ROTH, Veronica. Crave a Marca. Editora Rocco, 2017. 480 p.Sinopse: Num planeta em guerra, numa galáxia em que quase todos os seres estão conectados por uma energia misteriosa chamada “a corrente” e cada pessoa possui um dom que lhe confere poderes e limitações, Cyra Noavek e Akos Kereseth são dois jovens de origens distintas cujos destinos se cruzam de forma decisiva. Obrigados a lidar com o ódio entre suas nações, seus preconceitos e visões de mundo, eles podem ser a salvação ou a ruína não só um do outro, mas de toda uma galáxia. Primeiro de uma série de fantasia e ficção científica, Crave a marca é aguardado novo livro da autora da série Divergente, Veronica Roth, que terá lançamento simultâneo em mais de 30 países em 17 de janeiro, e surpreenderá não só os fãs da escritora, mas também de clássicos sci-fi como Star Wars. (Skoob)
Por várias vezes, eu desejei ler a série Divergente. Isso, até assistir ao filme e receber spoilers de como termina o último livro. Aí, fiz o contrário. Fugi dessa série. Então, fiquei sabendo desse novo livro da autora, Crave a Marca, que traria um enredo que agradaria aos fãs de ficção-científica, mais especificamente aos fãs de Star Wars. Bem, acredito que se eles lerem a história, não irão gostar muito do que vão encontrar.
Antes de continuar, deixar uma coisa bem clara: Crave a Marca não é ficção-científica! A grandiosidade do enredo que está na sinopse, sobre os dois personagens poderem influenciar toda uma galáxia, é totalmente exagerada, uma vez que o enredo acontece quase em um único planeta, em uma única cidade, e os perigos que eles enfrentam, são sobreviver a lutas dentro de arenas. Na verdade, Crave a Marca é uma distopia misturada com Young Adult, que usa breves passagens no espaço para se afirmar como uma ficção-científica.
Mas a autora usa outras inspirações para compor uma trama arrastada, confusa, cheia de informações que não são bem explicadas, cenários pouco descritivos e uma ação tão rasa, que desanima. Ela utiliza a velha fórmula do casal de famílias rivais (neste caso, de raças rivais), que se apaixonam; da filosofia da Força de Star Wars, misturada com poderes mutantes e predestinação; e de Jogos Vorazes, misturado com gladiadores da Roma antiga.
Mas isso nem seria ruim, se fosse bem aplicado. Não é. A autora se perde em diversos momentos e não consegue compor uma história que deveria ser cheia de cenários fantásticos. O que ela consegue, é deixar o leitor perdido. As naves espaciais, ou melhor, a nave espacial, uma vez que só aparece uma e, mesmo assim, é tão pouco descrita que mais parece um navio, serve apenas para locomoção; as armas utilizadas, são todas da idade média: facas e venenos; as armaduras de luta, bem... não consegui compreender o que elas são, porque são feitas de materiais que não conhecemos, e nem são explicados.
Deixando a falsa ficção-científica de lado, porque senão vou reclamar por mais alguns parágrafos, vou falar da única coisa que é legal no livro: Cyra. Ela é irmã do vilão, Ryzek, que governa a nação Shotet com mãos de ferro, e mata qualquer um que vá contra seus planos. O poder de Cyra é fazer os outros sentirem dor. Esse poder é visível por todo o seu corpo através de fios negros, sempre em movimento por baixo de sua pele. Quanto ela usa toda a força de seu poder, sua pele fica totalmente negra. Mas a dor que ela causa com um toque, ela sente o tempo todo. Mesmo com analgésicos fortes, a dor está sempre lá.
Ryzek usa o poder da irmã em sessões de tortura, para conseguir confissões dos inimigos. Akos, da nação Thuvhe, que é sequestrado ainda criança pelos Shotet, possui um poder que Ryzek julga imprescindível para controlar Cyra: Akos anula o poder de Cyra. Assim, quando Cyra é tocada por Akos, ela para de sentir dor. Os dois passam a viver juntos, o tempo todo.
Cyra me consquistou por sua fragilidade, pelo que ela sofre nas mãos do irmão, por seu conflito moral ao ferir os outros, por sua perseverança em tentar se libertar e por seu senso de justiça. Mais do que isso, é Cyra que gere todas as ações da história, até mesmo aquelas perpetuadas por Akos, uma vez que ela se envolve em todas sem ele saber.
Mesmo assim, e infelizmente, isso não é suficiente para salvar a história. Inclusive, existe outro ponto na narrativa que me deixou confuso: os capítulos são alternados entre Cyra e Akos. Nos de Cyra, a narrativa é feita em primeira pessoa. Nos de Akos, a narrativa é em terceira pessoa. Não há nenhum motivo justificável para isso, uma vez que o foco da ação nos capítulos de Akos, se concentram todos nele. A menos que a autora pretenda matá-lo no futuro, por isso ele não conta sua própria história. Não sei se isso é verdade, então não encarem como um spoiler, mas foi a única explicação lógica para a mudança de narrativa.
Acredito que o prazer na leitura de Crave a Marca dependa de com qual expectativa você irá ler. Ser você for fã de Young Adult, de romances, de distopias leves, conseguirá apreciar a história. Agora, se você for fã de ficção-científica, de fantasia, de Star Wars, não irá conseguir apreciar, como eu não consegui.
Antes de continuar, deixar uma coisa bem clara: Crave a Marca não é ficção-científica! A grandiosidade do enredo que está na sinopse, sobre os dois personagens poderem influenciar toda uma galáxia, é totalmente exagerada, uma vez que o enredo acontece quase em um único planeta, em uma única cidade, e os perigos que eles enfrentam, são sobreviver a lutas dentro de arenas. Na verdade, Crave a Marca é uma distopia misturada com Young Adult, que usa breves passagens no espaço para se afirmar como uma ficção-científica.
Mas a autora usa outras inspirações para compor uma trama arrastada, confusa, cheia de informações que não são bem explicadas, cenários pouco descritivos e uma ação tão rasa, que desanima. Ela utiliza a velha fórmula do casal de famílias rivais (neste caso, de raças rivais), que se apaixonam; da filosofia da Força de Star Wars, misturada com poderes mutantes e predestinação; e de Jogos Vorazes, misturado com gladiadores da Roma antiga.
Mas isso nem seria ruim, se fosse bem aplicado. Não é. A autora se perde em diversos momentos e não consegue compor uma história que deveria ser cheia de cenários fantásticos. O que ela consegue, é deixar o leitor perdido. As naves espaciais, ou melhor, a nave espacial, uma vez que só aparece uma e, mesmo assim, é tão pouco descrita que mais parece um navio, serve apenas para locomoção; as armas utilizadas, são todas da idade média: facas e venenos; as armaduras de luta, bem... não consegui compreender o que elas são, porque são feitas de materiais que não conhecemos, e nem são explicados.
Deixando a falsa ficção-científica de lado, porque senão vou reclamar por mais alguns parágrafos, vou falar da única coisa que é legal no livro: Cyra. Ela é irmã do vilão, Ryzek, que governa a nação Shotet com mãos de ferro, e mata qualquer um que vá contra seus planos. O poder de Cyra é fazer os outros sentirem dor. Esse poder é visível por todo o seu corpo através de fios negros, sempre em movimento por baixo de sua pele. Quanto ela usa toda a força de seu poder, sua pele fica totalmente negra. Mas a dor que ela causa com um toque, ela sente o tempo todo. Mesmo com analgésicos fortes, a dor está sempre lá.
Ryzek usa o poder da irmã em sessões de tortura, para conseguir confissões dos inimigos. Akos, da nação Thuvhe, que é sequestrado ainda criança pelos Shotet, possui um poder que Ryzek julga imprescindível para controlar Cyra: Akos anula o poder de Cyra. Assim, quando Cyra é tocada por Akos, ela para de sentir dor. Os dois passam a viver juntos, o tempo todo.
Cyra me consquistou por sua fragilidade, pelo que ela sofre nas mãos do irmão, por seu conflito moral ao ferir os outros, por sua perseverança em tentar se libertar e por seu senso de justiça. Mais do que isso, é Cyra que gere todas as ações da história, até mesmo aquelas perpetuadas por Akos, uma vez que ela se envolve em todas sem ele saber.
Mesmo assim, e infelizmente, isso não é suficiente para salvar a história. Inclusive, existe outro ponto na narrativa que me deixou confuso: os capítulos são alternados entre Cyra e Akos. Nos de Cyra, a narrativa é feita em primeira pessoa. Nos de Akos, a narrativa é em terceira pessoa. Não há nenhum motivo justificável para isso, uma vez que o foco da ação nos capítulos de Akos, se concentram todos nele. A menos que a autora pretenda matá-lo no futuro, por isso ele não conta sua própria história. Não sei se isso é verdade, então não encarem como um spoiler, mas foi a única explicação lógica para a mudança de narrativa.
Acredito que o prazer na leitura de Crave a Marca dependa de com qual expectativa você irá ler. Ser você for fã de Young Adult, de romances, de distopias leves, conseguirá apreciar a história. Agora, se você for fã de ficção-científica, de fantasia, de Star Wars, não irá conseguir apreciar, como eu não consegui.
Ainda não sei o que esperar muito da historia porque nada me convenceu, acho mais pelo motivo de não ter conhecido mais a fundo a escrita da autora, dizem que é ótima e tudo mas não me cativou, enfim acho que ficção científica não é do tipo que leio muito.
ResponderExcluirAté mais!!
Oi Carl! Resenha linda, parabéns!
ResponderExcluirEsse livro tá me deixando ansiosa pra conhecer a escrita da autora, a capa é linda, o enredo parece bem bacana tbm, eu qrooo!
Bjs
Carl!
ResponderExcluirGosto sempre de suas análises muito bem detalhadas e explicadas.
Chocada em ver que apesar do livro ser 'vendido' como uma ficção, resumi-se a um único planeta e dois personagens.
Desejo uma ótima semana!
“Compreender que há outros pontos de vista é o início da sabedoria.” (Campbell)
cheirinhos
Rudy
http://rudynalva-alegriadevivereamaroquebom.blogspot.com.br/
TOP COMENTARISTA ABRIL especial de aniversário, serão 6 ganhadores, não fique de fora!
Estou bem curiosa em ler esse livro, curto muito Young Adult, romances e distopias leves, fiquei espantada em saber que não é ficção-científica, na sinopse diz que é né, propaganda enganosa, mesmo assim talvez eu leia pra ver qual é a desse livro.
ResponderExcluirAs opiniões sobre esse livro estão bem divididas entre gostar e não gostar fico em dúvida do que achar, mas teria que ler primeiro rs. Ainda não li nenhum livro da autora, é uma pena que esse deixa a desejar, pois parecia que seria muito bom e até diferente, pelo menos pra mim. Mas pelo menos a Cyra conquista o leitor.
ResponderExcluirOlá, no momento não tinha lido muito resenha sobre esse livro, a historia e super interessante..eu já até quis ler os livros da serie divergente mas como vi o filme, eu fiquei meia que com duvida se leria ou não...gostei bastante da historia, e super interessante de como uma pequena pessoa pode fazer uma bela confusão em um só planeta..bem legal..
ResponderExcluirParece interessante, mas não é do meu estilo, vou deixar passar.
ResponderExcluirOi Carl, tudo bem?
ResponderExcluirDesde que me aventurei na série Divergente, me encantei com a escrita da Veronica. Quando vi que o lançamento desse livro e percebi que ela saiu totalmente da zona de conforto, fiquei mega curiosa para conferir a obra.
Beijos
Quanto Mais Livros Melhor
Oi, Carl!
ResponderExcluirIdentifiquei-me, primeiramente, com o que você citou sobre até ter tido curiosidade em Divergente mas ter corrido da trilogia após ver o filme e receber spoilers, rs, fiz o mesmo. E sobre esse novo da autora, bem, antes da sua resenha, tinha lido algumas opiniões bem positivas do livro, ainda que com ressalvas aqui e ali, e ainda que a sua tenha sido bem negativa no quesito da ficção científica que a premissa parecia prometer, fiquei, sinceramente, aliviada em saber que não é tão nessa vibe e tem esse quê maior de young adult e distopia mais leve, já que não sou muito acostumada a ler o segundo gênero. Já tenho o livro por aqui e ainda vou deixar a hype passar para pegá-lo para ler. Com as expectativas mais abaixadas e modificadas agora, espero gostar da leitura. =)
Beijos!
♥ Sâmmy ♥
♥ SammySacional.blogspot.com.br ♥
♥ DandoUmadeEscritora.blogspot.com.br ♥
Eu to com MUITAS expectativas para esse livro, sou apaixonada por Divergente, fã demais da conta, então ler mais alguma coisa da autora me deixa louca e me enche de expectativas. Mas quando for ler vou tentar não criar tantas para não me decepcionar muito, pretendo ler esse livro assim que acabar minhas provas da faculdade. Beijos.
ResponderExcluirAcredito que a sinopse cria uma grande expectativa em relação a historia, principalmente se a historia é vendida como agradável aos fãs de Stars Wars. Li muitas resenhas positivas sobre o livros e os pontos negativos levantados são estes mesmo, principalmente o fato de que a autora misturou muita coisa e deixou tudo superficial. Eu achei muita coisa parecida com alguns livros que já li. De qualquer forma é um livro que ainda quero ler por gostar muito da serie Divergente.
ResponderExcluirCrave a marca não me chama a atenção, gostei da série Divergente, mas não fã de carteirinha. E pelas críticas negativas que li, eu passo. Pode ser que eu esteja enganada, que por ser o primeiro livro ainda melhore... o ponto positivo é que adorei a Cyra e seu poder.
ResponderExcluirUm beijo
Fiquei bem interessada nesse livro logo que saiu esse livro mas agora depois de tantas resenhas negativas fiquei com o pé atrás.
ResponderExcluirBeijoss