Um acordo e nada mais - Mary Balogh

Embora Vincent, o visconde Darleigh, tenha ficado cego no campo de batalha, está farto da interferência da mãe e das irmãs em sua vida. Por isso, quando elas o pressionam a se casar e, sem consultá-lo, lhe arranjam uma candidata a noiva, ele se sente vítima de uma emboscada e foge para o campo com a ajuda de seu criado. No entanto, logo se vê vítima de outra armadilha conjugal. Por sorte, é salvo por uma jovem desconhecida. Quando a Srta. Sophia Fry intervém em nome dele e é expulsa de casa pelos tios sem um tostão para viver, Vincent é obrigado a agir. Ele pode estar cego, mas consegue ver uma solução para os dois problemas: casamento. Aos poucos, a amizade e o companheirismo dos dois dão lugar a uma doce sedução, e o que era apenas um acordo frio se transforma em um fogo capaz de consumi-los. No segundo volume da série Clube dos Sobreviventes, você vai descobrir se um casamento nascido do desespero pode levar duas pessoas a encontrarem o amor de sua vida. (Skoob)

Livro recebido em parceria com a Editora
BALOGH, Mary. Um acordo e nada mais. Clube dos Sobreviventes #2. Arqueiro: 2018. 304 p.


Vincent é um visconde que ficou cego no campo de batalha e tem sua vida guiada completamente pela mãe, pela avó e pelas irmãs, que decidem que agora é o momento perfeito para ele se casar e encontram uma dama que "não se importa" e "entende"... Vincent foge na primeira oportunidade com seu amigo e empregado. Depois de algumas viagens, ele decide ir para o único lugar que uma vez considerou seu lar, antes de receber o título de nobreza do seu falecido tio sem herdeiro. E cai novamente numa cilada. E é salvo por Sophia Fry.

Sophia sabe que as intenções do seus tios ao deixar Henrieta, sua prima, sair sozinha com Vincent no meio de uma festa para o escuro não são nada boas, bem como as consequências para si caso interfira, só que não esperava ser expulsa de casa com o dinheiro contado para uma passagem só de ida a Londres, sem nenhum tostão a mais. Ou que o visconde de Darleigh propusesse um casamento como solução. 

"Sentiu todo o terror da escuridão sem fim, de saber que se fechasse os olhos, como fazia naquele momento, e os reabrisse, como não fez, ainda estaria cego.
Para todo o sempre.
Sem alento.
Sem luz.
Nunca mais."

O tema de acordos e relacionamentos falsos já virou um desses clichês que amamos, que vivemos para ler mais um, porque cada história traz seu toque e sua forma de ver o mundo de um jeito diferente, e com Um acordo e nada mais não é diferente. Na minha opinião, teve duas diferenças marcantes de todos os outros: o protagonista masculino é cego e a trama é de época. Quantos romances de época já abordou um casamento falso? Você não se descasa, nesse tempo, apenas porque deu vontade; casamento é para sempre ou até que a morte os separe!

Desde o começo, Vincent e Sophia estão ciente desse fato, de que o casamento não terminará e de que, em algum momento, vão precisar ter um herdeiro (masculino, é claro; seria um ultraje o contrário). O acordo em si está no fato de que, dentro de um ano, se ela não ficar grávida, quando o casamento estiver estabilizado, Sophia poderá realizar seu sonho de viver numa casa pequena, com flores rodeando-a.

Claro, o (im)pensável por nós acontece. Eles se apaixonam um pelo outro.


"- Com frequência, não dizemos o que está nos nossos corações para aqueles que são mais próximos e mais queridos."

Estou surpresa pelo fato da história não ter grandes reviravoltas e um clímax angustiante e ainda sim ter ficado fisgada por ela, ter desejado mais uma folha, mais um capítulo, mais um livro dessa série de sobreviventes, por que um livro com personagens diversos e representativos e de época? Tem mais. Tem um clube deles, com tudo que são variedades e sobreviventes de guerra e uma mulher. Uma mulher!

A razão para isso, para eu ter gostado de Um acordo e nada mais, está nos acontecimentos pequenos e corriqueiros, nos detalhes que formam os personagens e compõe a história; são coisas variadas. Vincent não se vitimiza, tenta ser independente e não ser sufocado pela família. Sophia tem uma visão satírica do mundo; ela desenha imagens satíricas de todas as pessoas que não gosta, em que ela, uma ratinha, está sempre no canto, presente e visível, tão diferente do seu cotidiano. Eles dois criam histórias juntos, começando do nada e parando para que o outro possa dar continuidade e são ótimas. Ah, e eles conversam, realmente conversam. Tirando o elefante branco da sala, obviamente.

Infelizmente, há vários momentos em que as conversas se repetem, que os personagens param e reveem o que aconteceu e minha memória é ruim, mas não tão ruim assim para eu precisar me relembrar de tudo. Quanto a erros ortográficos, eu encontrei um de concordância que eu relevo, embora teve outro realmente significativo, que só sendo um erro para fazer sentido: trocaram o nome do personagem num meio de uma conversa para outro e o personagem em questão nem estava na conversa. 

"Por que a tristeza mexia mais com o coração do que a felicidade?"

Enfim, quero o resto da série para ler e esse é o segundo livro, mas, apesar de não ter lido o primeiro, não encontrei nenhuma dificuldades para entender. Claro, tem referências ao primeiro livro e spoilers, que já me fez saber qual é o clímax do primeiro livro e como tudo termina. Mas, se for que nem esse, saber o fim não será um problema, porque vamos concordar que o caminho é mais emocionante que o fim.


Yuki Kurohime
Yuki Kurohime

9 comentários:

  1. Sim,os romances de época trazem consigo essa "mesmice" nos enredos, mas oh,a gente não se importa muito com isso não.rs A gente até gosta e muito.
    Este tem o diferencial do protagonista ser cego e nem por isso, se sentir menos que ninguém, tanto que não aceita o lance de "ter chegado a hora de casar" e foge.
    E também traz a protagonista, que mesmo se colocando como observadora, é bem sagaz em suas observações!
    Com certeza, quero muito poder ler e ter!!!
    Beijo

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  2. Ainda não li o 1° dessa série, e apesar de ter gostado da sua resenha eu não me sinto atraída por esses livros.
    Romance de época acaba ficando em segundo plano na minha lista.

    Beijos

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  3. Oi, Bela
    Ainda não li o primeiro livro, mas pelas resenhas que acompanho gostei mais do segundo livro.
    Não leio muitos romances de época mas para mim um protagonista cego é inusitado, é refente ao nome da série Clube dos Sobreviventes.
    Estou muito curiosa para o próximo livro.
    Beijos

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  4. Oi Bela!
    Adorei a resenha, eu tenho o primeiro livro, estou tentando chegar nele e espero curtir mto a leitura.
    Bjs!

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  5. Olá! Ainda não li o primeiro livro dessa série, mas os dois já estão na lista de leitura, gosto muito da escrita dessa autora e curto muito romance de época.
    Bjs

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  6. Aqueles clichês bem gostosos de ler <3
    Ainda n li o livro, espero um dia poder ler. Esse Vicent parece ser um personagem muito carismático e fofo. Apesar da condição que ele se encontra no livro, a perda de visão, ele encontra uma pessoa como a Sophia que é extremamente gentil com ele. N costumo ler livros onde tem personagens com problemas físicos, mas esse parece ser bem interessante.

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  7. Uau como assim? Um protagonista cego? Caramba é muito difícil um protagonista sr apresentado assim, já estou gostando! Legal o Vicent não ser aquela pessoa que se vitimiza (e isso se reflete até no mundo real, muitas pessoas que tem limitações tem mais garras e vontade do que uma que não tem!). Alguns livros de época vem retratando a mulher como "diferentona" acho isso até bacana, mas acho que deve ser abordado de uma forma mais indireta (para não mudar muito o contesto de época), ótima resenha!

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  8. Não li nada da autora ainda, achei diferente por ter um protagonista cego, ainda não li nada assim, fiquei imaginando como seria. Por mais que os acordos estejam batidos eu gosto deles, é gostoso acompanhar o romance surgindo aos poucos durante a convivência.

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  9. Já vi tanta resenha sobre os dois livros da série publicados, entretanto nunca dei sequer a oportunidade de ler a resenha, e agora que li estou realmente com vontade de conhecer a série, principalmente por se tratar de sobreviventes, independente ao que eles sobreviveram. Entrando para lista de desejados? Sim ou com certeza?

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