora dessas, venha a conferir essa leitura.
    Obrigada pela dica.
    Abraços.

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  7. Carlos!
    Como não sou muito ligada nos jogos de games, não sabia nem que tinha jogo de terror...kkkk Sempre acho que os games são mais voltados para ação e esportes, ignorância a minha, né?
    Bacana o livro, mas nem sei se é muito a minha praia.
    "...Aceite com sabedoria o fato de que o caminho está cheio de contradições. Há momentos de alegria e desespero, confiança e falta de fé, mas vale a pena seguir adiante..."(Paulo Coelho)
    Cheirinhos
    Rudy
    TOP COMENTARISTA DE AGOSTO 3 livros, 3 ganhadores, participem.

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  8. Primeiramente devo dizer que a editora conseguiu deixar a capa realmente assustadora! Gosto muito de livros de terror e ainda mais de jogos de terror. Mas não sou muito fã em adaptações de jogos para o formato literário, geralmente os livros não são tão bons quanto os jogos. Talvez eu dê uma chance pra esse livro, beijos.

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