Aos Dezessete Anos - Ava Dellaira

Sinopse: Em seu novo romance arrebatador, a autora de Cartas de amor aos mortos apresenta uma mãe e uma filha que precisam compreender o passado para poder seguir em frente.
Quando tinha dezessete anos, Marilyn viveu um amor intenso, mas acabou seguindo seu próprio caminho e criando uma filha sozinha. Angie, por sua vez, é mestiça e sempre quis saber mais sobre a família do pai e sua ascendência negra, mas tudo o que sua mãe contou foi que ele morreu num acidente de carro antes de ela nascer.
Quando Angie descobre indícios de que seu pai pode estar vivo, ela viaja para Los Angeles atrás de seu paradeiro, acompanhada de seu ex-namorado, Sam. Em sua busca, Angie vai descobrir mais sobre sua mãe, sobre o que aconteceu com seu pai e, principalmente, sobre si mesma. (Skoob)

Livro recebido como cortesia da Editora
 DELLAIRA, Ava. Aos Dezessete Anos. Seguinte, 2018. 448p.


Angela, apelidada de Angie, cresceu apenas com sua mãe e nunca saiu do estado do Novo México onde nasceu. Sempre que tentava perguntar sobre o pai ou a família dele, a mãe desconversava e começava a chorar. Numa cidade com pouquíssima população negra, ela sempre via pessoas estranharem o fato de sua mãe ser branca e nunca teve com quem conversar sobre racismo, uma das maiores faltas de uma relação com o pai. Um dia, Angie achou alguém com o sobrenome de seu pai e teve uma intuição de que era mesmo de sua família. Com poucas informações como o nome e a cidade de Los Angeles, ela recorre à lista telefônica e resolve pegar carona com seu ex-namorado, apesar de não se falarem há meses.

O livro é narrado em terceira pessoa e dividido em partes da Angie e da Marilyn, contando o passado dela. Ele traz muitas referências a músicas e livros, o que ajuda a se localizar no tempo e caracterizar alguns personagens.

A mãe da Angie, Marilyn, passou por várias coisas difícieis na infância e adolescência, antes mesmo de descobrir a gravidez. Ela não tinha o pai e a mãe não tinha os pés no chão e Marilyn tinha que agir como mãe muitas vezes. Quando conheceu o pai da Angie, ela finalmente sentiu pertencer a algum lugar, se sentiu feliz. Ver a relação deles se construir é muito bonita e é triste que eles não estejam mais juntos. Eles são um dos melhores casais que já li. 

Estar em Los Angeles ajuda a Angela a se descobrir do mesmo jeito que aconteceu com a mãe. Ela que se acha simplesmente uma gota no universo, insignificante, e por isso não pensa muito no futuro, é supercética quanto ao amor (em parte pelos pais), começa a pela primeira vez conseguir imaginar o que fazer da vida e a não ter medo do que sente.

Eu adoro essas histórias que mostram que gerações diferentes passam pelas mesmas coisas ou sobre como  os pais influenciam os filhos e eu gostei muito dessa. A mãe de Marilyn também passou por suas próprias dificuldades na juventude e isso de certa forma explica porque ela age assim com a filha. A Marilyn conseguiu quebrar o ciclo, mas também cometeu seus erros com relação ao que contou e deixou de contar à filha. Tem vários pontos importantes que são tratados aqui, como luto, racismo.


Mah
Mah

Escrever (por prazer) me acalma e resenhas são uma terapia pra mim. Assim como doces, séries e ler. Autora do Programa Resistir, um podcast sobre suicídio.

10 comentários:

  1. Olá Mah!
    Já estou de olho nesse livro exatamente por conta dos assuntos que ele aborda, me chamaram atenção logo de cara, estou na torcida pra eu consiga ler em, breve.
    Bjs!

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  2. Olá! Gosto muito de histórias com esse trama entre mãe e filha, essa é a primeira resenha que leio desse livro e me deixou bastante interessada em conferi tudo que foi dito aqui.
    Bjs

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  3. Oi, Mah
    Já li algumas resenhas deste livro com fatores positivos e negativos.
    Gostaria muito de ler esse livro no enredo tem uma mãe protetora, vai alternando contando a estória de mãe e filha ainda jovens. Quero saber como foi viajar com o ex, se ela encontra o pai, como lida com o racismo.
    Esta entre meus desejados.
    Beijos

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  4. Oi Mah,
    Já conheço a escrita da autora, percebo que ela trata de temas fortes, mas mantém a narrativa bem leve. A história parece muita bonita, com a protagonista descobrindo a história de vida dela, e imagino que a mãe teve seus motivos para guardar certas coisas, por mais que eu ache errado, entendo.
    As referências para identificar o tempo é bem legal, gostei.
    Beijos

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  5. Mah!
    Não entra na minha cabeça que em pleno século XXI ainda exista tanto preconceito, não apenas o racismo, mas qualquer um deles.
    Nunca li nenhumm livro da autora, mas tenho vontade para poder conhecer a ecrita que parece ótima, cheia de melancolismo e que atinge diretamente o leitor.
    A consciência é o melhor livro de moral e o que menos se consulta.” (Blaise Pascal)
    cheirinhos
    Rudy
    TOP COMENTARISTA JULHO - 5 GANHADORES - BLOG ALEGRIA DE VIVER E AMAR O QUE É BOM!

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  6. Me apaixonei pelas letras da autora desde que li Carta de Amor aos Mortos! E quando este novo livro foi lançado, já o coloquei na lista de desejados.
    Além de tratar desta busca por si própria da personagem, o livro traz também o drama pesado da relação mãe e filha e isso me agrada muito.
    Outro ponto que me chamou a atenção foi o racismo, aí também colocado como pano de fundo!
    Espero ler a obra em breve!
    Beijo

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  7. Deve ser gostoso e ao mesmo tempo interessante acompanhar a busca da personagem pelo pai e por si própria. Estranho o relacionamento do casal parece que eles eram felizes, mas não deu certo, fiquei querendo saber mais sobre isso e o que aconteceu com o pai da garota. A leitura parece que envolve o leitor até a última página.

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  8. Oi Mah.
    Sabe quando vc lê algo e sente q conhece mas nao da forma como esta escrito mas sente q algo q ja tenha passado te encaixa dentro daquilo?? Pois é, agora foi eu, nao tenho nada para falar sobre racismo, isso nao sofreria de "branco pra branco" (detesto esses termos, foi uma hipotese),mas parece q mae dAngie tomou tal decisao pq isso lhe foi forçado pelas ciscunstancias da vida (nao sei se é isso, mas foi o q senti no momento). Saber seu passado, o pq tais coisa nao aconteceram ou pq outras ocorrerao de tal forma deve ser pertubador, ainda mais pq nao envolve so uma pessoa, mas várias e em contextos diferentes. Acho essa capa linda e é um super desejado. Parabens pela resenha, amei.

    Bjss

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  9. Cartas de Amor aos Mortos é um dos meus livros favoritos e único livro que li da Ava Dellaira. Tanto a história como o tema abordado de aos dezessete anos achei muito legal do livro na resenha. Quero muito ler e conhecer mais sobre a Angie e seu caminho as descobertas e sobre sua mãe.

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  10. Amo a escrita da Ava! É leve e envolvente. Já planejava lê-lo justamente por isso. Li Cartas de Amor aos Mortos e me apaixonei. Me apaixonei pelo enredo deste também, é algo diferente. Ainda não havia visto um livro que desse voz á mãe da personagem. Iria adorar ver a história aos olhos de Marilyn e Angie <3

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