Kick-Ass, Quebrando Tudo - Mark Millar e John Romita Jr.


Sinopse: Você alguma vez já pensou em ser super-herói? O que acontece quando um cara comum numa roupa de látex fica frente a frente com o submundo do crime? É isso que o jovem Dave Lizewski está prestes a descobrir. Afinal, as pessoas têm apenas uma vida, e Dave quer que a dele seja empolgante. A qualquer preço. O roteirista Mark Millar (Guerra Civil, Os Supremos, O Velho Logan) e o desenhista John Romita Jr. (Hulk Contra o Mundo, Wolverine: Inimigo do Estado, Homem-Aranha) levam os quadrinhos de super-heróis a um patamar inteiramente novo na mais ousada, intensa, violenta e inovadora aventura jamais criada. Você nunca mais verá um gibi do mesmo jeito… (Skoob)

MILLAR, Mark e ROMITA JR., John. Kick-Ass, Quebrando Tudo. Panini Comics, 2010. 212 p.

De certa forma, Kick-Ass não possui nenhum detalhe individual que seja realmente inovador e justifique seu sucesso nos EUA. Mas, quando reunimos todo o conteúdo e analisamos o gibi de forma compacta, então conseguimos entender o que ele tem de único.


Mark Miller sabe criar diálogos que viciam. Eles não são inocentes ou comuns como na maioria das histórias mensais, mas carregados de referências, rudes, brutos, violentos. E para combinar com seus textos, ninguém melhor do que John Romita Jr., cujos desenhos são cheios de riscos, causando a sensação de sujeira.

Tanto o roteirista quanto o artista, sabem como ninguém criar cenas de extrema violência, com enquadramentos perfeitos, sequências que nunca deixam o leitor ficar perdido, posições dos personagens que demonstram seu heroísmo, ou sua maldade.


Mesmo com traços cheios em quantidade exagerada, os desenhos nunca ficam feios ou confusos. John Romita é mestre na forma como consegue transmitir total clareza em cada quadrinho, mesmo quando tem pouco espaço, deixando o ambiente ao fundo com o necessário de informações, sem empobrecer a arte secundária.

Por tudo isso, os dois artistas conseguiram produzir algo de extrema qualidade, que, em certos pontos, pode ofender com tanta violência, ou com o fato de que alguns personagens não têm o menor interesse na vida humana.


Em Kick-Ass não existe aquele personagem heroico, perfeito. Todos têm seus defeitos, todos tomam decisões erradas, todos têm sua dose de estupidez. Mas é nesse ponto que o gibi ganha seu maior acerto: os dois personagens principais, Dave Lizewski e Mindy McCready, Kick-Ass e Hit-Girl, respectivamente, são opostos em suas personalidades, mas não nos objetivos e nem no caráter.

Um tem 16 anos, a outra tem 10 anos.


Dave é o típico garoto totalmente fracassado na escola, na vida amorosa, nas amizades. Mindy é educada por um pai dedicado, amoroso, mas totalmente lunático pela forma absurda que ensina a filha a lutar e a matar. Numa cidade infestada de criminosos, que não retrocedem em nenhum ato vândalo ou criminoso, os dois garotos acabam se unindo e fazendo uma chacina.

O sangue jorra de forma visceral por cada página do gibi. E nenhum dos artistas economiza no absurdo violento de cada luta.


Mas o maior choque durante a leitura de Kick-Ass, não é a forma crua que cada morte é retratada, nem as lutas ou os diálogos sem qualquer dose de misericórdia. Na verdade, o soco que o leitor recebe é constatar que, descontando a proporção, o que se vê no gibi é o que se vê no mundo real à sua volta. Basta abrir um daqueles jornais que se compram nos sinais de trânsito para comparar as barbaridades. Ao contrário de histórias do Homem-Aranha ou Superman, onde os feitos heroicos são impossíveis de se comparar, Kick-Ass e Hit-Girl poderiam perfeitamente existir, podiam ser você ou eu. E os criminosos que eles enfrentam, bem, eles existem às dúzias em cada uma de nossas cidades. E a forma como eles lutam, apanham e quase morrem, são totalmente convincentes e condizentes com nossa realidade.

Talvez esse seja outro fator que faz o sucesso desse gibi.


Por fim, com esta edição, somos brindados com algumas páginas que mostram como é a criação de uma história em quadrinhos, inclusive com o roteiro e as observações de como deve ser cada cena. Muito legal!!!
Carl
Carl

8 comentários:

  1. Adoro quadrinhos!
    Tão linda essa edição. Fiquei com vontade de ler!
    Beijinhos
    Rizia - Livroterapias

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  2. Oi Carlos!

    Confesso que não sou muito de ler HQ... Sou mais de ler mangás, é bem raro eu comprar um quadrinho, mesmo querendo muito ler alguns. Assim, sinceramente, não sei se Kick-Ass é a leitura mais indicada para mim. Sei lá, não sou muito fã de violência tão explícita assim... Mas enfim, quem sabe um dia?

    Beijo!
    http://www.roendolivros.com/

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  3. Nossa muito sangue, história super violenta hem, curto muito HQs, porem não curto violência assim tão explicita, talvez leia.

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  4. Oie
    Achei interessante este HQ. Acho que já falei aqui que curto muito este tipo de leitura, mas este de modo especial me chamou atenção pelos seus comentários referente a violência. Não sei se o leria...talvez.
    Valeu a dica.
    Beijos

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  5. Quero muito poder ler os HQ's de Kick-Ass <3 Infelizmente só assisti aos dois filmes até agora e seu post comprova o quão bom pode ser a leitura dessa história. Gostei dos pontos que descreveste sobre a HQ e da reflexão que teve durante a leitura, que é totalmente verdadeira.

    Beijos
    http://mon-autre.blogspot.com/

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  6. Não curto muito HQs, mas acho interessante para passar o tempo, essa história parece ser bem violenta haha, pretendo ler.

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  7. olha Carlos, eu já não gostava dos filmes, não fazem muito o gênero que gosto e o HQ apesar de ser bem feito e seguro em sua proposta, também não me agradou. para os fãs deve ser o máximo.

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  8. Olá Carlos,

    Não conhecia a obra e achei interessante, as ilustrações estão ótimas, dica anotada.....abraço.

    devoradordeletras.blogspot.com.br

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