Sinopse: A casa da família Edevane está pronta para a aguardada festa do solstício de 1933. Alice, uma jovem e promissora escritora, tem ainda mais motivos para comemorar: ela não só criou um desfecho surpreendente para seu primeiro livro como está secretamente apaixonada. Porém, à meia-noite, enquanto os fogos de artifício iluminam o céu, os Edevanes sofrem uma perda devastadora que os leva a deixar a mansão para sempre.
Setenta anos depois, após um caso problemático, a detetive Sadie Sparrow é obrigada a tirar uma licença e se retira para o chalé do avô na Cornualha. Certo dia, ela se depara com uma casa abandonada rodeada por um bosque e descobre a história de um bebê que desapareceu sem deixar rastros.
A investigação fará com que seu caminho se encontre com o de uma famosa escritora policial. Já uma senhora, Alice Edevane trama a vida de forma tão perfeita quanto seus livros, até que a detetive surge para fazer perguntas sobre o seu passado, procurando desencavar uma complexa rede de segredos de que Alice sempre tentou fugir.
Em A Casa do Lago, Kate Morton guia o leitor pelos meandros da memória e da dissimulação, não o deixando entrever nem por um momento o desenlace desta história encantadora e melancólica. (Skoob)
Livro digital recebido em parceria com a Editora
MORTON, Kate. A casa do lago. Editora Arqueiro, 2017. 464 p.
Livros com mistérios facilmente prendem o leitor e A casa do lago, de Kate Morton, é tão cheio deles que fica difícil se desligar da história, mesmo depois que ela terminou. O livro tem um ritmo próprio, um pouco mais lento que os livros de investigação habituais, mas exatamente essa aura mais introspectiva que torna sua leitura tão fascinante. Para alguns leitores, pode não ser tão interessante acompanhar uma trama tão minuciosa, mas, para mim, foi exatamente a riqueza da construção textual que tornou a leitura prazerosa.
A casa do lago intercala sua narrativa, feita em terceira pessoa, em dois tempos: o passado, que tem uma narrativa não linear, mas se passa principalmente na década de 1930, quando a família Edevane vivia na propriedade conhecida como Loeanneth, até que o filho mais novo, Theo, ainda um bebê, desaparece durante a festa de solstício; e o presente, em 2003, quando Sadie tem de se afastar de sua função como detetive em Londres e vai para Cornualha passar um tempo com o seu avô. Lá, ela se depara com a casa e seus segredos e não consegue se afastar dos mistérios que envolvem a família e, setenta anos depois, tenta descobrir o que aconteceu com o menino.
Acompanhar a investigação do desaparecimento da criança tantos anos depois é bem diferente de um livro de investigação comum, em especial porque a detetive só consegue se basear em detalhes, pequenas pistas ainda guardadas tantos anos depois e, principalmente, em suposições. Trata-se de um exercício de lógica elaborado por Sadie com tão poucos elementos que consegue reunir depois de tantas décadas. A investigação é, na verdade, muito mais um exercício de dedução do que a descoberta de fatos, e isso pode ser um pouco frustrante para quem está acostumado com muito mais ação e aventura na busca por pistas. Aqui, cada detalhe vem ao seu próprio tempo.
"As pessoas poderiam ficar com suas drogas e seu álcool, pensou Sadie, mas não havia nada mais emocionante do que desvendar um quebra-cabeças, particularmente um como aquele, tão inesperado."
Não faltam, porém, reviravoltas à trama. A autora consegue inserir indícios que levam a determinadas conclusões que, mais tarde, mostram-se bastante desacertadas. A pista seguinte contradiz a anterior e as deduções precisam ser reajustadas com frequência, para levar a um final totalmente inesperado. Sinceramente, elaborei inúmeras teorias diferentes das de Sadie, mas tanto eu quanto ela estávamos erradas afinal de contas. Tive a impressão de que haviam camadas de segredos sobre outras camadas, retiradas uma a uma, para então dar um novo sentido a toda a história.
Segredos, aliás, estão presentes em toda a trama. A própria Sadie carrega os seus, que só são esclarecidos ao longo dos capítulos, assim como Alice, que tem seus arrependimentos e sua cota de culpa. Isso sem falar dos demais personagens, a quem é possível conhecer, aos poucos, durante a leitura. A cada um deles é dedicado um capítulo, de forma que é possível entender todos eles em seu íntimo. A narrativa se aprofunda nos sentimentos e medos de cada um e dá forma à complexidade de todos os personagens, o que, em minha opinião, foi o ponto alto da trama.
"- Somos todos vítimas da nossa experiência humana - continuou Alice -, aptos a ver o presente através da lente do nosso passado."
A casa do lago tem uma narrativa densa e cativante, mas é preciso conhecer sua grandeza na lentidão de suas descobertas e na riqueza de seus detalhes. Além disso, traz um fechamento surpreendente e muito bonito, que trata sobre recomeços e novas chances, não importa quanto tempo tenha se passado.
Olá Ju! Estou doida pra ler esse livro, curto muito mistérios, essa resenha me deixou ainda curiosa em conferi essa história que parece bem emocionante e envolvente.
ResponderExcluirBjs
Amei que é um livro que realmente envolve e surpreende. Sou nova ainda nesse gênero, o único que li foi Em Águas Sombrias e gostei, mas não achei isso tudo que falavam (não fiquei muito surpreendida com o final [achei o personagem estranho desde o começo] e achei os detetives um pouco lentos, que foi ruim pois gosto de pessoas inteligentes que tem umas sacadas boas). Mas como acho interessantíssimo o gênero, não vou deixar essa experiência me abalar, hahah. Quero saber se foi o livro que li, o momento ou eu que não me dou bem com o gênero (talvez só filmes dele). Achei muito legal a resenha, tô bem curiosa pra saber o que foi que aconteceu direito na noite de fogos e de quais segredos Alice e Sadie tem. Achei muito legal ter várias reviravoltas (adoro sair criando teorias loucas) e, no fim, surpreender a todos.
ResponderExcluirOla!
ResponderExcluirComo adoro um livro de mistério, fiquei imensamente interessada em conferir a história do desaparecimento do Theo e tentar desvendar os segredos junto com a Sadie, gostei muito da resenha e quero ter a oportunidade de ler o livro.
Ju!
ResponderExcluirNossa! Deve ser um daqueles livros que nos prende do começo ao fim com um enredo bem escrito, carregado de mistérios e com passagens de tempo, coisa que gosto muito em um livro porque dá uma visão dos aconteciments do passado e no presente.
“O primeiro passo para a cura é saber qual é a doença.” (Provérbio Latino)
Cheirinhos
Rudy
TOP COMENTARISTA DE SETEMBRO 3 livros, 3 ganhadores, participem.
Oi, Ju!!
ResponderExcluirGostei muito da resenha principalmente por que adoro um bom livro de mistério. Achei bem interessante tudo que li sobre essa estória e quero muito ler esse livro.
Bjoss
Ansiosa para ler esse livro adoro mistério e já que esse tem muitos foi feito pra mim rs. Só lamentei não ter muita ação que adoro também mas tem reviravoltas que gosto muito então compensa. Deve ser muito difícil descobrir o que aconteceu com o menino já que se assou tanto tempo isso deve dar um desespero no leitor para saber o que aconteceu.
ResponderExcluirEstou super na expectativa para essa leitura!
ResponderExcluirAdoro quando intercalam passado e presente, ainda mais quando tem todo esse mistério envolvido.
Fiquei toda envolvida com a trama desde que li a sinopse.
Adorei a resenha!
beijos
Olá! Tudo bem?
ResponderExcluirEu gosto de livros assim, bem construídos, com algum mistério no ar e suspense. Meu tipo de livro preferido. Fico feliz em saber que a leitura não é cansativa e sim bem fluida. A capa me chamou a atenção também e gostei da resenha, assim vou anotar a dica e surgindo a oportunidade correr pra ler.
Beijos.