Eu perdi o rumo - Gayle Forman

Sinopse: Freya perdeu a voz no meio das gravações de seu álbum de estreia. Harun planeja fugir de casa para encontrar o garoto que ama. Nathaniel acaba de chegar a Nova York com uma mochila, um plano elaborado em meio ao desespero e nada a perder. Os três se esbarram por acaso no Central Park e, ao longo de um único dia, lentamente revelam trechos do passado que não conseguiram enfrentar sozinhos. Juntos, eles começam a entender que a saída do lugar triste e escuro em que se acham pode estar no gesto de ajudar o próximo a descobrir o próprio caminho.
Contado a partir de três perspectivas diferentes, o romance inédito de Gayle Forman aborda o poder da amizade e a audácia de ser fiel a si mesmo. Eu Perdi o Rumo marca a volta de Gayle aos livros jovens, que a consagraram internacionalmente, e traz a prosa elegante que seus fãs conhecem e amam. (Skoob)

Livro recebido em parceria com a editora
FORMAN, Gayle. Eu perdi o rumo. Arqueiro, 2018. 240p.


Eu perdi o rumo conta a história de três personagens que estão perdidos e passaram por alguma perda. Freya é uma cantora que perdeu a voz, Nathaniel perdeu praticamente tudo e Harun é um muçulmano que tem medo de assumir quem é para não perder tudo também. Todos tem muitos mais histórias para vocês descobrirem.

Um aspecto muito legal do livro é como os três são muito diferentes e se unem. A Freya tem mãe branca e pai negro africano, o Harun é mulçumano e o Nathaniel é branco. Essa diversidade de etnias, raças e culturas é muito legal porque assim a gente descobre muito sobre diferentes culturas e eles também. É mais interessante ver pessoas se conhecendo que provavelmente não seriam tão próximas, porque nos Estados Unidos algumas pessoas andam muito só com a mesma etnia. Além disso, Harun namora uma pessoa negra que também é bem diferente e o fato de que ele faz várias coisas que não são consideradas certas para os muçulmanos, mas ainda assim parece ter fé, como cristãos são. Isso porque geralmente os islâmicos na ficção se comportam perfeitamente ou totalmente errado e, se você sequer vê eles fazendo algo da religião, parece que só fazem porque se sentem obrigados, ou só ligam para algumas partes que julgam os outros, como cristãos tendo preconceito enquanto são adúlteros e mil outras coisas. Inclusive você vê muito esse julgamento de mulçumanos na Internet contra famosos tipo o Zayn, e provavelmente tem zilhões de celebridades que se dizem de outras religiões e não seguem quase e não recebem tudo isso. Acho bom ver que o islã pode sim funcionar como essas religiões e não que se você não for perfeito em tudo já está no mármore do Inferno, ou mesmo que as pessoas achem isso, ver opções diferentes é legal. É assim que se acaba com estereótipos. Até o Nathaniel teve uma criação e vida muito diferentes do normal para os brancos, então no geral esse livro aqui é uma descoberta atrás de outra e não aquelas histórias que você já viu tantas vezes. Ele também é o único que não é de Nova Iorque.

Além das culturas, as personalidades deles e criação foram totalmente diferentes. Enquanto a Freya é famosa, o Nathaniel se considera invisível e o Harun de certa forma é, porque só vive o que a família quer para ele. Até a Freya verdadeira é invisível para falar a verdade, já que ela se tornou um produto e para isso ela teve que desistir de muitas coisas. Mas ainda assim ela é mais extrovertida, Harun se chama de covarde e Nathaniel é muito quieto e fechado.

O motivo que deixa mais legal não é só por estar dando diversidade, é porque essa diversidade fez toda a diferença nos problemas deles. Você não veria alguém como o Harun se ele fosse branco e a Freya tem várias particularidades da cultura etíope que fazem a diferença para não ser qualquer história de uma pop star. Uma das músicas pelas quais ela ficou conhecida é uma canção do país, por exemplo.

O livro é dividido em capítulos com o nome dos personagens, que são narrados por eles em primeira pessoa, e capítulos com nomes normais, sem nome de personagem, narrados em terceira pessoa, geralmente contando o que está se passando com os três juntos depois de se encontrarem. A gente vê como todos tem muitos problemas até além dessas perdas, e alguns são parecidos, por exemplo todos tem algo no quesito familiar. E assim, eu achei difícil gostar de várias pessoas nas histórias deles porque dá para ver o quanto eles os ferraram. Eles criam um laço muito legal também.

Eu gostei muito do livro. Ele é triste, divertido, romântico. Os personagens são bem construídos, com nuances, têm histórias interessantes, e suas trajetórias podem nos ensinar muito. E a chance de se relacionar com um deles é grande. Todos nos perdemos às vezes, seja no sentido literal de rotas da capa (que aliás, eu amo), ou no sentido interior, assim como passamos por perdas externas.
Mah
Mah

Escrever (por prazer) me acalma e resenhas são uma terapia pra mim. Assim como doces, séries e ler. Autora do Programa Resistir, um podcast sobre suicídio.

13 comentários:

  1. Achei interessante isso dos três personagens no livro pela diversidade e modo de lidar com os problemas mesmo. Pensei nisso quando vi e pelo jeito fica aquela diferença em cada personagem mesmo. É interessante a trama de cada um. A garota cantora, os outros personagens enfrentando medos e perdas também...tem muita coisa pra ser explorado nisso. O laço dos personagens, o que tem em comum e tudo de errado que os une nessa coisa de ferrado é algo que chama atenção e por tudo isso já faz torcer pra ter uma melhora pra cada um. Gosto disso nos livros dela, de mostrar assuntos pesados, coisas que jovens passam e a construção real de cada personagem. Como eles lidam com essas coisas, o que ajuda a amadurecer e etc. É mais um dela que quero ler.

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  2. Apesar de conhecer bem pouco do trabalho da autora, este novo livro dela tem dado o que falar e eu adoro esta divisão.
    Uns amaram demais e outros, criticaram negativamente. Mas eu gosto quando isso acontece, aguça ainda mais a curiosidade a respeito do livro.
    Os três personagens são realmente muito diferentes,mas lidam com essa conexão da perda de maneiras também diferentes e isso torna tudo mais prazeroso.
    Um jeito leve e talvez até descontraído de mostrar que todos nós estamos sujeitos às perdas que a vida nos entrega!
    Está na lista de desejados!
    Beijo

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  3. Olá, Mah
    Quando o livro foi lançado eu comecei a namorar pela capa, porque adoro azul.
    Agora depois de ler sua resenha e compreender sobre o que é o enredo vou colocar no topo da minha pequena lista.
    Gostei do que a autora fez com personagens de etnia, religião diferentes que se encontram, fazem amizade e começam se ajudar.
    Beijos

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  4. Desejando esse livro!
    Amei saber dessas diferenças entre os personagens, vai ser legal fugir do padrão e conhecer essa diversidade.
    Também gostei do misto de sentimentos que a leitura proporciona.
    Espero ler em breve, sinto que vou me identificar.

    Beijos

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  5. Livro bem adolescente, pelo menos o enredo e a sinopse pareceu ser rs
    O livro ser narrado por três pessoas diferentes é bem legal, porque nos deu diversas visões das mesmas situações. Bem interessante.
    Nunca li nada da autoria antes... Mas esse parece ser bom.

    Adorei a resenha, bjs.

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  6. Mah!
    Já tive oportunidade de ler outros livros da autora, porém achei esse bem diferente dos anteriores.
    Gosto quando o livro aborda a busca interior e da vida, retratada através das personagens.
    E o melhor é poermos refletir e aprender sobre nossa própria existência.
    “É preciso rirmos antes de sermos felizes, sob pena de morrermos antes de ter rido.” (Jean de la Bruyere)
    cheirinhos
    Rudy
    TOP COMENTARISTA NOVEMBRO - 5 GANHADORES – BLOG ALEGRIA DE VIVER E AMAR O QUE É BOM!

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  7. Olá! Essa é a primeira resenha que leio desse livro, curto muito quando tem capítulos narrados por cada um dos personagens, fiquei ainda mais interessada em conferi essa história que parece ser bem emocionante.
    Bjs

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  8. Li um livro da autora e a sequência e não me agradaram, fiquei com receio de ler outros livros dela. Mas achei esse até interessante pelos personagens serem de culturas diferentes, gosto disso fico sabendo de coisas que não conhecia e as vezes até acho estranhas, mas que eles estão acostumados.

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  9. Eu queria conhecer mais livros da Gayle, e EU PERDI O RUMO era um deles. Ainda não tinha lido nada a respeito desse livro, e confesso que gostei muito do que pude ler aqui.
    A autora ter abordado essa questão da diversidade foi uma sacada sensacional. Além disso, amo histórias narradas por todos os próprios protagonistas. Isso nos faz sentir o que eles sentem, e ver as características de cada um.
    Com certeza irei ler e conhecer essa história. Amei!!

    Bjos

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  10. Oi Mah!
    Conheço a escrita da autora e gosto mto, li dois livros dela, este inclusive está nos meuis desejados, espero ler mto em breve, pois estou curiosa pra conhecer esses personagens.
    Bjs!

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  11. Oi Mah,
    A autora sempre consegue montar enredos muito originais, com esse não foi diferente, gostei demais.
    Muito bacana essa diversidade, e melhor, pelo fato do livro ser narrado pelos três protagonistas, conseguimos conhecê-los mais a fundo, assim como a cultura e diferença de cada um. Imagino que é o tipo de história que emociona...
    Li alguns comentários bem positivos, e fiquei com vontade de ler.
    Beijos

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  12. O enredo parece bem interessante. Esse encontro de pessoas tão diferentes, cada um vivendo seus próprios dramas parece ser bem interessante. Os temas tratados dentro da trama são importantes e realmente o poder da amizade é enorme. A capa é bem simbólica.

    Evandro

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  13. Eu já vou ganhar com o trabalho da autora a muito tempo e o enredo do livro é muito interessante Eu Fico impressionada com o trabalho da autora em conseguir acordar de formatura impactante e Sutil ao mesmo tempo temos tão complexos e necessárias de serem conversados e debatidas esse é o livro que mais impactou nesse semestre e me fez ficar completamente apaixonada pela autora

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