Mulheres Sem Nome - Martha Hall Kelly

Sinopse: A socialite nova-iorquina Caroline Ferriday está sobrecarregada de trabalho no Consulado da França, em função da iminência da guerra. O ano é 1939 e o Exército de Hitler acaba de invadir a Polônia, onde Kasia Kuzmerick vai deixando para trás a tranquilidade da infância conforme se envolve cada vez mais com o movimento de resistência de seu país. Distante das duas, a ambiciosa Herta Oberheuser tem a oportunidade de se libertar de uma vida desoladora e abraçar o sonho de se tornar médica cirurgiã, a serviço da Alemanha. Três mulheres cujas trajetórias se cruzam quando o impensável acontece: Kasia é capturada e levada para o campo de concentração feminino de Ravensbrück, onde Herta agora exerce sua controversa medicina. Uma história que atravessa continentes — dos Estados Unidos à França, da Alemanha à Polônia — enquanto Caroline e Kasia persistem no sonho de tornar o mundo um lugar melhor. Costurado por fatos históricos e personagens femininas poderosas, Mulheres Sem Nome é um romance extraordinário sobre a luta anônima por amor e liberdade. Um livro inspirador, que encanta e comove até a última página. (Skoob)

Livro recebido em parceria com a Editora.
KELLY, Martha Hall. Mulheres Sem Nome. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2017. 496 p.


Mulheres Sem Nome é, de certa forma, uma história que foi inspirada em mulheres que realmente existiram num contexto histórico que nós conhecemos muito bem: a Segunda Gerra Mundial. Caroline Ferriday, musa inspiradora da autora, foi uma dama da alta sociedade nova-iorquina e é lembrada até hoje pelos seus feitos humanitários. Essa história se inicia no ano de 1939, quando Hitler invade a Polônia e conecta a vida dessa mulher, que realmente existiu, à mais duas protagonistas: Herta e Kasia.

Kasia Kuzmerick é uma jovem de 17 anos que foi presa e levada para um campo de concentração; Herta Oberheuser é uma médica alemã muito ambiciosa, e por isso acaba se tornando a única mulher a trabalhar com essa profissão em um campo de concentração. Herta também é uma mulher real, mas diferente de Caroline, foram seus experimentos em cerca de 75 prisioneiras que fizeram o seu nome.

Os capítulos de Mulheres Sem Nome são narrados em primeira pessoa e intercalam os pontos de vista de Kasia, Herta e Caroline. A história das personagens está interligada desde as primeiras páginas, até que, em certo ponto, elas finalmente se encontram. Apesar de um manter um ritmo constante, demorei cerca de 4 meses para finalizar a leitura, unicamente porque senti uma dificuldade enorme de digerir as informações.

Acredito que a maioria das pessoas que tiveram acesso a esse livro, assim como eu, tiveram um pouco de dificuldade com os capítulos narrados por Caroline. Além da história dela demorar séculos para se desenvolver, é praticamente impossível se conectar com ela. Apesar dos seus feitos e tudo mais, eu sinceramente tinha preguiça das festas chiques em Nova York — com vários detalhes que podiam ser facilmente descartados —, do romance forçado, da personagem em si.

Kasia é a estrela de Mulheres Sem Nome, e a personagem foi inspirada nas várias mulheres que sofreram infinitas barbáries em Ravensbrück. Só para contextualizar, Ravensbrück foi um campo de concentração específico para mulheres. Elas eram prostituídas à força, estupradas, sofriam abortos forçados e muitos outros crimes de gênero, além dos experimentos científicos. Levando isso em consideração, não é difícil imaginar que o caminho de Kasia e Herta se cruzam rapidamente.

Depois de pesquisar um pouco mais sobre a médica, tenho até vergonha de admitir que, em certos momentos, eu me identifiquei com ela — uma única mulher em um cargo tão importante. Obviamente sentia raiva e repulsa do que ela fazia, era simplesmente cruel demais e nada vai justificar tais atos. Mas, sob diversos aspectos, Martha Hall Kelly criou uma Herta muito humana, o que mostra que até as piores pessoas não passam disso, humanos.

Mulheres Sem Nome é um bom livro, com exceção de Caroline. Às vezes custo acreditar que foi essa mulher que inspirou Martha, ou então ela deu uma voz muito fútil para uma figura que foi realmente muito, mas muito importante. Tirando isso, de verdade, foi uma leitura muito prazerosa, apesar de difícil. 


Ana Clara Magalhães
Ana Clara Magalhães

14 comentários:

  1. Olá Ana!
    Concordo sobre a Caroline. Gostei muito do livro, mas os capítulos dela poderiam ser mais curtos e menos detalhados e o romance não convence.
    Bjs

    EntreLinhas Fantásticas

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  2. Oi, Ana.

    Eu imagino que essas mulheres, que tiveram seus caminhos cruzados, vivenciaram muitas coisas com requinte de crueldade, mesmo que de maneira diferente.

    E acho que o livro tem esse diferencial de mostrar a vida, perspectiva e participação de uma dessas mulheres nesses atos cruéis...

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  3. A "vida" de Caroline é chata demais. Quando os capítulos eram sobre a vida dela, a leitura empacava e eu ficava torcendo pra chegar logo em Kasia..rs
    Sou fanática por livros que tragam algo sobre a Segunda Guerra e vivo tentando aumentar minha coleção sobre o tema.
    O livro é fantástico, lindo e muito bem escrito. E mesmo com essa chatice da vida de Caroline, ela precisa estar ali,fato.
    Super recomendado.
    Beijo

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  4. Olá Ana!
    Só do livro ter personagens mulheres e sobre a guerra já me interesso em ler, o enredo parece ser bem detalhado espero ler um dia...
    Bjs!

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  5. Gosto de leituras que abordam a guerra, deve ser uma leitura muito sofrida só de imaginar o que essas mulheres passaram com tantos abusos assim da uma agonia. Pena ter umas partes chatas, deve dar uma desanimada na leitura para se chegar ao fim, mas mesmo assim parece ser uma leitura válida.

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  6. Parece ser uma leitura bem intensa. Há sempre um personagem que não importa o que ele tem a dizer, não conseguimos nos conectar com ele. O ruim é quando ele é o principal, sempre paro a leitura, não consigo continuar :'')
    Eu gosto bastante de livros ambientados na época da Segunda Guerra. Espero ler um dia.

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  7. Olá Ana,
    Gosto bastante de livros que se passam na segunda guerra, sobre essa leitura imagino que deve ter sido bem emocionante acompanhar o que as mulheres passaram nesse campo de concentração. Só de ler a resenha senti muita raiva de Caroline, entendo sobre ela ser simplesmente uma humana com ambições, mas sabendo de tudo o que aconteceu na época, não tem como simpatizar com as atitudes dela.
    Beijos

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  8. Oi, Ana!
    Foi a primeira resenha que li sobre Mulheres Sem Nome. Amo livros que se passam em momentos históricos principalmente a segunda guerra mundial, não pela crueldade e sim das pessoas lutar para sobreviver e serem melhores.
    Não li o livro, mas quero muito ler principalmente por Kasia.
    Beijos!

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  9. Oi Ana Clara,
    Amo livros com o cenário da Segunda Guerra Mundial, são histórias pesadas e cruelmente realistas, e apesar de me abalarem muito com todo o sofrimento, é um estilo de leitura que sempre gostei de ler. Acho que a narrativa nua e crua dessas histórias tem o objetivo de mostrar até onde a maldade do ser humano pode chegar.
    Lembro que quando vi o lançamento desse livro eu fiquei muito interessada em ler, pois a sinopse me fisgou na hora. Mas ainda não consegui adquirir o livro.
    O fato da autora ter se inspirado na Caroline para desenvolver o livro coloca muitas expectativas na protagonista. Então é uma pena que a personagem não é fácil de se cativar. Mas apesar disso, esse romance parece ser muito inspirador e comovente, trazendo fatos históricos e três protagonistas femininas poderosas.
    Espero ter a oportunidade de ler esse livro logo.
    Beijos

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  10. Oi Ana.
    Adoro histórias que se passam na Segunda Guerra Mundial.
    Caroline parece uma personagem bem sem graça, já as outras duas, são bem interessantes. Gosto muito de histórias sob narrativas diferentes que em um certo ponto se entrelaçam.
    Fiquei bestante curiosa para ler esse livro. Parece uma leitura difícil, mas gosto de histórias que me fazem refletir e a ter empatia pelos outros.
    Beijos

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  11. Gosto de histórias separadas e que de encontram e se interligam de alguma forma, apesar da resenha expressar uma leitura difícil mas que foi muito boa eu daria uma chance a leitura.

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  12. Eu sou apaixonada por livro que contem histórias que se passem na guerra, me faz pensar em como deve ter sido um momento realmente terrível.
    Acho que também não vou simpatizar muito com Caroline, mas quero ler para tirar minhas próprias conclusões.

    beijinhos
    She is a Bookaholic

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  13. Gosto dessas histórias inspiradas em fatos reais. Acho que é mais um aprendizado a saber através de vários pontos de vista. Gostsria de ler, so espero que não seja mais um livro cansativo.

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  14. Que pena que a Caroline é tão insuportável, li uma personagem assim outro dia, a Isabelle de O Rouxinol, também um livro sobre a segunda guerra, que gente, essa personagem estragou todo o livro kkkk
    Mas fiquei bem interessada em ler Mulheres sem nome, gosto muito de livros sobre a segunda guerra, pois mais triste e doloroso que seja lê-lo acho muito importante para compreender todo aquele horror e não deixarmos que aconteça novamente.
    Acho que lerei ele sim.
    bjs

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