Semana Especial Piano Vermelho: Personagens


A Semana Especial voltada a comentar Piano Vermelho continua e, apesar de o blog não ter participado em todos os dias, achei legal trazer algumas postagens para comentarmos em mais detalhes o livro de Josh Malerman. O tema proposto pela Editora Intrínseca para hoje foi os personagens do livro.

Uma das vantagens dos livros de Josh Malerman é sua narrativa com frases curtas e dinâmicas, que sugere mais do que diz de fato. O único problema dessa construção, no que diz respeito aos personagens, é que é difícil um aprofundamento em seus íntimos e em Piano Vermelho essa superficialidade na caracterização dos personagens ficou bastante evidente.

O livro é narrado em terceira pessoa pela perspectiva de Philip Tonka e, em alguns capítulos, por Helen, uma das enfermeiras do hospital militar em que ele foi internado após o acidente no deserto. O problema é que nenhuma das duas narrativas traz empatia pelos personagens, é como se a leitura fosse uma história distante, que se passou com pessoas que desconhecemos, e os fatos são mais interessantes do que as pessoas e suas motivações.

Tive dificuldade, por exemplo, em compreender a real importância que os rapazes da banda tinham para Tonka. Claro que eu sabia que eram importantes e que eles tinham toda uma história antes dos acontecimentos do livro, mas pouco é dito sobre quem eles são de verdade, como Philip se sente em relação a eles. Da mesma forma, tudo o que se sabe sobre o próprio Philip é superficial, já que durante o livro são citados vários marcos da vida do personagem, mas não é tratada a complexidade psicológica que, em algumas leituras, considero valiosa.

No último post que fiz na Semana Especial, comentei que a construção dos personagens foi a principal diferença que percebi entre Caixa de Pássaros e Piano Vermelho. Para quem gosta de uma história cheia de tensão e não está interessado em nuances psicológicas, acredito que a construção dos personagens pouco vai importar. Mas para quem gosta de conhecer as percepções dos protagonistas a fundo, Piano Vermelho pode deixar a desejar.


Ju
Ju

Apaixonada pela leitura desde a infância, tantos livros lidos que é impossível quantificar. Alguém que vê os livros como uma forma de viajar o mundo e lugares mais incríveis que possam ser criados pela imaginação, sem precisar sair do lugar. Tem o blog como uma forma de dividir experiências e, principalmente, as emoções que as leituras despertaram, para compartilhar idéias e aproveitar sugestões de leitura, envolvendo mais e mais pessoas em um mundo onde a imaginação não tem limites.

7 comentários:

  1. É uma pena os personagens não terem sidos melhores desenvolvidos, pra mim eles sã tudo, são eles que fazem o leitor vibrar, chorar, torcer e muito mais, faz com que sentíssemos na pele o que eles sentem, então deve ser uma leitura vazia sem emoção.

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  2. Nossa, estou louca pra ler os livros deste autor, só vejo pessoas dizendo que ele é muito.
    E é meio decepcionante quando os personagens não são bem construídos, isso faz com que a leitura sem menos fluída e sem sal.
    Beijos.

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  3. Uma pena o autor não ter desenvolvido melhor os personagens, pois gostei bastante dos de Caixa de Pássaro.
    Na verdade, ele parece ter deixado a desejar em vários pontos do livro.
    É uma grande pena, pois potencial ele tem.

    beijos

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  4. ola!!
    Que pena que a construção dos personagens não foram bem desenvolvidos, gosto de detalhes dos personagens desdo os protagonista como os secundários, gosto de sentir a emoção dos personagens, fiquei um pouco decepcionada!!

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  5. Olá Ju! Estou cada dia mais curiosa em conferi essa história, tomara que eu goste da leitura pois gosto muito de conhecer as percepções dos protagonistas a fundo e tendo pecado nisso, talvez me deixe a desejar mesmo.
    Bjs

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  6. Oi!!
    Gostei muito da postagem sobre os personagens do livro Piano vermelho. Estou bem curiosa para ler essa estória.
    Bjoss

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  7. Ju!
    Acredito que esse é o segredo da escrita do autor, insinuar mais do que escrever realmente cada detalhe, traz aquela sensação de medo e torna as personagens bem característica e únicas, gosto muito disso.
    Um final de semana de muita inspiração e paz no coração!
    “Eis um teste para saber se você terminou sua missão na Terra: se você está vivo, não terminou.” (Richard Bach)
    Cheirinhos
    Rudy

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