A Casa das Sete Mulheres - Leticia Wierzchowski


Sinopse: Durante a Revolução Farroupilha (1835-1845) — uma luta dos latifundiários rio-grandenses contra o Império brasileiro —, o líder do movimento, general Bento Gonçalves da Silva, isolou as mulheres de sua família em uma estância afastada das áreas em conflito, com o propósito de protegê-las. A guerra que se esperava curta começou a se prolongar. E a vida daquelas sete mulheres confinadas na solidão do pampa começou a se transformar. O que não está nos livros de história sobre a mais longa guerra civil do continente está neste livro de Leticia Wierzchowski, um exercício totalizador sobre a violência da guerra e sua influência maléfica sobre o destino de homens e de mulheres. (Skoob)
WIERZCHOWSKI, Leticia. A Casa das Sete Mulheres. Rio de Janeiro: Editora Bertrand Brasil, 2017. 462 p.



A Casa das Sete Mulheres é, sem sombra de dúvidas, um clássico da literatura brasileira. Leticia Wierzchowski narra com detalhes esplendorosos a Gerra dos Farrapos — que durou dez anos, de 1835 a 1845 —, sob os olhos das sete mulheres da família do general Bento Gonçalves: Ana, Antônia, Caetana, Perpétua, Rosário, Mariana e Manuela. A obra faz parte de uma trilogia e foi relançada no ano de 2017 pela editora Bertrand Brasil em uma edição de encher os olhos.

Sabendo que o perigo estava por vir devido a Revolução, Bento Gonçalves decidiu reunir as mulheres de sua família na Estância da Barra, uma fazenda distante onde, imaginava ele, elas poderiam viver tranquilas enquanto durasse a guerra. O que ninguém imaginava é que essa tormenta duraria dez longos anos. Vivendo no meio do nada, as sete mulheres só tinham umas as outras como companhia, além das crianças, dos escravos e da angústia que sempre as acompanhava, visto que as notícias só chegavam esporadicamente.

Em minha opinião, apesar de todas as mulheres terem um certo protagonismo na história, a mais importante delas era Manuela, uma jovem cheia de carisma e sonhos, mas muito mais inteligente e esperta do que todas as pessoas imaginavam — principalmente porque ela teve uma "premonição" da guerra. Manuela também se torna o foco de um dos romances mais aclamados da literatura, com Giuseppe Garibaldi. Vale lembrar que tal romance é muito bem inserido no enredo, sem parecer que foi enfiado ali só para dar um gás na história.

A Casa das Sete Mulheres possui uma narrativa cheia de detalhes, que envolve o leitor de uma forma única. A única coisa que talvez incomode o leitor é a monotonia dessa espera que parece durar uma eternidade. Digo isso porque em alguns momentos eu me sentia exausta de ter que esperar, quase como uma das personagens do livro, e uma ansiedade tomava conta de mim, como se fosse o meu marido que estivesse comandando uma revolução. Mas, como todo bom livro, acredito que essa ambientação foi feita para causar esse desconforto, para que a gente realmente sentisse também todo o sofrimento.

A narrativa, apesar de ser um pouco mais formal do que estamos acostumados, é muito fluida e fácil de entender. Isso para mim só prova que é possível inserir clássicos, por exemplo, na lista de leitura de uma turma do ensino médio sem ter a necessidade daquela linguagem tão complicada que afasta os adolescentes da literatura brasileira. Os capítulos têm a visão de vários personagens, e trechos do diário/caderno de Manuela também são usados o tempo inteiro para contextualizar o leitor.

Leticia Wierzchowski conseguiu com maestria intercalar realidade e ficção em A Casa das Sete Mulheres, uma própria representação da literatura do nosso país. A obra foi adaptada pela Rede Globo em 2003 através de uma minissérie que teve cinquenta capítulos. A adaptação fez tanto sucesso que foi reprisada em 2006 e, ainda hoje, é possível encontrá-la completa em DVD.
Ana Clara Magalhães
Ana Clara Magalhães

13 comentários:

  1. Olá! Assisti a minissérie, adaptação pra TV de A Casa das Sete Mulheres e amei, essa sua resenha me deixou bastante curiosa em conferi o livro, gosto muito de literatura nacional e em especial quando mistura ficção com realidade.
    Bjs

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  2. Que baita dica de leitura, já venho namorando esse livro a horas, pois assisti a minissérie e simplesmente amei. Gosto do tipo de linguagem que tu mencionou, deixando um clima de nostalgia. Gostei da maneira que tu apresentou o livro e dessa fora só enriquece teus comentários. parabens!
    Livros nacionais desse calibre nao podem ser esquecido e sempre que possível, divulgados

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  3. Olá Ana!
    Amei essa capa, tá linda!
    Não li livros ainda sobre a história, conheço um pouco através da minissérie que passou na tv, espero ter oportunidade de ler um dia.
    bjs!

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  4. Oi, Ana
    Assisti a minissérie na duas vezes que passou na tv (me apaixonei por ela) mas o livro ainda não tive oportunidade que capa maravilhosa.
    Gosto muito de história e quando posso leio livros que contam esses fatos, tenho certeza que vou amar ler esse livro.
    Beijos

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  5. Oi Ana.
    Lembro q qndo assisti a miniserie, me apaixonei, fiquei encantada com a riqueza de detalhes (isso sendo criança, mas na epoca enxergava assim), depois em sua reprise ja nao puder assistir. Noa me lembrava de ter o livro, me lembro q minha escola nao tinha o negocio dos alunos lerem e sim as professoras, entao nao sabia de sua existencia (ou pelo menos nao me lembrava), mas quando vi essa "trilogia" nessas capas maravilhosas e lindas e ainda entendi q o livro se tratava do mesmo enredo da miniserie, ja as adicionei em meus desejados, mas confesso q sempre passo outros livros na frente. A Casa das Sete Mulheres é um classico q ainda terei em minha estante.

    Bjss

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  6. Não li o livro e nem assisti a minissérie, mas tenho vontade dos dois, pois são bem comentados. Deve mexer com o leitor essa leitura é muito tempo de guerra a aflição que essas mulheres passam deve deixar a leitura envolvente. Gostei por ter uma narrativa simples e não difícil de entender com em alguns clássicos, que geralmente não gosto por causa disso.

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  7. Estou com o livro para ler, porém ainda não tive a oportunidade.
    Sou apaixonada por esse enredo e morro de vontade de fazer essa leitura desde que assisti a série.
    Eu fiquei tão apaixonada pela série que já vi várias vezes haha

    beijinhos
    She is a Bookaholic

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  8. Ana!
    Tive oportunidade de ver a adaptação televisiva, antes de ler a obra, infelizmente.
    É que o livro é mais cheio de detalhes, inclusive sobre a personalidade das personagens e sobre seus sentimentos em relação aos acontecimentos e amores.
    Adorei todos os dois e também recomendo, apesar das cirações racistas, mas temos de entender que faziam parte naquela época...
    Boa semaninha e mês de julho!
    “Palavras gentis não custam muito, e ainda assim conquistam muito. (Blaise Pascal)
    cheirinhos
    Rudy
    TOP COMENTARISTA JULHO - 5 GANHADORES - BLOG ALEGRIA DE VIVER E AMAR O QUE É BOM!

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  9. Sem sombra de dúvidas, este livro é um dos grandes clássicos da literatura!
    Tanto é, que mesmo depois de ter sido lançado há tanto tempo, ainda faça parte da leituras de muitos de nós.
    Acompanhei a série pela tv e logo após, consegui ler esta obra e fiquei encantada. Há realmente esta
    "demora" no desenrolar dos fatos, mas acredito que tudo realmente faça parte da angústia vivida por estas mulheres!
    Beijo

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  10. Oi Ana :)
    Concordo que é um clássico, pena que ainda não tive oportunidade de ler, mas assisti a mini série e adorei.
    Acho legal o livro passar esses sentimentos, poderia não combinar com outra história, mas essa monotonia faz parte da vida das personagens, então é bom o leitor sentir.
    Achei legal essa edição exatamente por perceber que a linguagem não é tão cansativa, eu li pouquíssimos clássicos examente por isso, desanima um pouco!
    Achei a capa linda, suave, se não tivesse lido o título talvez não ligasse ela com a história.
    Beijos

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  11. Apesar de já ter virado minissérie de emissora de tv, o livro sempre transmite riqueza de detalhes que não tem comparação. O tema histórico da guerra dos farrapos, bastante conhecida por todos, achei bem legal. O enredo da historia parece ser bem construído e carregado de emoções e sentimentos com muita luta e romance vivido nessa epoca.

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  12. Assisti a minissérie e gostei muito. Quando descobri que tinha o livro, fiquei com muita vontade de ler, mas até hoje não consegui. Mas nunca é tarde, principalmente para iniciar um bom livro.

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  13. Ainda era criança na época da minissérie e infelizmente não tive a oportunidade de assistir, mas amo livros ambientados assim, cheios de detalhes. Embora aparentemente seja uma leitura cansativa, gostei bastante e pretendo procura-lo.

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